— Aconteceu uma única vez quando ele e os irmãos era pequenos, Álvaro sempre foi muito arteiro, ainda mais por conta da diferença de idade entre os dois. Um dia Álvaro foi para a escola e sumiu. O motorista foi buscá-lo e ele não estava na escola. Eu e Henrique ficamos desesperados, mas Antônio surtou, ele pegou um dos motoristas e foi a todos os bairros da cidade, revirou cada beco, fez um estardalhaço na cidade, até achar o moleque jogando bola em um campinho clandestino. — Comecei a gargalhar com as peripécias do meu cunhado. Com certeza era a cara dele fazer algo desse tipo.
AntônioEu ansiei pelo nosso reencontro o dia todo, não consegui me concentrar em nada na fábrica, até meus irmãos perceberam que algo estava acontecendo e já imaginaram coisa errada quando eu não respondia o que eles queriam. Álvaro quase acerto o motivo dos meus devaneios, contudo desconversei e o mandei voltar ao trabalho.— É melhor a gente parar, as meninas podem nos ver— ela falou assim que nos afastamos para recuperar o ar. Sua testa estava encostada a minha.— Nós temos que ser mais cuidadosos.— Você é irresistível, Rose. Eu fiquei o dia inteiro longe de você— eu estava fazendo drama, sim! Mas ela tinha razão.— Vou tentar me controlar, prometo— nos afastamos e vi que seu rosto estava coberto de pintinhas vermelhas. Acariciei seu rosto.—O que foi?&
1 mês depoisRoseO mês pareceu correr e tão depressa que não parecia existir tempo o suficiente para mim e Antônio passarmos algum tempo juntos. Sempre que conseguimos um tempo, nós dedicávamos a nós, a nos conhecer a cuidar desse relacionamento que estava surgindo e era tão intenso que nenhum de nós sabia com tínhamos ficado tanto tempo um longe do outro.
AntônioEu precisava tomar uma atitude, não era mais possível eu aceitar esse homem em volta dela. Ela poderia até achar que um simples bilhete o afastaria, mas eu o conhecia melhor que qualquer um e sabia que seu ego inflado não o deixaria desistir.Arthur não era um homem que se contentava com um simples não. Ele tinha toda a pompa do pai e acreditava que somente a realeza não precisava fazer o que ele queria. O restante do mundo era obrigado a ceder aos seus caprichos.— Mas e se eles não aprovarem?— Ela falou se afastando de mim.— Quem tem que querer é eu e você, não eles.— Me levantei e fui em sua direção.— Eu quero ficar com você, quero que todos saibam que estamos juntos. Você também não quer isso? — Olhei fundo em seus olhos — E você sabe como m
— Coma também, só estou vendo Otávio ganhando neste nosso acordo. — sorri e ela assentiu.— Gosto de fazê-lo comer primeiro. É mais prático e assim nós dois podemos almoçar juntos.— Muito esperta, srta. Rosely — e como ela era. Nunca tinha conhecido alguém com tanta fibra e tão perspicaz e isso me fascinava.Otávio comeu tudo o que Rose lhe deu, mas começou a ficar impaciente em meu colo o que indicava que ele já não estava mais com fome. Agora ele só queria brincar com a comida e minha futura mulher pegou um guardanapo para limpar seus dedinhos.— Acho que agora teremos alguns minutinhos para almoçarmos — ela falou me olhando de lado.— Não vou permitir que fique tímida em minha presença — falei segurando sua mão assim que Otávio foi colocado no ch&a
AntônioEu não tinha um bom pressentimento sobre o que iria acontecer, só pela cara de Rose eu já imaginava que minha vida viraria de ponta cabeças novamente. Tentei não me irritar, mas não tinha como, sempre tinha algo para acontecer quando tudo parecia perfeitamente bem.— Diga o que você quer— falei seco, eu realmente não estava interessado no que ela queria, não tinha a intenção de sa
RoseMinhas pernas ainda estavam bambas, eu tremia sem parar e entrei na cozinha sem saber ao certo como cheguei até lá.— Rose, você está pálida, o que está sentindo?— Bianca se ajoelhou em minha frente, enquanto Luana corria para pegar um copo de água. Lilian balançava Otávio de um lado para o outro.
AntônioSaímos da cozinha e encontramos as meninas na sala de jantar sentadas no chão brincando com meu filho. As três se levantaram rapidinho e nos encararam esperando o que tínhamos a dizer.— Quero agradecer por cuidarem de Rose, agora pouco — olhei para minha noiva que estava vermelha como um pimentão — Sei que talvez vocês desconfiem das coisas, mas gostaria de comunicar que eu e Rose estamos noivos. — As três sorriram e bateram palmas.— Ahhhh eu sabia que tinha alguma coisa entre vocês. — Bianca falou indo em direção a Rose e a abraçando.— Eu já desconfiava que logo, logo receberíamos essa notícia, vocês não conseguem esconder tão bem quanto pensam — Luana falou fazendo o mesmo que Bianca.— Não estou aqui a muito tempo, mas também já tinha sentido algo diferente. — Olhei para Rose que encarava mais o chão do que as meninas. Ela estava com medo de ser julgada e eu entendia.— Credo gente, por isso viviam fazendo suposições — as três riram e me cumprimentaram timidamente.— A p
RoseEu nem sabia se algum dia eu tinha sentido algo parecido com o fogo que corria em minhas veias naquele momento. Eu só sabia desejá-lo e meu corpo esperava por qualquer toque dele. Nunca pensei que pudesse ser daquela forma. Emma nunca me contou exatamente como eram as coisas, somente que eu podia ficar despreocupada que quando eu me casasse eu amaria estar com meu marido. Mas isso não chegava nem perto do que eu imaginava. Antônio sabia o que estava fazendo, ele me respeitou e me mostrou uma pequena parte do que é pertencer a outra pessoa e eu queria ser dele por completo. Era engraçado imaginar que mais cedo ao invés de pensar sobre como seria a nossa união eu apenas pensava no que os outros iriam dizer.Bom, agora eu tinha um noivo que estava me mostrando cada dia mais que adorava minha presença e me aceitava da forma que eu era e isso sim me tranquilizava. Eu não precisava me preocupar com o que os outros diziam eu só precisava pensar em nós. Na nossa união.— Dorme aqui hoje?