Pedro Henrique Soares Estava sentado na minha cama, perdido em pensamentos. O sol já havia se posto e o quarto estava envolto em uma penumbra confortável, mas a luz do meu celular piscava incessantemente, interrompendo a calma. — Caralho, Laiane, não sabe bater na porra da porta? — Digo ao ver minha irmã sem noção abrir a porta abruptamente. — Vou passar a trancar essa porra. — Ih, tá estressado? — ela disse, com aquele tom provocativo que só ela sabia usar. — Brigou com a MaFê? Ou tá assim pela convocação dela?Suspirei, tentando organizar meus pensamentos. Laiane sempre tinha uma maneira de entrar e trazer uma avalanche de perguntas e provocações. — Não briguei com a minha namorada, não. E estou muito feliz por ela estar realizando o sonho dela, de verdade — respondi, tentando deixar claro que a felicidade de MaFê não era o problema.Laiane se aproximou, cruzando os braços. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que ela não pararia por aí. A expressão dela era a de alguém que
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Estava em casa, organizando algumas coisas, quando meu celular vibrou na mesa. Era uma mensagem de Pedro. O coração disparou. O simples fato de receber uma mensagem dele já era o suficiente para me fazer sorrir. Olhei para a tela e vi que ele queria me convidar para ir ao seu apartamento. “Oi, MaFê! Você pode vir aqui? Tenho uma surpresa para você!” O que seria? A curiosidade me dominou, e logo me arrumei, escolhendo uma blusa que eu sabia que ele adorava. A ansiedade me acompanhava enquanto dirigia até o apartamento dele, pensando em tudo que poderíamos fazer juntos. Cheguei e, ao entrar, fiquei completamente boquiaberta. O corredor estava decorado com pétalas de rosa, criando um caminho suave que levava até a sala. O ar estava perfumado e uma música suave tocava ao fundo. — Pedro? — chamei, a voz um pouco tremula de empolgação e nervosismo. Ele apareceu na porta da sala, com um sorriso que iluminava o ambiente. Vestia uma camiseta casual, mas
Maria Fernanda Fagundes Lancaster Meses Depois... Foram seis meses que passaram como um borrão. Seis meses de treinos exaustivos, de suor e sacrifícios, enquanto minha vida parecia estar dividida entre dois mundos: o campo de futebol, onde eu era a goleira da seleção, e a faculdade, que exigia de mim tanto quanto qualquer campeonato. E, nesse processo, acabei perdendo o contato com as pessoas que mais importavam para mim. No início, achei que conseguiria lidar com tudo. Sempre fui disciplinada e dedicada, mas com o passar dos dias, a realidade foi me atingindo como um soco no estômago. As manhãs começavam cedo, às vezes antes mesmo do sol nascer, com treinos que duravam horas. Estava cercada de companheiras de time e técnicos, mas a sensação de solidão era imensa. A pressão era constante. Cada movimento, cada defesa precisava ser perfeito. Afinal, eu era a última linha de defesa do time. Toda a minha energia estava voltada para o futebol. Meu corpo se adaptava, ficando mais forte
Depois de seis meses de distância, finalmente estava de volta em casa. Era uma sensação estranha, quase surreal.Minha chegada foi marcada pela celebração da vitória da seleção brasileira. Conquistar o campeonato foi o desfecho perfeito para esses meses de trabalho árduo, mas agora, tudo o que eu queria era relaxar e curtir a companhia dos meus amigos e da família. Quando entrei na sala de casa, Laiane, Valentina e alguns membros da minha família já estavam lá. Senti um cheiro familiar vindo da cozinha e não acreditei.— Não acredito! Mamãe está cozinhando? — perguntei animada.— Claro que estou, filha, você merece.— Me diz que é lasanha? — Meu estômago roncava só de imaginar.— Claro que é, você acertou em cheio. Senta, descansa e conversa com o pessoal. — Minha mãe beijou meu rosto.Sentei no sofá e fiquei conversando com as meninas. Minha casa estava cheia, e eu adorava essa bagunça.— A nossa estrela do campeonato finalmente voltou! — gritou Laiane, correndo para me abraçar. — Ah
Enfim, Formadas...O clima era de pura alegria e celebração enquanto Laiane, Valentina e eu caminhávamos juntas pelo grande salão, onde a cerimônia aconteceria. Nossas togas pretas esvoaçavam com o vento leve, e os chapéus de formatura mal conseguiam conter o entusiasmo que transbordava de nós.— Não acredito que finalmente estamos aqui — disse Laiane, com um sorriso de orelha a orelha. — Depois de tantos anos de esforço... Formadas!Eu sorri para ela, sentindo a mesma excitação. As palavras de Laiane ecoavam no meu coração. Era verdade, aqueles anos de estudo, desafios e dedicação finalmente haviam chegado ao ápice.— Eu ainda estou tentando processar — respondi, rindo. — Parece que foi ontem que estávamos surtando por causa das provas finais.Valentina balançou a cabeça e deu uma risada.— Ah, eu nunca tive dúvida de que íamos conseguir. Somos imbatíveis!Nós três paramos para tirar uma foto juntas, capturando aquele momento que ficaria para sempre em nossas memórias. O palco da ce
O céu estava perfeito para um casamento. O sol brilhava suavemente, e a brisa leve fazia as flores do jardim balançarem, como se dançassem ao ritmo da alegria que pairava no ar. Laiane havia planejado tudo com tanto cuidado, e eu não poderia estar mais orgulhosa de fazer parte daquele momento ao lado dela. Valentina, eu e mais duas primas de Laiane estávamos nos preparando para o grande momento. Valentina, como sempre, estava um tanto ansiosa, andando de um lado para o outro no camarim, tentando segurar as lágrimas que já ameaçavam cair antes mesmo da cerimônia começar. — Val, você vai acabar destruindo a maquiagem antes mesmo de a Laiane aparecer — comentei, sorrindo, enquanto observava minha amiga. Sabia o quanto ela ficava emocional em momentos importantes. Ela me olhou, com os olhos já levemente avermelhados. — Eu não consigo, MaFê! — Valentina resmungou, secando uma lágrima que teimava em cair. — É o casamento da Laiane, nossa Laiane! Eu sabia que ia me emocionar, mas não im
Três anos Depois Três anos haviam passado desde o casamento de Laiane e Geovane, e parecia que o tempo voou. Aqui estávamos nós, comemorando o aniversário de dois aninhos da pequena Liryane, a filhinha deles. Uma fofura só, com suas bochechas rosadas e o sorriso mais encantador que eu já tinha visto. Não era à toa que Laiane e Geovane estavam completamente babando pela filha, assim como Valentina e Juliano estavam com o pequeno Junior, de um aninho. Valentina e eu éramos as dindas de Liryane, e a cada vez que a olhávamos, nossos corações se derretiam. Era impossível não se encantar com aquela menininha que já corria pela festa com suas perninhas gorduchas, distribuindo sorrisos para todo mundo. — Olha só pra ela, Val — digo observando enquanto Liryane ria de algo que Geovane estava fazendo. — Parece uma bonequinha. Não dá pra acreditar que já tem dois aninhos. Valentina suspirou, balançando a cabeça. — Eu sei... Parece que foi ontem que estávamos no casamento da Laiane, e agora
Pedro ainda estava ao meu lado enquanto eu observava meu irmão Gustavo e Rúbia conversando ao longe. Algo na expressão deles me fez sentir que havia algo grande acontecendo. A testa de Gustavo estava franzida, e Rúbia parecia desconfortável. — Acho que está acontecendo alguma coisa ali — comentei, apontando discretamente para eles. Pedro seguiu meu olhar e assentiu, com um ar de preocupação. — Pela expressão deles, parece sério. O que será que é? — Pedro perguntou curioso. — Não sei. Depois eu converso com ele. A festa seguiu, com risadas e alegria preenchendo o espaço, mas parte de mim continuava preocupada com Gustavo. Ele sempre foi o mais brincalhão, mas nos últimos meses eu o sentia mais distante, talvez amadurecendo. Ainda assim, algo naquela conversa parecia diferente, como se uma tempestade estivesse prestes a estourar. Quando a festa finalmente terminou, Pedro e eu nos despedimos de todos e troquei um abraço carinhoso com Laiane e Val antes de partir. — Então, v