Ainda em choque, saí do escritório de Laura sem conseguir organizar meus pensamentos. Lidar com o fato de que minha companheira é uma vampira já é difícil mas a revelação de que ela era filha de Cassius Redgrave, o rei dos vampiros, atingiu-me como um golpe inesperado. Cassius não era apenas qualquer vampiro; ele era uma figura que havia travado batalhas sangrentas contra meu povo no passado. Apesar da paz frágil que hoje existia devido ao tratado entre os alfas e Cassius, aquilo não apagava a história. Era ele quem havia imposto regras rígidas, separando nossos mundos e delimitando territórios para evitar mais conflitos. Agora, saber que Laura era sua filha tornava tudo ainda mais complicado.Meu peito queimava, uma mistura de raiva e confusão. Não era apenas a questão das ações que ele adquirira, mas o fato de Laura ser parte de sua família. Parecia quase impossível conciliar isso com o vínculo inegável que senti por ela. E para piorar, o maldito vampiro ao lado dela no escritório,
POV LauraO dia no escritório parecia interminável após a visita de Ragnar. Mesmo enquanto estava cercada por papéis, relatórios e números, minha mente teimava em voltar àquele momento no qual o vi na minha sala, com sua presença avassaladora. Sua raiva evidente e as palavras afiadas que havia proferido ainda ecoavam em minha mente, como um lembrete incômodo da distância entre nossos mundos. Eu deveria estar concentrada em finalizar os documentos sobre o recente investimento na indústria farmacêutica. Deveria estar preparando a minha apresentação para a reunião com os acionistas. Victor, como sempre, estava ao meu lado, ajudando a organizar os detalhes. No entanto, minha mente insistia em se rebelar, revisitando cada palavra, cada gesto de Ragnar. A irritação começava a crescer dentro de mim.Lembrei-me do olhar intenso que ele lançou na minha direção ao descobrir que Cassius era meu pai. Como ele pôde reagir daquela forma? Sabia que aquele revelação era surpreendente meu pai tinha u
POV Laura A noite passada havia sido um turbilhão de pensamentos e sentimentos conflituosos que mal me permitiram descansar. A ansiedade e a confusão persistentes criaram uma insônia silenciosa que parecia ecoar na madrugada. Quando o novo dia chegou, não havia espaço para hesitação. As responsabilidades me chamavam, e minha determinação em deixá-las ser meu foco foi o que me fez levantar. Precisava encarar os fatos e seguir em frente.Coloquei minha melhor armadura – um vestido sóbrio e elegante que refletia profissionalismo e firmeza. Precisava aparentar equilíbrio, mesmo que o interior estivesse em ruínas. Estava decidida: não permitiria que os sentimentos que me ligavam a Ragnar desviassem meu foco. Os acontecimentos do dia anterior tinham deixado claro que havia um abismo intransponível entre nós, e era tolice continuar alimentando algo que nunca poderia florescer.Enquanto descia para o café da manhã, encontrei meu pai já sentado à mesa, sua expressão séria denunciando que ele
POV Ragnar Minha manhã começou pesada, como se os restos da noite perturbadora insistissem em me seguir. Meu sono havia sido assombrado por imagens de Laura – sua presença, sua voz, seus olhos profundos e intrigantes. Era como se ela estivesse constantemente na minha mente, me confrontando mesmo em meus momentos de descanso. Acordei suado e inquieto, o peito apertado com a sensação de que algo estava fora de controle, muito além do que eu podia lidar.Depois de tomar um banho rápido, desci para o café da manhã. A casa estava silenciosa, mas o peso dos pensamentos em minha mente era ensurdecedor. Enquanto me sentava à mesa, Derek, meu beta atual, entrou com seu olhar característico de pragmatismo, já segurando um relatório.“Bom dia, Alfa,” cumprimentou ele com respeito, antes de se sentar à minha frente e começar a passar as atualizações sobre a madeireira. Pelo menos uma coisa estava indo bem. O relatório dizia que a produção estava em ótimo funcionamento, sem interrupções ou proble
POV RagnarA manhã começou com um ar pesado, como se o universo conspirasse para testar minha paciência. Após a confusão do dia anterior, eu sabia que as consequências não tardariam a chegar. Não foi surpresa quando Freya apareceu no meu escritório, enviada por Jarek. Ela entrou com aquele sorriso que sempre parecia ter um propósito oculto, segurando um relatório em mãos."Meu pai pediu que eu viesse até você, Ragnar," começou ela, sua voz carregada de formalidade. "Os vampiros estão montando guarda na fronteira."Levantei os olhos do documento que estava analisando, estudando suas palavras. Embora fosse algo que exigisse atenção, não era motivo para alarme. Dado o que havia acontecido no escritório de Laura no dia anterior, era compreensível que eles estivessem em alerta. "Há algo mais que eu deva saber?" perguntei, minha voz firme.Freya balançou a cabeça, mantendo o sorriso. "Não, meu pai apenas achou importante que você soubesse."Suspirei, já cansado das manobras de Jarek para ma
POV Ragnar Após deixar o escritório, sentindo uma tempestade dentro de mim, deixei que meus passos me levassem para longe, sem um destino claro em mente. Laura continuava a ocupar cada canto dos meus pensamentos, e Lucian, meu lobo interior, não ajudava em nada."Você sabe que ela é sua companheira, Ragnar. E ainda assim, está afastando-a. Você vai deixá-la ir tão facilmente?" Ele rugiu dentro de mim, cheio de frustração e determinação. Ignorá-lo era quase impossível, mas sabia que ceder à confusão emocional agora não me levaria a lugar nenhum.Logo, me encontrei dirigindo para a floresta, o único lugar onde parecia possível reorganizar minhas ideias. Estacionei o carro em um ponto isolado e comecei a caminhar pela trilha familiar. A brisa fria cortava meu rosto, mas a sensação era bem-vinda. Cada passo me ajudava a respirar, embora a dor no peito não diminuísse.As imagens de Laura no elevador, aquele olhar carregado de dor e frustração, continuavam a me assombrar. O que ela estaria
Quando saí do escritório, o peso do que havia acontecido no elevador ainda estava sobre meus ombros. Entrei no carro e fechei os olhos por um momento, tentando acalmar os pensamentos que teimavam em tomar conta de mim. A imagem de Ragnar ao lado daquela mulher... Freya, se bem me lembrava do nome. Aquela cena continuava a pulsar em minha mente, alimentando uma mistura de ciúme e frustração que eu não conseguia conter. "Por que me importo tanto?", pensei, enquanto apertava o volante com mais força do que deveria. Tentei me convencer de que aquilo não deveria me afetar. Afinal, eu e Ragnar vivíamos em mundos completamente diferentes, cada qual com suas próprias barreiras e complexidades. E, cada vez mais, parecia que me aproximar dele era um erro.A ideia de voltar para a mansão de meu pai não me atraía. Não queria lidar com os olhares inquisitivos de Cassius ou com suas perguntas implícitas, que sempre carregavam uma intenção maior. Decidi, então, ir para meu apartamento na cidade, um
POV RagnarA manhã foi carregada de tensão, mas eu sabia que o dia ainda teria desafios maiores. Retornar à alcateia ao lado de Caleb foi uma decisão consciente; eu precisava de alguém ao meu lado em quem confiasse completamente. Já próximo do meio-dia, decidimos almoçar juntos antes de enfrentar os próximos passos.A refeição foi tranquila, uma rara pausa em meio à tempestade. Caleb, sempre leal e perspicaz, parecia entender a gravidade do que estava por vir. Depois do almoço, nos dirigimos ao meu escritório. Lá, entreguei a ele as instruções para organizar minha viagem. Partiríamos para Nova York em dois dias, usando o jato particular da empresa. Também pedi que ele reservasse o melhor hotel da cidade."Providenciarei tudo, meu alfa," disse Caleb, com a determinação que sempre admirei nele. Mas seus olhos mostravam que ele sabia que algo mais precisava ser resolvido antes da viagem. "Agora, chame Jarek. Precisamos resolver tudo de uma vez."Assenti. Sabia que a hora havia chegado. C