MallorySeis meses.Seis malditos meses.Foi exatamente esse o tempo que esperei por Karev.Seis meses adiando essa cerimônia, encontrando desculpas para atrasar o inevitável, tentando ganhar tempo.Tentando me convencer de que ele voltaria.Mas ele não voltou.Nenhuma ligação. Nenhuma mensagem. Nenhum sinal de vida.Era como se ele nunca tivesse existido.E agora, aqui estava eu, sendo arrumada para ser oferecida como um maldito prêmio.Minha mãe estava atrás de mim, os dedos ágeis trançando meu cabelo com força demais, como se aquele penteado pudesse conter sua frustração.Mas ela não era a única irritada.— Isso é a pior coisa que eu já vi na minha vida. — Ela resmungou, puxando uma mecha com mais força do que o necessário.— Mãe... — Suspirei, tentando conter minha própria revolta.— Não! — Ela jogou a escova na mesa com um estalo. — Eu odeio isso. Odeio cada detalhe. Odeio esse torneio. Odeio esses lobos ridículos que acham que podem disputar minha filha como um troféu.Fechei os
MalloryMeu coração ainda martelava contra minhas costelas enquanto a cerimônia continuava.Mas eu não prestava atenção em nada.Porque Karev estava ali.Porque Karev tinha voltado.E, pior, porque ele me olhava como se eu fosse dele.Aquele maldito sorriso de deboche no rosto. Aquele jeito despreocupado, mas com os olhos escuros e selvagens.Ele sabia exatamente o que estava fazendo comigo.E isso me deixava louca.Ele desapareceu por seis meses. Seis malditos meses.E agora ele simplesmente surgia na cerimônia como se nada tivesse acontecido?Eu precisava falar com ele.Agora.Minha loba estava agitada dentro de mim, e eu sabia que, se não tomasse uma atitude, eu acabaria fazendo algo insano na frente de todo mundo.Assim que meu pai fez a última apresentação dos candidatos, eu me levantei discretamente e sai da área principal da cerimônia.Ele me viu saindo.E ele sabia.Eu queria um reencontro longe dos olhos de todos.Porque se eu fosse confrontá-lo, seria do meu jeito.Andei pe
MalloryO cheiro dele ainda estava em mim.Por mais que eu tentasse ignorar, meu corpo inteiro ainda pulsava com a lembrança do que aconteceu. O toque firme de suas mãos na minha pele, o calor da sua boca explorando cada centímetro do meu corpo, o jeito que ele me tomou como se nunca tivesse separados.Mas estavamos.E agora, depois de seis meses de silêncio, Karev simplesmente surgia, como se nada tivesse acontecido, exigindo seu lugar. Como se pudesse reivindicar todo meu ser.Minha mente ainda estava confusa quando Cameron e Astoria me interceptaram antes que eu voltasse para a cerimônia. Seus olhos arregalados me diziam que já haviam percebido.E então, Cameron me pegou pelo braço, os lábios se abrindo em choque.— Pelo amor da Deusa, Mallory! — exclamou, puxando-me para mais perto. — Você está CHEIRANDO a ele!Meu corpo congelou.Astoria cobriu o rosto com as mãos, como se quisesse se esconder da vergonha que nem era dela.— Todo mundo vai perceber, sua maluca!Engoli em seco, me
KarevO cheiro de Mallory ainda estava impregnado em mim.E, pelo modo como Gabriel fechou os olhos com força, inspirando longamente, eu soube que ele percebeu.Ele ficou assim por alguns segundos, como se estivesse reunindo paciência antes de falar. Então, sem nem me olhar, disse:— Eu falei para você esperar antes de ir atrás dela.Sorri, um sorriso preguiçoso e debochado.— E eu te disse que esperar não é meu forte. Ainda mais depois que me proibiram de falar com ela por 6 meses.Gabriel abriu os olhos e me lançou um olhar exasperado, seu maxilar travado.— O cheiro dela está em você.Dei de ombros, fingindo que não me importava.Mas a verdade?Eu gostava disso.Gostava de saber que todos perceberiam, que todos sentiriam em mim o que aconteceu entre nós há pouco tempo. Que ninguém mais teria o direito de tocá-la.— E? — Minha voz saiu despretensiosa, mas eu vi quando os olhos de Gabriel brilharam com algo severo.Ele cruzou os braços.— E isso vai criar problemas.A risada que saiu
KarevO quarto era espaçoso, mas a presença imponente de Gabriel fazia o ambiente parecer menor, quase sufocante.Encostado na parede, braços cruzados sobre o peito, ele me observava com aquele olhar analítico e severo, típico de quem estava prestes a me lançar um sermão que eu não queria ouvir.— Você precisa parar de provocar os outros concorrentes.Soltei um suspiro impaciente e passei a mão pelos cabelos.— Não estou provocando ninguém.Gabriel cruzou os braços e me analisou como se estivesse diante de um adolescente problemático.— Sério? Porque eu ouvi dizer que você quase avançou em Modrik hoje.Minha mandíbula travou ao lembrar da cara daquele desgraçado.— Ele falou merda.— E você vai ouvir muita merda antes do torneio acabar. Se não aprender a se controlar, vão usar isso contra você. Um verdadeiro Alfa sabe as batalhas que deve entrar.Meus braços se cruzaram automaticamente, segurando a fúria que crescia dentro de mim.— Se ele disser de novo que Mallory vai ficar de joelh
MalloryO cheiro da erva de gato ainda impregnava minha pele, um lembrete amargo da escolha que fiz.Eu precisava mascarar Karev, esconder qualquer vestígio do que aconteceu entre nós. E por algumas horas, parecia ter sido uma boa ideia. Mas agora, sozinha no quarto, cercada pelo silêncio, me odiava por isso.Porque, mesmo sem seu cheiro, minha pele ainda queimava.Porque, mesmo sem sua presença, meu corpo ainda lembrava.A sensação de suas mãos firmes percorrendo minhas curvas. O calor de sua boca traçando um caminho perigoso pela minha pele. O jeito como ele me tomou sem hesitação, sem dúvidas, como se nunca tivéssemos nos separado.Fechei os olhos e soltei um suspiro longo.Eu não deveria estar pensando nisso. Não agora.Mas a verdade era que Karev havia me alcançado com facilidade, sem que eu tivesse qualquer chance de fuga. Ele surgiu do nada e reivindicou o que era dele. E eu o deixei.Sem hesitar.Sem resistência.E isso me apavorava.Meus braços se cruzaram automaticamente, co
O quarto estava envolto em um silêncio tenso, a porta fechada atrás de mim como um limite invisível entre o que havia lá fora e o que estava prestes a acontecer aqui dentro.Mallory se levantou da cama lentamente, os ombros rígidos, dando alguns passos hesitantes até ficar mais perto de mim. Seu olhar fixo buscava me decifrar, como se tentasse encontrar uma resposta que nem ela mesma sabia. Mas não era apenas surpresa o que refletia em seus olhos. Havia conflito. Uma mistura de medo e desejo, uma batalha silenciosa entre o que ela queria e o que achava certo. Ela tentava esconder isso atrás da fachada de indiferença, mas eu enxergava além. Sempre enxerguei.E eu?Eu não tinha nada a esconder.Minha respiração estava controlada, meu corpo relaxado, mas meu lobo rosnava de satisfação. Ele sabia que não havia mais barreiras entre nós. Nenhuma multidão para nos separar, nenhuma regra ridícula que me impedisse de tomá-la nos braços e fazê-la entender que esse tempo separados não mudou nada
KarevO ar noturno estava frio contra minha pele, mas não era o suficiente para aplacar a fúria que queimava dentro de mim. Saí da mansão dos Reynolds pisando firme, cada músculo do meu corpo tensionado pela frustração crescente. A conversa com Mallory ainda ecoava na minha mente, martelando cada parte do meu ser.Ela continuava me negando.Depois de tudo que aconteceu entre nós, depois de cada olhar, cada toque, cada vez que nossos corpos se buscavam como se fossem feitos para aquilo... ela ainda se recusava a aceitar.Eu sentia o laço. Meu lobo sentia. Estava ali, pulsando, chamando, vibrando no ar entre nós. E, mesmo assim, ela insistia em fingir que nada existia. Como se fosse possível ignorar algo que gritava tão alto.Eu sabia que os seis meses de afastamento não tinham apagado o que havia entre nós. Não tinham sido o suficiente para romper algo tão profundo. Mas, ao que parecia, para Mallory, eram o suficiente para continuar fugindo.E aquilo estava me matando.Minha mandíbula