Minutos depois, Giulia levantou-se da mesa, parecendo que algo estava errado. Ela fechou os olhos e se apoiou na mesa.— Você está bem? — perguntou Elisa.— Eu não sei — respondeu Giulia, com a voz trêmula. — Estou me sentindo mal.Matteo também se levantou para ajudar Giulia, mas acabou falhando e caiu na cadeira. O mesmo aconteceu com todos à mesa. Maria, deixando o prato de sopa de lado, correu para auxiliar Giulia, com os olhos cheios de lágrimas.— Giulia, o que você está sentindo? — questionou ela, aflita.Giocomo, ouvindo todos falarem sobre o mesmo sintoma — a visão embaçada, uma agonia no coração e tontura — largou sua tigela de sopa e se levantou rapidamente.— O que você colocou nessa sopa, Elisa? — perguntou ele, encarando a filha.Ela olhou para ele e deu uma gargalhada.— Nada, pai! Nada que eles não mereçam. Sinto muito por você ter tomado da sopa também.— Mas não se preocupe, pai; você vai ficar bem. Amanhã estará recuperado.— Infelizmente, o restante não terá a mesm
— Maria, espera! — Giocomo gritou, mas ela não parou. Ele se sentia perdido, sem saber como corrigir os erros do passado.Enquanto isso, Elisa tentava se recompor, ainda atordoada com a revelação de Emma e o ataque de Giulia. O ambiente estava carregado de uma pressão insuportável e o silêncio era quase perceptível.— Você realmente achou que poderia me derrubar? — Giulia sussurrou, olhando nos olhos de Elisa com desprezo. — Você subestimou não só a mim, mas também a todos nós.Elisa tentou se levantar, mas a dor e a humilhação a deixavam fraca. Olhando para Matteo, ela disse: —Tudo que fiz foi por amor a você. Você me salvou quando eu era criança, e jurei que seria sua esposa. Mas você escolheu a Giulia, não a mim. Você arriscou sua vida por mim naquele dia em que estava sendo espancada. Você disse aos meus agressores que, se ousassem me tocar, iriam se arrepender, que eu não era uma pessoa para ser intimidade. Mas você preferiu a Giulia. Ela te roubou de mim—, disse ela, entre lágri
Reflexão:O silêncio muitas vezes é uma armadilha para mulheres que sofrem abusos psicológicos e físicos. O medo do agressor torna-se uma sombra constante em suas vidas, inibindo qualquer tentativa de buscar ajuda ou apoio. A vergonha e o estigma social são barreiras adicionais que as fazem sentir que suas vozes não merecem ser ouvidas. Elas podem sentir que estão sozinhas em sua dor ou temer as consequências de uma denúncia.Viver com um agressor é como estar preso em uma prisão emocional; cada dia é uma luta para manter as aparências, ocultando cicatrizes invisíveis que se formam ao longo do tempo. O coração dessas mulheres é muitas vezes dilacerado entre a esperança de um futuro melhor e o desespero da realidade atual.É preciso muita força e coragem para essas mulheres denunciarem seus agressores e se libertarem desse ciclo de violência. Cada passo rumo à liberdade é um ato de bravura; cada decisão de buscar ajuda é um grito silencioso por dignidade e respeito. Elas precisam saber
Matteo olhou diretamente para Mirella e, com um olhar sincero, pediu desculpas. —Sinto muito por ter dito aquelas coisas. Eu nunca teria falado isso se soubesse que você estava ouvindo. Não era minha intenção te ferir, e sei que estava errado. Eu amo o Leonardo e deveria ter colocado isso acima das minhas preocupações. Por favor, me perdoe; nunca quis te magoar."Mirella sorriu e o abraçou. —Está tudo bem, senhor Matteo. Não precisa se desculpar. Já esqueci tudo isso; ficou no passado.Leonardo, observando a cena, interveio: —Claro que precisa! Afinal, você chorou muito.— Então, ele acrescentou: —Mas, graças à minha mãe, o senhor já aprendeu a lição e pagou o preço do que fez, não é mesmo, meu pai?Matteo olhou para Giulia, puxou-a pelo braço e lhe deu um beijo. —Sim, isso é verdade—, confirmou ele. —Espero nunca mais passar pelo que passei; já aprendi minha lição.— Todos sorriram, mas o clima ainda estava carregado pelo que havia acontecido.Leonardo então se voltou para Maria e se a
—Vovô, estou tão feliz em te conhecer!— disse Bianca, com um brilho nos olhos. Ela hesitou por um momento, pois as lágrimas interromperam o que ela estava prestes a dizer.Alessandro estava na sala a pedido de Leonardo, preocupado que a emoção pudesse ser demais para o homem mais velho. —Você é igual à sua avó,—ele comentou, tirando uma foto deteriorada pelo tempo e entregando-a a Bianca.Ao olhar para a imagem, Bianca sentiu como se estivesse se vendo ali. —Luca! Laura! Venham conhecer seu bisavô!—chamou ela, e as crianças correram até eles, jogando-se nos braços do velho senhor.—Calma, crianças!— disse Vincent, com um sorriso. —Assim vocês podem machucar o vovô.Aproveitando aquele momento especial, Bianca apresentou seu marido: —Vovô, este é o Vincent, o meu marido, o amor da minha vida, o dono do meu coração e a força que encontrei para viver.Vincent olhou para Bianca com um misto de emoções. Diante daquela declaração sincera, ele se sentiu o homem mais feliz do mundo. Abraçou P
Uma música suave começou a tocar, criando uma atmosfera mágica e romântica. Os convidados se acomodaram em seus assentos, e o cortejo nupcial teve início.Primeiro, entraram os padrinhos. Vincent foi o primeiro a aparecer, vestido com um terno cinza claro, bem ajustado, que realçava sua figura. Com uma camisa branca e uma gravata azul escura, ele exibia um sorriso caloroso enquanto caminhava com confiança até o altar. Logo atrás dele, Bianca estava deslumbrante em um vestido longo de cetim azul claro. O design elegante do vestido, com detalhes em renda nas mangas, destacava sua beleza e graciosidade.Em seguida, entrou Bruno, elegante em um terno escuro que contrastava com a luz do ambiente. Ele usava uma camisa branca e uma gravata vinho, transmitindo um ar de sofisticação. Acompanhando Bruno, sua esposa estava linda em um vestido floral em tons suaves, trazendo um toque alegre e romântico ao cortejo.Depois dos padrinhos, entraram as floristas e as damas de honra. As floristas estav
Após as palavras emocionantes de Mirella, o ambiente ficou envolto em um clima de amor e emoção. Os convidados, tocados pela profundidade das palavras sinceras dela, se deixaram levar pelos sentimentos. Algumas mulheres não conseguiram conter as lágrimas, enquanto Leonardo, com um sorriso radiante, segurou o rosto de Mirella e a beijou suavemente.Então, foi a vez dele falar:— Mirella, você foi o melhor presente de Deus. Sei que não te merecia, mas o destino se encarregou de nos unir. Na época em que fui ao Brasil pela primeira vez, nem eu mesmo entendia porque precisava fazer justiça por alguém que não conhecia. Dez anos se passaram e te encontrar naquela praça não foi coincidência; já estava escrito na nossa história.Ele fez uma pausa, olhando profundamente nos olhos dela.— O nosso encontro não foi casual, mas traçado pelo próprio destino — um destino que Deus decretou. Porque Ele viu o mundo de escuridão que eu vivia e decidiu iluminar minha vida com o seu brilho. Quero dizer qu
Após a festa, Nágila pediu para passar a lua de mel no Brasil. Vincenzo, intrigado, perguntou o motivo. Ela respondeu com determinação: —Quero acertar contas com todos os envolvidos no meu sequestro. Cada minuto que passei em cativeiro será uma hora de tortura para os meus agressores.—As palavras dela despertaram uma emoção intensa em Vincenzo, que, excitado, garantiu que juntos iriam se vingar após a lua de mel.Ele a olhou nos olhos e disse: —Quero que você conheça meu apartamento. Era o lugar onde eu tinha meus encontros antigos, mas desde que te conheci, mandei derrubar tudo e reconstruir. Você é única, meu amor.—Ele sorriu ao imaginar como aquele espaço se tornaria o refúgio deles, um cantinho secreto onde poderiam compartilhar momentos especiais.Nágila sorriu, sua mente fervilhando de curiosidade sobre o que iria encontrar naquele novo lar. A ideia de um lugar só deles, longe do passado sombrio e cheio de promessas de um futuro juntos, a encheu de esperança e expectativa.Chega