✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Elizabeth trocou alguns passos para minha frente, enquanto eu mantinha a cabeça baixa, cobrindo o rosto com os cabelos dourados caindo sobre ele—Me deixe só, Elizabeth. Eu preciso ficar sozinho. —Pedi, sentindo a respiração cada vez mais pesada. O calor em minha face aumentava na medida em que eu me mantinha preocupado com aquela situação, me escondendo atrás da cortina loira dos meus cabelos.—Por favor, não faça nenhuma idiotice, Wic. Ela trocou alguns passos atrás de mim, surgindo em minha frente na sequência disso. Elizabeth esticou o braço diante de mim, e seus dedos magrecelos tocaram o meu rosto. Eram palavras silenciosas de conforto. Era sua maneira de me dizer que eu poderia me sentir amado por ela, apesar das minhas escolhas.Eu não disse, mas ela sabia, de alguma forma, que eu tomaria a decisão errada.A porta diante de mim, permanecia fechada, bem como minha desistência de abrí-la anteriormente.Assim como em minha vida, as portas permanecem fec
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Enzo me deixou sozinho e sem palavras. Perdido em meus pensamentos infelizes. Sentia meu rosto queimar e arder como se o fogo me consumisse.Após alguns minutos sozinho, paralisado de pé, ouvi uma voz me chamando. Era familiar.—Senhor Konnor? —Dessa vez, não tinha ironia naquelas palavras. Eram concretas. —Nós precisamos descer. Tenho que lhe explicar como esse vôo vai funcionar.Chris...—Chris, você viu Elizabeth? —Pisquei, saindo do transe. —Sim, senhor. Ela me disse que o senhor havia lhe pedido um tempo sozinho antes de irmos. —Explicou, adentrando ao quarto. —Com licença, senhor Konnor. Nós temos mesmo que ir.—Tudo bem, Chris. Estou levando essa mochila com algumas coisas que eu havia trazido na bagagem anterior... Eu só estou preocupado com as coisas que estão acontecendo, mas... Me recupero rápido.Ele acenou positivamente para mim, e afastou para o lado, dando espaço para que eu passasse.Enzo poderia ser um completo filho da puta traidor, mas ele
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Acordei confusa. Depois de alguns segundos, percebi que estava sentada na poltrona do jatinho. O cinto afivelado em minha cintura fazia uma pressão mínima entre eu e um livro.Girei a cabeça de um lado para o outro, procurando por Wictor e avistei a figura retornando da cabine ao lado de Chris. Pareciam conversar sobre algo. Chris aparentava estar insatisfeito. Ah, não... Esse bobão do Enzo se sentou justamente ao lado do meu cubículo...Bufei.—Você acordou. —Wic me informou, se curvando para sentar ao meu lado.Ergui o queixo para ele, esticando os lábios na intenção de beijá-lo. Na sequência, olhei para o lado, na direção de Enzo, e suspirei.Wictor se sentou e afivelou o cinto. Olhou para mim, segurando em minha mão, e entrelaçou os nossos dedos.—O Enzo vai ser o substituto do Chris. —Reduzindo o tom de voz, ele prosseguiu: —Eu também não gosto desse cara, mas não temos escolhas aqui. Estamos em fuga. Eu não posso confiar em ninguém, Elizabeth. —Sussurrou
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Inquieto.Assim estava sendo a viagem para mim. Inquietante demais.Cruzar as pernas e balançar os pés não estava funcionando para abafar minha ansiedade. Nós estávamos sobrevoando uma área de mar aberto, no que eu estava pensando enquanto olhava para os próprios pés?—Se não se acalmar eu vou pedir que dopem você, Wic. —Elizabeth fechou o livro com veracidade e me encarou. —Não está pensando no que eu sei que está pensando, está?—Você fala coisas confusas demais... —Bufei.—Não pode voltar e resolver as coisas assumindo a culpa dos outros. —Ela pôs a mão sobre a minha e me olhou com compaixão. —Você sabe disso. —Eu sei-—Então por que quer tanto se sacrificar?Suas palavras me atingiram e feriram minha consciência. —Porque mamãe está assumindo a culpa por eu ter fugido. Ela está no lugar que era pra ser meu. —Encolhi os dedos e espremi os lábios, virando a cabeça para o outro lado.Não era sua culpa. Eu estava chateado porque as coisas não estavam saindo c
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Uma moça elegante nos trouxe lanches. Estava vestindo trajes elegantes como uma aeromoça de primeira classe.—Não vai comer nada, Wic? —Elizabeth esticou a mão até a bandeija prateada e puxou uma maçã.—Não sinto fome.—Você nunca come quando tá preocupado, mas deveria. —Encolheu a mão, levando a maçã vermelha e apetitosa aos lábios. —Não percebe que a nossa família sempre faz isso com você e sempre vai fazer?Parei por alguns segundos e refleti sobre suas palavras ácidas. Nada como uma irmã sincera demais para azedar ainda mais o seu dia.—Você pode me trazer um suco doce, por favor? Enzo passou pela aeromoça e se curvou para sentar em sua poltrona.—O banheiro estava lotado, Enzo? —Questionei com ironia.—Não, mas eu... Tive uns probleminhas. —Sorriu, espremendo os olhos. A sua falsa inocência imbecil não me atingia.—De onde você é, Enzo? —Elizabeth sorriu, simpatizando com a víbora.—Daqui, dali... Não tenho um lugar certo e Lorenzo Monttene não nos deixa
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Elizabeth estava começando a suspeitar, mas eu precisava ficar calado dessa vez.Estiquei a mão até sua cabeça e a encostei em meu peito, abraçando suas suspeitas, mas sufocando sua vontade de se expressar sobre aquilo.No fundo do meu coração, temia que ela deixasse Monttene saber sobre suas desconfianças e ela passasse a ser uma inimiga para ele. Eu não poderia deixar aquilo fugir para fora das paredes dos meus pensamentos.—Vamos descer. Aposto que estão nos esperando pra comer seja lá o que a Paola esquisitona tenha mandado prepararem para nós. —Brinquei, amenizando aquele clima fúnebre entre nós dois.O abraço se desfez aos poucos e nós deixamos o quarto tão rápido quanto....Descendo por um lance de escadas encaracoladas, avistamos a herdeira de Monttene de frente para a lareira. Estava abraçando os próprios braços enquanto se aquecia. Pernas juntas, vestido longo e justo. Ela era como uma vampira dos contos de terror, mas tinha uma aparência impecável.
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Que Lorenzo Monttene não era flor que se cheirasse, disso eu já sabia. Ainda naquela conversa, enfiei as mãos nos bolsos da calça e o deixei falar por alguns segundos ininterrúptos. Preso em meu martírio, engolia os sapos de um terreno enlameado no qual a cena da minha situação se repetia com frequência.—Sabe, garoto... —Atravessou a sala a passos curtos e tranquilos. Ele estava confortável. —Há poucas coisas na vida pelas quais eu prezo, e o meu sossego é uma delas. —Monttene me olhou por cima dos ombros e sorriu. Dessa vez, seus lábios se curvam em uma linha completamente torta. Sem sorrisos de meia boca, Apenas... Um sorriso satisfeito e sincero. —Se eu pudesse descrever um grande momento de vitória, seria esse.Ouvia em silêncio, vencido pela desânimo.—Desde muito jovem eu me acostumei com a ruindade do ser humano. Tiraram tudo de mim, e... Num certo dia, me deixaram sem absolutamente ninguém. Há vinte anos o seu avô assassinou o meu pai por uma concilia
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu não estava querendo pensar na burrice que o Wic estava querendo fazer. Me mantive em silêncio, observando no canto escuro do cenário que era a nossa vida. Porém, na mansão dos Monttene, a irmã do Lorenzo parecia ser alguém em quem confiar. Eu considerei que, talvez... Só talvez, Lorenzo ou Paola pudessem fazê-lo mudar de ideia sobre voltar aos nossos pais e assumir os crimes acusados pelo meu pai.Eu ainda tinha esperanças.—Você parece muito pensativa. Sabe o que dizem sobre pessoas que pensam demais? Um dia enlouquecem! —Brincou, servindo-me um pouco de vinho. —Eu gostava desse lugar quando era completamente cheio, mas... O meu irmão passou a ser mais rigoroso depois do último ataque. Até os melhores seguranças foram obrigados a ficarem espalhados e não dentro da mansão conosco. Apenas Enzo, Chris e outros quinze são de altíssima confiança. Os demais são apenas... Seguranças muito bons. —Explicou, esvaziando a taça de cristal.—O que aconteceu com vocês doi