Luma Posso sentir a tensão que se forma entre nós, mas essa é minha oportunidade. Preciso tomar coragem e ter essa conversa com ele agora.— Pai, venha para a cozinha — chamo e ele me segue.Gabriel segura minha mão firme, sei que está preocupado comigo. Mas assim que me sento, agradeço por seu cuidado, mas peço para ficar sozinha com meu pai.Meu noivo sinaliza que está do lado de fora se precisar e eu agradeço a sua atenção.Encaro o homem de feições rústicas, moldada pela rotina pesada da roça, à minha frente. O silêncio paira sobre nós por alguns segundos, mas eu começo a conversa.— Existem algumas coisas que precisam ser esclarecidas, pai.— Admito que errei — fala me deixando surpresa — Mas ocê se deu bem na cidade, tem amigos, tem carro e apartamento. Talvez tenha sido melhor assim.— Você não sabe o que está falando. — As lágrimas sobem aos meus olhos ao me lembrar do sofrimento daquela noite — Eu quase me joguei na frente de um caminhão. Começou a chover e eu não tinha onde
Gabriel1 semana depois Mais uma vez tive que deixar minha noiva em casa enquanto viajo para resolver os problemas que meu pai criou. Mas desta vez, as pessoas que era ameaça para a vida de Luma estão presas e no caso do Rafael, ele está morto.O senhor Mário voltou para o interior no dia seguinte a chegada de Luma. Parece que a cidade não fez bem a ele. O homem teve um baque quando soube das consequências de seus atos, mesmo que ele não queira admitir, sabe perfeitamente que teve uma participação em todos os problemas que ela enfrentou nos anos que se seguiram. E para completar, dona Nádia tomou a decisão de se separar do velho. Agora ele está sozinho em sua casa, espero que tudo isso sirva de lição para a nova vida que o homem terá.Chegando na casa dele, bato palma e chamo seu nome. Não demora muito e Mário abre a porta da casa simples.Ele tem o semblante um pouco abatido.— Bom dia, senhor Mário.— Dia — responde sério.— Vim trazer os documentos que devolvem ao senhor o que lhe
Gabriel Meses depois Me senti mais leve depois que resolvi as pendêcias com o pai da Luma; sua mãe e seu irmão estão bem, vivendo no apartamento dela e continuarão morando lá depois que nos casarmos.Rosa foi julgada e condenada, mas infelizmente foi conduzida a um hospital psiquiátrico. Conseguiram provar que a mulher não tinha capacidade psicológica para permanecer em uma penitenciária comum e que precisava de tratamento e acompanhamento médico. Porém, eu preferiria que permanecesse em uma prisão comum para que realmente pagasse por tudo o que fez.Amanda aguardou julgamento presa, e foi condenada a 15 anos de reclusão, sendo condenada pelos crimes de sequestro, associação criminosa, falsificação de documentos e falso testemunho. Ernesto aguardou o julgamento em liberdade, mas acabou condenado a 6 anos de reclusão por associação criminosa e falso testemunho. Os comparsas também foram identificados e presos com penas variadas de acordo com a participação que tiveram no crime.Fico
LumaDois meses depoisO grande dia do meu casamento chegou. Me arrumei na mansão, onde os quartos são mais espaçosos e iluminados. O cômodo onde estou possui uma iluminação perfeita, suave e o perfume de flores preenche o ambiente. Estou sentada em frente a um espelho, com um sorriso nervoso no rosto. O vestido de noiva estava pendurado próximo, um deslumbrante vestido branco de renda e um longo véu. Eu me sentia uma princesa prestes a se tornar uma rainha.Ao meu redor, as meninas da mansão mais próximas de mim estão reunidas. Nice e Camila estavam ocupadas ajudando-me a me preparar. Camila segura delicadamente um buquê de rosas vermelhas, enquanto Nice trabalha em meu cabelo e maquiagem.— Luma, essas rosas são tão lindas quanto você. Lembram muito aquelas rosas que o Gabriel trazia pra você logo que se conheceram — Camila diz me fazendo lembrar do nosso reencontro e a emoção me invade.— Prometo que vou deixar seu cabelo tão deslumbrante quanto seu sorriso, quando Gabriel te ver e
Gabriel Estamos hospedados no luxuoso Hotel Le Meurice, em Paris, desfrutando de nossa lua de mel na Cidade Luz. Já estamos no nosso terceiro dia aqui e não se esgotam as opções para visitar neste país.Kayo havia ficado com a avó, o tio e o avô. O homem resolveu aparecer para o casamento, mas ficou em seu canto apenas observando. Custamos perceber a sua presença. Ele abraçou a filha, nos desejou felicidades e aceitou ficar uns dias no apartamento com dona Nádia e o filho.Naquela manhã ensolarada, decidimos fazer um passeio romântico pelo Rio Sena. Vestidos elegantemente, saímos do hotel, prontos para uma jornada que prometia ser inesquecível.O sorriso mal cabia em meu rosto, tamanha era a minha felicidade naquele momento. Olho para minha esposa e a elogio.— Você está deslumbrante, meu amor.— E você está muito elegante, Gabriel. Parece que estamos em um conto de fadas.Caminhamos até o rio, onde embarcamos em um dos típicos barcos de passeio que deslizam suavemente pelas águas tr
Olá, lindas leitoras, esse é o conto da Camila e do João. Boa leitura.CamilaFui criada em uma família pobre, e me apeguei ao primeiro que me ofereceu abrigo e segurança, além de um belo prato de comida.Para quem não tem nada, algo tão pequeno pode ter um significado de tamanho inimaginável. E quando encontrei esse “algo pequeno”, tentei segurá-lo de todas as formas.Fui submissa a tudo o que ele falava ou pedia e nunca tinha forças para dizer não. Meu medo era que ao negar, pudesse perder o que havia conseguido ao lado daquele imbecil, mas ele só estava se aproveitando de mim.— Olha, Cami, o negócio é o seguinte: já deu. — O idiota do Geraldo fala olhando para a minha face cansada.Havia acabado de fazer todo o serviço da casa; a comida estava pronta e suas roupas passadas. Ele era exigente, queria que todo o serviço estivesse pronto antes do meio-dia, e para isso eu acordava cedo todos os dias.— O quê? — disse confusa. Tudo o que eu queria agora era um bom banho e almoçar, pois
CamilaVou direto no bar da Maria para saber sobre a vaga de fritadeira.— Oi, Maria, minha tia falou que estava precisando de alguém pra fritar salgados.— Você sabe fritar, Camila? Tão novinha! — A mulher baixinha me olha de cima a baixo.Eu sabia fritar muito bem, o babaca do Geraldo amava uma fritura e quase todo dia ele pedia pra eu fritar algo pra ele. Posso ter somente dezoito anos, mas o que passei na casa daquele homem tentando agradá-lo, pelo menos serviu de alguma coisa.— Frito muito bem, dona Maria. Quer fazer um teste?— Vem, frita esses salgados aqui, se ficarem bons a vaga é sua.Pego o avental e coloco. A cozinha tá quente demais, o suor começa a descer em bicas.Frito os salgados que estavam separados para a fritura e ficaram todos com uma cara muito boa. Dona Maria observa, satisfeita, e me elogia.— É Camila, você é muito boa mesmo. A vaga é sua.— Obrigada. — Devido ao calor e a falta de comida sinto minhas vistas escureceram e escoro na parede.— O que foi? Tá pa
Camila— Aqui, dona Maria. Obrigada.— E aí, o que ela te disse?— Ela vem me buscar.— Mas você sabe pra onde vai? Ela te falou alguma coisa?— Não. Só disse que vai me apresentar o lugar e eu decido se aceito ou não. Mas se der pra passar a noite já tá bom.— Toma cuidado, tá Camila.Pego minha bolsa e aguardo a mulher chegar.— Boa noite, Camila — fala ao se aproximar.— Boa noite. Pra onde vamos?— Não é muito longe. Conhece a mansão da rua principal?Quando ela fala, eu me lembro daquele lugar exuberante. Sempre passei em frente, mas nunca imaginei que conheceria a pessoa que morava lá.— Conheço. Você mora lá?— Moro, mas estou de saída. É isso que eu quero falar com você. Vou sair em poucos dias e você pode ficar em meu lugar. — Ela deve ter visto a confusão na minha face. — Te explico melhor ao chegarmos lá.Entro no carro. A mulher é sempre muito simpática, mas não posso negar que estou apreensiva.Ao chegarmos, fico só observando aquele lugar lindo, chique que esbanja riquez