Cativeiro
Riccardo,

Acordo com a minha cabeça doendo e a voz do Bernardo me chamando. Olho para os lados, minha visão está turva, não consigo olhar para nada direito. Mas, eu vou piscando, até voltar ao normal.

— Riccardo, vamos lá tem que acordar, você não pode ficar muito tempo aqui, acorda, cara.

— Onde é isso que Bernardo? — Pergunto e tento puxar as minhas mãos, mas elas estão presas para trás. Passo os olhos pelo ambiente, e percebo que é o quarto em que o Bernardo estava deitado na cama. Mas agora, ele está em outra cadeira ao meu lado.

— Casa da Vitória. Ela e aquele desgraçado do diretor financeiro pregaram uma peça para nós. — Escutamos passos. — Fecha os olhos, finja que ainda está desmaiado. Depois eu te conto tudo.

A porta se abre eu posso ouvir o som do salto alto, só não entendo como ela sozinha pode me amarrar na cadeira. Ela é pequena e eu sou bem pesado.

— Ele ainda não acordou? Que bom. Eu vou precisar fazer uma coisa, e você fica quieto Bernardo.

— Você é louca,
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