Conversei com o Alessandro sobre a Michelly e ele ficou superfeliz que ela faria faculdade e disse que ia ajudá-la também. Claro que eu disse que também era um empréstimo! No mesmo dia ele providenciou uma vaga para ela na república. Que maravilha! Não vou ficar sozinha com pessoas desconhecidas. E isso é muito bom!Uns dias depois, vieram buscar a gente e a Teci. Não sei como vai ser minha vida quando o curso começar, mas vou ter que dar meu jeito de visitá-la, senão ela vai ficar louca e como diz Miguel, “atentar contra os funcionários”. Minhas coisas já estavam arrumadas, pois Alessandro avisou que iam chegar hoje. Michelly veio para cá com suas coisas. Já estava tudo na varanda quando os carros chegaram. Sorri largamente ao ver Marcos. Ele sorriu de volta. Fui em sua direção e o abracei apertado. Senti que ficou sem jeito, mas eu nem ligo!— Como estão as coisas?— Tudo bem e você, senhorita?— Estou eufórica com essas novidades!— Vou colocar as coisas no carro.Nos despedimos dos
Fomos de táxi para a faculdade. O prédio era simplesmente enorme e muito elegante. Lembro que o Alessandro disse ser uma das melhores faculdades da cidade, mas não imaginei desse jeito. Entramos e era maior do que pensei. Tinha uma grande porta de vidro e ao passarmos por ela, encontramos uma escada enorme, no meio dividia e ia para o lado esquerdo e direito. Gabriel nos mostrou a diretoria, os banheiros (que acho essencial) e as salas. Era tudo tão maravilhoso! Vir aqui me fez ficar mais empolgada com a faculdade.Visitamos o lado onde Michelly estudaria. Depois vimos os laboratórios (nessa parte um cara acompanhou a gente depois de Gabriel dizer que éramos calouras). Fomos para a parte de veterinária, no caso a fazenda. Era nos fundos. Eu nunca imaginei que tinha uma coisa dessas aqui! Olhando pela frente do prédio, você não diz que tem um monte de bois e cavalos na parte de trás.— Isso é muito incrível! — falei animada.— Eu devo admitir, não esperava tanto assim — disse Michelly.
Definitivamente estou arrependida de ter ficado nessa merda! Fizeram a gente andar em fila e de mãos dadas, só que com uma coisa para dificultar: a mão tinha que passar no meio das pernas. Cara isso dá dor nas costas! Fora que é horrível andar desse jeito! E os imbecis ainda ficaram sacaneando a gente e apressando. Minha vontade era de soltar as mãos e dar na cara deles! E depois ir embora.Levaram a gente até uma praça. Sim, fomos andando desse jeito até lá. Finalmente deixaram a gente soltar as mãos.— Agora é a hora do banho.— Já vi que isso não é bom...A loira respirou fundo quando falei isso. Eu tenho que ficar de boca fechada? É obrigação? Que eu me lembre a boca é minha e eu abro quando quiser!— Estão vendo aquela poça de lama? — Todos olharam ao mesmo tempo. — É a nova piscina de vocês.— Quer que a gente pise ali? — uma garota perguntou franzindo a testa.— Já que você perguntou, vá primeiro.A menina trocou olhares comigo e foi até onde a Michele falou. Então entendi a ide
— Guilherme?— O que foi isso?— O que?— Esse estresse todo aí?— Não acredita em nada que aquela piranha te falou!— Quem é ela?— Minha prima.— Prima?— Sim. Ela me odeia.— Vejo que a recíproca é verdadeira.— Obviamente.— Quem é esse seu amigo? Ela mentiu quanto a isso? — Não mentiu. Eu fiz amizade com um garoto sim, mas é só amizade.— Hum... — Você não vai brigar comigo por causa disso, não é? Porque se for, eu vou agora mesmo matar a Débora!— Calma! Eu não vou brigar.— Que bom.— Mas isso não quer dizer que não fique com ciúmes... — Não precisa ficar, eu só quero você.— Não fala assim, me dá vontade de ir embora logo... — Tenha paciência!— Não tenho muita.— Sei disso, mas você tem uma grande competição aí e sei que vai ganhar.— Espero que sim. E como foi o primeiro dia?— Participei do trote e me arrependi.Ele deu uma risada gostosa.— Como foi? Contei a ele os momentos de tortura que vivi nesse dia e ele riu da minha cara. Depois de uma longa conversa, ele deslig
Fomos de táxi. Michelly estava muito empolgada e eu só sabia pensar na minha cama me esperando em casa. O carro parou em frente a uma casa de festa. Entramos na fila. Enquanto esperávamos para entrar, fiquei reparando o lugar. Era grande e com muita luz colorida. Já estou mudando de ideia.Michelly entregou os nossos convites ao homem que estava na porta e Gabriel também entregou o dele. Assim que coloquei meus pés dentro daquele lugar, tive vontade de voltar para casa. Estava lotado! Luzes piscando, pessoas, muitas pessoas... Agarrei a mão de quem estava do meu lado ao sentir o pânico crescer.— Relaxa — disse Gabriel. Soltei a mão dele com certa pressa e escutei sua risada. — Vamos para um lugar mais leve.— Onde?— Tem um espaço com menos pessoas. Vamos pra lá.— Que bom.Seguimos Gabriel passando por entre as pessoas. Andamos um pouco até que chegamos em uma área que tinha lugar para se sentar. Que bom, eles pensam nas pessoas velhas, ou mentalmente velhas, como eu.— Aqui está mel
— Ahm... — Cocei a cabeça. — Desculpa, Gabriel, fiquei confusa agora... Eu não dei a entender nada disso, dei?— Não. Desculpa, é que você estava perto e tinha acabado de enfrentar o cara mais imbecil por mim. Eu que devo ter confundido tudo. Não vai ficar chateada comigo, vai?— Não. Mas você tem que prometer que isso não vai acontecer de novo.— Prometo!— Débora inventa muitas coisas, mas ela não mentiu quanto a eu ter um namorado.— Desculpa...— Tudo bem. Acho que vou indo. Diga a Michelly que ela está ferrada na minha mão.— Vou com você até a porta.— Não precisa. Eu me viro.— Mas...— Espero seus amigos voltarem para você não ficar perdido.— Tem certeza?— Sim.Esperei um tempo até que os meninos voltaram finalmente. Estava louca para ir embora! Ainda mais depois do que aconteceu aqui.— Agora posso ir.— Já vai embora? — Gustavo perguntou.— Sim.— Acabamos de chegar.— É, mas eu já não queria vir, então já vou.— Tudo bem.— Vou com você até a porta — disse Gabriel.— Já di
Abri os olhos lentamente e senti um enjoo forte. Olhei ao redor e não reconheci o lugar, aliás, já vi essas lâmpadas quando fiquei no hospital. Arregalei os olhos. Hospital? Olhei ao redor e então vi alguém conhecido e suspirei. Gabriel se aproximou da cama e sorriu levemente.— O que aconteceu? — perguntei.— Você passou mal na festa. — Está se sentindo bem?— Estou enjoada...— Vai melhorar.— O que aconteceu? Eu tive um sonho estranho...— Como foi o sonho?— Aquele cara que implica com você... Ele e mais três caras me carregavam para algum lugar. Depois eu estava em um carro e eles tiravam a minha roupa.Gabriel comprimiu os lábios.— Como vim parar aqui?— Você tomou alguma coisa que te fez apagar. Aceitou bebida dele?— Não. Eu ainda pedi ao barman justamente por isso!— Devia ser um dos amigos dele também.Desviei o olhar para o teto.— Então isso não foi sonho? — Senti a garganta apertar agora.— Não.Meus olhos se encheram de lágrimas.— Mas o Gustavo viu você saindo com eles
Fui liberada do hospital no dia seguinte. Guilherme foi comigo até a república. Ele conversou com a Ângela sobre o ocorrido e que não achava seguro eu ficar lá, pois aquele cara poderia me achar ou algo pior. Enquanto ele conversava com ela, fui arrumar minhas coisas e conversar com a Michelly. Ela estava sentada na cama quando entrei no quarto. Assim que me viu, se levantou.— Você está bem?— Agora sim.— Me desculpa, Daniela. Eu não devia ter te deixado.— Ainda mais por um cara, né?!— Desculpa... Eu nunca ia imaginar uma coisa assim. Estou me sentindo horrível pelo que aconteceu.— A culpa não foi sua.— Mas talvez isso não tivesse acontecido se eu estivesse do seu lado.— Ou iam ser duas drogadas.— Também..., mas pelo menos não teria sido só você.— Já passou, mas eu nunca mais vou nesse tipo de lugar! Nem adianta fazer chantagem emocional.— Não vou fazer. — Fez sinal de juramento.— Ótimo! Agora senta e vamos conversar.— Vai me dar bronca?— Não. É outra coisa.— Tá. — Se sen