POV Laura A noite parecia inquieta, e meu corpo rejeitava o descanso. Por mais que tentasse, não conseguia me aquietar. Alguma coisa, uma sensação inexplicável, parecia me chamar para fora. Por fim, desisti da luta contra a insônia e me levantei, vestindo um casaco leve antes de sair. O frescor da floresta me envolveu, e com cada passo, era como se algo me guiasse, puxando-me para a direção da fronteira.A princípio, não percebi para onde estava indo. Apenas segui o instinto, meus pensamentos vagando entre as sombras das árvores e o brilho distante da lua. Quando me dei conta, estava muito perto da divisa que separava meu território do deles, da alcateia de Ragnar. Meu coração acelerou. Os acontecimentos recentes ainda pairavam como nuvens escuras sobre mim, e estar tão próxima daquelas terras poderia trazer problemas. Mas, ao invés de recuar, fiquei ali. Algo me dizia que precisava estar naquele lugar, naquela noite.De repente, o vento trouxe até mim um aroma intenso e amadeirado.
O silêncio da floresta parecia mais denso após as palavras de Laura. Mesmo querendo parecer indiferente, eu sabia que meu olhar a traía. A verdade era que estar ali, diante dela, despertava sentimentos que eu mal começava a compreender. Ainda assim, eu precisava manter o controle – algo que vinha sendo cada vez mais difícil desde que a conheci."Há coisas que talvez você não consiga entender," disse, tentando soar casual, mas a intensidade da minha própria voz me surpreendeu.Ela, no entanto, não se deixou intimidar. Seus olhos fixaram-se em mim, brilhando como duas chamas curiosas. "Que coisas seriam essas, Ragnar?" A pergunta veio rápida, firme. Ela não pretendia me deixar escapar tão facilmente."Coisa de lobo," respondi, desviando o olhar por um momento, na tentativa de fugir do assunto. Esperava que isso encerrasse a conversa, mas, claro, eu estava lidando com Laura, e ela não era do tipo que se deixava satisfazer com respostas vagas."Você sempre vem aqui?" ela insistiu, inclina
POV Laura Após o silêncio que se instaurou entre nós, senti a necessidade de recuperar o controle. O peso das palavras de Ragnar ainda pairava sobre mim como uma nuvem densa. Seria possível que ele tivesse razão? Talvez fosse ele quem me trouxera até aqui, como uma espécie de ímã que eu não podia evitar. Mas aceitar isso era um pensamento perigoso, algo que não me permitia admitir nem para mim mesma."Você está enganado," declarei, rompendo o silêncio. Minha voz soou firme, apesar da inquietação que eu sentia por dentro. "Foi apenas uma coincidência que eu estivesse tão próxima deste local novamente."Ragnar soltou um sorriso sutil, quase imperceptível, mas carregado de significados que ele parecia esconder atrás de uma máscara de indiferença. "Coincidência, talvez," ele respondeu, sua voz grave e tranquila. "Mas achei curioso encontrar você aqui de novo."Senti meu rosto esquentar com suas palavras. Não sabia dizer se era raiva, nervosismo, ou alguma outra emoção que eu não consegui
Pov Ragnar As últimas palavras de Laura ainda ecoavam em minha mente, carregadas de irritação. Talvez eu tivesse dito algo que não devia. Ela havia se despedido abruptamente, dizendo que precisava ir. Observei enquanto ela se virava, os passos firmes a afastando de mim, mas Lucian, não estava disposto a deixá-la partir sem uma última palavra. Ele se agitava em minha mente, insistindo que eu revelasse o que realmente sentia. Eu não podia. Não sabia como ou se deveria. Mas, movido por um impulso que desafiava minha própria lógica, dei um passo à frente e a alcancei, segurando-a pelo braço a puxando para mim Laura se virou, nossos olhos se encontraram. Havia surpresa em sua expressão – e algo mais que eu não conseguia decifrar. Sua proximidade me atingiu como um trovão, deixando-me sem ar. Naquele silêncio o único som que eu conseguia ouvir era o de nossos corações batendo, quase em uníssono. E, sem pensar, cedi ao instinto. Inclinei-me e a beijei.O toque de nossos lábios foi tão ine
POV Ragnar Chegar em casa depois de tudo que aconteceu parecia um alívio e um desafio ao mesmo tempo. Fui direto para o escritório, buscando qualquer fragmento de normalidade em meio ao turbilhão de emoções que agora me consumia. Sentei-me na cadeira, deixando-me afundar contra o encosto enquanto tentava organizar meus pensamentos.Talvez tudo estivesse indo rápido demais. No entanto, o vínculo de companheiro costumava ser assim, avassalador e impossível de ignorar. Pelo menos eu já não estava lutando contra ele. Isso já era um alívio por si só. Ainda assim, um certo medo permanecia – o receio de que esse vínculo, esse sentimento que agora não podia mais negar, pudesse ser usado contra mim. Mas pela Deusa, era inegável que Laura também sentia algo intenso por mim. A lembrança dos nossos beijos, de tê-la em meus braços, me trouxe uma onda de euforia que me fez sorrir, algo raro para mim."Talvez agora eu consiga trabalhar," murmurei para mim mesmo, forçando minha mente a se focar em a
Pov Ragnar Estava no escritório arrumando os documentos para ir a empresa quando Caleb chegou. Ele entrou com seu jeito descontraído, mas seus olhos demonstravam curiosidade. "Você me chamou, Ragnar?" perguntou.Assenti, apontando para uma das cadeiras diante de mim. "Sim, Caleb. Quero que me acompanhe até a empresa hoje. Você precisa entender melhor algumas coisas para quando formos viajar."Ele franziu o cenho, claramente surpreso. "viajar?" perguntou, inclinando a cabeça. Sim lembrada reunião em Nova Yorkna semana que vem quero que me acompanhe."Achei que Jarek iria, como sempre." Tomei um momento antes de responder, escolhendo minhas palavras com cuidado. "Não, Jarek ficará na alcateia. Quero que você venha comigo dessa vez."A expressão de Caleb oscilava entre surpresa e confusão, mas ele não fez mais perguntas. A verdade era que essa viagem seria o início de seu treinamento – era parte de um plano que vinha amadurecendo na minha mente há algum tempo. Caleb era meu amigo de i
Após voltar para casa naquela noite, depois do encontro com Ragnar na floresta, uma euforia inexplicável tomava conta de mim. Eu tentava me conter, mas a realidade de que ele também sentia o mesmo, que retribuía meus sentimentos, era algo tão novo quanto complicado. Meu coração estava dividido entre o que eu sabia ser lógico e o que parecia inevitável. Será que eu realmente podia confiar nele? Essa pergunta ecoava em minha mente repetidamente, mas as respostas ainda não vinham.Apesar disso, o cansaço daquela noite me venceu, e acabei conseguindo descansar algumas poucas horas. Pela manhã, um novo dia me esperava, e com ele vinham as responsabilidades que eu não podia ignorar. A empresa de meu pai exigia muito de mim, especialmente agora, que meu pai havia me passado papel de CEO. Embora ele ainda participasse de decisões importantes, era a mim que cabia a maior parte das transações e do gerenciamento diário. Nossa empresa era uma força respeitável, com ramificações em diversos setore
Ainda em choque, saí do escritório de Laura sem conseguir organizar meus pensamentos. Lidar com o fato de que minha companheira é uma vampira já é difícil mas a revelação de que ela era filha de Cassius Redgrave, o rei dos vampiros, atingiu-me como um golpe inesperado. Cassius não era apenas qualquer vampiro; ele era uma figura que havia travado batalhas sangrentas contra meu povo no passado. Apesar da paz frágil que hoje existia devido ao tratado entre os alfas e Cassius, aquilo não apagava a história. Era ele quem havia imposto regras rígidas, separando nossos mundos e delimitando territórios para evitar mais conflitos. Agora, saber que Laura era sua filha tornava tudo ainda mais complicado.Meu peito queimava, uma mistura de raiva e confusão. Não era apenas a questão das ações que ele adquirira, mas o fato de Laura ser parte de sua família. Parecia quase impossível conciliar isso com o vínculo inegável que senti por ela. E para piorar, o maldito vampiro ao lado dela no escritório,