POV DARIUS
Ela foi embora zangada, me deixando completamente sozinho na boate. Mesmo ela tendo motivos, não consigo parar de me sentir péssimo. Como eu queria que as coisas fossem mais simples... se ela fosse uma loba, a essa altura já estarimos marcados e acasalados.Levanto-me do sofá para ir embora. Ficar sentado com essa autopiedade não fará as coisas se resolverem. Pego as chaves da boate, deixadas em cima do balcão do bar, como havia pedido para o chefe de seguranças deixar, depois de expulsar todos da boate.Fecho o estabelecimento e vou em direção a minha moto. Antes de ir para casa, passo na residência do gerente da boate, Dean, para entregar as chaves.Dean me comprimenta formalmente, me olhando com curiosidade, sei exatamente o que ele está pensando em perguntar entretanto ele tem mais amor a vida do que curiosidade; não ousaria me perguntar porque mandei expulsar todo mundo ou porque estava tão perto da bruxa. Esse é um dos motivos de ter o colocado cPOV DARIUSOs raios de luz invadem a janela e, como de costume, as cortinas abertas me forçam a levantar. Tomo banho rapidamente, visto uma calça jeans preta, uma camiseta branca e um par de tênis preto, simples e funcional.Hoje vai ser o puro caos. Minhas ações terão muitas consequências. Quanto mais eu penso, mais minha cabeça dói.Desço as escadas em direção à sala de jantar. A mesa já está servida com tudo o que gosto: chá preto, torradas com ovos mexidos, Bife Wellington, linguiças e bacon.Infelizmente, hoje não é um dia em que posso me dar ao luxo de sentar à mesa e aproveitar a deliciosa comida feita por Grace. Como com pressa, apenas o bife e uma pequena xícara de chá.— Bom dia, alfa — disse Grace, observando o fato de eu não ter tocado no restante da comida. — Não acredito que vai comer pouco novamente — falou com indignação, cruzando os braços.— Não posso, Grace. Tenho muitas coisas para resolver e pouco tempo — disse, limpando minha boca com o
POV EILEEN Todas as vezes que fechava os olhos para dormir, seu rosto surgia em minha mente, seus olhos dourados me encarando com fome, um desejo sem fim... minha pele se arrepia. Sua presença, ainda que imaginária, me tortura. Eu me reviro de um lado para o outro na cama, meu coração acelerando. Não estava sonhando nem completamente acordada, mas a sensação estava me levando aos delírios.Um estrondo de trovão me assustou. Sentei-me sobressaltada na cama, esfregando os olhos com força, sem acreditar no que estava fazendo, me fantasiando com um lobo!. Como eu que sou a sucessora do clã Lua Sangrenta, que sempre fui criada para ser imbatível, agora estava me sentindo vulnerável aos encantos de uma fera. Como alguém que sempre foi ensinada a odiar lobos pode se deixar afetar por um deles? A dúvida corroía minha alma. E se os anciões que me criaram e treinaram descobrirem? Não acredito que vão me tirar de minha posição mas posso ser severamente punida, fora a vergonha de ter minha re
POV DARIUS Estou em uma caverna. Embora deitado sobre um cobertor, coloco minha mão para senti-lo; por sua maciez, imagino que seja feito de pele de animal, talvez de raposa. Uma fogueira está acesa, e suas chamas dançam na noite enquanto uma mulher dorme tranquilamente, de bruços, sobre meu corpo. Seus longos cabelos estão esparramados no meu peito nu. Delicadamente, tiro os fios pretos que atrapalham a visão de seu rosto, revelando uma aparência angelical. Ela respira suavemente, como se estivesse em um sono profundo e tranquilo. Sinto inveja dos grandes pintores; gostaria de ter um pouco de sua maestria para capturar cada minúsculo detalhe de sua perfeição. Sua expressão é serena, tão doce, que não me contenho e faço um leve carinho em sua bochecha.— Dormi demais? — pergunta ela, despertando com o meu toque. — Apenas alguns minutos, talvez meia hora. Pode dormir mais, querida, a menos que queira outra rodada — digo, apertando sua cintura e rindo no final. As palavras que saem par
POV DARIUS Chego ao meu destino, o Hotel Paraíso. Conforme avanço em direção ao elevador, minhas mãos começam a suar frio, minha respiração se torna pesada, meus lábios secam enquanto minha língua fica dormente. Tentei não ficar ansioso para vê-la, mas meu corpo insiste em ser teimoso, tomando as rédeas das minhas emoções.Os minutos no elevador parecem uma eternidade; eu deveria ter subido pelas escadas. A essa altura, já estaria no quarto dela.Quando minha impaciência parece estar no limite, a porta se abre. Dou passos largos até parar diante de sua porta. Levanto a mão para bater, mas os “e se” me fazem hesitar: “E se o plano der errado?” “E se ela fugir?” "e se ela me odiar ainda mais".Andrew murmura na minha mente, perguntando onde está minha coragem de minutos atrás, me encorajando a ir a diante. Sua provocação, embora debochada, me tranquiliza, dissipando a rigidez e o receio. Ele tem razão, estou sendo bobo. Um alfa com medo de rejeição? Sorrio. Quem ouvir essa história vai
POV EILEEN Sua visita inesperada fez meu corpo todo tremer de raiva. Só de lembrar dele saindo e deixando a porta aberta, como se fosse o maldito rei dessa cidade e eu tivesse apenas, que me submeter a seus caprichos, me faz explodir de vez. Minhas narinas estão dilatadas, sinto o meu coração na boca, um amargor sobe por minha garganta. Na tentativa de aliviar minha fúria, uso um feitiço de explosão, e todos os vasos ou ítens de vidro, despedaçam de uma vez.Fecho os olhos, apreciando o som deles se partindo em micro pedaços. Mesmo por um breve momento, isso me ajuda a me acalmar. Faz com que eu me sinta no controle.Como eu gostaria de poder usar minha magia nele. Ah, se eu pudesse fazer....Sem aviso, sua imagem dominadora, acompanhado de uma voz rouca, toma conta de meus pensamentos. Seu corpo forte e quente se aproxima cada vez mais, como alguém que não pede, mas exige para si o que quer. Minha calcinha se umidece...Bato nas minhas bochechas com força. Maldito corpo traidor, fa
POV DARIUS As palavras de Eileen, “fazer minha vida um inferno”, ficam ressoando na minha cabeça. Não consigo entender o porquê de as bruxas nos odiarem a esse ponto. Já houve várias desavenças entre nossas raças, mas onde tudo começou? Gostaria muito de saber a raiz do problema. Se eu pudesse consertar isso, ela me olharia de maneira diferente? Respiro fundo, engolindo minhas frustrações. Ainda há muito a ser feito hoje.Depois de resolver todos os meus assuntos na cidade, faço o caminho de volta para a alcateia. Minha outra dor de cabeça. Os membros estão pressionando tanto meus subordinados a respeito de uma luna que acho que vão ficar loucos. Desde que soube de Eileen, Joseph tem trabalhado duro em planos para que ela seja aceita por nosso povo.Ele ainda não encontrou uma solução eficaz, e não vai demorar até que alguém comente sobre nós. Sempre tem um fofoqueiro, e essa notícia vai abalar o bando.Andrew boceja e se espreguiça em minha mente.“Você tem que pensar pelo lado bom:
POV DARIUS Depois de guardar o buquê, passei mais algum tempo no jardim. Cuidar das minhas flores estava me ajudando a me acalmar; mexer com a terra sempre tirava uma parte do meu estresse, mas isso vai durar pouco, já que meu escritório me espera.Quando abro a porta, logo me desanimo com a quantidade de trabalho sobre minha mesa, que, apesar de grande, parece agora pequena. A culpa é toda minha, já que tenho negligenciado meus afazeres nos últimos dias, devido a toda essa confusão com Eileen.Esfrego os olhos; minha vista está cansada após algumas horas de trabalho. Fiz todo o trabalho que era possível, mas ainda assim tenho alguns papéis sobre a mesa, fora os e-mails.“Você já trabalhou o bastante, vamos arrumar você”, disse Andrew, ansioso e animado. Gostaria de estar tão confiante quanto ele.Concordo com ele. Se não nos arrumarmos agora, vamos chegar atrasados.Tomo um banho rapidamente. Já seco, mas ainda enrolado na toalha, começo a vasculhar meu closet. Sou o tipo de homem s
POV EILEEN O humor brincalhão de Darius havia desaparecido por completo. Graças aos meus comentários, seu sorriso se transformou em uma expressão dura. Ele me guiou para fora do hotel sem dizer uma única palavra ou olhar em minha direção.Eu me sentia vitoriosa por arruinar seu humor; em contrapartida, uma parte de mim estava triste. Talvez eu não devesse ter desacreditado dele em relação às flores. Fiquei tão perplexa com a ideia de uma fera poder cultivar flores tão delicadas. Era difícil acreditar. Talvez os lobisomens não sejam o que me contaram, mas isso não importa. Meu plano de me livrar dele continua de pé.Saí dos meus pensamentos ao perceber que Darius me guiava para uma parte desconhecida do hotel.— Não íamos sair do hotel? Por que está me levando por este caminho? — perguntei, parando de andar. Ele parou também, finalmente me dirigindo o olhar. Sua postura não parecia autoritária, mas sim de alguém suspeito.— E vamos. Esta é apenas uma saída não muito usada. — Esse lobo