Chegou ao fim de seu corredor e olhou para a primeira porta do outro, do seu lado direito, e pela primeira vez andou até ela, devagar. Havia uma plaquinha decorativa na qual a amada havia comprado; um cordão cor-de-rosa, várias perolas e um laço delicado enfeitavam toda a forma oval da placa — com exceção do laço, que ficava na ponta de cima —, com estampa floral; ao redor, uma moldura artesanal delicada; no centro havia o nome “Lívia” e ao lado uma linda ursinha princesa na qual tinha um vestidinho cor-de-rosa. Oliver levou um tempo olhando para aquela plaquinha, até que finalmente pegou na maçaneta, girando-a e abrindo a porta minimamente, apenas o bastante para que ele pudesse ver o interior do quarto. Ele encontrou tudo da mesma forma que estava desde que havia sido montado com todo carinho; havia um berço em conjunto com uma cômoda rosa e branca na qual tinha duas gavetas, dois nichos — onde havia uma manta rosa-bebê dobrada perfeitamente e uma caixinha de música na mesma cor — e
Assim que chegou ao condomínio no qual seus pais moravam, não precisou se apresentar, muito menos dizer quem iria visitar; quando o viram, o reconheceram e o deixaram passar. Dirigiu até onde se encontrava a mansão Barbieri e assim que chegou, os portões de aço se abriram para os lados. Estacionou o carro em frente a porta, desceu e o travou, antes de finalmente subir os quatro degraus que o levariam a porta de madeira clara. A porta se abriu não muito depois de apertar a campainha, e então encontrou sua amada mãe a sua frente; ela sorriu assim que percebeu que era o filho mais novo e o abraçou, forte. Pela forma como ela o abraçava, Oliver sabia que ela já estava sabendo sobre o que houve. — Estamos sabendo sobre Felicity. Não era preciso ela dizer, mas o moreno não disse uma palavra. — Como está? Gostaria de não ouvir aquela pergunta, e sua mãe pareceu entender seu olhar, pois logo em seguida tocou seu rosto, mudando de assunto. — Você comeu? — Não, mas... — Então entre, que
Os dias se passaram arrastando na opinião de Oliver. Ele não estava acostumado a passar tantos dias em casa, menos ainda, ficar sem trabalhar, mas ele não se arrependida da decisão que havia tomado. Estar ao lado da esposa era mais importante; ela precisava muito dele naquele momento. Mas também não queria dizer que não sentiu falta do trabalho ou mesmo a agonia por não ter o que fazer, nos primeiros dias. Percebeu que ficava menos melancólico quando fazia os afazeres de casa e por isso passou a lavar a louça, as roupas, arrumava e limpava a casa, incluindo seu quarto e o de sua filha. Sim, ele conseguiu entrar naquele quarto uma outra vez. Não era fácil, ele já sabia que não seria quando tomou a decisão de ele mesmo limpar aquele cômodo, mas era necessário. Aquele lugar era sempre muito limpo, organizado e cheiroso; sua garota fazia questão de deixá-los nessas condições e por isso decidiu que ele também deveria fazer. Após a primeira vez que entrou no quarto no qual o fazia sentir um
Balançou a cabeça, querendo expulsar aquela lembrança dolorosa de sua mente, e então se levantou, sem que fizesse algo que a acordasse, e seguiu para fora do cômodo. Iria focar em algo que o fizesse se esquecer de todo aquele sentimento ruim que queria apossar de seu corpo e de sua mente, e por isso colocou uma música para tocar baixinho em seu celular e começou a preparar o jantar. Havia decidido fazer a comida preferida de sua esposa; aproveitaria por ter tudo que precisaria ali na dispensa, então começou a preparar, com capricho, do jeitinho que ela gostava, enquanto cantarolava a música que tocava naquele momento. Era algo que demorava um tempo considerável por conta da massa, mas mesmo assim não mudou de ideia, principalmente por sua amada ainda dormir. Não precisou fazer o arroz como acompanhamento; Felicity gostava do nhoque apenas com o molho, o queijo ralado e a salsa. Finalizou, decorando a comida italiana em ambos os pratos, colocando-os em uma bandeja média de prata, junto
Naquela manhã Felicity havia insistido para que o amado passasse o dia com os amigos; ele não saía de casa ou se encontrava com os amigos a mais de duas semanas, e ela não achava que era justo ele não se divertir por ela não conseguir sair nem de casa ou da cama deles. Havia sido difícil, e só conseguiu convencê-lo após ligar para cada um deles e fazê-los prometer que passaria na casa dela para buscar seu marido. E só por ter cada um deles na porta da sua casa e por saber que as esposas deles fariam companhia a amada que Oliver aceitou sair com eles. Antes de ir fez cada uma das mulheres que estavam em volta da sua garota na cama de casal, prometerem que ligariam não importa o que fosse. Mesmo que estivesse indo um pouco resignado por conta do problema emocional de sua esposa, ele tinha de confessar que estava sentindo falta de um momento com os amigos, principalmente de um momento fora de casa. Antes, além de trabalhar algumas horas na parte da manhã, ele passava algumas horas na part
Oliver teve de admitir que passar o dia com os amigos havia sido muito divertido. Após jogarem um pouco, como nos velhos tempos, passaram em um restaurante no qual ficava ao lado do Hóquei House, tomaram uma bebida mais forte que um refrigerante ou um suco, mas não ao ponto de ficarem bêbados, claro, e então partiram para onde Oliver sabia que encontraria o presente ideal para sua amada. Havia pedido para que Alexander dirigisse até o shopping e então, após ver as feições de incredulidade em seus rostos, por não esperar ouvir tal pedido vindo dele, principalmente porque ele realmente não era nem um pouco afim daquele lugar, explicou o que tinha em mente; e então teve o apoio de cada um deles. Ele sabia que sua garota iria gostar muito. Há um tempo atrás, pouco antes de ela engravidar, ela confessou ter um sonho, bobo, de infância, que nunca havia sido concretizado por conta de sua amada mãe. Ele não conseguia compreender a si mesmo, o porquê de nunca ter concretizado aquele sonho antes
Girou o corpo, se colocando com a barriga para baixo, levando a mão para o outro lado, na intenção de tocar sua esposa, e acabou por não sentir o corpo de sua amada. Franziu o cenho no mesmo instante, levantando o tronco e a cabeça, olhando de forma confusa para o lado no qual sua garota deveria estar. Olhou ao redor, concentrado, tentando ouvir qualquer indicação de que ela estava ainda naquele cômodo, e por não ouvir nem mesmo o som do chuveiro, o que explicaria o porquê de sua amada não estar ao seu lado, se sentiu ainda mais confuso. Ela nunca acordava primeiro que ele, e acabou por ficar preocupado, principalmente por não ouvir som de passos ou mesmo de algo que pudesse lhe indicar onde ela estava. Se levantou rapidamente, e descalço e apenas de bermuda, caminhou para fora do cômodo a passos apressados. Sabia que sua amada estava bem, que não era necessário sentir-se tão preocupado como estava se sentindo, e mesmo assim, não conseguia controlar. Ela não estar ao seu lado àquela h
Felicity ganhou um abraço da sogra, no instante em que se encontraram, e apesar de ter correspondido, não pode deixar de ficar surpresa pela presença dela com o marido, o filho, a nora e a sobrinha. Quando se separaram, forçou um sorriso. Não que estivesse chateada por eles terem aparecido sem avisar, só não estava preparada naquele momento para ver a barriga já avançada da cunhada de seu marido. Ela estava com seus sete meses, e em breve deveria estar nascendo mais um bebê Barbieri, uma nova garotinha, pelo que havia ficado sabendo. E isso a deixava um pouco melancólica por conta de sua própria garotinha. Cecília correu para seus braços, e ainda que sentisse seu peito apertado naquele momento, a pegou, recebendo seu abraço carinhoso. Ela não tinha culpa de como se sentia, nem mesmo sabia como estava se sentindo naquele momento, e quando percebeu, seu amado se aproximou, pegando a garotinha de seus braços após deixar um beijo em sua bochecha. Tocou os cabelos escuros dela, beijou su