Eu já estava acordada muito antes do meu celular tocar com o despertador. Aproveitei o tempo para fazer uma meditação rápida, me alongar para aliviar a tensão nos músculos, e preparar um café da manhã saudável. Me sentia mais disposta e centrada depois de uma noite agitada de pensamentos. Já haviam se passado dois dias e Matteo ainda não tinha voltado para casa. Demorei um pouco, mas aceitei que isso não era um problema meu. Mesmo assim, a ausência de Matteo deixava um incômodo. Eu me perguntava se ele estava bem, se voltaria e, principalmente, se conseguiríamos resolver nossas diferenças. A culpa de tê-lo afastado se misturava com a raiva por ele não ter tentado mais. Mesmo que a princípio eu estivesse me sentindo culpada por rejeitá-lo de certo modo, ele foi quem havia decidido ir embora em vez de conversar e decidir as coisas de uma maneira mais sensata. Ou de pelo menos escutar e entender o meu lado. Ryan ficou responsável por acertar os detalhes com meu novo médico. Provavelmente
- Bom dia senhora, aqui é paramédico Taylor. Você conhece Matteo Rossi? - disse uma voz grave do outro lado da linha - Ele sofreu um acidente, mas está estável. Estamos levando-o para o Hospital St Thomas.Olhei para o relógio, que marcava pouco mais de três horas da manhã. Eu acordei com muita dificuldade quando ouvi o toque do celular. Mas um choque percorreu meu corpo e me despertou completamente ao entender o que aquele homem me informava ao telefone. Tentei trocar de roupa o mais rápido possível e torcer para que houvesse táxis disponíveis naquele horário. Deixei o ressentimento de lado. Tudo o que eu desejava era que ele realmente estivesse bem. Que tipo de loucura andava fazendo só para ficar longe de mim e aparecer de volta nessas circunstâncias? Cheguei ao hospital e corri para a recepção, pedindo informações sobre Matteo. O resgate já o tinha deixado ali e ele já estava sendo atendido pelos médicos de plantão na emergência. Meu coração batia rápido, e a preocupação crescia a
Já haviam alguns minutos que eu estava parada na frente da janela do quarto, observando a cidade abaixo. As luzes começavam a se acender, uma a uma, à medida que a noite caía, enfatizando a minha melancolia. Senti um nó na garganta ao pensar em tudo o que havia acontecido. Eu me arrisquei um pouco indo direto ao apartamento do Matteo buscar minhas coisas. Era melhor fazer isso enquanto eu tinha certeza de que não o encontraria em casa. Não ia querer ouvir qualquer tentativa de desculpas dessa vez. Talvez eu fizesse uma loucura se o reencontrasse. Depois pedi ao taxista que me levasse a um hotel o mais longe possível daquele lugar.Meu celular vibrava constantemente em cima da mesa. Imaginava exatamente o que poderia ser e, por isso, eu tinha evitado conferi-las até agora. Havia algumas ligações perdidas do Matteo e várias mensagens pedindo desculpas, ou dizendo que se explicaria, ou pedindo para que eu retornasse a ligação, ou - a melhor de todas - voltasse ao hospital pois a Amanda já
Ryan agendou uma visita ao registro civil local para darmos início ao nosso processo. Por mais que fôssemos tentar ser discretos, algumas legalidades não iam nos permitir permanecer no anonimato. O fato de estar na realeza não o isentava das burocracias e ainda exigia o cumprimento de protocolos específicos. O primeiro passo necessário era que nós notificássemos o casamento. Essa notificação ficaria disponível para visualização pública. Isso permitiria que qualquer pessoa que tenha objeções legais ao casamento possa apresentá-las ao registrar um aviso formal. Seria questão de tempo até que a notícia viesse à tona e meu anonimato finalmente tivesse fim. Eu tentava imaginar várias formas de me preparar, mas não fazia ideia da magnitude e relevância que poderia realmente tomar. Aceitar a proposta precisaria levar em consideração muito mais coisas que eu imaginara inicialmente. Casar com um príncipe parecia uma história um conto de fadas, mas as implicações só me causavam ansiedade e preo
O carro deslizava suavemente pelas ruas de Londres enquanto eu olhava pela janela, refletindo sobre tudo o que havia acontecido naquela noite. Ryan concordou quando pedi que esperássemos estar casados para que eu realmente fosse morar em sua casa, mas para aquela noite, ele me convenceu a passar a noite para discutirmos os próximos passos. Se fôssemos mesmo continuar com a ideia do casamento, era claro que precisaríamos traçar um plano concreto e rápido para lidar com a situação. A pressão no jantar, a firmeza de Ryan ao confrontar a rainha, e os olhares curiosos dos irmãos dele ainda estavam nítidos em minha mente. Eu permanecia dividida entre o medo do desconhecido e a esperança de que, de alguma forma, tudo isso acabasse bem. E algumas das coisas que ele havia dito para a mãe deixavam claro que alguns detalhes precisavam ser revisados. Quando chegamos à casa de Ryan, fomos direto para a sala de estar, onde finalmente pudemos respirar aliviados enquanto nos sentávamos no sofá. Ele m
O sol estava escondido atrás das nuvens que dominavam o céu cinzento daquela manhã. O vidro da janela tinha pequenas gotas de água. O dia parecia um pouco mais desbotado do que o normal, e com o clima esfriando de repente, era mais fácil usar roupas grandes e largas, que ajudavam a esconder a barriga. Talvez uma pessoa que não me conhecesse de antemão nem suspeitaria. Apesar disso, como a nossa história ia sendo revelada aos poucos, era melhor deixar a gravidez como uma suspeita futura. Nós precisávamos seguir o roteiro à risca para que as pessoas se interessassem e apoiassem o nosso falso relacionamento. Ryan tinha razão sobre as relações dentro da família real. Uma pesquisa rápida mostrava inúmeras notícias e reportagens, a maioria com fofocas desinteressantes e superficiais. Mas todos os filhos da rainha eram alvos acompanhados pela mídia. Isso me deixava imensamente desconfortável e apreensiva, ou talvez fosse apenas a azia que começara a me incomodar insistentemente. Não consegui
Ryan havia me alertado que isso poderia acontecer. De fato, era um bom sinal se acontecesse. Eu estava exausta física e emocionalmente, mas o sono não vinha. O peso das expectativas e a avalanche de notificações no meu celular me mantinham alerta. A curiosidade me impedia de desativar as notificações. Estava deitada na cama do hotel, com as cortinas fechadas e o quarto mergulhado em uma penumbra, apenas interrompida pelo brilho intermitente da tela fazendo meus olhos arderem um pouco por causa do sono. Havia uma enxurrada de mensagens e solicitações nas minhas redes sociais. Todas elas de pessoas que eu não fazia ideia de quem eram, mas ainda assim, com o mesmo objetivo. Queriam saber quem eu era e confirmar a história do encontro. Quase todas vinham acompanhadas com um link para uma matéria diferente sobre a nossa fofoca. Eu não tinha certeza se abriria alguma delas, mas precisava saber o que diziam sobre nós. Cada nova matéria trazia uma onda de desconforto. A maioria dizia a mesma
“É um privilégio estar aqui esta noite, rodeado por obras que falam diretamente ao coração e à alma. A arte sempre teve um papel especial em nossas vidas, servindo como um espelho para nossos sentimentos mais profundos e nossas experiências mais pessoais. Ao observar as peças expostas aqui, uma temática me chamou a atenção: o amor oculto. Estamos testemunhando a expressão mais pura do ser humano: a sua capacidade de sentir e amar. E é sobre o amor que gostaria de falar hoje, não de forma direta, mas através das nuances e sutilezas que a arte nos oferece.Como espectadores, somos convidados a olhar além da superfície, a ver o que está implícito, o que está escondido nas sombras e nas entrelinhas. Somos chamados a reconhecer que, assim como na arte, a vida também está cheia de momentos que não podem ser completamente revelados, mas que ainda assim possuem uma beleza e uma verdade inegável.Quero deixar aqui uma reflexão: que possamos aprender com a arte a valorizar esses amores escondi