— Duquesa, não posso mensurar o prazer que tenho em recebê-la em meu palácio! — falou a monarca, aproximando-se de Charlotte e abraçando-a apenas por poucos segundos, tentando manter o sorriso convincente no rosto. — Espero não ter atrapalhado suas núpcias!— É um prazer, vossa alteza — Charlotte a cumprimentou, fazendo uma reverência polida e elegante. — Oh, a senhora jamais…No entanto, antes que ela pudesse continuar, sua fala foi interrompida e a princesa entrou no espaço entre as duas mulheres, fazendo a rainha unir as sobrancelhas e dar dois passos para trás, surpresa com a falta de delicadeza da jovem princesa.— É um prazer revê-la, senhorita — Aggie se pronunciou, fazendo uma breve reverência e exibindo um pequeno sorriso de canto para a rainha. — Oh, certamente não, certo, Duquesa? Não há nada nas núpcias que você já não conheça, pelo que ouvi falar! — seu tom era provocador, zombeteiro, e seus olhos estavam fixos na Duquesa a sua frente. A rainha sentiu um nó se formar em
Aquele era, sem dúvida, o momento mais esperado de um baile, a dança e, principalmente, a primeira dança. Normalmente, nesses momentos, os cavalheiros deixavam seus interesses claros e as jovens fixavam seus objetivos. A primeira mulher a ser tirada para dançar foi Charlotte, que não mais que alguns instantes depois da música começar, foi levada ao centro do salão por seu marido, Lucian. Ambos encabeçaram o início das danças, tomando, por alguns instantes, todo o salão com a paixão que estava clara em seus olhares. Se moviam com maestria e o Duque tinha um imenso sorriso, sentindo o coração aquecido ao ter sua amada em seus braços e o ego acariciado por saber que ele era o único homem sortudo que tinha os olhares daquele anjo. Depois que o Duque e a Duquesa iniciaram, vários casais também começaram a dançar, mas, mesmo discretamente, todos os olhos estavam em uma única pessoa. O príncipe. Jonathan caminhou com passos lentos, incertos. Sua mente o indicava uma direção, mas seu cor
Os olhos claros de Charlotte pousaram sobre a irmã e um grande sorriso surgiu em seus lábios, estava feliz por Brista, por mais que aquele momento fosse apenas uma pequena vitória diante da guerra que ela sabia que estava por vir. Sentiu as mãos de seu marido apertarem levemente sua cintura e arfou, lembrando-se que estava nos braços de Lucian e voltando o rosto para ele, decidida a aproveitar aquele momento, mais um dos muitos que passou e passaria ao lado dele. — O que acha de descansarmos lá fora, minha querida? — Lucian perguntou, encerrando a dança e a puxando discretamente para fora do salão. Charlotte não ofereceu resistência, se deixando ser guiada por ele, aquele ato cuidadoso lhe trazendo boas lembranças, lembranças onde ela tinha a prova de que Lucian a esperaria independente de quanto tempo demorasse, de que ele cuidaria dela e a protegeria independente de quem fosse. Os dois seguiram discretamente para fora da festa, descendo o pequeno lance de escadas que os levou at
— Só um pouco, e apenas se voltarmos antes do baile acabar — impôs suas condições sorrindo para ele enquanto apressava o passo. Os dois seguiram pelas curvas do labirinto com destreza e pressa. Lucian guiava Charlotte delicadamente, seguindo para o centro, onde finalmente pararam de andar. A frente de Charlotte havia um gazebo coberto por flores de perfume doce, a lua iluminava o local com sua luz prateada e tornava a visão ainda mais bela. A ruiva suspirou levemente, sentiu o peito se aquecer diante da visão do lugar e, principalmente, por estar dividindo-a com o homem que amava. — É lindo, meu amor! — sussurrou, soltando a mão dele e entrando no gazebo, caminhando entre as flores e se sentando no chão de madeira, onde os ramos se arrastavam aqui e ali. Lucian entrou no local, sentando-se ao lado dela e acariciando seu rosto. Deslizando o dedo sob seu pescoço macio até alcançar os fios ruivos, tomando cuidado para não bagunçar o penteado. — Quando descobri este lugar, precisei t
O coração de Brista batia forte em seu peito. Quando a música por fim acabou, a loira sentiu os braços do príncipe deixarem seu corpo e Jonathan se curvou, num agradecimento silencioso, ambos estavam emudecidos, não haviam palavras para descrever o que sentiam. A loira se distanciou, dando as costas para o príncipe sem sequer ver para onde ele foi, então caminhou em direção ao lado de fora, atravessando o salão e caminhando até a saída dos fundos, encontrando uma pequena varanda e uma escadaria que conhecia bem. Seus lábios se ergueram e ela sentia como se pudesse flutuar até as nuvens, sentir o toque de Jonathan, a respiração quente dele tão perto de seus lábios, aquelas coisas lhe traziam sensações que ela sequer conseguia descrever. Brista olhou para o lado e encontrou a escadaria onde, alguns meses atrás, Jonathan afirmou que desejaria ser o primeiro na fila de seus pretendentes, então, nesse momento, ela decidiu de uma vez que ele seria. Não desistiria do homem que tinha seu
— Me solte, sua inútil! — Aggie gritou para Isla, empurrando a dama de companhia com força o bastante para jogá-la no chão. Isla caiu com um baque surdo, batendo o quadril e sentindo a dor atingir seu corpo, fazendo-a ofegar. Há muito aquilo não acontecia, fazia meses desde que Aggie agiu de maneira violenta com ela e, por um momento, acreditou que a princesa havia, de fato, melhorado, mas lá estava ela novamente, mostrando sua verdadeira face. A ruiva ergueu a destra e acertou a bochecha de Isla com ódio, berrando a centímetros do rosto da mulher de forma ameaçadora:— Onde você estava? Como ousou me deixar à mercê daquela vadia imunda? — um novo tapa atingiu a jovem, fazendo um gosto metálico encher sua boca, era sangue. — Sinto muito, senhora… Eu estava… — ela tentou se explicar, começando a se levantar, mas Aggie apenas a empurrou com o pé, jogando-a no chão mais uma vez e a olhando de forma desprezível.— Fique aqui e não me cause problemas, ou vou cumprir o que te prometi
Charlotte não costumava ser sorrateira, ao menos não com seu marido, mas considerando a forma como Lucian a agarrava em seu sono, ela sabia que precisaria ser muito cuidadosa para sair de seu abraço sem que ele acordasse. Não o culpava, estava, na verdade, tocada por sua preocupação, o cuidado dele lhe aquecia o coração, mas agora precisava de um pouco de ar e, principalmente, precisava encontrar sua irmã. Saíra do baile cedo demais para saber o que aconteceu depois da dança e tal coisa lhe tirara o sono, estava ansiosa para descobrir se houveram avanços e torcia por sua irmã, mas sabia que a adversária dela era perspicaz e, principalmente, desleal. Desde que pôs seus olhos na princesa escocesa, a ruiva percebeu que a garota faria de tudo para vencer aquela batalha, mas confiava no caráter de Jonathan para não se deixar levar pelas armas levianas de uma mulher desesperada. Com cuidado, Charlotte se desvencilhou dos braços fortes de Lucian, pisando cuidadosamente no chão e mantendo
Então, virou-se e seguiu em direção aos últimos degraus, deixando a garota para trás. Isla continuou ali olhando para as costas esguias da mulher e sentindo a mente completamente congelada. A jovem piscou os olhos algumas vezes e balançou a cabeça, se perguntando se essa era mesmo a jovem interesseira e manipuladora de quem ouvira falar. Charlotte seguiu seu caminho parando apenas na frente da porta da sua irmã, dando três batidas na porta e esperando. Torcia para que Brista não estivesse dormindo e, quando a porta se abriu, suspirou aliviada. Sua irmã não parecia sonolenta, pelo contrário, o quarto estava iluminado com um candelabro e, sentada na cama da loira, Maya encarava a porta com um olhar empolgado. — Acho que cheguei em boa hora — Charlotte disse com um sorriso animado. Brista abriu espaço para que ela entrasse e a abraçou delicadamente, sorrindo para a irmã e dizendo:— Sempre é uma boa hora para ter você, Lottie. Como está? Marcel me disse que você não se sentia bem mai