✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Que Lorenzo Monttene não era flor que se cheirasse, disso eu já sabia. Ainda naquela conversa, enfiei as mãos nos bolsos da calça e o deixei falar por alguns segundos ininterrúptos. Preso em meu martírio, engolia os sapos de um terreno enlameado no qual a cena da minha situação se repetia com frequência.—Sabe, garoto... —Atravessou a sala a passos curtos e tranquilos. Ele estava confortável. —Há poucas coisas na vida pelas quais eu prezo, e o meu sossego é uma delas. —Monttene me olhou por cima dos ombros e sorriu. Dessa vez, seus lábios se curvam em uma linha completamente torta. Sem sorrisos de meia boca, Apenas... Um sorriso satisfeito e sincero. —Se eu pudesse descrever um grande momento de vitória, seria esse.Ouvia em silêncio, vencido pela desânimo.—Desde muito jovem eu me acostumei com a ruindade do ser humano. Tiraram tudo de mim, e... Num certo dia, me deixaram sem absolutamente ninguém. Há vinte anos o seu avô assassinou o meu pai por uma concilia
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu não estava querendo pensar na burrice que o Wic estava querendo fazer. Me mantive em silêncio, observando no canto escuro do cenário que era a nossa vida. Porém, na mansão dos Monttene, a irmã do Lorenzo parecia ser alguém em quem confiar. Eu considerei que, talvez... Só talvez, Lorenzo ou Paola pudessem fazê-lo mudar de ideia sobre voltar aos nossos pais e assumir os crimes acusados pelo meu pai.Eu ainda tinha esperanças.—Você parece muito pensativa. Sabe o que dizem sobre pessoas que pensam demais? Um dia enlouquecem! —Brincou, servindo-me um pouco de vinho. —Eu gostava desse lugar quando era completamente cheio, mas... O meu irmão passou a ser mais rigoroso depois do último ataque. Até os melhores seguranças foram obrigados a ficarem espalhados e não dentro da mansão conosco. Apenas Enzo, Chris e outros quinze são de altíssima confiança. Os demais são apenas... Seguranças muito bons. —Explicou, esvaziando a taça de cristal.—O que aconteceu com vocês doi
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Apesar de ser um grande rato imundo, Monttene não me morderia naquela noite.—Você não fuma e não bebe, garoto?—Me diga você! —Arqueei as sobrancelhas, mostrando uma expressão divertida no rosto. —Me investigou por tanto tempo... —Brinquei, tirando as mãos dos bolsos da calça. Estiquei o braço até a mesinha com os whiskys e me servi de uma boa dose.Álcool era a resposta.—Investiguei sua família, não você. Não tinha muito interesse em você até descobrir as pedras preciosas nos seus bolsos... Se é que me entende. Meu olhar cortou o ar quando o olhei pelo canto dos olhos. Encarando a bebida que despencava no copo transparente e largo, sorri sabendo que meus cabelos loiros cobririam parte da minha expressão, escorrendo até os ombros.—Um brinde a isso então! —Ajustei a coluna e segurei o copo firmemente, erguendo-o para Monttene. Girando em sua direção, o encontrei olhando através da janela. Parecia se deliciar no vislumbre de uma vista, e me senti curioso sob
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Paola retornou de seu nado, submersa nas águas aquecidas, e apoiou as mãos na borda da piscina, saindo dela como se viesse em câmera lenta para mim.—Não sabe o que está perdendo! —Tremendo pelo frio, acenou para que uma empregada lhe trouxesse um roupão, assim sendo. —Eu estou louca que esse lugar amanheça logo pra você ver o quão lindo isso é quando o sol está tocando tudo.As poças de água foram secando gradativamente quando a madeira em baixo de seus pés foi aquecendo aos poucos. Era reconfortante.—Você bebe tão pouco que eu me vejo depravada ao seu lado. —Ela sorriu se divertindo com suas próprias palavras. —Como você consegue deixar os seus cabelos tão volumosos? As pontas dele são tão encorpadas... —Passou a mão sobre minha cabela como se acariciasse.—Não tenho muitos segredos. Talvez a idade... —Sorri, bocejando. —Eu acho que... O vinho me deixou sonolenta, Paola... —Bocejei outra vez.—Tudo bem. Algumas pessoas são mais fracas com bebidas e outras...
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Meu coração estava batendo em retumbadas profundas. Sentia o peito afundar, sufocando meus órgãos.O mastigar do cavalo recém alimentado era um barulho nada suave no estábulo.—Você me agrediu, Chris... Fique longe de mim. —Enzo secou o canto dos olhos e se esforçou para levantar, recusando minha ajuda. Eu estava decepcionado comigo mesmo. Estiquei os braços para ajudá-lo, mas ele me recusou outra vez.—O pior de tudo... —Levou a mão aos lábios outra vez, reclamando o sangue que vinnha de sua boca. —O pior de tudo foi ter aceitado essa porcaria desse emprego por sua causa!Recuei. Do que ele estava falando?—Como assim? —Estreitei o cenho, tornando os olhos mais pequenos à medida em que ele revelava seus pensamentos. Enquanto ele me falava, me esforçava para segurar os olhos cheios e culpados. O nó na garganta deixou de ser metafórico para ser uma dor física e real.—Eu procurei por você por todos os malditos dias da minha vida, desde que você se foi!! Eu br
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Eu gostaria de dizer que respeitei minha primeira vez com um cara. No entanto, eu parecia um esfomeado em cima dele.Enzo entrelaçou as pernas em minha cintura e eu segurei o pau duro na mão. Confesso, eu estava nervoso. Porém, ao penetrá-lo, sentia que ia rasgá-lo ao meio. Seus gemidos, suas súplicas... Todas as suas reações se esmbargaram á um pedido solene:—Por favor, me fode... Por favor, C-Chris...Aquele tom de voz era incomum, para mim, vindo dele. Num movimento que vai e vem, afundava o rosto em seu pescoço, sentindo o seu cheiro doce de baunilha me preencher os pulmões. Estava explodindo. A cada estocada, esquecia de quem eu era. Eu só queria ser a pessoa ideal para ele. Naquele momento, eu só queria ser o seu cara não importasse como aquilo chegaria aos olhos dos outros.Eu era um monstro por nutrir tantos sentimentos por ele? Eu deveria me perdoar por isso?Aquele sexo durou e se repetiu por horas. Estávamos ofegantes, mas ninguém quis desistir. Eu
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Já dormiu sem conseguir sonhar com nada? Eu havia adormecido naquele estado. Meus olhos se abriram com o cantar dos pássaros na janela. Era meu sinal de que, ao menos, não haveriam bombardeios.Um barulho de água vinha do banheiro.Wictor...Joguei as pernas para fora da cama e me levantei, atravessando o quarto entre passos curtos e tropeços.Estiquei o braço para empurrar a porta e senti o chão se distanciar dos meus pés. Mas que porra...—Elizabeth? —Wictor puxou a porta antes que eu pudesse abri-la e me olhou confuso. —O que aconteceu?Estiquei as mãos para ele, pedindo apoio. Wictor me segurou, ajudando-me a voltar para a cama.—Vai ficar deitada e vai descansar. Eu vou busca uma água pra você. —A convicção em sua voz dizia que haveria confusão se eu o contrariasse.—Eu não estou doente, fui drogada! —Protestei.Ele parou no meio do quarto. Nu, com água ainda escorrendo pelo corpo. Endireitou suas costas, enrijecendo os ombros, e suspirou girando para mim.
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Após aturar Monttene e suas confissões, me recolhi em direção ás escadas na intenção de retornar ao quarto. Ao adentrar ao cômodo, encontrei Paola sentada na poltrona, ao lado da cama, conversando com Elizabeth. A minha irmã estava com os olhos vermelhos e com leve inchaço nas pálpebras superiores. Ao me ver, escondeu o rosto, virando a cabeça em direção a janela.—Paola? —Estreitei o cenho. —O que faz aqui?—Apenas vendo se Liza está bem, depois do vinho de ontem. Acho que da próxima vez devo lhe oferecer um vinho mais suave para festejarmos juntas. —Ergueu o queixo para mim, e desdenhou com um sorriso unilateral. —Não se preocupe, vou deixá-la descansar. Já estava de saída mesmo.O empregado bateu na porta, fazendo-me abrir para que passasse com o carrinho cheio de comidas requintadas, mas não demorou no cômodo e rapidamente se retirou. Me segurei para não discutir com Paola. —Posso falar com você lá fora, Paola? —Pedi, mordendo a mandíbula ao final. Sentia