Ao ouvir a resposta de Rosalie, Duncan ficou surpreso e perplexo. Sentiu-se como se tivesse sido atingido em cheio, como se tivesse sido usado todo aquele tempo em que esteve ao lado dela. A frieza com que ela falou sobre a necessidade de ter um homem ao seu lado para apoiá-la nos negócios fez com que um sentimento de traição e decepção o invadisse. A realidade de que Rosalie estivesse disposta a se casar com o irmão de seu falecido marido, mesmo conhecendo todas as atrocidades que Louie havia cometido, abalou Duncan até o âmago. Era como se o chão se abrisse abaixo de seus pés, deixando-o sem rumo e sem compreender as verdadeiras motivações de Rosalie. Sentindo-se usado e enganado, Duncan lutou para encontrar palavras, enquanto uma mistura de raiva e tristeza inundava seu ser. A mulher que ele pensava ser a mulher de sua vida, aquela por quem estava disposto a enfrentar qualquer desafio, parecia ter uma faceta obscura e egoísta que ele não conhecia. O silêncio pesado pairou entre
Alguns dias depois, Rosalie acordou com o telefone tocando repetidamente. Ela sentia todo o seu corpo dolorido, ela não havia conseguido dormir bem a noite, e acabou tomando um pouco de vinho. Quando ela atendeu a ligação, sua voz estava grave e rouca. — Alô? Ela sentia um gosto amargo em sua boca. A voz de Leonor do outro lado da linha era urgente. — Sra. Valois, precisa vir para a empresa imediatamente. Rosalie se sentou imediatamente na cama, sentindo todo o seu corpo ficar em alerta. — O que está acontecendo Leonor? — Senhora, venha para a empresa imediatamente. A linha ficou muda e Rosalie se levantou de imediato. Ela se arrumou rapidamente e foi para a empresa. Quando Rosalie entrou em sua sala, Leonor entrou em seguida, vários telefones estavam tocando. Ela olhou para sua assistente e perguntou: — O que está acontecendo Leonor? — Senhora, o Grupo Lecomte atacou o Grupo Empire. Eles começaram a fechar acordos absurdos com vários de nossos clientes. Seus preços são
Rosalie estava imersa em seus pensamentos, listando meticulosamente todas as estratégias que poderiam ser adotadas para reverter a situação do Grupo Empire, que continuava a perder clientes. Enquanto concentrava-se nas soluções, seu olhar, por um momento, desviou-se para o relógio na parede, revelando que o tempo avançava, e já passavam das dez da noite. “Preciso voltar para casa, passar a noite aqui planejando não vai adiantar nada.” “Eu só não consigo entender porque o Grupo Lecomte está fazendo aquilo. Eles não vão lucrar vendendo seus produtos em um preço tão absurdamente baixo como esses, parece que aquilo é só para nos afundar, independente se vão juntos no processo” Nesse instante, ela notou que Louie havia arrastado sua cadeira para mais perto dela, criando uma proximidade desconfortável. A sensação incômoda fez com que Rosalie se afastasse, repreendendo-o delicadamente: — Não precisa chegar tão perto assim. — Sua voz trazia uma firmeza inegável, marcando uma fronteira cl
Rosalie olhou para o homem à sua frente, seus olhos encontrando os de François. Naquele momento, ela pôde perceber claramente a indignação estampada em seu rosto em resposta à decisão dela de se casar com Louie, o irmão de Duncan. Mas havia algo mais na expressão de François, algo além de meros sentimentos de indignação. Ele parecia verdadeiramente irritado com o fato de Louie pertencer à família de Duncan. Enquanto um suspiro pesado escapava dos lábios de Rosalie, as complicações da situação pesavam em sua mente. Ela não podia simplesmente ignorar o fato de que havia uma ameaça iminente contra a vida de François. Se ele soubesse toda a verdade, se ela o informasse sobre os planos sinistros dos anciãos da família Valois, o que ele poderia fazer? Seria ele capaz de enfrentar a poderosa influência daquela linhagem ancestral, que se estendia por gerações e possuía muita influência? Essa incerteza levou Rosalie a refletir sobre as escolhas difíceis que tinha diante de si. “Tudo parec
Após alguns minutos em choque, sozinha no quarto de hotel, Rosalie finalmente conseguiu se levantar. Com determinação, ela secou as lágrimas de seu rosto e fixou o olhar na porta pela qual François havia saído. Seu coração ainda estava descompassado, mas ela sabia que precisava se recompor. Com um gesto instintivo, Rosalie colocou a mão sobre o peito, tentando acalmar as batidas aceleradas de seu coração. Enquanto pensava sobre tudo o que acabara de acontecer, sua mente estava repleta de confusão. Ela olhou para suas roupas amassadas e desarrumadas, decidindo que precisava se recompor e parecer apresentável. Com cuidado, arrumou-se e saiu do hotel, tendo a permissão dos homens de François para partir. Ela engoliu em seco, e saiu do hotel. Não havia sinal de François. Rosalie pegou um táxi e, durante o trajeto, sentia um vazio imenso em seu peito. As lágrimas ainda não vinham, mas o sentimento de perda e desamparo a não a deixavam. Quando finalmente se deitou em sua cama, o silênc
Rosalie fitou Louie com um olhar destemido, desprovido de medo. Nos seus olhos, ele percebeu uma coragem e uma ferocidade que o fizeram recuar instintivamente. Era como se, naquele momento, Rosalie fosse capaz de enfrentar qualquer desafio, e ele sentiu-se surpreendido e cauteloso diante dessa postura dominante dela. As lembranças vieram à tona, recordando os momentos em que ela havia demonstrado sua determinação ao manter guarda-costas consigo e ao agir com firmeza em situações que o envolviam diretamente. Naquele instante, Louie percebeu que não era sábio irritá-la ainda mais. Ela havia se mostrado forte e capaz de proteger-se e enfrentar o que fosse preciso. Era melhor que não brigasse com ela agora, pensou. Com essa percepção, ele optou por recuar, deixando-a sozinha em sua sala. Rosalie permaneceu calma, mas por dentro, sentia-se aliviada por ele ter finalmente saído. Aquela breve troca de olhares a fez perceber o quanto estava farta de lidar com jogos de poder e pessoas que s
François a encarava com um olhar cheio de desaprovação, como se acreditasse que ela estivesse traindo a memória de Duncan ao considerar se casar com Louie. Em meio ao silêncio tenso, Rosalie optou por deixá-lo falar, permitindo que ele expressasse suas preocupações e frustrações. Ela sabia que, por mais que François a odiasse naquele momento, precisava manter o foco em seus objetivos e seguir adiante com suas decisões. “Ele me salvou, contudo, não entende meus motivos e está confuso.” As palavras de François ressoaram em seus ouvidos, mas ela permaneceu em silêncio, aceitando o julgamento que ele lançava sobre ela. O casamento com Louie havia sido uma estratégia para ganhar tempo e proteger seus filhos, e Rosalie estava disposta a enfrentar as consequências de suas ações. Quando ela finalmente se moveu para ir embora do cemitério, François segurou levemente em seu braço, prendendo-a por um momento. O coração de Rosalie acelerou diante do contato, não sabendo o que esperar das palav
Rosalie Valois estava tomada pela indignação e incredulidade. Como ousava François tirar seus filhos de casa? Sentia-se ferida e desafiada em sua capacidade de ser uma boa mãe. As emoções a consumiam, e ela tremia diante da situação que enfrentava. Sem hesitar, Rosalie desceu as escadas apressadamente, com as mãos trêmulas, e dirigiu-se ao telefone fixo na parede. O coração batia descompassado em seu peito enquanto discava o número de François. A ansiedade era palpável, e cada toque do telefone parecia uma eternidade. No segundo toque, François atendeu, e a voz dele ecoou no ouvido de Rosalie. A raiva e preocupação se misturavam em suas palavras: — Onde estão os meus filhos, François? O que pensa que está fazendo? — Sua voz ecoou pelo fone, cheia de emoção reprimida. Rosalie esperou ansiosamente pela resposta, mas François manteve-se em silêncio. Isso só serviu para aumentar sua irritação, e ela continuou a desabafar suas frustrações: — Vamos, seu maldito! Traga meus filhos de