CAPÍTULO QUATRO:
O homem forte arrastava Melíade para o quarto pelos cabelos.
— Cala a boca, sua piranha. Ou eu estouro os seus miolos.
— Me solta. O que você fez com a minha namorada, seu louco? — Melíade chorava de pânico enquanto tentava se soltar.
— Cala a porra da boca ou eu atiro. Agora me dá o dinheiro, anda. — Ele a jogou com violência na parede, perto do cofre. — Abre essa merda aí.
— Tá bom, tá bom. Só não atira. — Melíade tremia e tropeçou algumas vezes até chegar ao cofre na parede.
CAPÍTULO CINCO:Rubem já tinha uma lista de suspeitos para o caso. O gerente de um supermercado, o dono de uma rede de farmácias, o universitário Wagner de Obregom, o cardiologista Rafael Bittencourt da rede Copa D’Or e, por último, o bem-sucedido publicitário Norberto Bastos Miller.— Doutora, Pode dar uma olhada nestes perfis? Acho que estamos perto de pegar o maníaco. — Rubem entregou algumas folhas para ela.— Muito bem, Rubem, esse maníaco está por um fio.Ela analisou cada página minuciosamente. Norberto estava com fome, sim, muita fome, mas não era fome de comida normal, não, claro que não. Sua fome era de um delicioso bife de lésbica.Bife de gótica, uma gótica chamada Melíade que ele sabia exatamente onde morava e também que ela também tinha medo do escuro. Escuridão era seu ponto fraco e ele se aproveitaria disso.O maníaco especulou por que uma gótica teria medo do escuro. Pensou em algo e desceu para a garagem do prédio.Abriu o porta-malas de seu carro e tirou de lá um taco de beisebol todo sujo de sangue.Da porta do elevador, Hule o observava. Ela o achava um homem estranho. Era Capítulo seis:
CAPÍTULO SETE:Esse foi o seu maior trauma de infância.Ela e Luciana se conheceram em uma festa na Lapa. A gótica era tímida, mas algo brilhou dentro dela quando viu Luciana dançando e decidiu que tinha de falar com ela. Ficaram juntas durante toda aquela noite e depois seguiram seus caminhos. Encontraram-se novamente alguns meses depois, em uma cafeteria perto do conservatório e, depois de um jantar, começaram a namorar.Melíade acabara de completar vinte e cinco anos e não se importava que sua amada fosse cinco anos mais velha.Luciana achou curioso o nome da moça e, em seu reencontro, teve co
CAPÍTULO OITO:Luciana não gostava de Rock, mas amava ver o sorriso de Melíade, então não se importava com a barulheira se isso fizesse a sua amada feliz.O show começaria às dez da noite e Melíade já estava pronta. Apenas esperando Luciana chegar.Norberto estava de plantão, à espreita de sua nova vítima. Essa, ele fazia questão de pegar.Era mais do que um desafio, era uma delícia de ironia que a delegada, que estava louca atrás dele, fosse a namorada daquela menina gótica que ele estava caçando.
CAPÍTULO NOVE:A porta do quarto se abriu lentamente.O coração de Hule batia de forma alucinada quando ela entrou e, novamente, precisou segurar-se no batente ao ver Carla amarrada e desfalecida sobre a cama. Estava com medo de tocá-la, pois, bem lá no fundo, pessoas mortas a assustavam um pouco. Mas estava sozinha e ela precisava verificar. Olhou de todos os ângulos possíveis e ficou satisfeita quando viu que o peito da garota estava se mexendo.Já que estava viva, podia tocar nela sem problemas, então balançou o seu ombro com força, mas sem violência. Ao chegar em casa, Norberto viu que a porta não estava trancada e, ao abri-la, percebeu que as coisas não estavam como ele havia deixado, o que significava que tivera visitas. Aquilo fez o seu sangue ferver.Largou Melíade no sofá e foi até o quarto. Viu que Carla não estava mais lá e a sua raiva só foi aumentando.Precisava descobrir, então voltou à sala e ligou o sistema de segurança em seu aparelho de televisão. Viu tudo o que havia acontecido desde a sua saída. Hule entrando, fuçando por tudo, e, droga, ela abriu o congelador. CAPÍTULO ONZE:Era a primeira vez que Norberto precisava perseguir uma não lésbica e, de certa maneira, aquilo o incomodava. Mas aquela garota havia se metido com a pessoa errada e precisava pagar.Hule acabara de fazer 16 anos, era ruiva natural e cheia de sardas. Tinha a pele branquinha e se vestia como uma boneca. Assim como Melíade, gostava de música e fazia aulas de balé desde os sete anos. Mas também tinha o seu lado mais frio. Tinha adoração por filmes policiais e jogos de zumbi. Sua mãe era uma perua aventureira que viajava pelo mundo, cantando e dançando em todos os palcos e quase nunca tinha tempo de ver a menina, apenas enviava alguns presentes ocasionalmente, por isso, Hule era tão apegCapítulo dez:
Capítulo onze:
CAPÍTULO DOZEA campainha tocou e Norberto foi até a porta. Viu Luciana e um outro homem pelo olho mágico.O que diabos aquela merda de policial quer aqui?, pensou ele, respirando fundo enquanto bolava um plano para fugir dela. Talvez, se simplesmente não atendesse, ela iria embora.— Norberto Miller, sabemos que está aí. É a polícia, abra a porta. — A policial pareceu ler seus pensamentos e isso o irritou