— Guilherme?— O que foi isso?— O que?— Esse estresse todo aí?— Não acredita em nada que aquela piranha te falou!— Quem é ela?— Minha prima.— Prima?— Sim. Ela me odeia.— Vejo que a recíproca é verdadeira.— Obviamente.— Quem é esse seu amigo? Ela mentiu quanto a isso? — Não mentiu. Eu fiz amizade com um garoto sim, mas é só amizade.— Hum... — Você não vai brigar comigo por causa disso, não é? Porque se for, eu vou agora mesmo matar a Débora!— Calma! Eu não vou brigar.— Que bom.— Mas isso não quer dizer que não fique com ciúmes... — Não precisa ficar, eu só quero você.— Não fala assim, me dá vontade de ir embora logo... — Tenha paciência!— Não tenho muita.— Sei disso, mas você tem uma grande competição aí e sei que vai ganhar.— Espero que sim. E como foi o primeiro dia?— Participei do trote e me arrependi.Ele deu uma risada gostosa.— Como foi? Contei a ele os momentos de tortura que vivi nesse dia e ele riu da minha cara. Depois de uma longa conversa, ele deslig
Fomos de táxi. Michelly estava muito empolgada e eu só sabia pensar na minha cama me esperando em casa. O carro parou em frente a uma casa de festa. Entramos na fila. Enquanto esperávamos para entrar, fiquei reparando o lugar. Era grande e com muita luz colorida. Já estou mudando de ideia.Michelly entregou os nossos convites ao homem que estava na porta e Gabriel também entregou o dele. Assim que coloquei meus pés dentro daquele lugar, tive vontade de voltar para casa. Estava lotado! Luzes piscando, pessoas, muitas pessoas... Agarrei a mão de quem estava do meu lado ao sentir o pânico crescer.— Relaxa — disse Gabriel. Soltei a mão dele com certa pressa e escutei sua risada. — Vamos para um lugar mais leve.— Onde?— Tem um espaço com menos pessoas. Vamos pra lá.— Que bom.Seguimos Gabriel passando por entre as pessoas. Andamos um pouco até que chegamos em uma área que tinha lugar para se sentar. Que bom, eles pensam nas pessoas velhas, ou mentalmente velhas, como eu.— Aqui está mel
— Ahm... — Cocei a cabeça. — Desculpa, Gabriel, fiquei confusa agora... Eu não dei a entender nada disso, dei?— Não. Desculpa, é que você estava perto e tinha acabado de enfrentar o cara mais imbecil por mim. Eu que devo ter confundido tudo. Não vai ficar chateada comigo, vai?— Não. Mas você tem que prometer que isso não vai acontecer de novo.— Prometo!— Débora inventa muitas coisas, mas ela não mentiu quanto a eu ter um namorado.— Desculpa...— Tudo bem. Acho que vou indo. Diga a Michelly que ela está ferrada na minha mão.— Vou com você até a porta.— Não precisa. Eu me viro.— Mas...— Espero seus amigos voltarem para você não ficar perdido.— Tem certeza?— Sim.Esperei um tempo até que os meninos voltaram finalmente. Estava louca para ir embora! Ainda mais depois do que aconteceu aqui.— Agora posso ir.— Já vai embora? — Gustavo perguntou.— Sim.— Acabamos de chegar.— É, mas eu já não queria vir, então já vou.— Tudo bem.— Vou com você até a porta — disse Gabriel.— Já di
Abri os olhos lentamente e senti um enjoo forte. Olhei ao redor e não reconheci o lugar, aliás, já vi essas lâmpadas quando fiquei no hospital. Arregalei os olhos. Hospital? Olhei ao redor e então vi alguém conhecido e suspirei. Gabriel se aproximou da cama e sorriu levemente.— O que aconteceu? — perguntei.— Você passou mal na festa. — Está se sentindo bem?— Estou enjoada...— Vai melhorar.— O que aconteceu? Eu tive um sonho estranho...— Como foi o sonho?— Aquele cara que implica com você... Ele e mais três caras me carregavam para algum lugar. Depois eu estava em um carro e eles tiravam a minha roupa.Gabriel comprimiu os lábios.— Como vim parar aqui?— Você tomou alguma coisa que te fez apagar. Aceitou bebida dele?— Não. Eu ainda pedi ao barman justamente por isso!— Devia ser um dos amigos dele também.Desviei o olhar para o teto.— Então isso não foi sonho? — Senti a garganta apertar agora.— Não.Meus olhos se encheram de lágrimas.— Mas o Gustavo viu você saindo com eles
Fui liberada do hospital no dia seguinte. Guilherme foi comigo até a república. Ele conversou com a Ângela sobre o ocorrido e que não achava seguro eu ficar lá, pois aquele cara poderia me achar ou algo pior. Enquanto ele conversava com ela, fui arrumar minhas coisas e conversar com a Michelly. Ela estava sentada na cama quando entrei no quarto. Assim que me viu, se levantou.— Você está bem?— Agora sim.— Me desculpa, Daniela. Eu não devia ter te deixado.— Ainda mais por um cara, né?!— Desculpa... Eu nunca ia imaginar uma coisa assim. Estou me sentindo horrível pelo que aconteceu.— A culpa não foi sua.— Mas talvez isso não tivesse acontecido se eu estivesse do seu lado.— Ou iam ser duas drogadas.— Também..., mas pelo menos não teria sido só você.— Já passou, mas eu nunca mais vou nesse tipo de lugar! Nem adianta fazer chantagem emocional.— Não vou fazer. — Fez sinal de juramento.— Ótimo! Agora senta e vamos conversar.— Vai me dar bronca?— Não. É outra coisa.— Tá. — Se sen
Guilherme me deixou na faculdade. Estava um caco! Preciso de mais horas de sono. Quase dormi na aula, ainda mais que o professor passou um vídeo para a gente ver. Isso não é uma boa ideia quando você não dormiu direito...No intervalo, encontrei Gabriel e Gustavo. Me sentei à mesa com eles.— Alguém precisa dormir mais — Gustavo disse sorrindo.— Está tão na cara assim?— Você parece um zumbi.— Obrigada.— Está agradecendo por te chamar de zumbi? — perguntou rindo.— Não. Estou agradecendo por me ajudar.— Já foi meu dever um dia.Comprimi os lábios.— Como assim? — Gabriel perguntou.Gustavo falou “ops” sem som e eu o encarei com fúria.— Eu trabalhei para a família do namorado dela.— Hum... Então já se conheciam.— É — respondemos juntos.— Está cursando o que, Gustavo? — Mudei de assunto rápido.— Educação física.— Sua cara.— Por quê? — Ele sorriu.— Porque é.— Daniela, você precisa ver isso! — Michelly apareceu do nada. Estava ofegante e um pouco pálida.— Você está bem?— Vem
Estava deitada na cama vendo tevê. Guilherme estava na sala, eu acho. Disse que ia pedir algo para a gente comer. Não estava com fome, mas tudo bem.— Pedi pizza — falou entrando no quarto.— Hum...— Nossa me contagiou com essa animação toda — falou irônico e se deitou do meu lado. — O que aconteceu? — perguntou fazendo carinho no meu rosto.— Lembra daquela minha prima que atendeu sua ligação falando um bando de merda?— Sim.Contei o que ela fez comigo desde o dia que falou na república sobre o assunto, até o que fez hoje e porque bati nela.— Daniela você não pode sair batendo nas pessoas porque fizeram algo de que não gostou.— Não foi algo de que não gostei! Ela fez de propósito! Pra todo mundo achar que eu troquei seu pai por você e fazer com que eu fique tachada como interesseira! — falei nervosa.— Fica calma...— Impossível!— Ficar assim só vai dar vantagem e gosto a ela.Fiquei em silêncio refletindo o que ele disse.— Verdade.— Então antes de agir por impulso, tente pensa
Fui obrigada a ir para a casa de Alessandro. Ainda tentei argumentar, falando que tinha aula cedo, mas não adiantou nada. Alessandro passou na casa de Guilherme e pediu para eu pegar uma roupa de dormir e a que usaria no dia seguinte e minhas coisas da faculdade. Fiz isso reclamando e então fomos para a casa dele. Pedi para ficar no quarto de Guilherme. Ele não vai usar mesmo. Deixei minhas coisas na cama dele e abri seu armário. Tinha algumas roupas dentro. Peguei uma camisa dele e cheirei. Acho que foi pior ele ter vindo antes do tempo e voltado, melhor seria ter visto ele só no prazo combinado.Alguém bateu na porta. Fechei o armário, mas fiquei com a camisa.— Entra.Maria abriu a porta sorrindo. Ela se aproximou e se sentou na cama comigo.— Quer conversar sobre o que te incomoda?— Não precisa se preocupar.— É algo na faculdade? Está achando ruim o curso?— Não, eu adoro o curso.— Então é algum professor te chateando?— Os professores são ótimos.— Qual o problema então?Fiquei