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Havia acontecido tudo bem rápido... Nicolas havia sido atingindo por um dos tiras, eles apareceram no baile funk em que ele se encontrava, assim que perceberam que eles estavam ali, Nicolas saiu com seus parças despistando os tiras, Nico sabia que eles queriam o prender, por isso, foi acompanhando de um dos seus trutas para obter ajuda, ainda bem que o homem ali tinha armas escondidas em sua calça, mas por hora ele não usaria elas, ele corria o máximo que podia saindo da boate com os seus homens atrás, eles viravam uma esquina, ainda correndo e um deles dizia sem fôlego.

— Vou pegar um carro chefe, espera perto da escola que já chego lá...

— Falo...

Nicolas dizia sentindo a adrenalina contra o seu corpo e só corria, um dos homens que estava atrás dele o protegendo, era atingido pelos tiras. Ele gritava xingando os policiais.

–- Que porra, é essa? Eu vou matar esses filhos da ma...

Ele não terminava de falar e gritava andando mais devagar, Nicolas via o cara baleado com dor e puxava sua camisa e continuava a correr, eles viravam uma esquina que levava a um beco e escondia o homem ali.

— Vou pedir para que te busquem, fique bem quieto aqui, me entendeu ?

O homem assentia com a cabeça, e se agachava, se escondendo, Nicolas continuava a correr, indo até a escola... Ele não podia ser seguido, e nem baleado...

Já era quase uma da manhã, e todos no bairro estavam dormindo, só havia ele e seus amigos fugindo dos tiras...

Assim que ele chegava perto da escola, seu truta chegava com o carro a todo vapor, Nicolas seguia sorrindo até o carro, mas logo em seguida ouvia os tiras gritando para o homem...

— Parado, Trovão, se não, vamos atirar... Levante as mãos, e sem gracinhas.

Os tiras diziam armados, estava apontando a arma para o trovão ali, ele ficava sério, olhando para eles, mas antes de pensar em fazer algo, seu corpo era movido para o carro e ele entrava dentro dele.

Nico só ouvia os disparos no carro e abaixava a cabeça...

Ele dizia gritando.

— Corre, vai.

Seu amigo disparava o veículo e seguia pela rua em alta velocidade, Nico ouvia as sirenes, eles estavam atrás deles.

O amigo dele vira em uma rua deserta e Nico xinga com raiva.

— Puta Merda.

Ele sentia algo quente escorrer, a seguir de uma dor que se intensificava... o dono do morro havia levado um tiro...

— O que foi, trovão ?

— Nada... Só vai.

Ele dizia pressionando o ferimento... Estava latejando...

Ele não queria ser pego, por isso pede ao seu amigo que ele iria despistar os tiras, ele fala algo para ele.

— Pare aí, fuja para longe, eu entro em contato, eu vou tentar limpar isso aqui. Para o carro.

Seu amigo ficou preocupado com o dono do morro, mas obedecendo, ele saiu do carro e o outro acelera o veículo para atrair os tiras.

Assim que o Trovão seguia andando ele via logo a frente uma mulher, uma linda mulher, mas ela olha assustada para Nico, estava de olhos arregalados e boca aberta, ela reparava na roupa do homem, toda rasgada e o ferimento dele... Não podia ter testemunhas, ninguém podia saber que ele havia sido baleado, por isso, ele agia rápido apontando o dela para ela dizendo que ela não podia dizer nada a ninguém, a mulher ali não havia entendido nada, ela era guiada pelo fortão, ela estava com medo dele, do que ele iria fazer com ela, a mulher tentava tirar a mão dela da sua, mas ele era forte demais...

Ele continuava a puxar e resmungando alto, assim que ele chegava a um lugar estranho, ele abria o local com uma chave que estava em seu bolso e puxava a mulher para dentro e trancava o local estranho, estava escuro e a mulher não sabia onde estava, seu coração disparava de medo, mas ela não falava nada, ficava imóvel, com medo, já o homem ali, ia até o interceptor e ligava as luzes, assim que a mulher piscava os olhos confusa, ela olhava para todos os lados, para saber onde estava... Era uma sala pequena, havia um sofá ali, algumas cadeiras, uma geladeira velha e algumas medicações, coisas do tipo...

Ele olhava para as medicações, sem sabe do que fazer com tais itens, ela viu que ele queria limpar o ferimento, mas não sabia como, ela tinha medo de falar algo para o homem que parecia ser sério, estressado e perigoso, mas ele precisava de ajuda, ela sentia que o devia ajudar, pois ela era médica, não conseguia deixar alguém ferido daquele jeito na sua frente, ela toma coragem, se aproximando, e diz ao homem.

— Você... Quer ajuda??

Nico volta a sua atenção para a mulher, arqueando a sobrancelha dizendo sério...

— E você, por acaso sabe fazer isso?

Ele pergunta de modo grosseiro.

Ela respondeu sem demonstrar medo, olhando nos olhos dele.

— Sei, eu sou médica... Posso ajudar você.

Ele olha confuso para ela, e diz dando de ombros.

— Ok, vá em frente.

Samantha segue até ele e olha pelos arredores em busca de algo para limpar o homem, ela acha ali, soro fisiológico, uma agulha que ela o desinfecta, uma linha grossa, algumas gazes e uma faixa grande.

Ali parecia um lugar que o tal do homem se limpava quando machucava, a mulher mal sabia que aquele lugar e para se esconderem quando eram atingidos por inimigos e tiras, por isso aquele lugar tinha itens de limpeza, medicamentos e afins.

A mulher procura por uma pinça para tirar a bala do ombro dele, ela se aproxima mais com todos os itens perto de si, e diz a ele.

— Melhor se sentar.

Ele nega olhando dentro dos olhos dela.

— Vou ficar de pé. Pode começar.

Samantha engole em seco e então, começa.

Ela pega a pinça e se aproximar para olhar de perto o ombro dele, ela estava a centímetros de distância do homem, ela fitou bem e enxerga a bala entrando bem profundo no ferimento que esta a escorrer sangue no braço dele, ela ergue a pinça afundando no ombro aberto dele, Nico mordeu os lábios e olha para o teto, ele suporta a dor em silêncio, Samantha continua, e logo puxa a bala e tira ela dentro do ferimento, assim, o sangue escorre mais, ela pega um pano e o soro e limpa o sangue que está a escorrer, ela j**a um pouco de soro no ferimento e ele xingou baixo, mas ela continua... ela pega a agulha já com a linha pronta para o costurar.

— Agora eu vou...

Ele a interrompe com raiva, ele só queria que acabasse rápido.

— Só vai...

Ele grunhiu entre os dentes.

Samantha começou a costurar o ombro dele, que aperta sua outra mão sem querer no ombro da mulher, de começo ela se assusta, mas continua a costurar... ele continuou com a mão ali, apertando mais forte o ombro dela.

Ela se apressa e termina de costurar...

Assim que termina, limpava o sangue que fica entre os pontos, enquanto ela termina de limpar o ferimento dele, Nico olha por um momento para a mulher, tirando a mão do ombro dela, aquela mulher era bonita, não parecia ser dali, ele ficou impressionado com uma mulher ajudando ele, Nico sabia que ela sentia medo dele, mas ele não faria nada com ela, mas se ela ousasse denunciar o homem, as coisas dariam mal para ela. Ele para de observar a mulher e continuava fitando sério para o teto.

Samantha termina e suspira fundo e coloca algumas gazes e depois enrola o ombro dele com a faixa.

Assim que termina, ela lava as mãos e diz para ele.

— Pronto. Terminei.

Ele caminha pela sala e tenta esticar o braço e faz umas caretas.

Ela se intromete indo até ele.

— Você não deve mexer muito o seu braço até cicatrizar os pontos, se fizer os movimentos com o braço, os pontos vão abrir e terá que refazer novamente, aconselho a ficar 10 dias sem fazer esforço.

Ele vira para a mulher ali, a sua frente, que olha preocupada e amedrontada .

— Como é? – ele pergunta com a voz alta e grossa, levantando as sobrancelhas e um com rosto bravo para a morena. 

Ele se aproxima e ela diz gaguejando...

— Bom, como médica, só estou dizendo...

Ele a corta, colocando um dedo na boca da mulher, que sentia o seu coração disparar... Aquele homem queria o que afinal? O medo por ele só crescia… os olhos dela começam a lacrimejar vendo ele tão perto, ele parece ser ameaçador bem na frente da morena, que sentia os seus lábios tremer de medo, os olhos dele mesmo sendo lindos, estava apavorante olhando para a morena. 

— Você acha que é quem para me dar ordens? Você me ajudou, ok, mas achar que pode me dar ordens, está enganada, você me conhece por acaso? Parece que não.

O tom da voz dele era ameaçador, ela se calava por um momento e pensava no que sua prima dizia, aqui era perigoso, ele devia mexer com coisas erradas... Podia ser um bandido, ou pior... Ela volta a olhar para os olhos dele, que era um erro, ele olha sério para ela, os olhos dele eram pavorosos. Ele tirava o dedo da boca dela, e dizia virando as costas para ela.

— Bom, pode ir... Só peço uma coisa em troca, que não conte a ninguém o que houve aqui, se contar, eu te procuro e você se dará mal se me ver novamente, já está avisado.

Ele abria a sala novamente, mandando ela sair, ela não pensava duas vezes e saia dali, sem falar nenhuma palavra...

Ela seguia sem olhar para trás, até a sua casa... Ela não teria mais saidas noturnas, essa noite, foi um erro...

Ela sentia as lágrimas rolarem... Esse homem parecia um monstro, ela havia o ajudado e ele a tratava daquele jeito...

Quem era esse homem afinal??

Nicolas, olhava para ela saindo dali, sem olhar para trás, ele via que assustou a mulher, mas era melhor assim, ele nunca era legal com ninguém, nem com as mulheres, ela não seria a primeira... Ele então, decide dormir naquele lugar, ele fechava novamente, pegava uma cerveja na geladeira e se sentava no sofá já virando a latinha, ele esperava que seu ombro melhorasse, e logo.

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