✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Após aturar Monttene e suas confissões, me recolhi em direção ás escadas na intenção de retornar ao quarto. Ao adentrar ao cômodo, encontrei Paola sentada na poltrona, ao lado da cama, conversando com Elizabeth. A minha irmã estava com os olhos vermelhos e com leve inchaço nas pálpebras superiores. Ao me ver, escondeu o rosto, virando a cabeça em direção a janela.—Paola? —Estreitei o cenho. —O que faz aqui?—Apenas vendo se Liza está bem, depois do vinho de ontem. Acho que da próxima vez devo lhe oferecer um vinho mais suave para festejarmos juntas. —Ergueu o queixo para mim, e desdenhou com um sorriso unilateral. —Não se preocupe, vou deixá-la descansar. Já estava de saída mesmo.O empregado bateu na porta, fazendo-me abrir para que passasse com o carrinho cheio de comidas requintadas, mas não demorou no cômodo e rapidamente se retirou. Me segurei para não discutir com Paola. —Posso falar com você lá fora, Paola? —Pedi, mordendo a mandíbula ao final. Sentia
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu era um problema ambulante. Motivado a apenas dar continuidade no que importava, continuei investigando aquele lugar com cuidado para não ser flagrado.—Garoto, eu não vou ficar em casa hoje, preciso resolver uns assuntos particulares. —Explicou Monttene, sendo acompanhado por alguns seguranças que o cercariam durante todo o seu dia.Pensei no que fazer. Eu não queria perdê-lo de vista, mas aquela também era uma ótima forma de vasculhar mais cômodos e desenterrar segredos sobre ele.—Tá. Se não sei mporta eu vou... Dar uma volta pela propriedade mesmo. —Troquei alguns passos até uma das poltronas e me sentei, encenando um cansaço.—Fique a vontade, tem muito o que se fazer aqui, acredite. Os empregados já estão cientes sobre quaisquer que sejam suas necessidades e de sua irmã, então... Pode fazer o que quiser. —Ele levou um daqueles palitos fedidos à boca e o jogou de um lado para o outro. —Só não chegue perto do meu escritório. Aquela é uma área restrita at
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Olhava aos arredores, encontrando tudo, menos pássaros.—Sabe, eu lia alguns livros do meu pai e... Eles revelavam que, durante a guerra, os soldados e refugiados ficavam em lugares onde poderiam ouvir os pássaros cantarem. Isso porque os pássaros só cantam em locais quando se sentem seguros. Lugares onde estão seguros. —Olhei para Chris e ele me olhou por cima dos ombros, segurando um tufo de feno fresco. —Chris, não tem pássaros aqui, muito menos o cantarolar deles. Que estufa não tem pássaros em volta?Chris ergueu a mão com o tufo de feno fresco e arqueou as sobrancelhas.—Que estufa produz feno fresco? —Se questionou, concordando com minhas suspeitas.Continuamos a vasculhar o local. O chão estava empoeirado e abandonado, mas, julgando o estado de deterioração de parte da estrutura, aquele chão de madeira não tinha terra suficiente para um lugar inteiramente abandonado. Chris começou a dar pisadas fundas no chão, pesando os pés sobre a madeira.—Chris! O
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Paola não parecia alguém ruim. Enquanto eu estava sozinha no quarto ela me fez companhia e me contou sobre o que havia acontecido durante o tempo em que eu fiquei apagada."Ele parecia tão maduro... Era como olhar para um homem viril. O seu irmão só tem dezesseis anos mesmo? Olhando de perto, ouvindo sua voz... E aquele corpo? Céus! Ele é o protótipo perfeito de como ser bom em tudo. Ele nem parece ser só um adolescente. Não sei onde ele conseguiu aqueles braços fortes, abdômen sequinho, pernas grossas, ombros largos... Eu sinceramente me pergunto se ele é só um adolescente imaturo. Aquele olhar não me dizia que ele era menos do que um homem viril, pra mim."Suas palavras reverberavam em minha mente enquanto eu me via sozinha outra vez depois da briga. Wictor havia passado por muita coisa e eu queria entendê-lo, mas as coisas que Paola havia me dito eram sinceras: ele era tudo aquilo e mais um pouco. Ele sabia como enlouquecer a cabeça de qualquer pessoa e parec
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Ao retornarmos para a mansão, Chris precisou se ausentar e resolver alguns problemas entre os seguranças. Rumei meus passos acelerados na intenção de alcançar o quarto onde Elizabeth estava hospedada comigo. Entre a sala e o corredor escuro, senti uma mão me tocar. Virei-me pronto para conferir o toque ofensivo e encontrei uma postura sensual de Paola, apoiando a mão na parede. Suas curvas estavam perfeitamente valorizadas, demonstrando uma falsa sensação de confiança.Bufei.—Eu odeio você.—"Você" é muita coisa, queridinho. Especifique. —Sustentou um sorriso debochado no canto dos lábios enquanto relaxava os olhos sempre marcados por sombras densas.—Eu detesto o seu tom de voz sempre desdenhoso, sua atitude hostil, seus toques abruptos e suas investidas fracassadas. Eu quero que pare de me perseguir desse jeito e me deixe em paz, Paola. Eu não sinto atração por você, não percebeu?Estiquei o braço, mas minha mão não tocou o ferro do corrimão. Paola pôs sua
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Depois da reconciliação, Elizabeth começou a rabiscar algumas palavras em um diário pequeno que encontrou pelo quarto. Estava com todas as folhas vazias, então começou a reproduzir parte do que fazia quando estávamos em casa, como antigamente. Alguém bateu na porta, mas eu estava tentando entender como levaria aquelas sirigas para um laboratório, sem que Monttene descobrisse, quando Elizabeth se aproximou e me olhou com reprovação.—O Chris está na porta.Não pensei. Levantei da poltrona, desviando os olhos da janela, e atravessei o quarto a passos largos, aproximando-me à porta. Chris parecia distraído até o momento em que chamei seu nome. Receber a notícia de que a sua companhia é necessária para um criminoso italiano altamente perigoso, é uma das emoções mais controversas que existe. Se por um lado você está satisfeito e orgulho, por outro você se sente amedrontado e ameaçado. Não é como se ele não pudesse, facilmente, ter descoberto suas xeretadas e quere
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu estava com a faca e o queijo na mão. Com Paola caída no chão e completamente embriagada, eu tinha tempo para vasculhar. Atravessei o quarto a passos curtos e descuidados, analisando o espaço. Meus olhos encontraram o closet, onde adentrei, deixando as portas abertas. Ela tinha tudo. Não lhe faltava nada. Abri as gavetas, revirei os armários e, ainda assim, não conseguia encontrar nada.Tudo o que essa piranha faz é tão secreto desse jeito?E então lá estava. Algo físico, palpável, brilhante como água no deserto.Me curvei diante do pequeno aparelho metálico e me estiquei para alcançá-lo no fundo de um armário. Envolvi os dedos no objeto retangular, percebendo que ele se escondia perfeitamente em minha mão.O que você faz com um gravador, Paola?Meu ponto de reflexão estava prestes a ser interrompido quando ouvi passos se aproximando rápido demais. Corri para fora do closet e fechei as portas.Não daria tempo de sair. Era tarde demais!No auge de meu desesper
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu precisava pensar rápido, então tive uma ideia. Acelerei os passos até Enzo, seguindo-o pelo jardim. Chris passou os olhos por nós, mas nos ignorou e permaneceu falando com seus subordinados.—Não sei se sabe, mas... Se não cuidar do Chris direito, o seu brinquedinho vai acabar quebrando.Ele parou rapidamente e girou para mim, exibindo uma expressão assustada. Nem disfarçou.Agora que eu tenho o seu interesse...—O quê? Ele me contou sobre vocês dois. —Confessei, relaxando os ombros. —Enzo, ele não parecia tão satisfeito quanto eu pensei que estaria, sabia? Por suas expressões, era fácil perceber que ele estava enlouquecendo silenciosamente.—Ficou doido, do que está falando, Konnor? —Olhou-me enrijecendo com raiva. Era possível ver a veia em sua testa quase estourando enquanto revelava sua ira sobre mim.Posso ter sustentado uma expressão momentaneamente serena, mas estava me divertindo por dentro.—Chris é um cara muito másculo. Ele não vai gostar de vo