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O Tesouro de Deus
O Tesouro de Deus
Por: Everton Timóteo
Capítulo 1 - Prólogo: O Embarque

Aeroporto de Guarulhos-SP, nove e vinte e três da noite. Tudo estava normal naquela Sexta-feira; não havia atrasos nos voos, tudo estava ocorrendo de acordo com a expectativa dos passageiros. Obviamente, tal satisfação era quase impercetível, devido à expressão preocupada e ansiosa daqueles que estavam prestes a resolver negócios internacionais, ou mesmo tratar de questões familiares. Havia crianças empolgadíssimas, pois iriam voar pela primeira vez. No entanto, havia naquela noite uma pessoa que estava ali a contragosto. No balcão de check-in, os pais de Juliana Mazato, após uma cansativa batalha psicológica em casa, conseguiram convencer a filha a ir para a Austrália, no intuito de visitar a avó materna para ter notícias, visto que ela não tinha muito interesse por tecnologia e já tinha uma idade avançada.

     Frederico e Graciane Mazato não tinham condições de ir para a Austrália, pois eram empresários ocupadíssimos, que estavam lutando com todas as forças contra a crise econômica que atingiu o país recentemente. Juliana não aparentava estar preocupada com a situação dos pais; tinha vinte e três anos, ainda não trabalhava e tampouco sabia organizar seus gastos. Comprava estoques de sapatos, blusas, vestidos, cachecóis e outras coisas que lhe seriam úteis ou talvez inúteis. Ela praticamente arrastava o carrinho com sua bagagem de qualquer jeito, e não pronunciou uma palavra desde que saíram de casa. Começando a ficar incomodado com a rebeldia, Graciane pergunta:

- Juliana, será que é tão ruim assim você ficar uma semana na casa da sua avó? Você sabe que não temos notícias dela há muito tempo, e não conseguimos contato com ela!

- E por que não pagam alguém pra ir até lá? - retruca Juliana, ainda olhando para baixo, com arrogância.

- Pra começar, sua avó é uma senhora de idade, nós não podemos confiar em qualquer pessoa para ir até a casa dela! Quem irá nos garantir que, se mandarmos algum de nossos funcionários eles darão as reais notícias de seu estado de saúde? E outra coisa, meu amor... É sua avó, ela te ama tanto é sente saudades... nós não podemos ir, pois nossos negócios estão indo à ruína, não podemos viajar agora! Precisamos muito que você nos ajude!

   Frederico, já com o comprovante em mãos, continua a conversa:

- Sabemos que você tem uma vasta inteligência, com certeza não terá dificuldades na Austrália! Com toda essa tecnologia nas suas mãos, poderá nos contatar quando quiser e, além disso, será somente uma semana, passará mais rápido do que possa imaginar!

    Finalmente olhando para os pais, Juliana responde:

- Dizem isso porque não são vocês que irão pra lá!

- Vai ser ótimo, querida! - responde Graciane - Assim que se comunicar conosco pela primeira vez, verá que toda essa ansiedade não passou de besteira!

- Bom... se vocês dizem... - Juliana sopra para cima, fazendo as mechas dianteiras de seus cabelos loiros se mexerem.

    O relógio do aeroporto marca dez e cinquenta da noite. Já se ouvia o anúncio para o embarque para Sidney. As pessoas iam se dirigindo para a entrada da aeronave, mas Juliana permanecia estática, com um tremendo desânimo. Frederico e Graciane presenteiam a filha com um carinhoso abraço, fazendo despertar um tímido sorriso na menina. Graciane então diz:

- Muito obrigado pelo que está fazendo por nós, meu amor! 

- Faço isso só porque amo vocês! - responde Juliana, olhando para cada um.

- Também te amamos, Princesa! Não esqueça de nos ligar assim que chegar em Sidney! - responde Frederico, deixando escapar uma lágrima.

- Pode deixar, eu amo vocês!

  Tentando não olhar para trás, Juliana se dirige até a aeronave, chorando de saudades e de frustração.

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