O sol estava escondido atrás das nuvens que dominavam o céu cinzento daquela manhã. O vidro da janela tinha pequenas gotas de água. O dia parecia um pouco mais desbotado do que o normal, e com o clima esfriando de repente, era mais fácil usar roupas grandes e largas, que ajudavam a esconder a barriga. Talvez uma pessoa que não me conhecesse de antemão nem suspeitaria. Apesar disso, como a nossa história ia sendo revelada aos poucos, era melhor deixar a gravidez como uma suspeita futura. Nós precisávamos seguir o roteiro à risca para que as pessoas se interessassem e apoiassem o nosso falso relacionamento. Ryan tinha razão sobre as relações dentro da família real. Uma pesquisa rápida mostrava inúmeras notícias e reportagens, a maioria com fofocas desinteressantes e superficiais. Mas todos os filhos da rainha eram alvos acompanhados pela mídia. Isso me deixava imensamente desconfortável e apreensiva, ou talvez fosse apenas a azia que começara a me incomodar insistentemente. Não consegui
Ryan havia me alertado que isso poderia acontecer. De fato, era um bom sinal se acontecesse. Eu estava exausta física e emocionalmente, mas o sono não vinha. O peso das expectativas e a avalanche de notificações no meu celular me mantinham alerta. A curiosidade me impedia de desativar as notificações. Estava deitada na cama do hotel, com as cortinas fechadas e o quarto mergulhado em uma penumbra, apenas interrompida pelo brilho intermitente da tela fazendo meus olhos arderem um pouco por causa do sono. Havia uma enxurrada de mensagens e solicitações nas minhas redes sociais. Todas elas de pessoas que eu não fazia ideia de quem eram, mas ainda assim, com o mesmo objetivo. Queriam saber quem eu era e confirmar a história do encontro. Quase todas vinham acompanhadas com um link para uma matéria diferente sobre a nossa fofoca. Eu não tinha certeza se abriria alguma delas, mas precisava saber o que diziam sobre nós. Cada nova matéria trazia uma onda de desconforto. A maioria dizia a mesma
“É um privilégio estar aqui esta noite, rodeado por obras que falam diretamente ao coração e à alma. A arte sempre teve um papel especial em nossas vidas, servindo como um espelho para nossos sentimentos mais profundos e nossas experiências mais pessoais. Ao observar as peças expostas aqui, uma temática me chamou a atenção: o amor oculto. Estamos testemunhando a expressão mais pura do ser humano: a sua capacidade de sentir e amar. E é sobre o amor que gostaria de falar hoje, não de forma direta, mas através das nuances e sutilezas que a arte nos oferece.Como espectadores, somos convidados a olhar além da superfície, a ver o que está implícito, o que está escondido nas sombras e nas entrelinhas. Somos chamados a reconhecer que, assim como na arte, a vida também está cheia de momentos que não podem ser completamente revelados, mas que ainda assim possuem uma beleza e uma verdade inegável.Quero deixar aqui uma reflexão: que possamos aprender com a arte a valorizar esses amores escondi
Fazia muito tempo que eu não tinha uma noite de sono tão revigorante. As lembranças da noite anterior, a bagunça na cozinha e a aproximação repentina com o Ryan estavam frescas na minha mente. Mas hoje, mais do que tudo, eu queria que a visita ao hospital fosse especial para as crianças. Vesti uma roupa discreta, mas profissional, querendo passar uma boa impressão sem chamar muita atenção. A ideia era ir como se fosse realmente um trabalho, para que o relacionamento fosse pego nas entrelinhas. Fingir um relacionamento com Ryan tinha suas complexidades. Cada sorriso e gestos precisavam ser convincentes. Mesmo assim, eu sentia um estranho conforto ao pensar que dessa vez poderia realmente dar certo. Embora, às vezes, parecesse que Ryan estava levando tudo mais a sério do que o necessário.Quando cheguei ao hospital, a pequena comitiva do príncipe já o aguardava e eu me juntei a ela. A mídia já estava presente, esperando para poder capturar cada momento. Dei algumas orientações à equipe
Eu não conseguia distinguir as manchas que estava visualizando. As sombras dançavam à minha volta, como se o mundo estivesse derretendo ao meu redor. Estava escuro e tudo parecia embaçado. Não tinha certeza se meus olhos estavam abertos ou fechados, tudo estava distorcido e irreal. Abrir e fechar os olhos não fazia diferença. Ainda eram as mesmas imagens diante deles. Um toque quente parecia andar pelo meu corpo enquanto um peso me pressionava para baixo. Um calor sufocante envolvia meu corpo, contrastando com arrepios que percorriam minha espinha. Sentia meu coração bater mais forte, mas isso não me impediu de continuar esperando ter mais daquela sensação. Algo dentro de mim parecia querer despertar, como uma necessidade primordial que parecia estar latente, apenas esperando para emergir. Eu ouvia as respirações. Também havia gemidos. Um eco de várias vozes perguntando se eu tinha certeza, se realmente queria aquilo. Não me importava que sensação era aquela, só sabia que eu queria m
Eu não me lembro muito bem dos três últimos dias. Somente agora meu corpo começava a responder ao tratamento e apresentava uma melhora considerável. A febre já não era mais um problema, nem os delírios que me atormentavam como consequência. Minhas dores já estavam mais brandas e eu conseguia andar pelo quarto. Eu ainda precisaria enfrentar mais alguns dias de repouso até que meu problema realmente se resolvesse por completo. Eu não recordava o nome que o médico deu ao meu problema, mas era algum tipo de infecção que havia se espalhado pelos meus rins. Eu ainda estava na casa de Ryan. Como tudo acabou parecendo mais grave do que realmente era, eu aceitei ficar, mesmo demorando a admitir que isso me deixava reconfortada. Eu não conseguia imaginar o que teria acontecido se eu não tivesse aceitado seu convite anterior, sendo que o medo era mais pelo bebê do que por mim. Ele parecia sentir o mesmo, então não abriu mão de me deixar sozinha até que eu realmente estivesse melhor. Mesmo assi
Capítulo 28 - Preparações para o futuroAcordei com a luz suave do amanhecer entrando pelas frestas da cortina. A tranquilidade da manhã contrastava com os dias anteriores de preocupação e repouso forçado. De certo modo, sentia-me revigorada e finalmente pronta para encarar o mundo lá fora. O quarto e a casa já estavam se tornando partes da minha rotina diária. Estava ficando mais fácil aceitar que aquele seria meu lar por um tempo. Ryan passava a maior parte do dia trabalhando fora, ocupado com suas tarefas reais. Eu passava o tempo lendo e procurando novas notícias sobre nós, embora sempre ficasse entediada em algum momento. Então me aventurei a fazer algumas coisas na cozinha para me distrair. Quando ele estava em casa, tentava dividir um pouco do seu tempo para compartilharmos os andamentos de nossa história e os desafios como futuros pais. Naquela manhã, Ryan me encontrou no futuro quarto do bebê, onde eu revisava mentalmente os planos que tinha para o quarto. Estávamos prestes
Depois que o bebê pareceu não querer mais se manifestar, Ryan se levantou e começou a andar, olhando ao redor do quarto. Então ele deslizou a mão pela nuca, um gesto que eu estava começando a reconhecer como nervosismo.- Bianca, eu preciso te pedir um favor. - ele disse finalmente. - O que seria? - perguntei, curiosa. - Meus irmãos mais novos querem te conhecer melhor. Pensei em convidá-los para jantar aqui em casa hoje à noite. O que você acha?Tentei me lembrar dos irmãos aos quais ele se referia. Eu os havia conhecido no jantar em que Ryan me apresentou à família, mas o clima de tensão não permitiu que eu conversasse ou os conhecesse melhor. Na verdade, acho que estive tão nervosa aquela noite que não me lembrava nem de seus nomes. Mesmo assim era importante que eles me conhecessem de uma forma mais decente, e talvez isso ajudasse a fortalecer a nossa história. - Por mim, tudo bem. - concordei, tentando parecer mais confiante do que realmente estava. Ryan sorriu, visivelmente a