Eu nunca te julgaria

Eu lhe dei um sorriso trêmulo, sabendo que ele estava falando sério. No entanto, a julgar pela maneira como ele tinha lidado com tudo até agora, suas regras seriam as únicas que ele gostaria que fossem seguidas dentro dessas paredes. Eu teria que lutar por cada pedaço de poder e liberdade, ele não entregaria livremente. Ele abriu a porta e fez um sinal para eu entrar.

— Eu preciso fazer algumas ligações no meu escritório, fique à vontade.

Eu assenti, me sentindo confusa, pois não sabia onde ir para descansar. Olhei como ele desaparecia do meu campo de visão, e me sentei no sofá da sala.

— Senhorita, Fiorelle? Acorde.

Eu vi uma mulher de cabelos morenos grisados parada no meu campo de visão, ela sorriu para mim docentemente.

— Deixa-me levar ao seu quarto.

Eu assenti, fiquei de pé e segui-a em direção as escadas no segundo andar.

— Acredito que o senhor Marcos tenha tido uma emergência.

Ela me informou enquanto abria a porta do meu novo quarto, minhas malas estavam ali ao pé da cama.

— Obrigada...

Senti minhas bochechas se esquentarem ao perceber que não perguntei seu nome.

— Eliza, vejo você amanhã.

Assenti, eu me arrastei em direção a cama King size sob lençóis italianos da cor branca. Sem me importar por estar ainda vestindo meu vestido de noiva, eu dormi enquanto aguardava meu marido voltar.

— Porque você dormiu com o maldito vestido?

Eu saltei quando ouvi a voz fria dele, esfreguei meus olhos ainda sonolentos com a nevoa de sono, meu corpo estava sobrecarregado e mal havia dormido nos dias anteriores.

— Eu não sabia se podia tirá-lo, segundo as regras, você deveria o fazer.

Respondo, eu olhei para Marcos, ele ainda está vestindo as mesmas roupas que o vi antes dele desaparecer quando chegamos, ele cheirava whisky.

— Eu não me importo, é só um maldito vestido.

Marcos alcançou sua gravata e arrancou do seu pescoço, ele parece exausto.

— Eu vou tirá-lo.

Eu murmurei.

— Não.

Freei os pés em virei o corpo olhando para ele.

— Eu mesmo faço.

Eu assenti, me aproximei dele, mostrei-lhe minhas costas, ele alcançou o zíper do meu vestido puxou-a para baixo. Pegou o laço atrás do meu vestido e desfez, ele pegou a manga do meu vestido puxou para baixo. Meu vestido caiu no chão deixando exposto minha langerie da cor branca.

— Pronto.

Marcos disse, eu me agachei para pegar o vestido quando ouvi.

— Branco não é sua cor.

Eu saí do vestido descalça, me virando para encara-lo.

— Mamãe escolheu.

Balancei os ombros me desculpando pelo fato dele não ter gostado da cor.

Peguei o vestido caminhei em direção ao sofá e guarde, indo em direção as minhas malas, escolhi um novo par de langerie e um robe de seda. Sem vergonha como mamãe ensinou, que devo fazer escolhas sábias se eu quiser que nosso casamento funcione. Tirei o langerie e vesti outro.

— Está tudo bem?

Questionei sobre seu sumiço, Marcos estava tirando suas roupas, apesar de eu notar alguma dificuldade dele ao tirar as calças porque seus pés não cedem ao seu comando, exige um pouco da sua atenção. Mas, é algo que não é um problema para ele.

— Posso pegar seu pijama?

Eu questionei entusiasmada, senti o rubor do meu rosto.

— Porque está vermelha como um tomate?

Marcos questionou surpreendendo-me, ele não estava olhando para me, como ele sabe disso?

— Eu nunca vi homem desse jeito.

Eu murmurei olhando para o chão.

— Estou muito feliz em saber, meu pijama está na primeira gaveta a esquerda.

Atravessei a sala, em direção a aquilo que imaginava que era um closet, quando entrei, as luzes acenderam, dando uma visão incrível do espaço decorado da cor preta, havia um vidro no centro do closet exposto duas armas e diversas joias em relógios.

— Não encontrou?

Marcos questionou enquanto as rodas da sua cadeira invadiam silenciosamente o espaço.

— Elas são um troféu?

Eu questionei olhando para elas, essas armas mataram alguém que ele odiava tanto ao ponto de exibir aqui para que ele se lembre daquele dia.

— Eu sou um monstro.

— Eu nunca o julgaria, Marcos.

Eu sorri carinhosamente para ele, abri a gaveta, escolhi calça do seu pijama e o entreguei.

— Imagino que esteja cansada.

Eu sorri depois assenti.

— Um pouco, estava nervosa com o casamento.

— Vamos dormir.

Nós seguimos de volta para o quarto, enquanto Marcos subia na cama, eu tirei robe do meu corpo e me deitei ao lado dele. Eu podia sentir sua respiração regular contra minha cabeça, apesar de não estarmos tocando um ao outro, eu estava feliz que foi um bom início de uma vida conjugal.

Acordei com o som do alarme, tampei meus ouvidos com um travesseiro, enquanto meus dedos procuram pelo telefone irritante atrapalhando meu momento de descanso.

— Seu travesseiro vai me sufocar.

Abro os olhos alarmada, minha cabeça estava no peito dele com todo meu corpo alinhando em cima do seu, como pasta de amendoim. Levantei meu rosto para encontrar aquele par de olhos azuis me encarando com curiosidade.

— Bom dia marido.

Ergui meu corpo enquanto arrumava a bagunça dos meus cabelos, quando senti algo atrás da minha bunda. Eu fiquei vermelha de vergonha.

— Bom dia esposa.

Seus dedos brincam com a alça do meu sutiã.

— Você tem seios muito bonitos.

— Obrigada.

— Eu tenho um encontro com meu primo Alessandre, vou voltar tarde.

Marcos informou, seus lábios tocaram minha barriga enviando arrepios por todo meu corpo. Seu telefone vibrou novamente revelando ser uma chamada. Eu saí do seu colo suavemente dando espaço para falar. Entrei no closet e abro procurando por roupas para Marcos vestir depois de sair do banho, colocando o jogo de 3 peças na poltrona do closet, visto um roupão e desço as escadas para pedir uma bandeja de café da manhã para Marcos.

— Bom dia Eliza.

Eu disse com rubor nas bochechas, Eliza está atrás do balcão da cozinha, preparando o café da manhã.

— Bom dia menina Fiorelle, levantou cedo.

Ela sorriu de volta.

— Alarme do Marcos.

— Imagino, ele levanta cedo para trabalhar.

— Pode preparar uma bandeja de café? Gostaria que ele fosse trabalhar com algo no estomago.

— Geralmente ele sai sem comer, mas, vou providenciar uma caneca de café pão torrado e ovos malpassado.

— Obrigada.

Subi com uma bandeja de café da manhã, Marcos já estava pronto para iniciar mais uma jornada de trabalho, seus olhos encontraram a bandeja em minhas mãos.

— Não precisava, eu não como nada quando saio.

Justificou-se.

— Eliza preparou com muito amor, coma por favor.

— Está bem.

Ele concordou, sentei ao seu lado para fazer companhia a ele, enquanto toma café da manhã, mesmo que ele tenha dado apenas duas mordidas na torrada. Estava satisfeita que ele tenha tomado todo café na caneca.

— Bom trabalho.

Eu dei um selinho em sua boca, Marcos escovou seus lábios nos meus enquanto acariciava meu rosto.

— Fique bem.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo