Giulia Ricciardi O sol da manhã entrava pelas grandes janelas, aquecendo suavemente o quarto enquanto eu me arrumava. Abri o armário e peguei um vestido longo florido, com tecido leve e um corte que realçava minhas curvas de maneira sutil. Vesti-me devagar, deixando o tecido cair suavemente pelo corpo. Escolhi uma sandália de amarração delicada, que subia em tiras finas pelo tornozelo, e passei uma maquiagem leve, apenas o suficiente para dar um toque de frescor ao rosto.Deixei os cabelos soltos, caindo em ondas naturais sobre os ombros, e acrescentei alguns acessórios discretos: brincos pequenos e uma pulseira dourada fina. Por fim, peguei a sacolinha com o presente que havia escolhido para o amigo secreto. Dentro dela, um kit provocante: um gel de vibração intensa que aquecia e pulsava ao toque, junto com um óleo de massagem levemente picante. Sorri para mim mesma, imaginando a reação da pessoa que o receberia. Esperava que fosse alguém com senso de humor... ou, no mínimo, mente a
Giulia Ricciardi Assim que terminamos o café, me despedi de Lorenzo e Luis com um sorriso que parecia impossível de conter. Meu coração estava leve, transbordando de felicidade, enquanto seguia com Alice e Liz em direção à sala privada onde aconteceria o amigo secreto.O que acabara de acontecer ainda parecia um sonho.Eu estava noiva.Noiva de Lorenzo. O homem que sempre amei e que sabia, no fundo da alma, que sempre amaria.Entramos na sala, e o ambiente estava repleto de energia e risos. Minha mãe, minhas tias, minha avó, algumas mulheres da família de Matteo e, claro, Francesca já estavam todas lá, sentadas ao redor de uma longa mesa decorada com detalhes natalinos. Francesca, no comando como sempre, estava na ponta da mesa, de olhos brilhantes e sorriso travesso.— Bom dia, minhas divas! — Francesca cumprimentou, batendo palmas de leve. — Animadas para o nosso amigo secreto mais aguardado do ano?— Estou pensando nisso desde que acordei! — Alice respondeu, entusiasmada, arrancan
Lorenzo Salvatore Minha mesa era um verdadeiro campo de batalha. Documentos espalhados por todos os cantos, relatórios empilhados, planilhas abertas no notebook — uma verdadeira confusão enquanto eu tentava organizar as finanças da empresa. Suspirei, passando a mão pelos cabelos, e decidi me dar uma pausa.Levantei-me e fui até o pequeno bar no canto do escritório. Peguei uma garrafa de uísque envelhecido, servi uma dose generosa e deixei o líquido dourado deslizar lentamente pela garganta. O calor do álcool trouxe um breve alívio, mas minha mente logo se voltou para um pensamento recorrente: Giulia.Hoje, ela estava indo com Liz ao médico para fazer um ultrassom. Preferiu ir direto a esse exame para não deixar espaço para dúvidas ou a possibilidade de um resultado falso. Desde que conversamos sobre essa possibilidade, minha cabeça não parava de imaginar como seria essa nova fase de nossas vidas.A ideia de ser pai, que antes me assustava profundamente, agora parecia quase um sonho.
Giulia Ricciardi Estávamos sentadas na recepção da clínica, e a cada segundo que passava, eu sentia meu coração bater mais rápido. Minhas mãos suavam, meu peito subia e descia com uma respiração descompassada, e aquele frio na barriga insistia em me lembrar da importância daquele momento.Liz estava ao meu lado, apertando minha mão com carinho, transmitindo uma tranquilidade que só ela conseguia. Ela não dizia nada, mas seu olhar sereno me dizia que tudo ficaria bem.— Vai dar tudo certo, amiga. Estou aqui com você. — Sua voz era baixa, mas firme, o suficiente para me acalmar um pouco.Antes que eu pudesse responder, a porta se abriu.— Giulia Ricciardi — chamou a enfermeira, com um sorriso profissional, olhando diretamente para mim.Me levantei com um misto de ansiedade e expectativa, ainda segurando a mão de Liz.— Venham comigo — pediu a enfermeira, nos guiando por um longo corredor até uma sala iluminada e acolhedora. No centro, uma maca e ao lado, o aparelho de ultrassom.A médi
Lorenzo SalvatoreLevantei da cadeira e fui até a janela, observando o céu tingido de tons alaranjados enquanto o sol começava a se pôr. A paisagem estava linda, mas meu coração estava inquieto. Respirei fundo, tentando conter a ansiedade que se instalava em meu peito.Foi quando ouvi batidas na porta.— Pode entrar! — falei, me virando lentamente.Assim que vi Giulia e Liz entrando, percebi de imediato que algo havia acontecido. Elas estavam sorridentes, com aquele brilho nos olhos que só aparece quando algo importante está prestes a ser revelado. Giulia caminhou até mim e me envolveu num abraço apertado, aconchegando-se contra meu peito.— O que foi, princesa? — perguntei, sentindo meu coração disparar.Olhei para Liz, que nos observava com um sorriso cúmplice.— Comprei um presente para você. — Giulia disse, afastando-se um pouco, mas mantendo suas mãos nas minhas.Arqueei a sobrancelha, intrigado, enquanto um sorriso curioso surgia no meu rosto.— Um presente? — brinquei.Ela me f
Giulia Ricciardi Assim que chegamos em casa, senti um alívio imediato. A tensão que apertava meu peito começou a ceder quando Lorenzo disse que dormiria ali essa noite. Era como se, com ele ao meu lado, eu tivesse uma âncora que me mantinha firme. A ideia de ficar sozinha me aterrorizava, temendo que uma nova crise me derrubasse outra vez.— O que acha de um banho de piscina? — Lorenzo sugeriu, com um sorriso tranquilo. — Pode te ajudar a relaxar um pouco e esquecer tudo por um momento.Olhei para ele, grata por conhecer exatamente o que eu precisava.— Acho uma ótima ideia. — Sorri de leve e ele entrelaçou nossos dedos, apertando minha mão com carinho.— Ótimo! — Ele me puxou suavemente para mais perto. — Enquanto você troca de roupa, vou conversar um pouco com seu pai.Assenti, e ele depositou um beijo suave na minha testa antes de se afastar.Subi as escadas devagar, sentindo cada passo como uma tentativa de me reconectar comigo mesma. Ao entrar no meu quarto, fui direto até o clo
Lorenzo SalvatoreAlguns dias se passaram desde a tentativa frustrada de sequestro de Francesca e Matteo. Depois que Domenico explicou o plano de Giulia para eles, Francesca foi a primeira a aceitar. Cega de raiva por Celeste, ela queria vingança a qualquer custo. Matteo hesitou por alguns instantes, preocupado com os riscos, mas logo concordou. Ele sabia que essa era nossa chance de acabar de vez com Celeste.E hoje era o grande dia.O plano estava em andamento, cada detalhe cuidadosamente calculado. Durante os últimos dias, fizemos parecer que Francesca e Matteo ainda estavam em Madrid, escondidos, fingindo aproveitar a cidade antes de voltarem. Mantivemos uma rotina planejada, dando pistas suficientes para que Celeste acreditasse que eles estavam vulneráveis e desprevenidos.As informações que conseguimos acessar indicavam que Celeste tinha caído na armadilha. Ela e seus homens estavam monitorando cada passo de Francesca e Matteo e, pelo padrão de movimentação, sabíamos que hoje te
Giulia RicciardiMeus olhos estavam cravados na tela, acompanhando cada ponto luminoso no localizador, representando os carros que se aproximavam do prédio abandonado. Cada segundo parecia se arrastar, a tensão pulsando no ar como uma tempestade prestes a desabar.Através das câmeras, eu via nossos soldados se espalhando, como predadores silenciosos cercando sua presa. Eles assumiram suas posições estratégicas, bloqueando todas as saídas e avançando com precisão implacável. Moviam-se como sombras, armas firmes, olhares atentos. A invasão era rápida, cirúrgica, sem espaço para erros.O ambiente ao meu redor estava mergulhado em um silêncio tenso, contrastando com o caos prestes a se desenrolar do outro lado da tela. Minhas unhas cravavam na palma da mão, a ansiedade latejando em meu peito.Então, minutos depois, a voz que eu tanto esperava ecoou pelo rádio:— Pegamos ela, chefe!Um sorriso se formou em meus lábios, lento e cruel. Finalmente. Celeste estava nas nossas mãos.Olhei para m