POV Ragnar
A irritação ainda latejava em minha mente depois que Jarek deixou minha cabana. Desde o momento em que assumi como alfa, nunca o quis como meu beta. Não era uma questão de capacidade, mas queria alguém com quem tivesse mais em comum em quem pudesse confiar para qualquer coisa. Mas meu pai insistiu para que ele permanecesse no cargo ele acredita dever muito a Jarek e não quis que a sua aposentadoriasignificasse a dele também, pensei que poderia lidar com isso. Agora, suas constantes intromissões, especialmente envolvendo sua filha Freya, estavam começando a testar minha paciência. Sentei-me na cadeira por um momento, encarando o vazio. Freya era uma loba excepcional, ninguém poderia negar isso. Mas as expectativas de uma união forçada... Era algo que me prendia, sufocava. Minha prioridade era a alcateia, a segurança e o bem-estar de todos. Esse papel demandava tudo de mim, e eu não podia me dar ao luxo de comprometer minhas decisões com base em alianças pessoais. Ainda assim, não era só isso que me incomodava. Desde meu encontro com Laura, algo dentro de mim estava em silêncio. Meu lobo, antes tão presente, parecia estar trancado, incapaz de se manifestar. Era confuso e frustrante. Senti como se algo estivesse fora do lugar, como se uma parte de mim estivesse perdida. Precisava de um momento para clarear a mente. Levantei-me e saí em direção ao bosque, para o ponto onde havia visto Laura pela última vez. A noite parecia mais fria do que o normal enquanto eu me aproximava do lugar onde havia encontrado Laura pela última vez. Minhas pernas me levaram até lá quase automaticamente, guiadas por uma necessidade que eu não compreendia completamente. O silêncio do bosque era opressivo, e meus pensamentos estavam tão tumultuados quanto as sombras das árvores sob a luz da lua. Foi então que senti algo se agitar dentro de mim, uma presença que havia estado ausente por tempo demais. Lucian, finalmente, rompeu o silêncio que me atormentava há dias. "Por que você esteve tão distante?" Questionei em minha mente, o tom mais acusador do que planejava. "Algo aconteceu e está muito fora do meu entendimento tentei esconder e proteger você disso mas é impossível seus sonhos e pensamentos me mostrar que você ja sente o vínculo, então vou te contar a verdade espero queesteja pronto" ele respondeu, sua voz grave, carregada de emoção. Meu peito apertou. "Pronto para o quê? O que você está escondendo de mim?" Houve um momento de hesitação antes que ele finalmente falasse, a gravidade em sua voz quase tangível. "Laura, a vampira... ela é nossa companheira de alma." As palavras atingiram-me como um trovão. Eu fiquei imóvel, minha mente incapaz de processar o que acabara de ouvir. Companheira de alma? Como isso era possível? Tudo que eu sabia sobre vampiros e lobos parecia entrar em colapso diante daquela revelação. Meu lobo continuou, embora parecesse tão confuso quanto eu. "Não sei como isso aconteceu," confessou ele, "mas não pude negar o vínculo. Era forte demais, algo que transcende o que é natural." Lucian me deixou sentir o vínculo de companheiro, eu já o sentia de forma fraca era evidente que Laura estava em meus pensamentos, mais o vínculo tornava tudo mais forte derrepente era como se dependesse de Laura para viver eu cambaleei sob o peso da revelação, minhas mãos instintivamente segurando o tronco de uma árvore para me estabilizar aqueles sentimentos fortes trazendo sua imagem a minha mente o me deixando sem ar. Antes que pudesse fazer mais perguntas, os sons de passos suaves ao meu redor me trouxeram de volta ao presente. Alguns guardas haviam se aproximado, provavelmente preocupados com minha presença perto da fronteira "Não é nada," murmurei, afastando-os com um gesto. "Achei que tinha visto alguma coisa." Eles hesitaram, mas acabaram se afastando, embora me lançassem olhares curiosos. Com um nó no peito e a cabeça cheia, voltei para minha cabana. A exaustão me venceu rapidamente, mas o sono trouxe mais confusão do que descanso. Sonhei com Laura. Sua presença era constante, quase palpável. Ela me encarava, seus olhos transmitindo algo que eu não conseguia decifrar. O vínculo parecia tão real nos sonhos quanto a revelação do meu lobo. Quando finalmente acordei, o dia já havia começado. Batidas firmes na porta me tiraram do torpor. Levantei-me com dificuldade, minha mente ainda embaralhada pelas imagens dos sonhos. Ao abrir a porta e ver Jarek, minha irritação voltou à tona. "O que você quer dessa vez?" perguntei, mal disfarçando o tom ríspido. "Alfa, temos um problema sério," começou ele, ignorando meu humor. "Há invasores. Os capitães estão reunidos e esperando por você." Respirei fundo, empurrando todas as emoções conflitantes para o fundo da mente. A alcateia precisava de mim, e não havia espaço para distrações. Ajustei minha postura, já me preparando para o que estava por vir.Pov Ragnar - No salão principal, os capitães e membros de confiança da alcateia aguardavam minhas instruções. Mapas estavam espalhados sobre a mesa central, destacando as áreas onde incursões haviam sido reportadas. O clima era tenso; todos sentiam a ameaça se aproximando. "Recebemos relatos de movimentações na fronteira leste," começou Jarek, meu beta. "Lobos errantes sem alcateia estão invadindo nossos territórios para caçar e roubar." Freya, ao lado de Jarek, acrescentou querendo parecer útil: "Eles agem sem ordem, mas são numerosos. Precisamos tomar uma atitude antes que se tornem uma ameaça maior." Assenti, mantendo a expressão séria. "Organizaremos uma patrulha imediata para a fronteira leste. Irei pessoalmente liderar este grupo. Jarek, cuide das defesas internas enquanto estivermos fora." Freya deu um passo à frente. "Alfa, permita-me acompanhá-lo. Conheço bem aquela região e posso ser útil." "Não desta vez, Freya. Preciso que você ajude com a segurança aqui. Confi
Pov Laura A mansão ancestral dos vampiros erguia-se imponente sob o céu noturno, seus vitrais refletindo a luz pálida da lua cheia. Nos corredores silenciosos, sombras dançavam pelas paredes adornadas com tapeçarias históricas. No escritório no topo da torre oeste, eu estava sentada diante de uma pilha de documentos, tentando me concentrar nos negócios que meu pai confiara a mim. Desde meu encontro com Ragnar, minha mente parecia um labirinto inescapável. A imagem daquele lobisomem alfa persistia em meus pensamentos, seus olhos intensos, a força contida em cada movimento. Era perturbador. Ele era o inimigo, alguém que eu deveria desprezar, mas havia algo nele que me intrigava profundamente. Suspirei, passando os dedos pelos cabelos escuros, tentando afastar essas distrações. Precisava focar nos tratados comerciais com outros clãs e nas rotas de suprimento de sangue para nossa comunidade. A responsabilidade era grande, e meu pai confiava em minha habilidade para gerir esses assun
Pov Laura Depois da perturbadora conversa com meu pai e Victor, procurei um pouco de paz no jardim da mansão. O luar banhava as flores e arbustos com um brilho suave, e o silêncio era quebrado apenas pelo som distante de um riacho. Caminhei lentamente pelos caminhos de pedra, tentando organizar meus pensamentos. Desde meu encontro com Ragnar, uma avalanche de sentimentos conflitantes tomou conta de mim. Ele deveria ser meu inimigo, mas havia algo nele que me intrigava profundamente. Não conseguia tirá-lo da cabeça, e a brutalidade de suas ações me causava uma mistura de fascinação e repulsa. Sentei-me em um banco de pedra, olhando para o céu estrelado. As memórias de minha própria história surgiram como fantasmas indesejados. Meu pai adotivo, Cassios, me encontrara à beira da morte quando eu tinha cerca de 17 anos. Estava gravemente ferida, sem memórias do que havia acontecido antes daquele momento. Cassios havia me salvado, cuidando de mim com seu poderoso sangue vampírico. D
Pov Ragnar A violência do confronto com os lobos errantes ainda ecoava em minha mente, como um tambor incessante. A brutalidade que usei havia sido desnecessária – chamaria atenção, e a última coisa que eu precisava era de olhares curiosos sobre meus movimentos e poderia passar uma imagem errada do alfa que sou, e não sei como outras alcateias, e o mundo sobrenatural veriam minhas ações. Esse pensamento me acompanhou enquanto eu retornava para a mansão da alcateia eu tinha trabalho a fazer no escritório, então essa noite não iria para minha cabana. Subi direto para meu quarto, o peso da noite pendendo sobre meus ombros. Após um banho quente, que deveria me relaxar, senti o oposto. A água escorrendo pela minha pele não conseguiu lavar as preocupações ou acalmar os demônios dentro de mim. Quando fui para meu escritório, esperava me distrair com trabalho – números, relatórios, qualquer coisa que pudesse ocupar minha mente. meus sentimentos me traíam. Descobrir que Laura era minha comp
POV Laura A noite parecia inquieta, e meu corpo rejeitava o descanso. Por mais que tentasse, não conseguia me aquietar. Alguma coisa, uma sensação inexplicável, parecia me chamar para fora. Por fim, desisti da luta contra a insônia e me levantei, vestindo um casaco leve antes de sair. O frescor da floresta me envolveu, e com cada passo, era como se algo me guiasse, puxando-me para a direção da fronteira.A princípio, não percebi para onde estava indo. Apenas segui o instinto, meus pensamentos vagando entre as sombras das árvores e o brilho distante da lua. Quando me dei conta, estava muito perto da divisa que separava meu território do deles, da alcateia de Ragnar. Meu coração acelerou. Os acontecimentos recentes ainda pairavam como nuvens escuras sobre mim, e estar tão próxima daquelas terras poderia trazer problemas. Mas, ao invés de recuar, fiquei ali. Algo me dizia que precisava estar naquele lugar, naquela noite.De repente, o vento trouxe até mim um aroma intenso e amadeirado.
O silêncio da floresta parecia mais denso após as palavras de Laura. Mesmo querendo parecer indiferente, eu sabia que meu olhar a traía. A verdade era que estar ali, diante dela, despertava sentimentos que eu mal começava a compreender. Ainda assim, eu precisava manter o controle – algo que vinha sendo cada vez mais difícil desde que a conheci."Há coisas que talvez você não consiga entender," disse, tentando soar casual, mas a intensidade da minha própria voz me surpreendeu.Ela, no entanto, não se deixou intimidar. Seus olhos fixaram-se em mim, brilhando como duas chamas curiosas. "Que coisas seriam essas, Ragnar?" A pergunta veio rápida, firme. Ela não pretendia me deixar escapar tão facilmente."Coisa de lobo," respondi, desviando o olhar por um momento, na tentativa de fugir do assunto. Esperava que isso encerrasse a conversa, mas, claro, eu estava lidando com Laura, e ela não era do tipo que se deixava satisfazer com respostas vagas."Você sempre vem aqui?" ela insistiu, inclina
POV Laura Após o silêncio que se instaurou entre nós, senti a necessidade de recuperar o controle. O peso das palavras de Ragnar ainda pairava sobre mim como uma nuvem densa. Seria possível que ele tivesse razão? Talvez fosse ele quem me trouxera até aqui, como uma espécie de ímã que eu não podia evitar. Mas aceitar isso era um pensamento perigoso, algo que não me permitia admitir nem para mim mesma."Você está enganado," declarei, rompendo o silêncio. Minha voz soou firme, apesar da inquietação que eu sentia por dentro. "Foi apenas uma coincidência que eu estivesse tão próxima deste local novamente."Ragnar soltou um sorriso sutil, quase imperceptível, mas carregado de significados que ele parecia esconder atrás de uma máscara de indiferença. "Coincidência, talvez," ele respondeu, sua voz grave e tranquila. "Mas achei curioso encontrar você aqui de novo."Senti meu rosto esquentar com suas palavras. Não sabia dizer se era raiva, nervosismo, ou alguma outra emoção que eu não consegui
Pov Ragnar As últimas palavras de Laura ainda ecoavam em minha mente, carregadas de irritação. Talvez eu tivesse dito algo que não devia. Ela havia se despedido abruptamente, dizendo que precisava ir. Observei enquanto ela se virava, os passos firmes a afastando de mim, mas Lucian, não estava disposto a deixá-la partir sem uma última palavra. Ele se agitava em minha mente, insistindo que eu revelasse o que realmente sentia. Eu não podia. Não sabia como ou se deveria. Mas, movido por um impulso que desafiava minha própria lógica, dei um passo à frente e a alcancei, segurando-a pelo braço a puxando para mim Laura se virou, nossos olhos se encontraram. Havia surpresa em sua expressão – e algo mais que eu não conseguia decifrar. Sua proximidade me atingiu como um trovão, deixando-me sem ar. Naquele silêncio o único som que eu conseguia ouvir era o de nossos corações batendo, quase em uníssono. E, sem pensar, cedi ao instinto. Inclinei-me e a beijei.O toque de nossos lábios foi tão ine