Leonardo pegou sua arma favorita: uma pistola prateada, com um design elegante e detalhes em dourado que ostentavam as iniciais de seu nome. Era uma arma silenciosa, perfeita para suas operações discretas. Como sempre, ele abriu o armário multiuso e retirou uma de suas máscaras, deslizando-a sobre a cabeça até que se ajustasse perfeitamente, transformando seu rosto em uma nova identidade.Com determinação, Leonardo caminhou em direção à sala de torturas no galpão. Seus homens estavam posicionados do lado de fora, prontos para qualquer eventualidade. Ele deu um chute na porta, que se abriu com um estrondo.Assim que a porta se abriu, a projeção foi ativada imediatamente, mergulhando o ambiente em uma realidade distorcida que deixaria Dante confuso e vulnerável.—Eu entrarei sozinho,—disse Leonardo, com firmeza. —Fiquem atentos a qualquer movimento suspeito.Dentro da sala, Dante estava preparado, segurando uma metralhadora e mirando na direção da porta. Dois homens estavam destelhando
Logan gritou: —Leonardo!—Me chamou, senhor? — respondeu Logan, com uma expressão de seriedade.—Sim, quero que pegue dez homens e vá à casa do Paolo. Me traga a Kiara — disse Leonardo, encarando Dante. O rosto dele estava cheio de sangue, ainda molhado e tremendo de frio, uma visão que despertava tanto preocupação quanto desprezo em Leonardo.—Sim, senhor — respondeu Logan, saindo rapidamente para cumprir a ordem.Leonardo então chamou o médico que ficava na base. Ele sempre estava por perto para tratar dos ferimentos dos membros depois dos treinos pesados. Era um trabalho duro; sempre havia alguém machucado ou com costelas quebradas. Na família Denaro, só se tornavam soldados aqueles que realmente não temessem a forte pressão do treinamento e que fossem bons de briga e rápidos no gatilho. Os que não passavam no teste recebiam outras tarefas ou ficavam como reserva, como em um time de futebol.Todos treinavam, até as mulheres. Elas tinham funções importantes na máfia; algumas adminis
— Vamos começar, Dante? — perguntou Leonardo ironicamente, enquanto escolhia uma caixa de agulhas. O coração de Dante disparou, e o terror tomou conta dele ao ver as agulhas reluzindo sob a luz fria do ambiente. Assim que três agulhas foram cravadas em seus braços, ele não gritou, mas seus músculos se contraíram involuntariamente. O sangue escorria dos seus lábios, que ele mordia com tanta força na tentativa desesperada de controlar o grito de dor.Os olhos de Dante se arregalaram quando Logan entrou arrastando Kiara pelos cabelos.— Aqui está a bandida, senhor! Estava tentando fugir! — Logan anunciou, um sorriso cruel nos lábios.Leonardo apenas apontou para a cadeira ao lado de Dante. Logan prendeu Kiara com brutalidade, e Leonardo se aproximou dela com um olhar gélido.— Olá, Kiara. Você está contente? Me explique por que transou com o Vincenzo se estava em um relacionamento com o Dante.— Não! Eu não fiz! — ela exclamou, os olhos lacrimejando de medo e desespero.Leonardo se incli
Leonardo deixou os dois presos no galpão de torturas e fechou a porta, colocando a chave na fechadura. Ele se dirigiu até o quinteto.— Ajax, ligue a projeção e torture-os psicologicamente.— Sim, chefe! — respondeu Ajax, com um sorriso sádico, enquanto seus dedos dançavam sobre o teclado do computador.De repente, Dante e Kiara estavam em apuros. Dante estava amarrado a uma coluna fria, sem camisa, levando trinta chicotadas do próprio pai. A voz do homem ecoava em seus ouvidos:— Você pegou o doce do seu irmão. Como ousa pegar o que é dele?— Não fui eu! — murmurou Dante, sentindo a dor aguda em suas costas ensanguentadas.— Você não presta! Estou cansado de você! Já chega!O pai continuou a chicotear, cada golpe fazendo o desespero de Dante aumentar.— Você terá que pagar tudo que roubou do seu irmão. Como não tem dinheiro porque é um vagabundo e não trabalha, vou te vender. Encontrei um homem que gosta de homens e mulheres. Você vai ser o brinquedinho dele — disse o pai com um sorr
Dante, no galpão, continuava a gritar, mesmo sabendo que reviver aquelas lembranças era doloroso. No entanto, Leonardo não se importava; a única coisa que ocupava sua mente era Vincent, ferido e Vincenzo internado devido às torturas que sofrera. Se Vincent não tivesse invadido o local onde Dante estava sendo mantido prisioneiro, o pobre homem teria sido castrado.Leonardo entrou no galpão com um aparelho de choque. Assim que a projeção foi desligada, o corpo de Dante e Kiara recebeu uma descarga elétrica, intensificando ainda mais a dor das agulhas cravadas em suas peles e fazendo seus corpos se impulsionarem para cima.Os gritos ecoaram pelo espaço, misturando-se em um clamor de desespero e sofrimentoKiara gritava, pedindo misericórdia. Ela não suportava mais a dor e implorava: "Por favor, me mata logo! Tenha misericórdia!" Leonardo, imperturbável, não demonstrava nem uma centelha de compaixão. Continuou a aplicar choques e, achando que isso não era suficiente, arrancou as unhas dos
Mirella arregalou os olhos ao ver a sua mãe sentada no colo de um homem, rindo e beijando-lhe o queixo. Os dois pareciam tão felizes, copos de bebida em uma mão e um cigarro na outra, enquanto a fumaça se entrelaçava com risadas desmedidas. Aquelas risadas ecoavam como facadas em seu coração. O lugar que outrora era preenchido com o amor de seu pai agora estava tomado por uma estranha alegria que ela não conseguia entender.Caminhando com passos hesitantes até onde o som estava ligado, Mirella desligou a música com um gesto abrupto, sentindo a raiva borbulhar dentro dela. —Mãe, o que está acontecendo aqui? Quem é ele?— perguntou, sua voz tremendo, inocente e cheia de desespero. A proximidade do homem com sua mãe a incomodava profundamente; aquele sofá era o mesmo onde seu pai a abraçava com ternura, e agora ela via sua mãe nos braços de outro.A raiva crescia dentro da menina, misturada à tristeza profunda que invadia sua alma. O sorriso em seu rosto se desfez ao ouvir as palavras cor
Mirella estava em seu quarto, as lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto olhava um álbum desbotado pelo tempo, repleto de fotos de seu pai dos momentos lindos que viveram. Cada imagem trazia à tona memórias de um tempo em que ela era tratada como uma verdadeira princesa, rodeada pelo amor e carinho que ele lhe oferecia. Agora, a estante que antes guardava seus brinquedos estava vazia, despojada de tudo o que representava a felicidade e a inocência da infância. Os brinquedos que ele lhe dava todos os dias, os bombons que trazia em suas visitas, tudo isso parecia ter sido arrancado dela por Benício, deixando apenas vestígios de um sorriso apagado pela dor do tempo.A solidão daquela estante vazia fazia seu coração sangrar como se uma faca estivesse sendo cravada em sua alma. Hoje era seu aniversário de 20 anos, mas ao invés de celebrações, ela sentia que sua vida só piorava. Apesar de sua beleza florescente, mesmo vestida em trapos, os olhos do maldito Benício estavam sempre sobre ela.
Na Itália, Leonardo entrou na cozinha da casa com um olhar sóbrio, a raiva pulsando em suas veias.— Oi, filho — disse Giulia. — Você sabe o paradeiro do Stefano?— Sim, mãe, mas as notícias não são boas. Ele foi encontrado morto no hotel, e Guido está desaparecido. Porém, o Shane conseguiu a imagem do hotel. Imagine quem esteve com ele por último?— Não sei, querido. Quem?— O Alessandro — respondeu Leonardo. — Você acha que foi ele quem o matou? — perguntou Vincent.— Eu não sei. Para descobrir quem é o traidor, preciso investigar de perto — disse Leonardo.— Se você quiser, eu posso ir em seu lugar — ofereceu Vincenzo.— Se você quiser, tio, pode me acompanhar. Mas eu já conheço o Brasil e tenho um amigo que pode facilitar as coisas pra mim.— Tudo bem, eu vou com você. Vamos descobrir o que aconteceu com Stefano e se Guido também está morto — afirmou Vincenzo.— No que está pensando, filho? — perguntou Matteo ao ver Leonardo com o olhar distante.— Tem algo intrigante... Esses dia