Camila OlivasJhonathan está me ignorando completamente e isso tem me irritado. Ele adora minha mãe e achei que se o convidasse para um jantar conosco, ele aceitaria, porém, não obtive sucesso.Minha mãe chegou em casa com algumas sacolas e vi que não tinha nada para mim.— Que droga, mãe! Só tem roupas baratas. Cadê Gucci, Chanel, Miu Miu? – Fui citando as marcas caras enquanto jogava a bolsa de lado.— Filha, você deveria ser mais humilde.— Se ser humilde significa vestir roupas cafonas de pobre, dispenso.— Humildade tem a ver com caráter, filha. Você não aprendeu nada do que te ensinei? – Minha mãe olhou para mim, me fazendo revirar os olhos.— Conheci uma mocinha tão simpática hoje. Sabia que ela me deixou ajudá-la a escolher roupas?— Viva, Madre Teresa!Antes que ela começasse a dar sermões, fui para o meu quarto e liguei para Jhonathan, na esperança de que ele me atendesse. Minha ligação foi para a caixa postal. Já estava irritada, mas minha amiga me ligou e me convidou para
Anthonella FagundesEstava no avião voltando para casa, mas me sentia muito apreensiva. Minha amiga ligou enquanto eu ainda estava no aeroporto, avisando que um oficial de justiça estava à minha procura, o que me deixou ainda mais nervosa. O que será que a justiça quer comigo?Jhonathan estava ao meu lado e me perguntou umas cinco vezes o que havia de errado, mas eu insisti que não era nada. Não queria me abrir com ele.Assim que desembarcamos no Rio de Janeiro, peguei minhas malas e pedi para o motorista me levar direto para casa. A ansiedade aumentava a cada quilômetro percorrido. Quando finalmente cheguei, mal podia esperar para ver minha filha.Maria Fernanda correu para a porta assim que me viu, seu sorriso iluminando meu coração. Ela se jogou nos meus braços, e eu a apertei contra mim, sentindo todo o amor e saudade acumulados durante a viagem.— Mamãe! Eu senti tanto a sua falta! ‘po que’ ‘demolo’ — disse ela, me abraçando forte.— Eu também senti sua falta, meu amor. — Respond
Depois de algum tempo na cozinha, finalmente terminei de preparar o almoço. Estava nervosa e tentando me concentrar para não pensar na intimação. Respirei fundo e fui até a sala.— Jhonathan, o almoço está pronto. Gostaria de comer com a gente? — Perguntei, tentando ser cordial. Ele sorriu e assentiu. — Claro, será um prazer.Chamamos Maria Fernanda, que correu para a mesa animada, e todos se sentaram. Servi a comida, tentando manter o ambiente leve. Enquanto comíamos, Jhonathan fez um comentário.— A comida está muito boa, Anthonella. Mesmo o bife estando um pouco fora do ponto. Antes que eu pudesse responder, Joyce se irritou.— Nem todos nasceram em berço de ouro e têm condições de comprar filé mignon, sabe? — Ela retrucou, olhando feio para Jhonathan.Ele pareceu desconcertado. — Desculpe pelo comentário, não foi minha intenção ofender.Maria Fernanda, sempre curiosa, interrompeu.— Mamãe, o ‘Maco’ Mion vende ‘cane’ com o nome dele?Todos rimos, e a tensão diminuiu. Expliquei
Jhonathan havia me dado uns dias de folga e hoje eu precisava voltar ao trabalho. Ele me ligou e pediu que eu fosse para o seu apartamento, pois precisávamos ir a algum lugar. Assenti e, ao desligar, olhei sua agenda e vi que não havia nada programado para aquele horário.— Por que está com essa cara de bunda logo cedo? — Joyce retornou, pondo o saco de pão na mesa.— Sei lá! Jhonathan disse que eu deveria ir direto para a casa dele, em vez de ir para a empresa. Achei muito estranho, pois não tem nada na agenda dele programado para cedo.— Sei lá, amiga, talvez ele queira fazer alguma coisa com você. Quem sabe relembrar os velhos tempos? — Minha amiga olhou para mim sugestiva, e balancei a cabeça em negativa.— Combinamos que iríamos esquecer que isso aconteceu.— Mas não tem como esquecer o que aconteceu há quase cinco anos atrás, pois o resultado está dormindo em um quarto das princesas.— Não dá para ele esquecer o que ele não lembra.Joyce olhou para mim e balançou a cabeça. Eu sa
Depois da reunião com Afrodite, minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Jhonathan dirigia de volta para o apartamento em silêncio, respeitando meu espaço. Eu sabia que ele estava preocupado, mas não sabia como começar a explicar o que realmente estava me incomodando.Quando chegamos à empresa, ele se trancou em sua sala e eu fui ocupar meu posto ao lado de Berenice.— Anthonella, senti muito a sua falta. — Ela me abraçou bem apertado.— Trouxe uma lembrancinha para você. — Entreguei o presente a ela, que sorriu.— Obrigada, fico feliz que tenha lembrado dessa velha aqui.— Você é a pessoa que mais convivi aqui nos últimos anos, já se tornou parte da minha família. — Berenice me deu um abraço.— Fico tão feliz em ouvir isso. Aloísio e eu também te consideramos uma filha, e Fefê uma neta, e isso se estende a Joyce que é meio doidinha.Agradeci a ela que me contou sobre tudo que rolou na empresa enquanto estávamos fora. Ela me contou sobre o pequeno show de Camila, e me pergunte
Rio de Janeiro, 2016 — An, a Priscilla anda tão estranha, acho que ela está com inveja do seu casamento.— Priscilla não precisa ter inveja de nada, ela é linda e pode ter o homem que quiser. — Joyce olhou para mim e balançou a cabeça.— Quando você vai parar de acreditar nas pessoas? A inveja dela é visível, sério que você não percebe isso?Neguei, e minha amiga soltou uma lufada de ar dizendo que eu ainda me daria muito mal pela minha inocência, e eu disse a ela que não sou tão inocente assim, só que prefiro acreditar na bondade humana.Ramón chegou, e minha amiga se retirou, dizendo que não gosta do meu marido. O que ela não entende é que ele cuida de mim como nunca fui cuidada antes e, por causa dele, poderei ter uma família feliz.— Oi, amor. O jantar está pronto? — Ele perguntou e eu disse que sim. — Então coloca comida pra mim porque estou com fome.Fiz o que ele pediu, e depois de comer ele me pediu para levar o prato dele para a cozinha e lhe entregar uma cerveja.— Por que
Rio de Janeiro, 2023Senti alguém tocar o meu braço e acordei assustada.— Desculpe, não queria te acordar. Vamos, finalizei a papelada.O dia de hoje foi tão puxado que acabei dormindo na poltrona. Jhonathan pegou a minha bolsa e fomos para o seu carro.— Anthonella, você está bem? — Ele perguntou, com um olhar genuinamente preocupado.— É muita coisa para processar. Eu só... nunca imaginei que estaria nessa situação. — Respondi, sentindo a tensão em meus ombros. Eu entendo. — Jhonathan disse, parando no sinal vermelho.Quando chegamos em minha casa, Maria Fernanda viu Jhonathan e correu em sua direção.— Tio Jo! – Minha filha abraçou a sua perna e ele a pegou no colo.— Não vai falar comigo? – Perguntei à minha filha, rindo.— Eu vejo você todo dia, mamãe.— E aí, MaFê? Como foi a escola hoje? – Ele usou o apelido dela pela primeira vez.— Foi legal! A gente ‘fei’ um desenho das mães e tem um desenho ‘pa’ você também. – Ela puxou a mão dele para entrar em nossa casa.Quando os dois
Durante o caminho para a escola de MaFê, estava apreensiva para saber o que havia acontecido. Quando cheguei, fui encaminhada até a sala da diretoria e pediram para aguardar.A espera parecia interminável, mas finalmente a diretora me chamou.— Dona Anthonella, por favor, entre. — Disse ela, indicando uma cadeira em frente à sua mesa.Sentei-me, tentando esconder minha preocupação. A diretora começou a falar com um tom calmo, mas firme.— Tivemos um incidente hoje com sua filha, Maria Fernanda. Um colega dela zombou dela pelo fato de ela não ter pai. Maria Fernanda reagiu e deu um soco no rosto do menino, que acabou sangrando o nariz.Senti um misto de choque e tristeza. Minha pequena MaFê nunca havia feito algo assim.— Minha filha nunca foi de brigar. Ela deve ter ficado muito magoada. — Disse, tentando entender o que havia acontecido.— Dona Anthonella, temos tolerância zero para violência aqui. Só não iremos suspender Maria Fernanda porque ela é uma boa aluna e este é o primeiro i