Pov Freya
Observei Ragnar se afastar, sentindo uma ponta de frustração. Desde que voltei, esperava que pudéssemos nos conectar, talvez até explorar a possibilidade de liderarmos juntos. Meu pai sempre falou sobre como uma união entre nós seria benéfica para todos. - "Ele parece distante," comentei para meu pai quando ele se aproximou. - "Ragnar carrega muitas responsabilidades," disse papi, tentando justificar. "Dê tempo a ele." - "Tem certeza de que é apenas isso?" questionei. "Sinto que há algo mais o preocupando." -meu pai suspirou . "Talvez. Mas você deve ser paciente, Freya. Ele reconhecerá seu valor." Pov Jarek Por dentro, sentia-me magoado pela indiferença de Ragnar para com minha filha. Sempre achei que nossa família poderia estar ligada não apenas pela lealdade, mas também pelo laço mais profundo entre Ragnar e Freya. Fui beta de Harald, sempre estive ao lado dele e, agora, de Ragnar. Contudo, essa situação incomodava-me profundamente, corroendo minha confiança no que o futuro poderia reservar. Enquanto andava pelo centro de treinamento, a determinação crescia dentro de mim. Ragnar estava lá, treinando seus guerreiros com fervor. Ele demonstrava ser um líder implacável, um alfa digno da alcateia, mas ainda assim, meu coração pesava. Como poderia liderar tão bem um clã e, ao mesmo tempo, ignorar a importância de Freya? Era impossível separar o líder do homem. O dia avançava enquanto ele orientava os guerreiros, preparando-os para os desafios que ainda estavam por vir. Observei-o de longe, admirando sua dedicação. Decidi que iria confrontá-lo mais tarde, em um momento em que estivéssemos a sós, para que pudesse entender seus motivos. Afinal, Ragnar sempre demonstrou ser uma pessoa sensata. Talvez houvesse algo que eu estava deixando escapar. À noite, depois de horas exaustivas de treinamento, Ragnar dispensou seus guerreiros e dirigiu-se à sua cabana. Ainda que hesitante, não podia adiar mais. Eu precisava de respostas. Bati à sua porta com firmeza, embora sentisse meu coração acelerar. Ele abriu com uma expressão de leve irritação; era evidente que eu o havia interrompido. "Entre," disse ele, com o tom pesado. Provavelmente achou que fosse algum de seus capitães, trazendo novas demandas. Quando me viu, uma centelha de surpresa cruzou seu olhar. Ainda assim, sua postura manteve-se firme, quase defensiva. "Precisamos conversar, Ragnar," declarei, tentando soar o mais sereno possível. Ele acenou, indicando uma cadeira próxima. "O que o traz aqui a esta hora?" "É sobre Freya," comecei, sentindo o peso das palavras enquanto elas deixavam minha boca. "Não pude deixar de notar que você a tem evitado." Ragnar suspirou profundamente. "Jarek, respeito muito você e sua filha mais acho que esse assunto é pessoal e não te diz respeito. Freya é uma loba habilidosa, um membro importante da nossa alcateia. Mas no momento, não estou pensando em... alianças desse tipo." Percebi que estava passando dos limites mais tinha que defender os direito e interessesda minha filha "Alfa, a união entre você e Freya fortaleceria nossa alcateia. O clã espera por uma luna, alguém que esteja ao seu lado." Ragnar manteve seu olhar fixo em mim, inabalável. "as expectativas foram criadas baseadas em algo que nunca existiu não posso forçar algo que não sinto" e ainda tenho esperança de encontrar minha companheirade alma. E minha prioridade é a segurança de todos você mais do que ninguém sabe as responsabilidadesde ser um alfa dentro e fora da alcateia onde administro as empresas que mantém essa alcateia em pé. Silêncio se instalou entre nós. Embora suas palavras fossem duras, não pude deixar de reconhecer sua honestidade. Mais essa história de companheira de alma dificultaria as coisas não se Freya é a companheira de Ragnar, eu não tinha mais argumentos pra insistir nesse assunto então levantei-me, decidido. Talvez não fosse o momento certo, mas o destino, eventualmente, revelaria seus caminhos eu não desistiria de tornar Freya a Luna desta alcateia.POV Ragnar A irritação ainda latejava em minha mente depois que Jarek deixou minha cabana. Desde o momento em que assumi como alfa, nunca o quis como meu beta. Não era uma questão de capacidade, mas queria alguém com quem tivesse mais em comum em quem pudesse confiar para qualquer coisa. Mas meu pai insistiu para que ele permanecesse no cargo ele acredita dever muito a Jarek e não quis que a sua aposentadoriasignificasse a dele também, pensei que poderia lidar com isso. Agora, suas constantes intromissões, especialmente envolvendo sua filha Freya, estavam começando a testar minha paciência. Sentei-me na cadeira por um momento, encarando o vazio. Freya era uma loba excepcional, ninguém poderia negar isso. Mas as expectativas de uma união forçada... Era algo que me prendia, sufocava. Minha prioridade era a alcateia, a segurança e o bem-estar de todos. Esse papel demandava tudo de mim, e eu não podia me dar ao luxo de comprometer minhas decisões com base em alianças pessoais. Ainda a
Pov Ragnar - No salão principal, os capitães e membros de confiança da alcateia aguardavam minhas instruções. Mapas estavam espalhados sobre a mesa central, destacando as áreas onde incursões haviam sido reportadas. O clima era tenso; todos sentiam a ameaça se aproximando. "Recebemos relatos de movimentações na fronteira leste," começou Jarek, meu beta. "Lobos errantes sem alcateia estão invadindo nossos territórios para caçar e roubar." Freya, ao lado de Jarek, acrescentou querendo parecer útil: "Eles agem sem ordem, mas são numerosos. Precisamos tomar uma atitude antes que se tornem uma ameaça maior." Assenti, mantendo a expressão séria. "Organizaremos uma patrulha imediata para a fronteira leste. Irei pessoalmente liderar este grupo. Jarek, cuide das defesas internas enquanto estivermos fora." Freya deu um passo à frente. "Alfa, permita-me acompanhá-lo. Conheço bem aquela região e posso ser útil." "Não desta vez, Freya. Preciso que você ajude com a segurança aqui. Confi
Pov Laura A mansão ancestral dos vampiros erguia-se imponente sob o céu noturno, seus vitrais refletindo a luz pálida da lua cheia. Nos corredores silenciosos, sombras dançavam pelas paredes adornadas com tapeçarias históricas. No escritório no topo da torre oeste, eu estava sentada diante de uma pilha de documentos, tentando me concentrar nos negócios que meu pai confiara a mim. Desde meu encontro com Ragnar, minha mente parecia um labirinto inescapável. A imagem daquele lobisomem alfa persistia em meus pensamentos, seus olhos intensos, a força contida em cada movimento. Era perturbador. Ele era o inimigo, alguém que eu deveria desprezar, mas havia algo nele que me intrigava profundamente. Suspirei, passando os dedos pelos cabelos escuros, tentando afastar essas distrações. Precisava focar nos tratados comerciais com outros clãs e nas rotas de suprimento de sangue para nossa comunidade. A responsabilidade era grande, e meu pai confiava em minha habilidade para gerir esses assun
Pov Laura Depois da perturbadora conversa com meu pai e Victor, procurei um pouco de paz no jardim da mansão. O luar banhava as flores e arbustos com um brilho suave, e o silêncio era quebrado apenas pelo som distante de um riacho. Caminhei lentamente pelos caminhos de pedra, tentando organizar meus pensamentos. Desde meu encontro com Ragnar, uma avalanche de sentimentos conflitantes tomou conta de mim. Ele deveria ser meu inimigo, mas havia algo nele que me intrigava profundamente. Não conseguia tirá-lo da cabeça, e a brutalidade de suas ações me causava uma mistura de fascinação e repulsa. Sentei-me em um banco de pedra, olhando para o céu estrelado. As memórias de minha própria história surgiram como fantasmas indesejados. Meu pai adotivo, Cassios, me encontrara à beira da morte quando eu tinha cerca de 17 anos. Estava gravemente ferida, sem memórias do que havia acontecido antes daquele momento. Cassios havia me salvado, cuidando de mim com seu poderoso sangue vampírico. D
Pov Ragnar A violência do confronto com os lobos errantes ainda ecoava em minha mente, como um tambor incessante. A brutalidade que usei havia sido desnecessária – chamaria atenção, e a última coisa que eu precisava era de olhares curiosos sobre meus movimentos e poderia passar uma imagem errada do alfa que sou, e não sei como outras alcateias, e o mundo sobrenatural veriam minhas ações. Esse pensamento me acompanhou enquanto eu retornava para a mansão da alcateia eu tinha trabalho a fazer no escritório, então essa noite não iria para minha cabana. Subi direto para meu quarto, o peso da noite pendendo sobre meus ombros. Após um banho quente, que deveria me relaxar, senti o oposto. A água escorrendo pela minha pele não conseguiu lavar as preocupações ou acalmar os demônios dentro de mim. Quando fui para meu escritório, esperava me distrair com trabalho – números, relatórios, qualquer coisa que pudesse ocupar minha mente. meus sentimentos me traíam. Descobrir que Laura era minha comp
POV Laura A noite parecia inquieta, e meu corpo rejeitava o descanso. Por mais que tentasse, não conseguia me aquietar. Alguma coisa, uma sensação inexplicável, parecia me chamar para fora. Por fim, desisti da luta contra a insônia e me levantei, vestindo um casaco leve antes de sair. O frescor da floresta me envolveu, e com cada passo, era como se algo me guiasse, puxando-me para a direção da fronteira.A princípio, não percebi para onde estava indo. Apenas segui o instinto, meus pensamentos vagando entre as sombras das árvores e o brilho distante da lua. Quando me dei conta, estava muito perto da divisa que separava meu território do deles, da alcateia de Ragnar. Meu coração acelerou. Os acontecimentos recentes ainda pairavam como nuvens escuras sobre mim, e estar tão próxima daquelas terras poderia trazer problemas. Mas, ao invés de recuar, fiquei ali. Algo me dizia que precisava estar naquele lugar, naquela noite.De repente, o vento trouxe até mim um aroma intenso e amadeirado.
O silêncio da floresta parecia mais denso após as palavras de Laura. Mesmo querendo parecer indiferente, eu sabia que meu olhar a traía. A verdade era que estar ali, diante dela, despertava sentimentos que eu mal começava a compreender. Ainda assim, eu precisava manter o controle – algo que vinha sendo cada vez mais difícil desde que a conheci."Há coisas que talvez você não consiga entender," disse, tentando soar casual, mas a intensidade da minha própria voz me surpreendeu.Ela, no entanto, não se deixou intimidar. Seus olhos fixaram-se em mim, brilhando como duas chamas curiosas. "Que coisas seriam essas, Ragnar?" A pergunta veio rápida, firme. Ela não pretendia me deixar escapar tão facilmente."Coisa de lobo," respondi, desviando o olhar por um momento, na tentativa de fugir do assunto. Esperava que isso encerrasse a conversa, mas, claro, eu estava lidando com Laura, e ela não era do tipo que se deixava satisfazer com respostas vagas."Você sempre vem aqui?" ela insistiu, inclina
POV Laura Após o silêncio que se instaurou entre nós, senti a necessidade de recuperar o controle. O peso das palavras de Ragnar ainda pairava sobre mim como uma nuvem densa. Seria possível que ele tivesse razão? Talvez fosse ele quem me trouxera até aqui, como uma espécie de ímã que eu não podia evitar. Mas aceitar isso era um pensamento perigoso, algo que não me permitia admitir nem para mim mesma."Você está enganado," declarei, rompendo o silêncio. Minha voz soou firme, apesar da inquietação que eu sentia por dentro. "Foi apenas uma coincidência que eu estivesse tão próxima deste local novamente."Ragnar soltou um sorriso sutil, quase imperceptível, mas carregado de significados que ele parecia esconder atrás de uma máscara de indiferença. "Coincidência, talvez," ele respondeu, sua voz grave e tranquila. "Mas achei curioso encontrar você aqui de novo."Senti meu rosto esquentar com suas palavras. Não sabia dizer se era raiva, nervosismo, ou alguma outra emoção que eu não consegui