Capítulo 5

POV EILEEN

Começo a me arrumar. Visto um vestido de couro bem justo e curto, uma jaqueta de couro e saltos Mary Jane. Hoje, não quero muita maquiagem, passo apenas um batom vermelho.

Essa balada deve ser a única exclusiva para seres sobrenaturais na cidade. Imagino que estará bem cheia. Como meu cabelo é muito comprido, é melhor prendê-lo em um rabo de cavalo. Não quero que fique enroscando em nada.

Pego um táxi. O local fica no centro da cidade, não muito longe do hotel. Como imaginei, está lotado. Se os humanos soubessem a quantidade de sobrenaturais que vivem entre eles, ficariam em choque.

Entro na área VIP e vou direto ao bar.

— O que posso servir para você esta noite? — disse o barman, dando uma piscadinha no final.

— Um uísque puro, por favor — respondi com um sorriso, preciso de uma bebida forte para essa noite.

Hoje, nada de Eileen estressada e mal-humorada. Onde quer que aquela demônia esteja, ela não vai mais tirar minha paz. Até porque o grimório será meu. Ela não seria maluca de vendê-lo para outra pessoa; isso colocaria tanto sua reputação quanto sua vida em risco.

Observo o lugar enquanto bebo meu uísque. Tem muitos homens bonitos aqui. Quem sabe eu vá além de beijos esta noite?

Este ano provavelmente será minha única oportunidade de transar sem compromisso. Não é como se eu não quisesse fazer sexo antes, mas todos os homens sobrenaturais da minha cidade tinham receio de ir além por causa de quem eu sou, e os humanos simplesmente não fazem o meu tipo.

Passei a me sentir um pouco insegura por causa disso, mas aqui será diferente. Aqui, os Moore não mandam, então não preciso me preocupar com ninguém com medo de me tocar.

Pensando nisso, se aqui tem esse tipo de boate, alguém deve ter esta cidade como domínio. Estava tão curiosa com o que Olga tinha para mim que nem pesquisei sobre isso.

Pode ser um problema. Não sou uma bruxa qualquer. Nunca ouvi falar de alguém ter desentendimento com o nosso clã nesse país, mas nunca se sabe.

Não acredito que fui tão estúpida a ponto de cometer esse erro, mas agora já é tarde. Vou aproveitar cada minuto aqui, já que não tenho escolha.

— Posso te pagar uma bebida? — um homem alto, de cabelos pretos e olhos verdes, se aproxima de forma sedutora.

— Claro, vampiro — respondi com um sorriso malicioso.

— Duas bebidas do que ela está bebendo, por favor — disse ele ao barman, sentando no banquinho ao meu lado.

— Você é uma Moore, não é? — perguntou o belo vampiro.

— Sou, sim. O cabelo e os olhos me entregam, não é? Me chamo Eileen. E você?

— Pompeu Magno.

— Não pode ser. — respondi rindo.

— Não ria. Sou mais velho do que pareço e meu pai era um grande fã dos generais romanos — disse ele, envergonhado.

A conversa com Pompeu era interessante. Ele não era mais um daqueles babacas que soltam uma cantada horrível e tentam te beijar em seguida. Decido perguntar a ele sobre a cidade.

— Tem muitos seres sobrenaturais por aqui. Essa boate foi muito bem pensada. Quem está no comando? — perguntei, curiosa.

— Darius Vallance, um lobisomem. Você veio sem saber? Desculpe, não quero ser intrometido, mas você é alguém importante. Ele pode achar que você está tramando algo no território dele — disse Pompeu, com um pouco de preocupação.

— Eu sei, não pensei muito antes de vir. Mas sério, justo um lobisomem? Não poderia ser uma criatura melhor? — falei com desdém. — Mas você é um vampiro, não deveria estar longe daqui?

— A regra aqui é clara: jure obediência ao alfa Darius e você pode ficar. Seja desleal e pagará as consequências. Eu queria um lar, e aqui é um bom lugar, mesmo que a alcateia fique fora da cidade. Ele colocou alguns dos homens dele aqui, e a tecnologia à qual ele tem acesso é muito boa. Pela minha experiência, esta é a melhor cidade para se viver — disse Pompeu, com uma expressão que mostrava descontentamento com a parte da obediência.

É comum que algumas cidades tenham um ser sobrenatural poderoso cuidando dos outros seres que se mudam para lá. Claro que isso não é de graça; sempre há um preço a ser pago, seja aumentar a influência do protetor ou dever-lhe favores. Para um vampiro receber a proteção de um alfa, não pode ser qualquer um.

Nós, os Moore, além de proteger nosso próprio clã, permitimos que outras espécies vivam sob nossa proteção. No entanto, estou surpresa que um lobo tenha realizado algo tão grandioso. É difícil de acreditar. Desde que me entendo por gente, ouço dizer que lobisomens são seres inferiores. Nunca convivi com um, mas todas as bruxas dizem a mesma coisa.

— Não quero continuar te entediando com esse assunto. Que tal dançarmos um pouco? — disse Pompeu, levantando-se e estendendo a mão. Esse vampiro sabe ser atraente.

— Achei que nunca fosse chamar — respondi, sorrindo.

A música que estava tocando era sensual, do tipo que se dança bem perto do parceiro. Estou um pouco nervosa, faz tempo que não flerto, e dançar então...

Pompeu percebe meu nervosismo e me leva para uma parte da balada com menos pessoas.

Ele começa a me guiar como ninguém, e aos poucos eu me solto. Quando percebo, já estou completamente entregue. A bebida, sem dúvidas, também ajudou. Começo a seduzi-lo. Quero ele essa noite. Chega de nunca poder ir além.

Quando estou prestes a beijar Pompeu, alguém o empurra para longe.

— Sai de perto dela, agora! — disse uma voz rouca e muito bonita.

O homem que o empurrou parecia um deus de tão belo: cabelos loiros que iam até a cintura, olhos dourados, barbudo, com um corpo tatuado, ele é muito alto e forte.

Eu não deveria estar distraída com um estranho, deveria estar preocupada com Pompeu. Mas antes que eu pudesse ver como ele estava, o dono da voz, com muita rapidez e agilidade, me prende contra a parede.

— Não vai a lugar nenhum, muito menos atrás de outro homem. Você é minha — disse ele, autoritário, olhando diretamente nos meus olhos.

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