— Sharannoh, o que você faz aqui e como me encontrou? — perguntou Mirella, assustada com a presença dele.— Dona Mirella, não dificulte meu trabalho. Eu não gosto de falhar na minha missão. A senhora me odeia tanto assim a ponto de me enganar para escapar dos meus cuidados?— Olha, tudo bem se você me odeia, se esse for o caso. Não se preocupe, vou me aproximar e ficarei nas sombras. Ninguém me verá, nem mesmo você, a menos que esteja em perigo.— Mas o que a senhora fez foi perigoso.— E, respondendo à sua pergunta, eu sou seu guarda-costas. É meu dever estar onde a senhora estiver. Não sou pago para impedir sua saída, mas para mantê-la segura. Se você queria seguir o senhor Leonardo, poderia ter falado comigo; é minha especialidade ser invisível.— E como descobriu onde eu estava?— Pelo seu colar. Ele possui um localizador que mostra exatamente onde você está.Mirella olhou para ele, sentindo-se culpada.— Desculpe, Sharannoh. Eu só estava preocupada com o Léo e não sabia que você
Assim que chegaram à base, os homens abriram a porta do carro e arrastaram Leonardo para fora, empurrando-o enquanto ele tentava se manter em pé. Seu rosto estava todo machucado, marcado por tapas e choques, e seu corpo ferido, mas ele não demonstrava dor nem medo. A resistência dele era surpreendente, um desafio silencioso que ecoava no ambiente.Quando a notícia da chegada do lendário Leonardo Denaro se espalhou pela base, uma multidão se aglomerou, ansiosa para ver o homem que tanto falavam. Algumas mulheres o olhavam com admiração, encantadas pela beleza dele, enquanto os homens observavam com ciúmes os olhares de desejo que as mulheres lançavam.—Ele está todo machucado, mas não demonstra medo. Realmente, esse homem pode ser um psicopata—, murmurou um dos homens ao lado. —Pelos boatos que ouvimos, ele é o tipo de cara que mata e vai ao velório sem remorso. Mas mesmo assim, machucado, ele ainda tem um jeito intimidador.— disse outroEntre a multidão estavam Sharannoh e Mirella, am
Depois de arrastar Francesco para seu próprio terreno, Leonardo se abaixou e segurou o queixo do homem com firmeza, olhando diretamente em seus olhos.—Francesco, você não aprendeu nada ao longo desses anos. Você é uma vergonha para os mafiosos; além de quebrar todas as leis da máfia, não serve para nada. É apenas bom em palavras vazias. Agora me diga com sinceridade: você realmente acreditou que eu tinha sido capturado? Deixe-me explicar: estou exatamente onde queria estar. Se eu não fosse capturado e não aglomerasse tantas pessoas para me ver humilhado, como os meus homens entrariam na sua base?Os homens de Francesco, ao ouvirem isso, ficaram assustados. Leonardo continuou: —Apesar da sua idade, você ainda é um amador.— Ele pisou na mão ferida de Francesco, fazendo-o urrar de dor. —Eu pretendia te entregar para ser julgado por seus crimes, mas você teve a audácia de cobiçar minha mulher e ainda ousou tocá-la. Você vai aprender que isso tem consequências e será um exemplo de que não
Enquanto Francesco se esforçava para alcançar o carro, Leonardo observava o homem por cima do ombro de Mirella, um sorriso no rosto. —Pare o carro! Eu não aguento mais, por favor!— Francesco gritava, mas sua voz estava tão rouca que ninguém conseguia ouvi-lo.Sharannoh, com o GPS ligado, optou pelo caminho mais longo, passando por várias ruas, como se quisesse mostrar ao mundo que aquele homem em estado deplorável era um exemplo do que acontece com aqueles que cubicam a mulher do próximo. As pessoas mal podiam acreditar que aquele ser desolado era o impiedoso Francesco, conhecido por extorquir dinheiro dos comerciantes e moradores com falsas promessas de proteção.Proteção essa que, na verdade, vinha dos próprios homens enviados por ele para roubar sem piedade. Além disso, havia as vidas de pais de família que ele havia tirado como um aviso cruel. Muitos colocavam as mãos na boca em incredulidade diante da cena; outros choravam de alegria. Muitos comentavam: —Deus fez justiça aos pobr
Antes que Giulia pudesse abrir a boca para falar, uma batida forte ecoou na porta do quarto. Era Emma.—Dona Giulia, sua família está aqui e disseram que precisam falar com a senhora—, anunciou.—Avise que estou indo—, respondeu ela, um pouco hesitante.Os olhos de Matteo se escureceram. Ele ainda desconfiava da família dela; não havia como Giulia ter sido sequestrada naquela época sem que alguém de dentro tivesse ajudado. A segurança da casa era rigorosa e todas as investigações só apontavam para sua meia-irmã. Ele respirou fundo ao pensar que, se tivesse se atrasado dez minutos, talvez não tivesse conseguido salvar sua amada.Retornou ao banheiro e tomou o banho mais rápido da sua vida. Vestiu-se rapidamente e desceu as escadas, consumido pela raiva de ter sido interrompido em um momento tão importante de reconciliação.Assim que desceu, avistou Giulia sentada no sofá, com os cabelos ainda molhados caindo sobre os ombros e as pernas cruzadas. Um sorriso iluminava seu rosto. Ele paro
Giulia sentiu uma onda de emoção ao ouvir as palavras do marido. —Eu entendo seu medo, amor, mas precisamos agir com estratégia. Se formos impulsivos, poderemos colocar todos em perigo.E a Mirella não é tão frágil como você pensa. Ela sabe lutar e atirar com perfeição, melhor que muitos dos nossos soldados. Eu mesma a treinei; ela é muito rápida, ágil e aprende rápido.”O olhar de Matteo se iluminou. —O que você está dizendo, Giulia? A Mirella sabe lutar?— perguntou ele, surpreso.—Sim! Eu mesma ensinei ela todos os dias nessas últimas semanas—, disse Giulia com um sorriso satisfeito.Ao perceber que Matteo se preocupava com a segurança da nora, Giulia sentiu-se ainda mais confiante. Matteo parou um pouco e olhou para Giulia, sorrindo. —Espera aí, você me chamou de amor?Ela não respondeu, apenas sorriu enquanto o olhava nos olhos.Matteo pareceu lembrar de algo e continuou: —Você disse que treinou ela todos os dias?—Sim, amor, falei. Mas por que está repetindo as mesmas perguntas?
Ao ouvir as palavras de Nágila, Elisa mudou de cor. Uma raiva tomou conta de sua mente, seus olhos escureceram e ela olhou para o relógio de pulso, como se estivesse esperando algo acontecer.—É melhor deixarmos de papo e treinar—, disse ela com um sorriso falso.—Claro, querida—, respondeu Nágila com um ar de deboche, dirigindo um olhar provocativo para Vincenzo, que deu uma piscadela antes de se acomodar em uma poltrona de couro marrom. Bianca também se juntou a plateia sentando no colo de Vincent enquanto Nágila e Elisa entravam no ringue.Elisa, em um golpe traiçoeiro, atacou Nágila antes da reverência, mas Nágila parecia já esperar por isso. Com um gesto rápido, desviou o corpo e o punho de Elisa passou próximo ao seu rosto. Porém, Nágila não perdeu tempo: lançou um soco direto com a direita e rapidamente respondeu com outro golpe da esquerda.Elisa não conseguiu desviar de nenhum dos ataques e ficou presa entre a fúria de Nágila, que desferiu uma sequência implacável de vinte so
Minutos depois, Giulia levantou-se da mesa, parecendo que algo estava errado. Ela fechou os olhos e se apoiou na mesa.— Você está bem? — perguntou Elisa.— Eu não sei — respondeu Giulia, com a voz trêmula. — Estou me sentindo mal.Matteo também se levantou para ajudar Giulia, mas acabou falhando e caiu na cadeira. O mesmo aconteceu com todos à mesa. Maria, deixando o prato de sopa de lado, correu para auxiliar Giulia, com os olhos cheios de lágrimas.— Giulia, o que você está sentindo? — questionou ela, aflita.Giocomo, ouvindo todos falarem sobre o mesmo sintoma — a visão embaçada, uma agonia no coração e tontura — largou sua tigela de sopa e se levantou rapidamente.— O que você colocou nessa sopa, Elisa? — perguntou ele, encarando a filha.Ela olhou para ele e deu uma gargalhada.— Nada, pai! Nada que eles não mereçam. Sinto muito por você ter tomado da sopa também.— Mas não se preocupe, pai; você vai ficar bem. Amanhã estará recuperado.— Infelizmente, o restante não terá a mesm