— E aí, Pat? Sobre o quê tanto vocês falaram no almoço? — Após o contrato assinado, Marco e Patrick foram até o bar do St. Regis para tomar um drinque e comemorar o acordo firmado entre os dois. Ou melhor, os três, mesmo que uma das partes ainda estivesse no escuro.— Sobre nada em especial, apenas de negócios. — Patrick respondeu enquanto bebericava. Mas tinha um sorriso no rosto e isso deixou Marco com uma pulga atrás da orelha.A verdade é que Patrick estava curioso sobre a tal garota. Sabia tudo sobre ela, claro, tudo o que Marco havia lhe contado, mas depois de conversar com ela por quase uma hora enquanto almoçavam, Patrick não achava que ela era o monstro que o amigo pintava.— Achei que não era para haver segredos entre nós. Pelo menos não em relação à minha Charlotte.Minha Charlote? Patrick pensou, satisfeito. O amigo estava em apuros. O tipo de apuros que pode deixar um homem louco. Deus sabe que ele mesmo estava passando por uma situação parecida com sua Elena. A diferença
Patrick e ElenaPatrick estava a caminho de casa após um longo de dia de trabalho. Se tudo desse certo essa noite, ele e Elena poderiam tentar progredir na relação estranha que estavam tendo. Ela ainda sentia-se mal por estar na casa dele contra sua vontade, mas não tinha como dizer não. Essa foi a condição que Patrick impôs para não liquidar de vez a empresa do pai dela pela dívida que tinha com ele.Patrick passou as mãos pelo rosto e apertou com força o volante. Tudo o que ele queria era poder amar uma mulher que não fosse filha do seu pior inimigo. Do homem que tinha lhe ferido tanto. Do homem que tinha tentado matá-lo e que tinha conseguido matar sua amada mãe.Enquanto estava parado em um semáforo, lembrou-se de quando morava no Brasil, quando seu nome ainda era Felipe Martins, o filho pobre de uma vendedora de cosméticos, não Patrick Matarazzo, herdeiro bilionário de um grande minerador italiano.A vida para ele tinha mudado muito desde que seu avô, havia mais de dez anos, após
Marco estacionou a moto na frente de um bar no Bronx.Um lugar horrível para os padrões que tanto ele como Charlotte estavam acostumados. E é claro que isso era proposital.Charlotte desceu da moto e após uma pausa, tirou o capacete e olhou para o lugar para onde o filho da mãe a havia levado. Marco estava claramente se divertindo, esperando que ela falasse alguma coisa.— Você me trouxe para um maldito bar? — ela não queria reclamar, mas não conseguiu se conter. Porra, o que era aquilo?Ele sorriu antes de responder.— Qual o problema? Não é como se você nunca tivesse ido a um, não é?Charlotte fechou a cara. Ele claramente estava se referindo ao bar em que ela foi quatro anos atrás. O bar, cuja visita, fez com que ela cometesse o maior erro de sua vida no dia seguinte.— Tudo bem, Marco. Se é assim que você jogar, então vamos jogar. — ela disse com um falso sorriso depois de respirar fundo.Charlotte jogou o capacete para ele e pelo menos teve a satisfação de vê-lo xingar quando não
Patrick e ElenaPatrick estacionou o carro na garagem da sua casa, mas não saiu imediatamente, pois estava nervoso. Até parece que tenho quinze anos novamente. Ele tinha comprado uma boa garrafa de Bollinger Rose e pedido para sua governanta, Sra. Philips, preparar um jantar especial. Fazia três semanas que Elena morava com ele e não tinha aceitado nenhum dos seus pedidos para sair. Ele só poderia tentar fazer com que o “encontro” fosse em casa mesmo.Quando finalmente tomou coragem, Patrick saiu do carro com a garrafa na mão e foi direto para a cozinha, onde a colocou na geladeira. Depois subiu a grande escada e virou à direita, indo em direção ao quarto de Elena. Ele bateu na porta duas vezes e esperou pacientemente que ela abrisse, minutos depois.— Boa noite, Elena. — ele cumprimentou, parecendo um pouco envergonhado.— Ora, se não é meu raptor. — ela respondeu, com um sorriso agridoce. — O que posso fazer por você hoje, meu senhor?Patrick ficou desconfortável, mas não demonstrou
O que Marco não sabia era que Charlotte era uma verdadeira craque na sinuca. É claro que ela não tinha contado seu trunfo a Marco quando o convidou para uma partida e fez uma aposta. E é claro que ela não ficou nem um pouco preocupada quando ele, apenas para irritá-la, aceitou que duas estranhas participassem do seu joguinho privado. Seu nervosismo inicial foi apenas pela situação em si, não porque achasse que fosse perder.— Confiante? — Marco sussurrou quando passou por trás dela para preparar sua tacada.Charlotte mantinha um sorriso discreto, mas convencido durante toda a partida. Ela e Heather – a piranha amiga da parceira de Marco – estavam ganhando com folga. Mérito puro de Charlotte, pois a outra claramente não estava jogando, chegou até mesmo a afundar a bola branca em uma oportunidade. Coisa que Charlotte sabia que tinha sido proposital. Ela queria garantir que a amiga ganhasse seu prêmio.— Apenas o suficiente para saber que você não vai ganhar de mim. O que quer dizer que
Ela estava se divertindo. Talvez pela primeira vez na noite, estava se divertindo de verdade. Tanto que nem percebeu quando Marco parou ao lado deles, com os olhos escuros de raiva e a boca pressionada em uma linha fina.— Acho melhor você se afastar, cara. — ele disse, lançando um olhar mortal ao loiro que se mexia com Charlotte.— Foi mal, cara. Mas o olhar dela é mais penetrante do que o seu. — o loiro disse sem se abalar. Charlotte jogou a cabeça para trás, dando uma gargalhada.— Talvez. — Marco respondeu, fechando as mãos com força. — Mas garanto que meu punho é mais forte do que o dela.Charlotte ficou de costas para o loiro novamente, ainda rebolando ao som da música , e encarou Marco.— Que porra você pensa que está fazendo? Cai fora.— Com todo prazer, mas você vem comigo. — Marco disse, puxando-a pelo braço.— Ei cara, pode soltá-la agora mesmo. — o loiro interferiu, seguindo os passos deles.— Ninguém te chamou na conversa, intrometido. — Marco disse sem nem mesmo olhar pa
James colocou uma pasta marrom sobre a mesa de Marco e começou a explicar as recentes descobertas. Algumas sobre seus pais, que ele não dava a mínima importância, algumas sobre o tal Ken, que ao parece estava mais para um amigo do que para namorado ou amante, e uma coisa sobre seu passado. Uma coisa que deixou Marco de orelha em pé.— Pelos registros, Sr. Villa-Lobos, Charlotte McKeena perdeu um irmão quando tinha quinze anos. Ele tinha dezoito anos na época.— Como aconteceu?— Acidente de carro. Um caminhão bateu no carro dele.Marco perguntou-se como isso tinha modificado a vida dela. E o mais importante, por que ela nunca tinha lhe falado sobre isso. Ela lhe contou sobre Ken, droga, o cara que tirou sua virgindade. Como não lhe contou sobre um irmão morto?— Alguma coisa mais?— Eu averiguei algumas informações com a polícia e jornais da época, em que o acidente aconteceu, conhecidos da família e amigos, tentando ligar a morte do irmão à senhorita McKeena e descobri uma coisa que
Patrick e Elena— Eu fiz algo de errado? — Elena perguntou no caminho de volta para casa.Patrick manteve-se calado depois do jantar, esperando a melhor oportunidade para falar com ela sobre Charlotte. Marco o procurou pouco antes de ir embora, com uma cara de poucos amigos, acusando-o de contar à Charlotte sobre os negócios dos dois em relação à Glitz Fashion Company. Porém, ele não tinha dado com a língua nos dentes, então apenas Elena poderia ter contado.— Não. — ele respondeu sério, mas não rude.— É que você está com uma cara nada boa. E já faz um tempinho.— Eu prefiro não conversar no carro. — Patrick continuou sério, mas com uma olhada na direção dela e ao ver a preocupação em seus olhos, ele lhe deu um pequeno sorriso.— Tá.Elena concordou, mas não parecia tranquila. Não entendia o motivo de Patrick estar tão distante. Não se lembrava de ter feito nada de errado, ou de ter sido rude com ninguém, ou de ter se comportado de maneira inadequada em nenhum momento na última seman