Antônio
Minha vontade era de voltar no hotel e esmurrar a cara de Arthur até que mais nada sobrasse. Ele realmente tinha coragem de me enfrentar da forma que fez, quis passar por cima do que eu havia dito e ainda distorceu as coisas. Era um verdadeiro filho da puta. Mas suas visitinhas para a Rose estavam com os dias contados e se ela não gostasse do que eu estava prestes a falar, ela que procurasse outro lugar para trabalhar.
RoseVi Janice e Antônio parados a frente da porta olhando para fora com muito interesse. Cheguei mais perto para ver o que estava acontecendo.— O que está acontecendo?— Perguntei atrás deles, mas tive vontade de correr quando os olhos negros de Antônio se cravaram nos meus como duas adagas de fogo.
Rose"O que eu deveria fazer agora? Correr para o mais longe dali ou voltar para os braços dele? E eu queria voltar para ele? "Minha boca ainda formigava com o contato a pouco, eu nunca tinha sido beijada por ninguém, nunca senti o contato tão intenso com alguém. A briga pareceu alimentar ainda mais o que estava sob a minha pele. Era como se o fogo e o gelo duelassem dentro de mim.
AntônioAssim que ela saiu de minha sala eu sabia que tinha errado feio em beijá-la, por mais que eu quisesse muito, eu não deveria. Mas foi mais forte do que eu, a vontade, o desejo de tê-la tão perto.Janice ficou olhando-a sair e me olhou acusatoriamente, imaginando o que tinha acontecido entre nós. AntônioJanice bateu à porta com força e meus olhos se voltaram para Rose que continuava olhando para o chão.— Agora você poderia se sentar?— Apontei para a cadeira na frente da mesa. Ela relutou por um tempo antes de se sentar e voltei a sentar em minha cadeira.— Olha, eu não vou me desculpar. Não por bater em uma fulana que não sabe nada sobre nós. Você sabe que eu defendo até a morte minhas irmãs e se quiser me mandar embora por causa disso, certo. Mas eu não ia ficar ouvindo ela falar delas sem fazer nada— ela cruzou os braços na altura do peito. Não sei por que eu sentia orgulho dessa atitude dela, mesmo sabendo que não tinha sido certo, aos meus sentimentos ela tinha defendido pessoas que também eram importantes para mim.— E você acha que a úniCapítulo 28
AntônioEu não queria me afastar dela, meu nível de proteção e querer bem estavam muito altos, mas eu precisava tirar a limpo tudo o que eu podia sobre os passos de Margareth antes de sua morte. Eu amava minha mulher e amava tudo que ela me deu em nossos 8 anos de casado. Contudo Rose agora estava presente em minha vida e mesmo eu sabendo que não poderia quebrar a promessa que eu tinha feito a minha esposa, eu queria mais contato, pois fazia bem não só a mim como também a Otávio e tenho certeza de que Margareth iri
RoseAquele contato era íntimo demais para a sociedade, mas para mim era um buraco que se fechava em meu peito. Algo que faltava e de alguma forma agora fazia sentido."Eu não posso me acostumar com isso"
RoseSai do quarto para que ele tivesse a privacidade necessária para sentir tudo o que precisava, não seria fácil para ele confrontar um momento como esse. Eu queria poder fazer alguma coisa para ajudá-lo com isso, mas eu mesma não conseguia resolver meus medos internos.Dei uma passada no quarto para verificar Otávio que dormia como um anjo, desci as escadas em direção a cozinha e me deparei com Bianca e Luana terminando de fazer
AntônioPassei a tarde imerso em uma quantidade de informações que eu jamais imaginei. Naqueles diários existia a vida de Margareth, tudo que ela sentia e pensava, tudo que ela viu e escolheu. Eu procurei algo ligado ao início das nossas vidas juntas e li o que ela pensou quando me conheceu, que foi ela que pediu ao pai que desfizesse o noivado com o filho do duque e que me apresentasse como um pretendente.Ela sempre quis o melhor para nós