casamento por obrigação

~~CAPÍTULO 3~~

FIORELLE MANCINI

Infelizmente dois meses passaram voando, quanto mais eu pedia para o tempo parar, mas ele acelerava, eu estava nervosa e apreensiva com o casamento, sem saber qual seria meu futuro ao lado do Capo. Não sabia nada sobre ele, e o pouco era assustador. Mamãe organizou o casamento com ajuda de algumas amigas, foram semanas agitadas para ela e para o papai, a minha única preocupação era procurar o vestido de noiva e fazer as malas.

Mamãe disse para não desmontar a estufaria que ela mesma poderia cuidar dela com ajuda dos empregados, eu terei que começar tudo novamente e instalar uma estufaria na minha nova casa, onde passaria meus próximos e longos anos com Marcos Bellucci.

Enquanto trocávamos as alianças, eu olhava para mamãe, papai para espantar o nervosismo e o medo que todo meu corpo sentia, era extremamente horrível estar em frente de tantos convidados desconhecidos.

— Pode beijar a noiva.

O olhar advertido do Marcos congelou meu corpo, ele segurou a minha mão e beijou-a suavemente, eu me endireitei, olhando para longe de seu rosto bonito. Marcos me levou pelo corredor e sair da igreja para os cumprimentos.

— Marcos, muitas felicidades.

Don Alessandre Bellucci, foi o primeiro a nos cumprimentar, suas características faciais são incrivelmente parecidas com as do Marcos, eu poderia jurar que eles são irmãos.

— Alessandre, que bom que conseguiu vir.

Papai fala muito pouco sobre Alessandre Bellucci, ou ninguém tem informações sobre ele, ou não é uma conversa para falar no jantar.

— Parabéns pelo casamento.

A esposa do Don Alessandre disse, ela é Simona Bellucci, casados há mais de um ano, ninguém foi convidado para o casamento, apenas recebemos a informação sobre o sucedido. Sua barriga saliente exibindo sua gravidez, Alessandre Bellucci é primo do Marcos Bellucci, ele é o Don da Itália, muito conhecido e respeitado por toda a comunidade mafiosa italiana.

— Obrigada.

Eu sussurrei em resposta. Ela pendurou sua mão no braço dele, enquanto sua outra mão alisava sua barriga, de perto dá para notar o quanto é grande, apensar do esforço do vestido esconder boa parte da verdade de quantos meses ela poderia estar.

— Don.

Eu disse cumprimentando-o. Ele acenou em resposta.

— Estará disponível amanhã?

Marcos questionou ao seu primo, eles olharam para os convidados que aguardam o Don terminar com as felicitações.

— Sim.

Meus pais vieram cumprimentar-nos e uma sessão de fotos. Chegado ao local da festa, o resto dos convidados vieram nos cumprimentar.

— Maninha.

Minha irmã mais velha Sofia abraçou-me fortemente, ela parecia um pouco alterada devido ao álcool. Quando nos afastamos, eu acenei para seu marido Artur.

— Eu não acreditava que papai casaria você, seu tesouro escondido se casando com um mons...

Seu marido levantou a taça do copo dela e calou sua boca com um gole de espumante.

— Vamos tomar um ar.

Eu comentei segurando sua mão e indo em direção aos jardins do palácio.

— Você não parece assustada, como outras mulheres que casam com homens desconhecidos com uma péssima reputação.

Nós sentamos no relvado do jardim sem nos importar com a sujeira.

— Eu já fui condenada, não há o que fazer.

Eu murmurei.

— Você sempre foi otimista e gentil, tenho a certeza que ele irá se encantar com você.

— Marcos? Duvido.

Não trocamos nenhuma palavra quando saímos da igreja para o palácio da festa, nem mesmo quando fizemos nossas refeições, corte de bolo ou do brinde. Ele não reclamou, não ameaçou, simplesmente não fez nada além de seguir todo o protocolo do casamento.

— Finalmente encontrei vocês crianças.

Mamãe disse aproximando-se, estranhando sua pressa, nós nos levantamos.

— Seu marido informou quer ir embora.

Eu assenti, este era o fim da festa do casamento para iniciar uma vida conjugal. Nós caminhamos em direção ao salão de festa, seguimos discretamente até o estacionamento privado da casa.

— Ohw, maninha, se cuide.

Sofia abraçou-me forte.

— Está tudo bem, irmã.

Eu me afastei dela para abraçar minha mãe.

— Lembre-se dos nossos ensinamentos.

Mamãe murmurou dando-me um beijo no meu rosto.

— Eu vou, papai.

— A casa vai ficar muito vazia sem você, princesa.

— Ohw, papai, eu prometo visitar.

Papai beijou a minha testa.

Eram quase oito da noite quando finalmente chegamos à entrada da mansão de Marcos, uma magnífica casa de três andares com colunas brancas apoiando a varanda, caixilhos de janelas brancas e velhas árvores tortas no gramado da frente. Um dos seguranças que eu não sabia o nome estacionou em uma das garagens duplas à esquerda.

Ele saiu e abriu a porta para mim. Meu estômago vazio de nervosismo. Esta era minha casa agora. A mão de Marcos encontrou seu lugar na minha região lombar novamente, enquanto me conduzia em direção à magnífica porta branca da frente. Eu estava surpresa que ele tinha a mesma altura que eu, sentado na cadeira de rodas, em pé, imagino que ele seja o dobro da minha altura.

Marcos Bellucci é um homem extremamente atraente, seu peito largo e grande denuncia as atividades físicas que ele praticou ao logo da vida, seu rosto juvenil e sério, são marcas do seu trabalho na máfia. Quase todos os homens tinham a mesma expressão, os homens mais importantes com cargos superiores designadamente capitão, oficiais, Underboss, conseglierie, desfrutavam do maior luxo que a máfia poderia proporcionar. São cargos que todo soldado almeja alcançar. Alguém de sua equipe reuniu meus pertences de manhã e os trouxe para casa. Eu soltei um suspiro trêmulo quando Marcos colocou a chave na fechadura. Seus olhos direcionados para mim.

— Esta é a sua casa.

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