Nicolas Fernandes
Rio de janeiro
Nico, para os íntimos ou... Trovão para os que mal olhavam na cara do fortão, ele era chamado assim na favela, por ser o mais temido, arrogante, estressado e irado, ele odiava que seus parças mais chegados mentiam para ele, ele odiava quando os outros o deviam, quando isso acontecia, a pessoa era morta por seus parças, ou agredido intensamente a ponto de perder a vida, Nico começava a agressão e seus parças terminavam, ele não gostava muito de sujar suas mãos com essas coisas, por isso, ele sempre dizia claramente a todos, "nunca fiquem me devendo, se não, a sorte não estará mais com você" e poucos casos tinham de pessoas devendo o dono do morro, ou criando conversinhas pra cima dele, pois ele detestava mentiras.
Por isso, as coisas no morro andavam bem por enquanto, as drogas eram todas vendidas rapidamente, as armas também, e sempre o bolso do homem estava cheio, ia a baile funks quase todos os dias, encher a cara, pegar várias novinhas, e etc...
A vida do trovão era boa demais para ele, e os polícias jamais pegaram ele, no tiroteio que tinha em seu bairro ocasionalmente, eles jamais conseguiram pegar Nico, ele era ágil e era bom em escapar dos tiras e era muito bom em atirar também.
O homem moreno caminhava pela favela, armado como sempre e vendo como andava o movimento, ele olhava para os lados, e os homens quando o via, apenas acenava para o homem, Nicolas olhava sério para eles, e segurava na sua arma mostrando a todos que se fizessem alguma gracinha, eles iriam levar.
Ele então, avista ao longe uma morena que não parava de olhar para ele, o trovão já havia pegado a tal mulher, ele esboçava um sorriso safado em seus lábios e a mulher já entendia o que iria vir em seguida, ele anda mais rápido até ela, e assim que estavam próximos, ele dizia no ouvido dela.
— Te vejo no baile funk essa noite, vou estar te esperando na minha mesa de sempre, quero ter um momento a sós com essa perfeição em meus braços, falo??
A morena pisca concordando olhando para ele assentindo com a cabeça.
Nicolas então, segue de cabeça erguida, com a tal pose de sempre e segue até um bar, ele queria comprar uma boa cerveja, uma gelada agora iria lhe cair bem.
O cabelo do moreno estava amarrado em um coque, a barba estava grande, ele adorava esse estilo, isso mostrava que ele era um homem sério, ele não era um moleque, tinha 30 anos, e agia sempre com sabedoria em suas escolhas, ele sempre teria que pensar bem antes de resolver algo... Afinal, tudo ali estava nas mãos do moreno.
Nicolas chega até o bar pedindo uma cerveja, ele já deixa o dinheiro no balcão, e o homem entrega duas latinhas de cerveja e diz.
— Uma de brinde pra você. Ótima noite.
Nicolas somente assente e pega as duas latinhas saindo dali, ele abre uma já levando a boca e tomando um grande gole, estava gelada e bem gostosa. Ele sorri após sentir o amargo da cerveja e caminha até seu doce lar, já estava a escurecer, era seis horas da tarde, logo iria anoitecer e o moreno queria descansar, contar sua grana que demoraria horas e horas e depois se arrumar para a farra, como sempre.
***
Mais tarde ...
No noticiário, após ter contado sua grana e dar para seus parças, ele aumenta o volume e ouve o que se diz ...
" A polícia do Rio de Janeiro, tem visto bastante movimento no morro de Manguinhos, muita bagunça, frevos, bailes funks e o uso de drogas nos locais, a polícia irá fazer rondas pelo local e prender quem estiver envolvido com drogas, armas, e etc..."
Nicolas resmunga alto, e logo solta um xingamento, sentindo muita raiva...
– Porra, que merda de tiras filhos da egua... eles não sabem com quem estão se metendo, merda...
Ele chuta uma cadeira que estava na sua frente e leva a mão ao rosto e depois aos cabelos, sentindo as madeixas coçar de ódio...
Ele desamarra os cabelos e os bagunça e decide já tirar suas roupas e se jogar na ducha fria, para relaxar seus nervos, que estavam saltando... As veias do homem pulavam, e seu coração acelerava muito rápido... Ele sentia um ódio tremendo, aliás, foram eles que mataram os seus pais... Ele sabia que o que fazia era ilegal, mas era o legado do homem, assumir o morro e levar a diante, ele não deixaria os polícias tomarem tudo que era dele, ele só tinha aquilo... ele vivia assim desde que assumiu o morro...
Nicolas liga a ducha após se livrar das roupas e se j**a abaixo dela, deixando a água fria molhar seus cabelos e relaxar seu corpo nu...
Logo ele sente os braços e pernas relaxar ao sentir a água... Ele fecha os olhos e tenta se acalmar um pouco. Ele sabia que a irá não iria lhe ajudar agora, ele só tinha que ser esperto, não ser pego pelos tiras e seguir a diante. Ele sabia que iria conseguir...
Após tomar seu banho, e seus cabelos estarem agora limpos, assim como seu corpo, ele seca seu corpo e coloca um par de roupas logo a seguir, e depois seca os cabelos e passa um creme e os penteia, após terminar, ele espera secar um pouco para poder amarrar seus cabelos que era até os ombros... Ele gostava de ter o cabelo daquele tamanho, ele não via homens com cabelos grandes por ali, e assim que ele deixou crescer um pouco, amou o visual que não mudou mais...
Ele calça o seu tênis, senta no sofá checando seu celular e vê uma mensagem de um colega.
" E aí cara, já começou a farra aqui, você na está vindo?? Tem mulher boa demais por aqui, nossa senhora, hoje o pai vai pegar geral."
Nicolas revira os olhos lendo a mensagem e responde seu colega.
" Oi mano, eu já vou, relaxa aí, e guarda umas minas pra mim, falo."
Ele era seco e direto, como sempre, ele guarda seu celular na sua jaqueta, e começa a amarrar seus cabelos, pois já estavam secos.
O moreno sempre se vestia bem, comprava roupas de marcas e cuidava da aparência, ele malhava, tomava muitas vitaminas e tinha um corpo sarado, era másculo, forte e a mulherada cai matando por ele... Ele atraia qualquer mulher que passasse por ele, por isso, ele sempre tinha a mulher que quisesse, o único estilo que ele não gostava em mulher, era as certinhas, garotas da cidade, que viviam conforme a lei, ele só se relacionava com mulheres que moravam no morro, ou perto, nunca se envolvia com mulher de cidade grande, ou de novinhas certinhas, e afins, esse era o lema dele, e até agora, ele nunca se envolveu com mulheres fora do seu padrão.
SamanthaSão Paulo Passaram- se uns dias e Samantha estava na sua rotina, como sempre...Ela havia se recuperado da noite de bebedeira, ela havia passado mal um bocado, e ela havia dito a si mesma que não beberia mais nada forte como o tal dia, ela queria sempre estar bem, mas tinha tempo que ela não bebia, e ela relaxou quando bebeu um pouco, mas isso teve consequência, dores fortes no estômago, vômitos, dores de cabeça e muito mais...Mas, ela estava recuperada, havia tomado muita água para se hidratar e até água de coco, ela havia trazido para o trabalho, uma garrafinha de água bem gelada, pois estava calor em São Paulo, e também uma garrafinha de água de coco, e estava bem docinho, uma delícia.A doutora usa o seu jaleco branco, usava luvas nas mãos e seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo.Ela não gostava de atender nenhum paciente com cabelos soltos.Após um tempo...Ela atende seu último paciente, uma criança de cinco anos, que estava com rinite, ela avalia a criança e vê
Havia acontecido tudo bem rápido... Nicolas havia sido atingindo por um dos tiras, eles apareceram no baile funk em que ele se encontrava, assim que perceberam que eles estavam ali, Nicolas saiu com seus parças despistando os tiras, Nico sabia que eles queriam o prender, por isso, foi acompanhando de um dos seus trutas para obter ajuda, ainda bem que o homem ali tinha armas escondidas em sua calça, mas por hora ele não usaria elas, ele corria o máximo que podia saindo da boate com os seus homens atrás, eles viravam uma esquina, ainda correndo e um deles dizia sem fôlego.— Vou pegar um carro chefe, espera perto da escola que já chego lá...— Falo...Nicolas dizia sentindo a adrenalina contra o seu corpo e só corria, um dos homens que estava atrás dele o protegendo, era atingido pelos tiras. Ele gritava xingando os policiais.–- Que porra, é essa? Eu vou matar esses filhos da ma...Ele não terminava de falar e gritava andando mais devagar, Nicolas via o cara baleado com dor e puxava su
SAM RJ Alguns dias depois... A morena havia entregado alguns currículos pelos hospitais do Rio de Janeiro, a mulher cria que iriam a ligar, ela precisava de trabalho, e ajudar sua tia e sua prima, ela sabia que sua tia estava correndo atrás de tudo sobre as coisas do marido, o dinheiro que estava no banco dele, dentre outras coisas, e Samantha queria estar ali, para ajudar elas, sendo, financeiramente e emocionalmente, a mulher havia cansado de andar pelos bairros, seus pés estavam doendo, ela usava uma sapato fechado que estavam machucando os seus pés, ela fazia uma careta e pedia um Uber para ir para casa.Ela entrava no aplicativo esperando algum Uber aceitar a solicitação, assim que via vários motoristas por perto, um deles aceitava a corrida, ela fica contente e decidiu aguardar sentada em um banco, ela ajeitou as suas costas e estica os seus pés que devia estar agora vermelhos e um pouco inchado por passar quase a tarde toda andando pelos bairros...Ela queria só chegar na no
Samantha sentia as suas pernas vacilarem ao olhar para o homem a sua frente, segurando o seu braço fortemente, ela dizia com a voz rouca e bem baixa...— Não estou perdida, estava indo até minha prima, se me der licença.Ela tenta se virar, mas o homem ali, a puxa para mais perto, deixando algumas marcas vermelhas no braço da morena. Ela olha para baixo, a mão do homem segurava com força o braço da mulher, ela levantava o olhar para ele e pensava em como sairia dali? Seus olhos estavam lacrimejando, ela segurava as lágrimas para elas não rolarem ali, ela tenta ser forte, mas aquilo estava sendo difícil para ela, a mulher jamais passou por algo assim em sua vida. O homem com o dedo indicador segurava o queixo da morena dizendo, aproximando seu rosto do dela.— Gracinha, que tal irmos para um lugar mais reservado? Hum? Que tal?Ele piscava para ela olhando para o corpo da mulher, e sorria gostando do que via, para ela aquela cena era terrível, ela queria correr dali, ela revira os olhos
A mulher ficou ali, esperando a sua prima, a dor dos seus pés estavam latejando, ela estica os braços colocando a mão no seu calçado resmungando baixo.Ela não havia trazido celular, mas se estivesse com ele na mão, já teria ligado para a sua prima, ou pedido um Uber para voltar para a casa, era arriscado demais ela voltar sozinha, pois já era noite, a morena sentia o frio por todo o seu corpo, fazendo a sua pele se arrepiar, ela abraça os seus ombros para lhe aquecer um pouco e se encolhia perto da porta de saída do baile funk, ela escuta o batidão meio alto ainda, ela olha para a escuridão acima de si, e fecha os olhos por um momento, pensa se ia correndo até sua futura casa, e se Ana demorasse mais? Parecia que ela estava aproveitando bem sua noite, enquanto Samantha estava a sentir frio olhando para aquela escuridão.A morena dá alguns passos para a frente olhando ao seu redor, tinha poucas pessoas caminhando pelas ruas, ela tinha medo de estar entre eles, e logo a frente fosse as
SamanthaO rosto da morena ardia, e as lágrimas rolam pelo o seu rosto, ela não sabia o porquê dele ter aparecido, e ainda mais, ter sido agredida por um traficante, ela sentia o nariz escorrer, ela não queria mais ficar naquele lugar, as pessoas ali eram uns monstros, assim que ela erguia a sua cabeça para olhar para a pessoa a sua frente que interferiu, ela vê o homem que estava no baile funk, ele de novo, estava sempre no caminho, ela arregala os olhos fitando o fortão e pisca os olhos algumas vezes, Nicolas continua abaixado olhando para ela, a morena limpa as lágrimas e se levanta com cuidado, ela leva a mão na bochecha que estava ardendo e vermelha, Nicolas se levanta olhando ao redor, muitas pessoas saiam ainda do baile funk, ele coçou a garganta dizendo.--- Acredito que aqui não é o lugar para você, garota, melhor ir embora.Ele diz sério olhando para ela, uma parte de si tinha dó e pena da mulher, algo nela mexia com ele, o homem já sabia que iria esbarrar com aquela mulher
Nicolas, o trovão.Nicolas havia voltado para a casa com a cabeça a mil, ele estava com raiva de si mesmo, não entendia o porquê do interesse naquela garota que mal se cuidava, parecia que a mulher atraia o perigo. O homem desamarra os seus cabelos e os jogava para trás irado, seus olhos estavam dilatados de raiva, ele suava e limpa o suor da sua testa seguindo até a sua casa, assim que chegava, Nicolas entra depressa indo já para o banheiro, ele iria tomar um banho e tentar relaxar, iria chamar algumas mulheres para a sua casa, só assim para o fortão se sentir menos tenso, ele queria distância daquela mulher. Não queria mais encontrar com aquela morena linda. Ele iria relaxar com várias mulheres em sua casa e isso seria perfeito.Ele esboçava um sorriso em seus lábios e tirava as suas roupas indo até o box.SAMANTHA.A morena havia chegado na sua casa, ela sentia dores nas pernas e nos seus pés, ela fazia uma careta ao abrir a porta, ela ia devagar até o quarto, para não acordar a su
Trovão...Havia passado alguns dias...Nicolas já estava melhor do ferimento, ele havia feito o curativo todos os dias, e higienizado seu ombro, o homem olhava para os pontos e ficava pensativo em que poderia remover os pontos, ele não poderia ir para o hospital, ele devia encontrar com a morena, era o único jeito, ele soca sua mão na parede com a mão boa, e fazia uma careta sentindo a dor, o homem não queria encontrar com ela novamente, ficar a sós com aquela morena, era perigoso..O homem já sabia onde ela morava, ele decidia ir até lá... Ele também não queria que ninguém soubesse sobre a morena e sobre o encontro dos dois...Nicolas decidiu vestir um casaco preto e uma calça azulada e colocava os seus tênis, ele amarrou os seus cabelos e pegou o seu carro indo em direção ao bairro onde Samantha morava....Dentro de vinte minutos...O moreno chega no bairro de Samanta e estaciona o carro bem longe da casa dela, ele ficou pensativo dentro do carro em como chegar para conversar com el