~CAPÍTULO 6~~
LUCA — Ela se foi, chefe. Eu desço correndo as escadas para encontrar Mariano no saguão. Quase quatro da manhã. Mac e uma dúzia de homens ainda estão vasculhando a cidade. Brian desapareceu sem deixar vestígios. Eu me aproximo de Mariano. Ele tem o celular e o cartão de crédito dela nas mãos. — Eles estavam em uma lata de lixo? Ele me disse ao telefone, mas pergunto assim mesmo. Estou tentando descobrir esse problema com os fatos disponíveis, embora seja impossível, como montar um quebra-cabeça com apenas três peças de uma caixa de mil. — Ao lado do caixa eletrônico do hotel. Mariano confirma novamente. — Nenhum sangue? Nenhum sinal de luta? — Os homens de Ricci não deixariam nenhum. Nós dois sabemos disso, mas eu tinha que perguntar. Estou inquieto. Mariano fareja e tira seu sobretudo. Ele está amarrotado. Exausto. — Café! Eu vociferei para um dos funcionários, e houve uma correria. Preciso do Mariano em alerta. Ele é meu padrinho. Ele conhece Brian. — Para onde ela iria? Ele me pergunta. Como diabos eu saberia? Eu ando até a janela da frente. O carro dela ainda está na garagem. Eu a proíbo de estacionar sozinha na garagem. Ela raspou o painel lateral duas vezes. — Ela tem uma melhor amiga? Mariano tenta, afundando em um banco com um gemido abafado. — Talvez você queira deixar isso para lá, chefe. Eu olho para ele. Ele se endireita. Ele faz uma longa pausa e então suspira. — Só estou dizendo, se ela está morta, você quer saber? E se ela não estiver, você a quer de volta? Sim. Não. Não importa agora. Ela é minha. Eu decido se ela vive ou morre. — Temos um homem no aeroporto? — Sim. E o terminal de ônibus. Temos caras visitando as locadoras de veículos. Hotéis. É uma agulha em um palheiro, no entanto. Eu digo que devemos recuar e esperar que ela faça cócegas no sistema. Miles está nisso. Assim que ela comprar uma passagem ou alugar um quarto, nós a pegamos. — Se ela estiver viva. Mariano dá um breve aceno de cabeça. — Se ela estiver viva. Ele repete. Brian é inteligente. Ela descobrirá o risco e sairá da cidade. Mas para onde ela iria? Não sei como ela passou seus dias. Compras, eu acho. Contanto que ela estivesse em casa quando os mercados fechassem, eu não me importava. Ela gosta da praia? Ela usava a piscina todos os dias antes que o tempo mudasse. Eu a vislumbrava da janela do meu escritório e saía, dobrando-a sob a parte de trás de uma espreguiçadeira, enganchando seu biquíni molhado para o lado e afundando em sua boceta apertada. Ela estaria tão quente enrolada em meu pau, suas coxas e costas frias ao toque enquanto o ar do final do verão secava sua pele. Eu me ajusto e volto para Mariano. —Para onde ela gosta de ir? Suas sobrancelhas grossas se juntam e ele encolhe os ombros. Um aperto desconhecido aperta meu peito. Mariano se mexe desconfortavelmente em sua cadeira. — Ela é inteligente. Ela provavelmente deixou a cidade assim que a deixei. — Mas você não a viu sair do hotel? — Eu não estava assistindo. E há uma estação de metrô embaixo. Claro que é para onde ela foi. O metrô. A solução mais simples. É assim que sua mente funciona, por que ela é uma oponente tão formidável. A maioria das pessoas pode se distrair com truques. Você pode mudar de estratégia no meio do caminho e aproveitar a vantagem durante o intervalo à medida que eles se adaptam. Não Brian. Ela atua independentemente de seu adversário, sempre buscando uma vitória elegante e direta. Ela é uma jogadora instintiva. É uma coisa extraordinária de se assistir. Novamente, sinto um desconforto no meu peito. Um efeito posterior da raiva, tenho certeza. Eu não esperava por isso. Não me perdi nisso desde que era calouro no St. Celestine's, jogando gasolina na Ferrari de Dante Corso. Era uma besteira estúpida, um insulto descartável à mãe que se tornou nada e terminou em incêndio criminoso. Dante e eu lutamos no quando nos cansamos de polir bancos, e descobri uma maneira de canalizar a raiva. Foi um alívio. O vazio deixado para trás era amplamente preferível à fúria estúpida que surgiu espontaneamente e me levou a me comportar, sem a devida consideração. Como eu fiz quando mandei Brian embora. Eu invoco a imagem do rosto dela no vídeo. A linha do cabelo dela. Isso não era uma peruca. Seu cabelo era castanho. Ela estava usando muita maquiagem, mas não parecia como está agora. Poderia ser a - coação - por falta de uma palavra melhor, mas ela parecia jovem. E isso me desperta. Eu cometi um erro. Ela estava claramente com dor, e foi claramente um desafio para o homem que eu assumi ser Giovani colocar seu pau dentro dela. Brian não adora anal, mas ela não está acostumada com isso. Eu pego seu traseiro quando estou de bom humor, e ela pede muito lubrificante, mas ela não age como se estivesse sendo ferida. Esse vídeo não era de dezembro. Ela estava dizendo a verdade. O carimbo de data/hora é falso. Giovani está fodendo comigo. Agora, por que ele faria isso? Eu imagino meus visitantes de antes. Ricci e Graziano ao meu lado no sofá. Dante e Tomas na nossa frente em uma cadeira. E do outro lado da sala, encostado na minha mesa, Giovani, candidato à coroa. Eu sou uma peça em jogo. E eles se atrevem a usar Brian para chegar até mim. Eu preciso dela de volta agora. — Pegue a fita das câmeras da estação para a meia hora depois que você a deixou. Eu ordeno a Mariano. — Suborne quem você precisar. Dinheiro não é problema. Descubra para onde ela foi. Faça você mesmo. Chame todos os outros. — Você tem certeza, chefe? Mariano já está se levantando. Ele conhece-me. Sempre tenho certeza. Perguntar é apenas sua maneira de reclamar. Eu vou encontrar Brian em breve. Estamos no encalço dela. É só uma questão de pegá-la. Ela não está morta. Os soldados de Ricci se movem lentamente. Eles acham que, se arrastarem os pés o suficiente, ele desmaiará antes de fazerem qualquer trabalho de verdade. Tem sido assim há algum tempo. Desde que Amato perdeu sua vantagem. Ainda assim, fico com a pele arrepiada por ela estar lá por causa do meu erro de julgamento. Todos os meus esforços nos últimos oito meses explodiram em minutos. Ela viu apenas o que queria ver e eu tive exatamente o que queria. Derrubei minha própria torre de blocos. Quão difícil será embalá-la de volta em sua fantasia feliz? Não é difícil. Brian é uma boa estrategista, mas também é suave. Emocional. Fraca. Ela chora facilmente. Uma lasca na palma da mão. Um comercial com um gatinho. Frankie e os outros disseram que ela era fácil. Problemas na infância. O tipo que vai chupar seu pau por uma palavra gentil. É a verdade. Eles acham que isso a faz valer menos, mas, novamente, eles não usam seus próprios cérebros, então que uso eles teriam para uma mulher? Brian é a única pessoa que conseguiu me vencer no jogo de cartas. E ela é uma das poucas que sabe jogar. Eu a quero de volta agora. Eu procuro preguiçosamente pelos meus portfólios. As letras e os números ficam borrados. Eu me levanto da minha mesa. Isso não tem sentido. Eu não consigo me concentrar. Brian não está onde deveria estar. Ela está sempre dormindo no andar de cima quando abre a Bolsa de Valores de Londres. Sempre. Porra. Só conheço uma maneira de criticar esse sentimento. Visto minha jaqueta e pego as chaves do Bugatti no gancho da cozinha. Estou discando enquanto vou para a garagem. — Miles? Preciso do endereço de Jorge Fusco. Vou ter uma conversinha com o diretor do filme de Brian, e depois vou esfaqueá-lo na garganta para que ele espirre sangue como uma mangueira enquanto morre. No caminho de volta, vou ligar para Carolyn. Ela vai precisar fazer Brian se apaixonar novamente por mim. Não deve ser difícil. Ela se apaixona facilmente.~CAPÍTULO 7~~BRIAN5 MESES DEPOISOlhando para as telhas protuberantes do teto, virando e revirando, incapaz de passar o tempo mesmo caindo no sono. Tenho saudades da minha vida. Sinto falta de ver as pessoas, de ir a lugares e de fazer coisas. Sinto falta de ter coisas. Tive a ideia de me acalmar um pouco, economizar meu dinheiro, deixar o negócio Ricci morrer e depois ir para Las Vegas ou Cali. Eu não sabia que estaria vivendo com a mão na boca. O pior é que sinto falta de Luca. Não as flores e os gestos que acabaram sendo uma besteira. Ou o sexo ou os silêncios estranhos sempre que estávamos sozinhos sem nada para fazer, como no jantar ou durante longos passeios de carro. Mas eu sinto falta dos jogos, das horas apenas de nós dois, seus olhos castanhos brilhando, sobrancelha escura arqueada, lábios levantados, quase sorrindo. Ele adorava vencer. Ele adorou ainda mais quando eu o venci. Ninguém prestou mais atenção em mim do que Luca quando estávamos no meio de um jogo. Eu
~~CAPÍTULO 8~~BRIANSeu aperto afrouxa ligeiramente, permitindo-me finalmente expandir meus pulmões e tomar uma respiração superficial. — Por que você está voltando para casa sozinha?Quê? O cano de uma arma está cavando na carne macia acima do meu quadril, e ele quer saber por que estou voltando para casa sozinha? — Eu eu fechei esta noite. Eu gaguejo. — É perigoso. Uma risadinha histérica voa de meus lábios. Luca faz um som irritado e me empurra para frente com a arma. — Ande. No final do quarteirão, vire à esquerda.O que sobrou? Nenhuma coisa. Um lote vazio. A loja de descontos vazia. Ele vai atirar em mim. Deixar meu corpo em um campo coberto de pontas de cigarro e garrafas de cerveja. Meus joelhos ficam fracos. Eu não consigo me impulsionar para frente. Minhas pernas não vão fazer isso. Não vou caminhar calmamente para a minha morte. — O que você tem? Luca tenta me empurrar para frente com a mão nas minhas costas. — Eu n-não quero morrer.Eu gostaria de ser corajosa
~CAPÍTULO 10~~BRIANEle não está falando doce comigo. A conversa doce de Luca é clichê e repetitiva. Ele dizia as mesmas frases toda vez que fizemos sexo, quando ficamos juntos pela primeira vez. Você é tão bonita. Eu amo estar com você. Você é perfeita. Ele parou quando me mudei. Achei que era uma evolução natural do relacionamento. Como fazer xixi com a porta aberta. Olhando para este homem frio com as mãos apoiadas nas coxas, olhando para mim, ferida, presa, é impossível acreditar que as palavras saíram de sua boca, mas eu me lembro vividamente. Estávamos nadando nus na piscina quando ele disse eu te amo pela primeira vez. Não. Ele disse: — Adoro estar com você. E estávamos prestes a fazer sexo. — O que você está pensando?Ele exige novamente. Perco tempo espremendo sabonete líquido com perfume de lavanda em uma bucha e amassando em minhas mãos. — Você nunca costumava se perguntar. — Porque eu sabia.Ele diz isso com absoluta confiança. — Você sabia o que eu estava pensa
~CAPÍTULO 11~~LUCAEu trabalho por algumas horas, mas nunca me sento. Meu pau está duro e tenho energia demais. Eu iria para a academia, mas não quero perder quando ela acordar. De quanto sono ela precisa? Ela tem que acordar na hora do almoço. Bato os dedos na mesa polida e limpo as manchas com o punho. Satisfação e nervos guerreiam em meu peito. Eu a tenho de volta. Ela correu, eu a peguei e ela ficou apavorada. Eu não consigo evitar que meus lábios se curvem. Ela desligou na minha cara e eu a enfiei no porta-malas. É um pouco como levar uma arma para uma luta de facas, mas quando eu ganho, eu gosto de jogar grande. Encontrá-la também não foi uma conclusão precipitada. Nós a examinamos através do sistema. Sua licença foi usada em um aplicativo de aluguel que foi recusado. Isso nos levou à cidade certa. O investigador a encontrou em menos de um dia. Brian é tão inteligente, mas ela constantemente se sabota. Ela confia nas pessoas, anseia por afeto e aceitação. Ela fica sozinh
~~CAPÍTULO 13~~LUCAO ar está vermelho e meus pulmões estão limpos. Consigo respirar com facilidade pela primeira vez em semanas. Eu reviro meus ombros e bato o punho contra meu peito. Eu me sinto incrível. A sala está cheia. Gritos. Estridentes. Mac não. Ele não está fazendo mais nenhum som, exceto um gorgolejo baixo. Eu me levanto e me viro, confuso. É Mac. Ela está de pé, a cadeira desabou no chão. Os braços de Mariano estão em volta dela, prendendo-a no lugar. Ela está lutando, mas ela é fraca. Ela cede contra ele. Eu não gosto disso. — Largue ela. Ele o faz, instantaneamente. Ela tropeça e se recupera, seus gritos sumindo enquanto seus olhos encontram os meus. Suas pupilas são enormes. O azul de suas íris quase desapareceu. — Você vai matá-lo?Ela engasga. — Ele não está morto? Eu olho para os meus pés. Seu peito ainda está se movendo. Muito levemente. Estou surpreso. — O que ele fez?Ela murmura. — Ele me traiu. Eu vou até ela, tiro o cabelo pegajoso de seu rost
~~CAPÍTULO 15~~BRIANMeu rubor desaparece quando um calafrio se infiltra em meu peito. — Por que você fez isso com Mac? — Essa é uma mudança rápida de conversa. Ele coloca o rei preto em seu quadrado. — O que ele fez? — Ele é um rato. — Você deixou um rato viver? Não é assim que funciona. Meu tio era um rato. Ele pagou com a vida e o resto de nós vivia com o fedor. Foi um milagre Ricci não ter matado meu pai, embora ele não tivesse ideia do que seu irmão estava fazendo. Eu estava no ensino fundamental quando Ricci o pegou deslizando. Um dia, eu era popular. Eu tinha um namorado. Eu era a abelha rainha. No próximo, eu estava sentada à mesa do almoço sozinha. — Você me pediu. — Você não faz nada que não queira. Eu zombo. Ele inclina a cabeça. — Você precisa conhecer o seu poder. — Eu não tenho poder. — Pelo contrário. Seus olhos escurecem. — Você dizima o meu controle. Se você correr de novo, se me deixar com raiva o suficiente, posso matá-lo. Posso nem mesmo querer.
~~CAPÍTULO 16~~BRIANNo dia seguinte, Mariano e eu estamos na sala de mídia quando seu telefone toca. Ele verifica e ergue os olhos. — Você tem que se vestir. Você vai jantar em uma hora. Depois de nosso estranho almoço de ontem, Luca desapareceu, provavelmente para seu escritório, e eu não o vi novamente. Deitei me para um cochilo que acabou durando até de manhã. Luca nunca veio para a cama. Quando acordei e espiei pela porta, Mariano estava no corredor, apoiado em um banquinho. Ele me perseguiu quando desci as escadas, bufando e reclamando baixinho. Acho que tenho uma babá. Tudo bem por enquanto. Preciso de tempo para bolar um plano. Mariano pode assistir a esta comédia romântica horrível enquanto eu decido meu próximo movimento. Eu preciso de dinheiro. Eu poderia ter ficado fora do radar se tivesse dinheiro. Meu pai sempre teve um esconderijo, mas ele era das antigas. Luca usa exclusivamente cartões de crédito. Mesmo se eu milagrosamente desenvolvesse a habilidade de furtar
~~CAPÍTULO 18~~BRIANA ANFITRIÃ nos MOSTRA uma grande sala privada na parte de trás do restaurante. La Calomba é um dos meus locais preferidos.É luxuoso e feito em uma paleta monocromática com pombas de vidro geométricas penduradas no teto como móbiles pós-modernos. Pelo volume da bebida e pelo fato de as entradas estarem sendo servidas, concluo que estamos atrasados. Luca me guia até a mesa e puxa minha cadeira como um cavalheiro. Duas dúzias de pessoas olham fixamente. Metade deles ri. Algumas das esposas e namoradas mais elegantes evitam cuidadosamente olhar em nossa direção. Meu estômago embrulha todos eles viram o vídeo. Eu sabia disso, mas com tudo o que aconteceu, não estava no topo da minha mente. Com certeza está no topo de todos os outros. Giovani está recostado com o braço nas costas da cadeira de Jen Amato, sorrindo como uma vadia. Jen está dando risadinhas por trás da mão para sua companheira Dita. As únicas pessoas que não estão olhando ou fingem não olhar são qua