Espero que gostem, deixem seus comentários e me sigam no instagram! @autora_evy
Willian não sabia quantas horas passou na taberna, porém, só parou de beber quando o jogaram para fora como um cão. Estava tão bêbado que mal podia se aguentar de pé e a cidade já estava vazia, a não ser pelas prostitutas, que estavam aqui e ali à procura de um cliente para render seus lucros. Mas não se aproximaram dele, todas elas sabiam dos estranhos gostos do Griffin, de como ele era agressivo e violento, até elas resguardavam seu corpo, que era seu instrumento de trabalho. Jogado no chão sujo, Willian demorou para se levantar. Apoiou-se na parede da taberna e, com um grande esforço, conseguiu se pôr de pé. Havia bebido muito, muito mais do que costumava, e agora iria para casa. Queria ver Charlotte , queria tê-la para si e descobrir o que ela havia dito ao irmão. Sentia a raiva fazer seus dedos estremecerem e o medo gelar seu coração, tinha medo de perdê-la, ela era sua eternamente e não podia permitir que ninguém a tirasse dele. Seguiu até seu cavalo, montando sobre ele de for
Quando finalmente estavam sozinhos, Marcel caminhou até as portas do celeiro e as fechou, voltando-se para Willian novamente e caminhando devagar até ele. A princípio, não fez nada, somente o encarou com nojo e raiva, enquanto Willian o olhava com arrogância. Então, como quem libera uma besta de sua jaula, um furor se acendeu nos olhos azuis e, deixando de lado qualquer cavalheirismo e compostura, ele começou. Os punhos de Marcel o acertavam com tamanha força que Willian sequer conseguia acompanhar os golpes, só conseguia sentir a dor. Marcel o acertou com vários socos no rosto, vários chutes, jogou a cadeira onde ele estava amarrado no chão somente para poder pisar em seu rosto e cuspir nele, tratando-o como o animal que era e deixando que todo o seu ódio se esvaísse em violência, direcionada única e exclusivamente ao agressor de sua irmã. Enquanto era surrado, Willian gemia e pedia por socorro, xingava Marcel dos piores insultos que conhecia e, depois de um tempo, começou a implor
Charlotte estava nervosa. Havia feito exatamente o que seu irmão mandou, estava, desde a noite anterior, trancada em seu quarto. Havia organizado todos os seus vestidos numa grande mala, sabia que Marcel chegaria logo e não queria desperdiçar um segundo. — Charlotte ! — ouviu o chamado do irmão no andar debaixo e, só então abriu a grande porta, correndo até as escadas e deparando-se com uma terrível cena. Willian estava sendo carregado por dois homens que ela nunca havia visto, eles, bem como seu irmão, usavam roupas totalmente negras. Seu marido estava totalmente machucado, ensaguentado e desmaiado, mas ela não sentiu por ele nenhuma compaixão. — Senhorita Capman, é um prazer conhecê-la — falou Thommas, sorrindo para a mulher mais bela que havia visto em sua vida. Mesmo vestida de forma tão simplória, Charlotte conseguia atrair os olhares de qualquer um naquela sala, no entanto, os rapazes mal a encaravam, afinal, Marcel não estava num dos seus melhores dias e todos sabiam da
As palavras fizeram Brista e Chelsea arregalarem os olhos. Charlotte encolheu o corpo e abraçou-se na esperança de se consolar, pela segunda vez, estava sendo desprezada e amaldiçoada por sua própria mãe. Marcel, num acesso de fúria, ergueu a destra para Judith, mas parou com ela no ar ao ouvir a voz de Charlotte , baixa e sussurrada, sofrida. — Não precisa se preocupar, mamãe — ela iniciou, as palavras saiam como espinhos de sua garganta. — Não ficarei aqui, deixe-me na casa que fica na estrada, irei me manter distante, isolada de todos, a última coisa que desejo é prejudicar minhas irmãs. — Lottie — Brista falou, tocando os ombros da irmã com delicadeza. — Não precisa fazer isso, minha irmã…— Ela não irá, eu não vou permitir que Charlotte seja afastada de todos nós, mais uma vez, pela ganância da nossa mãe! — Marcel gritou, fazendo todas as mulheres na sala se encolherem tamanha a raiva em sua voz. Quando percebeu que as havia assustado, o rapaz massageou as têmporas e, an
Três meses depoisA luz do sol entrava pela janela e ia diretamente ao encontro do rosto da bela ruiva que dormia tranquilamente em sua cama. As cortinas não impediam que a claridade invadisse o quarto, mas isso não a incomodava, ela gostava de sentir o calor confortável dos primeiros raios solares da manhã ao acordar. Primeiro, moveu lentamente os dedos dos pés, inspirando profundamente e esticando o corpo pequeno e delicado ao passo que ouvia as suaves batidas à porta, certamente, seria Dália, lhe avisando que o café já estava na mesa. Assim eram seus dias desde que havia deixado para trás o pesadelo que viveu por dois anos. Charlotte Capman vivia sozinha com suas criadas, e melhores amigas, na casa mediana que ficava quase no final da propriedade de sua família. Não via muito suas irmãs, tentava não entrar em conflito com sua mãe, mas seu irmão ia visitá-la quase todos os dias. — Senhorita, quer dormir um pouco mais? Não precisa se levantar agora — Dália falou, após abrir a por
Então, seguiu para fora pela porta dos fundos, sentindo o sol aquecer sua pele e a brisa fresca e úmida denunciar que a chuva viria logo. Enquanto ela se afastava, as quatro mulheres a olhavam com certa preocupação. — Acha que ela está mesmo bem? Me preocupa que… — Dália iniciou, mas logo foi interrompida por Annie que apoiou sua mão rechonchuda no ombro da mais jovem.— Ela vai ficar bem, é uma moça forte, mas todos precisam de um tempo para superar os obstáculos da vida — dito isto, a senhora entrou na casa e, levando sua fiel companheira consigo, então todas voltaram aos serviços domésticos. Enquanto cuidavam do jantar e do chá da tarde, bem como da arrumação de toda a casa, Charlotte caminhava lentamente até o campo de flores que havia mais a frente de sua casa. Acenou para alguns capatazes que faziam a segurança do lugar enquanto seguia, mas sem aproximar-se muito. Os homens mal a olhavam, mas retribuíam seus cumprimentos com educação. Marcel deixara claro para eles que de fo
O trotar do cavalo fazia o corpo forte e grande de Lucian balançar levemente. Enquanto suas mãos firmes seguravam as rédeas, seus olhos castanhos dividiam-se entre olhar a estrada e o céu, que anunciava a tempestade que, com toda certeza, o pegaria antes que ele chegasse à casa central da fazenda dos Capman. Mas a culpa de estar prestes a ficar ensopado era toda sua, afinal, Juan, que vinha cavalgando logo atrás de si, havia o avisado que deveriam ir de carruagem.Lucian ainda conseguia ouvir os resmungos mal humorados do amigo enquanto cavalgavam com toda pressa e adentravam o território do gentil fazendeiro que se dispôs a acolhê-los. Não culpava o amigo por estar tão irritado, estava habituado a acompanhar nobres de mais alta estirpe ou nascidos em berço real, era difícil para Juan entender que ele não se agradava de todas aquelas bobagens propostas pela coorte e gostava de sentir o vento no rosto, o cheiro da brisa e do campo enquanto viajava. Mas admitia que, talvez, trocar a c
Jamais havia visto criatura tão bela e, momentaneamente, aquilo o desconcertou. A jovem moça usava vestes simples e leves, talvez consideradas até um pouco inapropriada para se estar na presença de um homem, o tecido fino movia-se levemente por conta da ventania que insistia em perpassar o corpo do duque e agarrava-se ao corpo pequeno da ruiva a sua frente, revelando mais do que o apropriado, algo que ele não deixou de reparar. Trazia um candelabro e a luz amarelada da vela iluminava seu belo rosto, os olhos esverdeados exibiam um misto de medo e curiosidade, seus ombros estavam um tanto quanto encolhidos e ele percebeu a mulher a sua frente puxar para cima a echarpe que estava sob seus braços, escondendo a pele que estava a mostra e fechando o decote. — Desculpe-me, senhorita — Juan tomou a frente e Lucian percebeu que o loiro estava tão deslumbrado com a aparência dela quanto ele. — A tempestade nos pegou enquanto íamos para a casa central da fazenda, somos convidados do senhor Ma