Hoje é o grande dia. O dia em que Marina cortará o único fio que a une a um passado doloroso e cheio de mágoas. Eu ainda não sei como os próprios pais puderam fazer isso a uma criança. Que culpa ela teve de ter vindo ao mundo, ou de sua mãe ter essa ganância declarada por dinheiro e fama? Nem uma. Conhecer sua história na íntegra é o que me deixa despedaçado por dentro. Como eles não conseguiram ver a pessoal linda que ela é por dentro e por fora? Marina é simplesmente apaixonante, mesmo com todas as suas maluquices, ou quando demostra aquele lado menina que ela tem. Eu não errei em seguir os meus extintos de ir em busca da garota da foto e agora estou completamente amarrado nela. Mas uma atitude sua me fez apaixonar ainda mais naquela ruiva. Ela guardou o sentimento que achou nunca ter tido na vida, pela única pessoa que fugia dos seus padrões. Estela
Sorte. Algumas pessoas tem superstições em relação a essa palavra. Elas acreditam que alguns objetos, ou animais de alguma forma podem mudar as suas vidas. Os egípcios por exemplo, acreditam que os gatos são algum tipo de protetores, guias da felicidade e deuses que levam mensagens para a deusa Bastet, que tem o corpo de um humano e uma cabeça de gato. Já os indianos apostam a sua fé nas vacas, e ainda há quem acredite que pés de coelho, trevos de quatro folhas e ferraduras possam trazer uma onda de sorte e assim mudar muita coisa na vida do ser humano. Eu nunca fui supersticiosa, ou de acreditar nessas coisas, mas de algum jeito eu acredito que comigo não foi tão diferente assim. Minha vida mudou exatamente em uma noite chuvosa, com raios e trovões e quando eu praticamente atropelei a minha sorte, e por pouco quase não a matei. Vocês sabem exatamente de quem estou
Alguns meses depois...A igreja estava linda e já tinha algum movimento de alguns convidados lá dentro. Da porta, eu olhei as delicadas flores brancas, montadas nos arranjos e os finos tules, que enfeitavam de forma delicada o altar, que esbanjava lindas estatuetas santas, com seus tons rústicos perdidos nos detalhes dourados. A ornamentação todinha branca, chegava a transmitir um pouco de paz entre nós. Os convidados conversam baixinho entre si e pareciam emocionados com esse momento tão delicado, e tão lindo. Suspirei baixinho sentindo-me emocionada, quando Heitor segurou a minha mão e nós entramos juntos na nave, seguindo pelo corredor de bancos compridos, que nos levava até o altar. Kell sorriu ao nos ver e Adrien abraçou o meu namorado como se fossem irmãos. Ao seu lado estava a Cris, que segurava o pequeno Júlio em seus braços e do outro lado, a Fl&aac
Dois anos e meio...A maior graça de uma mulher está em sua caridade. Ao longo desses meses eu aprendi as mil e uma faces do amor. Tem o amor entre amigos. Esse eu vivenciei desde cedo, mas foi na minha adolescência que ele se formou e me mostrou que nunca estamos sozinhos, mesmo estando a distância. Depois veio o amor pelas aventuras e esse quase me destruiu por completo. Ai eu descobri o verdadeiro amor, aquele entre um homem e uma mulher e este me libertou, me fez renascer e me deu uma força que eu não sei calcular. Mas foi o amor maternal que me mostrou um mundo melhor. A cada dia que a minha barriga crescia, o meu coração batia de uma forma cálida e algo dentro de mim parecia fluir, transbordar por meu poros, esquentar o minha alma, e eu me sentia bem com isso. Eu não conhecia o meu pinguinho, nunca o vi, ou o toquei, sequer havia pego em meus braços. Ele podia ser moreninho como o pai, o
― Bolacha, onde está o meu sapato? ― Ele pergunta e isso me causa um tipo de euforia que percorre todos os meus pelos, fazendo a minha calda balançar com um ritmo gostoso. Até parece que o meu rabo ganha vida própria e ele logo começa a se jogar pra lá e pra cá. Seguro um latido alto, em um claro desafio e me encolho atrás da cortina grossa. ― Bolacha, isso não tem graça, eu preciso ir trabalhar! ― O humano resmunga, olhando debaixo do sofá. Seja lá o que for esse negócio de trabalho, soa muito chato. Esses humanos pensam o tempo todo que precisam ir trabalhar, ou que precisam isso, e que precisam aquilo. Eles sempre tem algo para fazer. O fato, é que eu gosto desses seres de dedos longos, que andam em duas patas e que não tem um rabo. Mas isso não quer dizer que eles não ficam alegres ou felizes, porque demostram esses sentimentos através de sorrisos brancos
Meu nome é Marina Bellini de Alencar. Mas somente os mais chegados me chamam de "Ma". Sou a filha de Frida Bellini de Alencar, uma socialite fútil e vaidosa demais para o meu gosto. Uma mulher extremamente linda e poderosa, dona de uma riqueza que é capaz de comprar o mundo, se assim desejasse. O meu pai, é o do desembargador Duram Bellini. Um homem arrogante, frio e que só pensa em ganhar mais dinheiro do que já tem.Enfim, nasci em berço de ouro, certo? Errado.Podemos dizer que o meu berço foi forjado, mas não exatamente no ouro e sim na grana que os meus pais tentam exibir pelo mundo a fora.
―Não corre pela casa Marina.―Estrela pede correndo atrás de mim. Ela acabou de me dar o banho muito divertido. Ela sempre faz isso, com patinhos de borracha dentro da banheira, muita espuma perfumada e ainda conta a minha estorinha preferida, imitando as vozes dos personagens. Eu adoro isso! Mas logo que o banho acabou, já quis pôr o meu pijama e disse, "hora de ir para cama mocinha". Só que eu ainda não estou com sono. Eu quero brincar um pouco mais.―Marina em nome de Deus!―Ela grita e eu solto um boa gargalhada infantil. Mas a risada gostosa, acaba justamente quando eu chego no final da escadaria e esbarro bem forte em um corpo muito, muito alto e caio de bunda no chão.Isso doeu muito, mas se quer tive tempo de chorar, por que fui erguida com firmeza pelos meus braços e um par de olhos verdes furiosos me encararam imediatamente.―O que ess
Eu sonhei a vida inteira com o momento em que a minha mãe chegaria para mim e me diria... " filha, eu tenho orgulho de você, você se parece tanto comigo." Não custa sonhar, não é? Me lembro de quando completei os meus sete anos de idade e entrei em seu quarto pela primeira vez. Foi uma viagem fantástica. O cômodo parecia uma mansão dentro da nossa cobertura, se é que vocês me entendem. Tudo lá dentro era grande demais, luxuoso demais, até um simples porta retratos não tinha nada de simples. Havia fotos do casal em cada móvel daquele lugar e até na parede tinha um imenso quadro deles sorridentes e abraçados. Eles realmente se amavam de um jeito que não sobrava amor pra mim. Mas foi quando entrei no seu closet que eu me perdi. Havia vestidos e mais vestidos de todas as cores e tipos de tecidos que se podia imaginar, com brilho, sem brilho, com alça, com mangas longas e mangas curtas... Enfim, cada um mais deslumbrante do q
— Ai, nossa! Merda! Ui! — Solto alguns gemidos doloridos, assim que abro os olhos e vejo que adormeci sentada no chão mesmo. A noite foi longa. Eu e o Pinguinho... Ah, sim! Tive que dá um nome para ele, porque como eu conseguiria me abrir para um alguém sem nome? Isso seria ridículo.Mas o fato é que eu abri uma garrafa de vinho e enchi uma taça, e o Pinguinho se esbaldou em sua tigela de leite, enquanto me ouvia. Chorei, ri, desabafei, xinguei, amaldiçoei e o coitado do cãozinho me acompanhou no meu triste dilema. E depois de uma garrafa vazia ser jogada com violência contra uma parede, eu me agarrei ao filhote e nós adormecemos abraçadinhos. A parte ruim dessa farrinha particular veio agora. Estou com uma puta dor na coluna, no pescoço e por consequência de secar uma garrafa de vinho sozinha, sem ao menos comer alguma coisa, também estou com dor de cabeça. O filh