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Um mês se passou voando, e hoje era o grande dia!

Irei subir ao altar, com o homem que eu estava realmente apaixonada.

Esse mês que se passou, só mostrou o quanto ele era o homem certo para mim, tudo estava fluindo perfeitamente.

Meu vestido era lindo, a decoração foi toda feita luxuosamente em grande estilo, tudo do bom e do melhor, porque nós merecíamos, nossos convidados eram mais de duzentas pessoas, todos, empresários influentes do país.

Meu pai organizou tudo na nossa casa de verão, lá era enorme, lindo, e de frente para o mar.

Estava pronta em meu quarto, esperando a chegada de meu pai, algumas madrinhas já tinham saído, e me deixaram só. Frente ao espelho, gostava do que via, fiquei imaginando qual seria a reação do meu noivo ao me ver. Escutei o barulho da porta abrindo e meu pai entrando, com seu terno de linho francês, ele estava pronto para me levar até o altar, onde meu lindo noivo me esperava ansiosamente.

— Você está linda Amália, do jeito que imaginaria que ficaria, uma verdadeira princesa! Não esqueça de fazê-lo muito feliz, nossos negócios agora, estarão nas mãos do Filipo, e nossas famílias unidas, nos farão os empresários mais importantes de todo o país, sabe o quanto estamos crescendo financeiramente com esse acordo? Nossos nomes serão conhecidos pelo mundo inteiro.

— Por favor, papai, pelo menos hoje, finja que meu casamento não é por conta de negócios, e sim, porque eu e Filipo nos amamos muito. — Pedi.

— Nunca me esquecerei disso, Amália, e espero que você também não se esqueça, o futuro de nossos nomes estão nas mãos de vocês, é bom você ser uma ótima esposa e não contrariá-lo, não quero ouvir nenhuma reclamação sobre você, está me ouvindo? Sua missão é fazê-lo feliz, não importa o que custe.

O fato de meu pai se preocupar mais com os negócios e o Filipo, me deixavam triste, mas como eu estava apaixonada por ele, não dei muito ouvidos.

Meu pai passou a mão sobre meu braço e começou a caminhar comigo, várias fotos estavam sendo tiradas simultaneamente, e com muitos sorrisos direcionados a mim, fui conduzida até o altar.

Estava tudo tão lindo, a decoração, os convidados, o lugar, e é claro, o meu futuro marido. A última vez que conversamos por telefone, foi há dois dias, estava morrendo de saudade de vê-lo pessoalmente, ele estava num terno de linho, com um sorriso apaixonante. E ali, frente a todas aquelas pessoas, dissemos sim, ao nosso amor, foi a primeira vez que nos beijamos, senti que foi algo muito mágico, e fez o que sentia por ele, se multiplicar em segundos.

Depois da festa, Filipo me chamou, dizendo ser hora de irmos embora para nossa lua de mel.

Estava tão ansiosa quanto a isso, apesar da minha idade, nunca me relacionei sexualmente com homem algum.

Troquei de roupa, me despedi de todos, e saímos em direção ao aeroporto, onde nosso avião nos esperava, estávamos indo para a Tailândia, onde ele havia reservado um hotel maravilhoso, seria a lua de mel dos sonhos, estava ansiosa e esperava fazer ali, as melhores e inesquecíveis memórias de minha vida.

Entramos no nosso avião particular e partimos em direção ao nosso destino, me sentei ao lado do meu, agora marido, ele me olhava sorrindo de canto, fechou os olhos e dormiu. Fiquei por bastante tempo acordada, olhando a escuridão pela janela, imaginando como será de agora para frente.

Estava feliz que havia saído da casa de meus pais, seria bom ter minha própria vida, agora sem ninguém mandar nela, e percebia-se que Filipo, era um cavalheiro, talvez até me deixasse trabalhar na empresa de agora para frente, seria ótimo esfregar na cara de meu pai, a minha capacidade e competência, de tanto imaginar o futuro, acabei pegando no sono.

Quando pousamos na Tailândia, um carro já nos esperava, para nos levar ao hotel, Filipo, estava bem quieto, passou o voo dormindo, não disse sequer uma palavra, depois que descemos do avião.

Chegamos ao hotel, vi como tudo era lindo, um senhor colocou nossas malas no quarto, Filipo foi direto para o banheiro tomar banho, e eu fiquei observando tudo em volta a nossa suíte, a cama era enorme, com lençóis brancos, uma TV também enorme, tapetes bem macios por todo o quarto, uma parede de vidro que dava para uma varanda de frente para uma piscina particular e o mar, Filipo saiu do banho sério, dizendo.

— Estou morto de cansado, vou dormir um pouco.

— Tudo bem, eu vou tomar um banho e irei me deitar também.

Fui em direção ao banheiro, havia uma enorme banheira, tomei um banho bem longo, coloquei a minha lingerie da Victoria's Secret, desenhada exclusivamente para mim, e fui deitar na cama, meu coração estava acelerado para o que iria acontecer naquele momento, mas Filipo já estava dormindo, resolvi não acordá-lo, afinal, teríamos muitos dias pela frente para aproveitarmos, acabei pegando no sono também, um pouco frustrada, não vou negar, eu estava realmente esperando por uma noite inesquecível.

No outro dia, acordei bem cedo, e vi que Filipo não estava em nosso quarto, fui até à varanda e vi uma linda mesa de café da manhã, com tudo que eu gostava, procurei por ele, porém uma moça que estava me servindo, disse que ele havia saído cedo, tomei meu café e observei o paraíso onde estava, tudo era tão perfeito, só estava faltando algo para completar, meu marido!

Aliás, onde será que ele estava?

Demorou algumas horas, até que Filipo apareceu.

— Bom dia, meu amor, onde você estava? — Perguntei com um sorriso no rosto, que desapareceu, logo após ver sua cara séria, me encarando.

— Não é da sua conta! — O olhei, totalmente assustada pelo seu tom de voz, e o jeito que me respondeu.

— Não precisa me responder tão grosso assim, eu só te fiz uma pergunta.

— E eu te dei a resposta! — Me encarou mais um pouco, sentou ao meu lado e começou a falar. — Olha, vamos deixar as coisas bem claras por aqui, quando não estivermos na frente de outras pessoas, não precisaremos ficar fingindo algum tipo de sentimento ou intimidade, certo? — O fitei assustada.

— O que você está se referindo Filipo? Não estou te entendendo.

Ele já me olhava de lado, com aparência de quem estava perdendo a paciência.

— É isso mesmo que você ouviu! Escuta aqui Amália, nós só nos casamos, para fazer a vontade de nossos pais, foi apenas um contrato de negócios, não existe nenhum tipo de relação sentimental entre a gente, se você ainda não percebeu, esse nosso casamento será apenas de fachada.

— Filipo, e tudo aquilo que conversamos durante esse mês? E tudo que você disse, se declarando para mim?

— Sinceramente. — Riu. — Pensava que você seria mais esperta, e não cairia tão fácil nas minhas conversas, olha aqui, Amália, eu não sinto nada por você, só disse tudo aquilo, para que nosso casamento fosse o mais agradável e rápido possível, e para deixar mais claro ainda, não há nenhuma possibilidade da gente viver como marido e mulher, porque sinceramente, você não é o tipo de mulher que me atrai. — Me olhou com desprezo, dos pés a cabeça.

Quando ele cuspiu todas aquelas palavras para mim, me senti a mulher mais desprezível do mundo, eu estava me apaixonado por ele, enquanto tudo que ele fazia, era apenas encenação, para se casar rápido comigo? Me sentia péssima, vi meu mundo desmoronar naquele momento, tudo que eu havia planejado, foi jogado de cima a baixo, em questão de segundos.

Entrei no meu quarto e comecei a chorar como uma criança, não acreditava no que estava acontecendo, eu sei que meu casamento foi por conta de um contrato, mas eu estava disposta a fazer tudo aquilo se transformar num casamento cheio de amor, e imaginava que ele também queria aquilo, como eu fui tão boba assim? Peguei meu celular e liguei imediatamente para minha mãe.

— Alô. — A voz da minha mãe estava sonolenta.

— Mãe. — Falei chorando e tremendo de nervoso. — Mãe, por favor, me tira daqui.

— O que houve minha querida, por que você está chorando?

— Mãe, era tudo mentira, ele não me ama, só se casou comigo por interesse!

— E onde está a mentira dessa história, filha? Você sabia disso tudo, que era um casamento por conta de negócios. — Disse na maior naturalidade possível.

— Mas mãe, ele fingiu gostar de mim, chegou até se declarar, eu achei que ele estava nutrindo algum sentimento por mim, mas era tudo falsidade. Por favor, mãe, me tira daqui!

— Filha. Ouça a mamãe. — Seu tom ficou sério. — Não posso fazer nada por você, nem eu, nem o seu pai, está tudo no contrato, vocês não podem se divorciar, bom, pelo menos durante o tempo de 3 anos. — Explicou.

— O que você está dizendo mãe?

— Olha, o seu pai não te mostrou o contrato, porque sabia que se você o lesse, nunca iria aceitar as condições.

— Que condições, mãe! — Perguntei gritando, já temendo o que viria pela frente.

— Olha Amalhinha, me ouve com muita atenção, o contrato diz que vocês terão que se comportar como marido e mulher na frente de todas as pessoas, você terá que o respeitar e ser obediente a ele, não pode desafiá-lo na frente de outras pessoas, tem sempre que mostrar que o respeita e que ele é quem manda, você não pode ter relações extraconjugais com outro homem, porque se alguém descobrir, pode manchar a nossa reputação, e a da família dele também, entendeu? Você terá que ser fiel ao seu marido, em todas as circunstâncias, mesmo se ele te trair.

— O que você está me dizendo? Quer dizer que eu tenho que ser fiel a ele, e ele não tem que ser fiel a mim?

— Infelizmente as coisas são assim, filha, os homens podem fazer o que quiserem, mas nós mulheres, temos que nos comportar, e tem mais, durante três anos, é melhor você aguentar tudo calada, ok? Você não pode pedir divórcio, se por acaso você quebrar o contrato antes desse tempo, nós perdemos tudo, filha, entendeu?

— Mamãe, por que meu pai fez isso? — Eu não acreditava no que ouvia.

— Porque milhões de dólares estão em jogo meu amor, nesse período que vocês estiverem casados, o seu pai vai faturar muito filha, e a família do Filipo também, então vê se aguenta a barra, e seja uma boa esposa, não esquece que é a nossa fortuna que está em jogo, agora vou desligar, você tem que aproveitar a sua lua de mel, beijos meu amor, mamãe te ama!

Não acreditei em tudo o que a minha mãe havia falado, isso significava que agora eu teria que sobreviver três anos no inferno? Nas mãos frias, desse homem, que agora teria de chamar de meu marido?

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