Acordei e tentei me espreguiçar, mas não consegui. Virei a cabeça para trás e fiquei em transe por um momento. Guilherme dormia respirando lentamente. É tão fofo dormindo! Estava de costas para ele e seus braços me apertavam de maneira possessiva. Me prendendo a seu corpo. Segurei os pulsos dele e tentei me soltar, mas ele me apertou com força para si, me sufocando.— Onde pensa que vai? — sussurrou no meu ouvido.— Banheiro... — falei baixo.— Volta pra cá depois...— Está bem. — O porquê de estarmos sussurrando, não sei, mas gostei.Me levantei da cama e segui até o banheiro. Quando cheguei na porta, olhei para trás. Guilherme me observava. Sorri timidamente e entrei no banheiro. Aproveitei e escovei os dentes, porque né...Voltei para o quarto e me deitei na cama de frente para ele.— Também quero usar o banheiro.— Fique à vontade, a casa é sua — falei irônica e ele riu.Em pouco tempo estava sozinha no quarto. Depois do que fizemos ontem, mesmo que não tenha sido o “finalmente”, s
Assim que ele parou o carro no estacionamento, eu soltei o cinto e saí apressadamente. Mas ele saiu rápido do carro e segurou o meu pulso. Respirei fundo quando ele me fez encostar no carro e ficou me encarando emburrado.— Você é muito difícil, sabia?— O que você quer?— A gente precisa conversar.— Achei que já tinha deixado claro que não vou chegar perto de você.— Será que você não entende o meu lado? — perguntou irritado.— Não tenho que entender nada! Só tenho que ficar longe. Assim a gente não discute e dá tudo certo.Guilherme suspirou irritado.— Pode me soltar, por favor? As pessoas vão achar que está me agarrando. — Guilherme bufou e soltou meu pulso. — Obrigada.Saí de perto dele e fui até a Teci. Assim que entrei no local, vi o Miguel. Ele sorriu ao me ver. Retribui o sorriso e me aproximei dele. Teci, como sempre, fazia escândalo.— Ela sabe mesmo o que fazer para chamar a sua atenção.— É — falei rindo. Fui até a Teci para acalmá-la e Miguel me seguiu.— Verdade que voc
Quando chegamos, fui direto para a cozinha e enchi um copo de água. Guilherme me seguiu e encostou na porta, me olhando de braços cruzados. Ótimo! Está bloqueando minha passagem e vou ter que ouvir.— Sinceramente eu não sei o que fazer com você.— Não faz. Não sei porque você acha que tem que fazer — falei seca.— Você não facilita mesmo as coisas, não é? — perguntou irritado.— Melhor eu tomar um banho e sossegar o facho... — Tentei passar e ele me impediu.— Tem ideia do que você fez hoje?— Pulei uns obstáculos.— Poderia ter caído e se machucado sério, garota!— Mas não cai! Estou aqui inteira! Então para de resmungar igual um velho chato!Guilherme se aproximou feroz e me empurrou na parede. Bati as costas com força e olhei o rosto dele. Antes que eu conseguisse encontrar uma ofensa na mente, ele prendeu meus pulsos contra a parede. Arregalei os olhos e ele atacou meus lábios com fúria.Fiquei sem reação. Até porque não conseguiria reagir mesmo, pois se tivesse que empurrar ele,
Fiquei em silêncio com os olhos arregalados. Ele tinha um olhar intenso. Engoli em seco.— Você não pode fazer isso?— Acabei de fazer, Daniela.— Mas você disse que não me quer... Disse que sou imatura...— Eu sei. Eu estava com medo, Daniela. Na verdade, ainda estou.— Tem medo de mim? — Mordi o lábio e ele riu.— Às vezes.— Há, há, há — debochei.— Eu quero você mais do que tudo, Daniela. — Sorri e ele também. — Mas você tem que ter paciência comigo.— Hum... Eu não sou muito paciente — falei revirando os olhos e ele riu. — Por que está dizendo isso?— Eu tive um relacionamento difícil e jurei nunca mais ficar com ninguém.— Você é muito novo para jurar uma coisa assim, sabia?— Eu sei, mas...— Você ainda pensa nessa pessoa?— Não. Mas ela me usou de uma maneira que marcou.— Que maneira?— Não quero falar disso. Só peço que tenha paciência.— Posso tentar. Você vai ter comigo?Ele sorriu e acariciou meu rosto.— Eu preciso de muita paciência mesmo — respondeu olhando para cima, f
— Ai meu Deus! — falei apavorada. Guilherme saiu de cima de mim e se levantou da cama.— Vamos sair daqui.— E vai dizer o que? — perguntei estressada.— Relaxa — disse sorrindo. — Oi, pai, estou aqui — falou alto. Arregalei os olhos. Em pouco tempo Alessandro apareceu na porta do quarto.— O que estão fazendo? — perguntou franzindo a testa.— Conversando — respondeu Guilherme. Como ele consegue ficar calmo?— Civilizadamente?— É claro!— Que bom.— Não ia voltar daqui a um dia?— Sim, mas aconteceram uns imprevistos e tive que voltar antes.— Está tudo bem?— Mais ou menos. Eu queria falar com você, menina Daniela.— Sobre o que?— Sente-se.— Fala logo! — falei nervosa.Ele suspirou e passou a mão pelo resto do cabelo. Já sei de onde Guilherme puxou essa mania...— Eu preciso apressar o casamento. Não tenho mais tempo.Troquei olhares com Guilherme. Que maravilha! Tudo o que a gente pensou foi por água abaixo agora!— Pai, posso falar com você? Só nós dois?— Tem alguma coisa errada
Maria me ajudava a colocar uma roupa decente. Tínhamos que ir ao cartório em uma hora. Pouco me importava a roupa que usaria, mas com certeza vão ter muitas pessoas para registrar esse momento e eu tenho que estar apresentável. Como se alguém fosse notar a minha roupa nessa situação. Vão é contar a diferença de idade entre mim e ele e ainda dizer que estou me casando por dinheiro. Ainda por cima tenho que aturar esse tipo de coisa...— Me deixa arrumar o seu cabelo.Me sentei na cadeira e a deixei trabalhar sem abrir a boca para nada. Guilherme sumiu desde a conversa com o pai, isso tem uns dois dias. Ele não falou comigo e pelo visto, nem vai falar. Eu não tenho culpa do que aconteceu, mas acho que ele deve pensar diferente de mim. Ou não gosta mesmo dessa situação. Prefiro não pensar nos motivos dele para não ficar com mais raiva dessa situação toda.— Pronto, querida. Marcos vai nos levar.— Está bem. — Me levantei da cadeira.— Anime-se. Tudo acontece com um propósito.— E qual ser
— Pode me acompanhar por gentileza?— Com educação eu vou. — Sorri cinicamente para a loira peituda, que cruzou os braços. Me levantei e segui lentamente para fora da sala. Ao passar perto da “professora” a olhei com desdém. Não sei porque, mas não fui com a cara dela de jeito nenhum!Segui a diretora em silêncio. Eu sei que estou encrencada, mas estou fria demais para me importar com isso.— Fique aqui um momento. — Apontou para o banco ao lado de fora da sala dela.— Tá — respondi sem vontade e me sentei. Fiquei sozinha por uns minutos e então um garoto se sentou ao meu lado. Suspirei. Que demora!— Oi.— Oi.— Está encrencada?— Que se dane!Ele sorriu.— Meu nome é Rafael. E o seu?— Daniela.— Está em que ano?— Terceiro — respondi de má vontade.— Eu também.— É da minha turma?— Não. Eu perceberia você lá...— Hum...— Verdade que é casada com um velho?— Olha, se vai me infernizar com esse assunto, é melhor ficar quieto! Não quero arrancar seus dentes agora!— Nossa... — disse
Guilherme parou o carro de novo. Olhei ao redor e não conhecia o local. Ele saiu e deu a volta, logo estava abrindo a minha porta e me tirando do carro à força. Ele agarrou o meu braço e me fez caminhar com ele. Estava confusa demais para reagir. Guilherme praticamente me arrastou para a praça. Não tinha ninguém nesse lugar. Ele me fez sentar em um dos bancos e se sentou ao meu lado. Fiquei quieta olhando o rosto dele. Parecia perturbado.— Você precisa tentar entender, Daniela.— Eu não consigo.Ele soltou um grunhido de irritação e se aproximou rapidamente. Não tive nem como fugir. Guilherme segurou firme minha nuca e me puxou de encontro a ele. Apertei seus braços com força. Tentei resistir o quanto pude, mas em pouco tempo estava beijando-o com gosto. Que droga! Não era para isso acontecer!Ele se afastou lentamente e eu fiquei parada no mesmo lugar. Estava com a cabeça baixa. Não conseguia encará-lo. Então é isso... Ele foge, corre que nem uma criança, aí volta e me agarra. Muito