Ela deixou os biscoitos de lado e sentou ao meu lado na mesa.
— A culpa não é sua, minha linda.
— Mas eu...
— Esqueça tudo. Todas as lembranças ruins tem que sumir.
Afirmei com a cabeça apenas para deixar minha madrinha feliz. Eu queria negar. Queria poder recompensar meu erro, só que não podia. Não tinha como. Eu era incapaz de fazer qualquer coisa.
— Vou tentar — disse por fim, deixando um pouco da minha tristeza transparecer na voz.
Após eu comer poucos biscoitos por estar chateada com a vida, pedi licença e fui para meu pequeno quarto de hospedes (que era grande demais pra eu chamar assim, mas okay). Deitei lentamente, tentando não amassar a colcha, só que fora em vão. Eu queria ficar ali
Mesmo com o banheiro encharcado, coloquei a toalha em um lugar qualquer e entrei devagar, tomando cuidado para não deixar que caísse mais água no chão. Meu pai vai me matar. Eu só queria ficar ali, viajando em meus pensamentos. O que mais passou pela minha cabeça, era querer saber o motivo ao qual o Dani queria ficar com uma foto minha. Ele sempre tem algo a esconder de mim e eu sempre sou uma pessoa aberta demais. Estou começando a achar que eu deveria me fechar mais. Ter meus próprios segredos. ★Dica 291 = Não seja uma pessoa aberta o tempo todo. Tenha seus próprios segredos (ou você pode acabar igual a mim com uma foto particular na mão de outra pessoa).★ Tomei um banho rápido e mesmo sabendo que meu pai me mataria, deixei o banheiro molhado.
Olhei nos seus olhos. Ela podia notar a tristeza nos meus e eu podia notar a tristeza em seus olhos. Parecíamos que tínhamos vindo de um enterro ou um teatro triste. — Poderia me levar para casa amanhã?— pedi.—Não quero mais incomodar. ★Dica 296 = Tenha consciência de quando estiver incomodando (só... não chora, tá legal?).★ — Ale, não precisa agir assim, você não incomoda ninguém. Fique, por favor. — Não insista. Apenas me leva amanhã pra casa. — Me desculpe. Vou te levar amanhã. — Quando eu acordar. Ela assentiu e foi embora, fechando a porta. Seria melhor assim. Pior do
Tudo estava apagado. Aquilo me deixou assustada. Quando fechei a porta, deixei minha mala ao lado e continuei caminhando assustada pela casa. Até mesmo o som da minha respiração me deixava assustada. Perto da sala, comecei a ouvir goles em algum tipo de bebida. Me aproximei, tentando me manter silenciosa e ali estava uma senhora de cabelos negros com alguns fios grisalhos sobre eles, à luz de um abajur bege e segurando uma taça de vinho. Ela estava sentada em uma poltrona marrom. Minha mãe. — Você sabia que ele é bilionário? — sua voz era calma, porém, assustadora. — De quem você está falando? — Eu me aproximava devagar. — Não se finja de boba. Estou falando do seu pequeno romance com o Dani. — Somos amigos e você não tinha qu
— Tudo bem. Ela assentiu chateada e fechou a porta de maneira delicada. Como ela pode tentar mentir sobre um assunto tão sério? Já basta eu ser obrigada a morar com ela, agora tenho que aguentar ela tentando interferir na minha vida pessoal? Isso não é justo. E a minha privacidade? Onde ela está? Só porque ela é minha mãe, não quer dizer que ela tenha direito de querer saber sobre minha vida. ★Dica 306 = Não esqueça que é você que cuida da sua vida pessoal e privacidade (ainda mais quando sua mãe tenta enfiar histórias bobas na sua cabeça).★ Deitei e consegui adormecer, só que com a consciência pesada. Eu deveria concordar ou discordar da minha mãe? Ou ela estar&aacut
Ela abriu a porta do quarto com muita cautela, para ter certeza de que ele estava ainda dormindo. E ele estava. Em seu quarto, havia algumas roupas espalhadas, papeis jogados sobre uma mesa, latas de energéticos jogados também sobre aquela mesa e seu celular também estava ali, com uma luz indicando que ele tinha recebido mais uma mensagem. Ele estava completamente enrolado até o queixo. Sua cama não estava tão bagunçada como a minha ficaria se fosse eu dormindo. — Olha só a bagunça que esse garoto fez ontem à noite — ela dizia enquanto pegava algumas das roupas do chão e as guardava. Eu não conseguia dizer alguma coisa. Eu queria só ficar parada, olhando aquele quarto e tentando imaginar o que havia acontecido ali. — O que aconteceu? — perguntei t&a
Me aproximei de seu celular piscando, querendo indicar que tinha uma nova mensagem. Eu sei que é errado espionar o celular de outras pessoas, mas qual é, estamos falando do meu melhor amigo que quase não me conta nenhum segredo — que agora ele sofra as consequências de quase nunca ter me contado alguma coisa. ★Dica 316 = Se seu melhor amigo não lhe conta nenhum segredo, olhe as mensagens dele (mete logo o “dane-se” se ele vier de mimimi pro teu lado).★ A primeira mensagem que eu quis olhar era a nova que ele tinha recebido perto das três da madrugada:Kimberly: Dani, responde seu idiota -.-' não vai me dizer que dormiu? Isso que dá querer competir com a mestre que consegue passar a noite acordada u.u Então
Ele pareceu rir e logo estendeu a mão para me ajudar a levantar. Caminhamos lado a lado e perto da porta de entrada, ele pegou duas chaves. Assim que ele abriu a porta, notei que por alguns segundos ele estava me fitando. Depois que ele percebeu que eu havia percebido, ele sacudiu a cabeça e fechou a porta depois de termos saído. — Qual será o carro eu irei destruir? Ele riu. — Você não vai destruir nada, Hello Kitty. — Como pode ter certeza? — Eu não tenho. É apenas um palpite. — Então tecnicamente você ainda acredita que eu possa destruir um carro? — Talvez. Dei um soco leve em seu braço e ele riu disso. — Pela primei
Recuo o beijo e aceno pro Dani, ele faz o mesmo e então entro no banco da frente do carro da minha mãe. — Vejo que o dia foi bom — comentou ela em desdém. Enquanto eu colocava o sinto de segurança, pensava rapidamente em uma resposta. O carro já estava em movimento. — Foi sim, eu... aprendi a dirigir. — Como? — Ela pisou no freio bruscamente, fazendo um som alto. — Isso, eu aprendi a dirigir. — Legal. — Ela voltou a conduzir o carro de forma normal, mas eu sabia que ela estava furiosa por dentro. Sabe, diário, minha mãe, desde cedo, disse que eu nunca iria aprender a dirigir e que se eu quisesse aprender, teria que fazer isso sozinha e jamais poderia usar o carro dela. Na realidade, nunca e