O Xerife olhou para Benjamin e suspirou antes de sair dali e ir até seu amigo que estava no sofá, junto com sua filha Margareth.— Eu tenho que ir Tom, mas qualquer coisa, sabe onde me encontrar. De qualquer forma, nos vemos mais tarde.Tom consentiu e viu Vicent sair, juntamente com os policiais.— Papai, vamos subir, o senhor precisa descansar.Tom não se negou, ele estava realmente cansado e muito abalado com tudo o que aconteceu.— Vem vovô, eu vou com o senhor.Benjamin não queria deixá-lo sozinho, imaginou que seria difícil para seu avô, entrar naquele quarto e não ver sua amada esposa ali.Juntos eles subiram para o quarto e assim que entraram, a sensação de estar ali foi péssima, fazendo com que ambos se sentassem naquela cama e chorassem juntos pela dor da perda.Benjamin olhou para a poltrona que havia ali, e se levantou, pegando em suas mãos, o chale vermelho que estava ali, todo rasgado e molhado com algo melequento.— O que houve com o chale da vovó?O olhar de Tom foi at
Logan manteve Benjamin em seus braços, o apertando forte e sentindo o medo gigantesco.— Ben, me fala, ele te feriu?Benjamin ainda chorando o olhou novamente e negou com a cabeça.Logan via o choro de dor de Benjamin e não estava entendendo o que havia acontecido. Benjamin o apertou forte naquele abraço, sentindo o conforto que aquilo lhe causava. Não importava que Logan estava nu e sujo de sangue, ele apenas precisava estar nos seus braços, onde ele se sentia seguro enquanto se afogava em lágrimas.Logan acabou levando Benjamin para a cama, o fazendo sentar em seu colo e o mantendo ali. Depois de um bom tempo, Benjamin o olhou e sentiu as mãos quentes de Logan secando as lágrimas em seu rosto, um sorriso suave surgiu em seus lábios, ele estava mais calmo e apesar da grande tristeza que sentia, era bom estar ali com Logan.Logan o vendo sorrir, retribuiu o sorriso para ele, que olhou para aquele sorriso, olhou para os olhos de Logan e em seguida para o sorriso de Logan novamente.Benj
Logan conseguiu forças e se levantou dali, voltou pela calçada e virou a rua, até onde havia deixado o seu carro. Ele não havia deixado na frente da casa dos avós de Benjamin, por conta da multidão que se encontrava lá na frente.Ele entrou no carro ainda chorando e deu alguns socos no volante, antes de sair dali dirigindo seu 4X4. Logan passou com o carro por Benjamin, que caminhada pela calçada a passos apressados e pensou em parar, mas sabia que isso faria Benjamin o odiar ainda mais. Não havia nada que ele pudesse dizer para amenizar aquela situação, ele havia matado a vó do homem que ama, fazendo ele odiá-lo, o pouco de vontade de viver que Logan tinha, se esvaiu, ele que havia encontrado um motivo para ter esperança, agora havia o perdido de vez.Assim que parou o carro na frente de sua casa, ele desceu e pegou a porta de madeira, para muitos, seria impossível carregar sozinho aquela porta de madeira maciça, mas para ele, que havia uma força sobre-humana, era como carregar papel
Quando Benjamin finalmente voltou para a casa de seus avós, ainda haviam várias pessoas ali. Todas vestidas de preto, enchendo a sala da casa de seus avós. Os olhares de pesar pousaram sobre ele e sua mãe foi rapidamente em sua direção.— Vá se arrumar filho, sairemos em dez minutos para o velório.— Mas e o toque de recolher? Já está anoitecendo. Pensei que seria apenas amanhã.— O xerife convocou todos os seus policiais, todos vão sair daqui juntos e ir até o cemitério. Assim o risco de algum animal nos atacar é menor.Benjamin assentiu, mas sabia que seria perfeitamente seguro sair na rua aquela noite, pois não era lua cheia e Logan não se transformaria. Pensar em Logan fazia o seu coração apertar. Ele sentia raiva, um ódio tremendo, mas ao mesmo tempo, estava com pena, pois no fundo, ele sabia que nada daquilo era culpa de Logan. Mas no momento, a dor de perder a sua avó pelas mãos, ou melhor, garras e dentes de Logan, fazia a sua raiva ser maior do que o sentimento de dó.Benjami
Benjamin ainda sentia seu coração acelerado, a adrenalina de tudo que estava acontecendo naquele dia, que não parecia ter fim, percorria cada célula do seu corpo.— Logan esse...Logan que olhava para o nada, enquanto se afogava em suas lágrimas, ergueu o olhar para Benjamin, que parou em sua frente, ainda olhando para aquelas fotos em suas mãos, chocado com tudo o que passava em sua mente.— Stefan.Foi a única coisa que Logan conseguiu pronunciar, a dor que ele sentia, era ainda maior com o olhar neutro de Benjamin sobre ele.Logan não sabia decifrar o que Benjamin pensava naquele momento, apenas sabia que ele tinha raiva por tudo que aconteceu. Ele se levantou e passou por ele a passos rápidos, saindo dali e indo em direção ao lago, onde sentou na beirada e respirou fundo, tentando acalmar seus nervos, sem se importar com a chuva forte que caia, aquilo não era nada comparado a dor e o sofrimento que o consumia.Benjamin o olhava pela janela, ainda preocupado com o que ele poderia f
Logan permaneceu olhando para Benjamin totalmente inconformado. Como Benjamin depois de tudo estava ainda decidido a ajudá-lo? Aquilo tudo não fazia o menor sentido.— Benjamin, não há como me ajudar.— Há sim, com essa tal pedra da lua, podemos quebrar essa maldição Logan.Eles ainda se olhavam sérios, a tensão percorrendo seus corpos, enquanto ambos permaneciam pensativos.— Não existe essa tal pedra da lua, eu já a procurei. É apenas uma lenda idiota Benjamin. — Logan se afastou, indo até a cozinha e fuçando uma das gavetas em busca de algum remédio para dor.Benjamin ficou ali, processando as palavras ditas por Logan. Ele então havia procurado pela pedra. Ele tinha tentado, mas será que tentou o suficiente.Bem foi até a cozinha, vendo Logan tomar um comprimido e se aproximou, parando ao seu lado na pia.— Logan, pode me contar como aconteceu? Como você é... Como...—Como virei um lobisomem? — Logan despejou as palavras rapidamente.— Sim.Logan respirou fundo e apoiou as mãos na
Benjamin corria como nunca feito antes em sua vida. Sua cabeça girou mais uma vez para trás a procura de algo que não estava mais ali. Apoiando as mãos em seus joelhos ele tentava regularizar sua a respiração, enquanto ainda permanecia atento à sua volta. " Por que diabos eu não ouvi a vovó?" Ele pensou enquanto erguia o corpo já com a respiração quase normalizada.Do nada o silêncio que dominava aquele estacionamento vazio do supermercado da cidade acabou, ele podia ouvir novamente aquele grunhido as suas costas. Ben não tinha mais forças para correr, suas pernas tremiam igual duas varas bambas, só restava para ele torcer para sobreviver.Lentamente Benjamin se virou ficando cara a cara com a fera. Um bicho enorme e peludo, seus dentes amarelos e afiados, aqueles olhos avermelhados sombrios e aquelas garras medonhas, seus olhos fixaram naquelas garras enormes que se fecharam em seus braços.Benjamin subiu seu olhar novamente para aqueles olhos vermelhos que o encaravam, precisava ten
Pela manhã Benjamin acordou assustado com sua avó batendo insistentemente na porta do quarto.— Oi vovó. — Ele disse ainda deitado.— Acorda menino, já é quase hora do almoço, preciso que vá ao mercado para mim.— Mas vó, é domingo, dia de dormir. Aonde está o vovô?— Ele foi a cidade vizinha, buscar o peixe para o almoço. Vamos levante-se menino.Ben sentou em sua cama esfregando as mãos em seu rosto, ainda sonolento, olhou para o relógio rosa na mesinha de cabeceira que indicava que eram dez e meia da manhã.— Ela tem coragem de dizer que é quase hora do almoço.Ele resmungou e respirou fundo antes de se levantar, vestiu uma camiseta preta e calça jeans rasgadas na frente, calçou um All Star preto e saiu do quarto ainda esfregando os olhos.— Vovó?— Aqui na cozinha filho.Benjamin desceu as escadas, indo até a cozinha, onde pegou uma maçã na fruteira, deu uma mordida e beijou o rosto da senhora de cabelos brancos e cacheados, que pareciam nuvens fofas.— Bom dia vovó.— Quase uma b