Estava deitada na cama vendo tevê. Guilherme estava na sala, eu acho. Disse que ia pedir algo para a gente comer. Não estava com fome, mas tudo bem.— Pedi pizza — falou entrando no quarto.— Hum...— Nossa me contagiou com essa animação toda — falou irônico e se deitou do meu lado. — O que aconteceu? — perguntou fazendo carinho no meu rosto.— Lembra daquela minha prima que atendeu sua ligação falando um bando de merda?— Sim.Contei o que ela fez comigo desde o dia que falou na república sobre o assunto, até o que fez hoje e porque bati nela.— Daniela você não pode sair batendo nas pessoas porque fizeram algo de que não gostou.— Não foi algo de que não gostei! Ela fez de propósito! Pra todo mundo achar que eu troquei seu pai por você e fazer com que eu fique tachada como interesseira! — falei nervosa.— Fica calma...— Impossível!— Ficar assim só vai dar vantagem e gosto a ela.Fiquei em silêncio refletindo o que ele disse.— Verdade.— Então antes de agir por impulso, tente pensa
Fui obrigada a ir para a casa de Alessandro. Ainda tentei argumentar, falando que tinha aula cedo, mas não adiantou nada. Alessandro passou na casa de Guilherme e pediu para eu pegar uma roupa de dormir e a que usaria no dia seguinte e minhas coisas da faculdade. Fiz isso reclamando e então fomos para a casa dele. Pedi para ficar no quarto de Guilherme. Ele não vai usar mesmo. Deixei minhas coisas na cama dele e abri seu armário. Tinha algumas roupas dentro. Peguei uma camisa dele e cheirei. Acho que foi pior ele ter vindo antes do tempo e voltado, melhor seria ter visto ele só no prazo combinado.Alguém bateu na porta. Fechei o armário, mas fiquei com a camisa.— Entra.Maria abriu a porta sorrindo. Ela se aproximou e se sentou na cama comigo.— Quer conversar sobre o que te incomoda?— Não precisa se preocupar.— É algo na faculdade? Está achando ruim o curso?— Não, eu adoro o curso.— Então é algum professor te chateando?— Os professores são ótimos.— Qual o problema então?Fiquei
O tempo foi passando e cada vez fiquei mais próxima dos meninos. Gustavo porque não tenho opção e Gabriel porque virou meu professor particular (o que acho muito bom, diga-se de passagem). Se não fosse ele, eu teria tirado muita nota ruim. Estávamos no Haras. Alessandro colocou um telão em um dos espaços. Era o primeiro dia de competição de Guilherme e íamos assistir. Gustavo, Gabriel, Michelly, Maria, Alessandro e alguns empregados, como Miguel, estavam sentados esperando começar. Eu estava nervosa. Se é assim tão importante essa competição (e isso está custando a ausência de Guilherme ao meu lado), ele tem que se dar muito bem! Por isso vou secar os outros competidores.Alessandro fez até churrasco. Como eles conseguem comer com essa adrenalina toda?— Tem certeza de que não quer? — Maria perguntou desconfiada.— Eu vou comer tudo quando acabar a competição, prometo.— Tudo bem.Todos comiam antes de começar, só eu, por incrível que pareça, não consegui. Finalmente algo apareceu no t
Passei o dia de cama e muito irritada por conta disso. Detesto ficar sem o que fazer. Só sabia dormir, comer, tomar banho e tomar remédio, ou quase isso. Estava no quarto cochilando um pouco. Me sentia um pouco melhor, mas a febre ficava oscilando. Às vezes baixava, às vezes subia. Um saco!—... Ela está dormindo... Sei lá. Já tem uns dias de febre, mas estou cuidando dela.Abri os olhos e me deitei de barriga para cima na cama. Michelly estava me olhando perto da porta.— Ela acordou... Ok. — Se aproximou e estendeu o telefone na minha direção. — Seu namorado estressado quer falar com você.Dei uma risada e peguei o telefone.— Já está voltando? — perguntei assim que coloquei o aparelho na orelha. Guilherme riu.— Sim. Chego à noite.— Jura? — perguntei empolgada. — Que horas? Vou te encontrar no aeroporto.— Você não vai a lugar algum! Vai ficar aí quietinha esperando.— Por quê?— Está doente, Daniela.— Já estou melhor — resmunguei.— Não adianta discutir. Eu vou chegar aí de qualq
— Daniela...Senti alguém acariciar meu rosto e abri os olhos. Guilherme me olhava preocupado.— Que foi?— Você estava falando dormindo e está muito quente — falou com a mão na minha testa.— O que eu falei?— Falou que eu sou todo seu e que sou gostoso mesmo.— Eu não disse isso.— Disse sim. Eu gravei, quer ouvir? — disse com um grande sorriso. Tentei segurar a risada e não consegui.— Você gravou?— Sim. Você ia falar que era mentira mesmo.— É até verdade, mas você se acha demais, então prefiro não dizer.— Você parecia brigar ao falar isso... Tem alguma coisa para me contar?— Bem... Eu disse isso para duas garotas na faculdade quando começaram a me irritar.— Você disse que ia ignorar.— Disse, mas elas começaram a falar de você, aí não me controlei.— E o que elas falaram? — perguntou sorrindo.— Vamos mudar de assunto. Estou com muito calor.Ele deu uma risadinha.— Está bem. Vá para o chuveiro.— Por quê?— Está suando e muito quente.— Eu não vou tomar o terceiro banho hoje.
À noite, ouvi a voz dela na sala. Não me mexi, estava deitada na cama vendo tevê. Não me sentia bem e não estava a fim de ver ninguém. Em alguns minutos Guilherme apareceu na porta do quarto.— Está se sentindo melhor?— Não.— Posso apresentar a Camila?— Tá — respondi de mau humor. Guilherme abriu a porta e deu passagem à mulher.Fiquei paralisada sentada na cama. Por que, Deus? Por que ela tem que ser linda desse jeito? Não podia me ajudar e mandar um dragão? A mulher se aproximou de mim lentamente com um sorriso no rosto. Ela tem cabelos negros e olhos azuis, olhos azuis... Assim acaba com a minha autoestima.— Oi, Daniela. É um prazer te conhecer. Ouvi muito falar sobre você.— É mesmo? Aposto que não foram elogios...Ela riu.— Na verdade, é como se eu te conhecesse há muito tempo, pois só ouvi seu nome.Soltei uma risada e ela sorriu.— Pena que nunca ouvi falar de você. Só soube hoje.Ela olhou Guilherme e ele estava me encarando com o rosto sério.— Por que não contou a ela an
Fiquei pensando sobre o que tinha na mensagem. Doce? Essa garota é retardada, só pode ser! Desde o dia que dei uma boa coça nela, não falou mais comigo. Ai agora vem com essa? Espera! Como ela sabe que fiquei mal e de comer algo?Guilherme apareceu no quarto justamente quando estava mexendo no celular, furiosa procurando o número de Michelly.— Está tudo bem?— Não! E pode ser que alguém morra muito em breve!Ele arregalou os olhos. Liguei para Michelly e ela demorou uma eternidade para atender.— Oi.— Por que demorou tanto a atender? — perguntei furiosa.— Só tocou três vezes, Daniela...— Não interessa! Tem que atender essa merda mais rápido!Ela bufou do outro lado da linha.— O que você quer?— Aquele pavê que me deu alguns dias atrás... Você comprou?— Não.— Então onde conseguiu?— A Débora me deu.— A Débora te deu um pavê e você me deu, Michelly?— Qual o problema?— Ela acabou de me mandar uma mensagem desejando que eu não tenha passado mal! Ela colocou algo nessa merda! — fa
O tempo passou rápido. Camila (finalmente) arrumou um lugar para morar e saiu da casa de Guilherme. Ela ficou quatro meses procurando e não encontrava (ou dizia não encontrar, vai saber...). Michelly estava em um relacionamento sério com Gustavo. Eu sei, não levei a sério aquela coisa toda e eles ficaram juntos mesmo e estão até hoje. Eu e Guilherme continuávamos a mesma coisa, discussões, brigas e pegação. Acho que isso não vai mudar. Mas eu não quero que mude mesmo!Estava no final da faculdade e não via a hora de acabar. Gabriel conseguiu que eu fizesse estágio na clínica dos pais dele e com isso continuamos nos vendo, mesmo ele tendo se formado primeiro do que eu. E claro que ele continuou me ajudando a estudar, não ia livrá-lo disso.Se está se perguntando o que aconteceu com a Débora, eu a peguei de jeito quando encontrei, mas não foi na faculdade, não ia dar esse mole de novo. Fomos até parar na delegacia..., mas isso são águas passadas! Ela voltou para a cidade dela e vai ficar