A semana foi turbulenta e conturbada, as manchetee dos jornais desta semana só eram sobre o assassinato da adolescente Krista Leonel, no bar local onde eu estive na mesma noite do assassinato com o Davy. A escola estava em luto pela morte da garota, eu não a conhecia muito bem, mas éramos da mesma turma. Segundo a amiga que a acompanhava, ela tinha ido ao banheiro e os seus amigos que também estavam com ela notaram a demora e foi então que perceberam que ela já não estava mais no estabelecimento, mas ao fazerem as buscas pelo local, a polícia a encontrou na floresta com uma parte do crânio exposto, uma morte horrível para uma menina tão jovem.
Eu não me sentia bem com tudo o que estava acontecendo, poderia ter sido eu ou até mesmo o Davy no lugar dela, aconteceu na mesma noite que eu havia ido para lá, tantas pessoas e nenhum evito
Assim que abri os olhos, percebi que eu não estava no meu quarto e nem na minha casa, quando me acostumei com a claridade do lugar, pude observar com clareza o quarto. As paredes num tom pastel me lembravam a minha mãe, as cortinas eram beges, janelas largas e uma velha cômoda de madeira no canto esquerdo da janela, a cama branca de casal e o colchão macio me deixou confortável, o guarda roupa estava coberto por um pano branco, talvez para proteger da poeira. Do quarto dava para ver um pequeno vislumbre da floresta, o que me deixou admirada com a visão.O quarto em que eu estava era um pouco familiar, tudo estava limpo, mesmo parecendo que não tinha uso. A maçaneta girou e o ranger porta de madeira escura me despertou e logo ela foi aberta, revelando um Davy com uma bandeja de comida na mão. Ele me olhava divertido, como se e
Já se passaram quase duas semanas desde o incêndio em minha antiga casa, poucas vezes falei e tinha visto o Davy, ele estava me ignorando. Meus amigos vieram me ver todos os dias da semana, e sempre me traziam as atividades e trabalhos que os professores haviam passado. O assunto na cidade e na escola era sobre a minha família e a volta de Melina Lee e sua família. A polícia descobriu que o incêndio havia sido provocado por alguém até então desconhecido, eles estavam tentando encontrar a todo custo o culpado, mas nada estava adiantando.Depois do acidente na minha antiga casa, meus pais reataram o casamento e eu admito que não vejo minha mãe feliz do jeito que ela está há anos, a nossa atual casa é bastante grande, quatro quartos, sendo dois com um banheiro, e para mi
Meus passos eram apressados porque tudo indicava que ia chover, assim que cheguei em frente da velha porta de carvalho, comecei a bater freneticamente, pois estava muito frio e eu não havia colocado um moletom na bolsa ou vestido um. A porta foi aberta revelando o Davy sem camisa o que me fez corar. 一 Entre, acho que chover 一 Me chamou enquanto olhava o tempo frio. Fui guiada novamente para a sala, e tudo estava impecável como sempre, tudo limpo e sem nenhum vestígio de poeira ou sujeira ao redor. A casa da família Williams era enorme e manter tudo limpo para mim era um problema. 一 Podemos começar, Ester? 一 Ele perguntou com a expressão séria já sentado no sofá que tinha virado cama. 一 Pode sentar, não tem espinhos. Fiz o que ele pediu, apenas
Já se passaram dois dias desde que encontrei o caderno, eu não tinha coragem para sair do quarto e encontrar a Elisa, eu não estava comendo direito porque eu evitava estar no mesmo lugar que ela. Minha mãe ficou comigo por um bom tempo depois que chegava do trabalho nesses dois dias que passei trancada, assim como também me trazia comida, mesmo eu não comendo um terço. Ela estava visivelmente preocupada comigo, era de se esperar já que eu nunca fui assim em Lisboa.Cadê aquela garota que sempre diz que deveria enfrentar os seus medos? Como eu ajudaria presa nesse quarto? Eu não sabia se aqueles realmente eram os sentimentos do Davy por mim, mas esse caderno era uma prova que eu precisava entregar. Tomei um rápido banho e em seguida coloquei o meu moletom, já era quase de tarde e estava um pouco frio, Elis
Passei a noite em claro naquela noite, muitas vezes me peguei chorando e afastei o pensamento negativo para longe, a probabilidade de dar errado também era muito alta, mas como o meu pai disse, havia polícia cercando os quatros cantos da escola, não era possível que o Daniel saísse sem que ninguém o pegasse, o céu trovoava nessa madrugada fria de Viseu, parecia que nunca acabaria, nada me distraia ultimamente, eu me sentia sufocada, mas quando tudo isso acabar, eu pediria para voltar a Lisboa.Rolei de um lado para o outro na cama, meus pensamentos me matavam, quando olhei para o relógio já marcavam 06:00 da manhã, o tempo se passou e eu não havia percebido por causa da minha maldita mente. Eu precisava sair e mudar, sem falar que também teria que comprar o vestido do baile escolar, peguei meu celular e
Já se passaram dois dias desde que Davy esteve na minha casa e me pediu para desistir do plano como também se declarou para mim. Faltavam uma hora para o começo do Baile, o que não me agradava, o certo seria no final do ano e não no meio. Estávamos todos reunidos na grande sala do Davy, senhor Paulo, Joanne e Melina verificavam o rádio comunicador, enquanto meu pai e alguns policiais olhavam as rotas e possíveis lugares de fuga.O plano foi repassado três vezes, e as três vezes meu estômago se embrulhou, eu estava nervosa, a maneira que eu o atrairia será indo ao banheiro, mas duas polícias estarão disfarçadas e iram me ajudar a dar um jeito de desacordar o Daniel até que o senhor paulo dê a ordem para o restante entrar em ação. Davi tentava miseravelmente arrumar a gravata
Eu não sabia quantos dias já haviam se passado, mas todos os dias que eu estava aqui eles me torturavam de um modo diferente e não era só físico. Agora eu estava no chão em um colchão velho que haviam colocado, eu agradecia por mais ruim que fosse agora eu não estava mais na cadeira. Descobri que eu estava em uma espécie de porão que ficava embaixo da casa do Davy e tudo o que ele fazia eu escutava desse quarto sujo e com um odor desagradável.Muitas vezes escutei o choro alto do Davy, coisas sendo quebradas e o quão arrogante ele estava sendo com as pessoas que estavam me procurando, enquanto Daniel sorria pelo sofrimento do irmão, eu chorava pelo sofrimento do homem que eu amo. Eu o entendia, num ato de desespero eu corri sem pensar duas vezes para salvar a minha mãe, era isso o que o amor fazia.
一 Helena, não corre 一 Davy gritou quando viu que a helena ia batendo com o rosto na mesa do nosso quintal. Já se passaram dez anos desde o que aconteceu na cidade e comigo, minha vida realmente tinha mudado, me formei em psicologia e o Davy em administração, só assim, ele podia cuidar tranquilamente da empresa que sua família ainda tinha. A quatro anos atrás tivemos uma menina e demos o nome de Helena, não sou eu tive filhos como a Melina e o Pietro também, os gêmeos se chamavam Pedro e Kelin, o que achei bastante diferente a escolha da menina. Estávamos todos reunidos no quintal da casa dos Williams para o aniversário de quatro anos da Helena. Helena nasceu de parto prematuro, mas era uma criança com bastante energia, eu apenas estava observando ela e o restante das crianças correrem enquanto o Davy ficava atrás da menina me fazendo rir dele.