✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Ao retornarmos para a mansão, Chris precisou se ausentar e resolver alguns problemas entre os seguranças. Rumei meus passos acelerados na intenção de alcançar o quarto onde Elizabeth estava hospedada comigo. Entre a sala e o corredor escuro, senti uma mão me tocar. Virei-me pronto para conferir o toque ofensivo e encontrei uma postura sensual de Paola, apoiando a mão na parede. Suas curvas estavam perfeitamente valorizadas, demonstrando uma falsa sensação de confiança.Bufei.—Eu odeio você.—"Você" é muita coisa, queridinho. Especifique. —Sustentou um sorriso debochado no canto dos lábios enquanto relaxava os olhos sempre marcados por sombras densas.—Eu detesto o seu tom de voz sempre desdenhoso, sua atitude hostil, seus toques abruptos e suas investidas fracassadas. Eu quero que pare de me perseguir desse jeito e me deixe em paz, Paola. Eu não sinto atração por você, não percebeu?Estiquei o braço, mas minha mão não tocou o ferro do corrimão. Paola pôs sua
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Depois da reconciliação, Elizabeth começou a rabiscar algumas palavras em um diário pequeno que encontrou pelo quarto. Estava com todas as folhas vazias, então começou a reproduzir parte do que fazia quando estávamos em casa, como antigamente. Alguém bateu na porta, mas eu estava tentando entender como levaria aquelas sirigas para um laboratório, sem que Monttene descobrisse, quando Elizabeth se aproximou e me olhou com reprovação.—O Chris está na porta.Não pensei. Levantei da poltrona, desviando os olhos da janela, e atravessei o quarto a passos largos, aproximando-me à porta. Chris parecia distraído até o momento em que chamei seu nome. Receber a notícia de que a sua companhia é necessária para um criminoso italiano altamente perigoso, é uma das emoções mais controversas que existe. Se por um lado você está satisfeito e orgulho, por outro você se sente amedrontado e ameaçado. Não é como se ele não pudesse, facilmente, ter descoberto suas xeretadas e quere
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu estava com a faca e o queijo na mão. Com Paola caída no chão e completamente embriagada, eu tinha tempo para vasculhar. Atravessei o quarto a passos curtos e descuidados, analisando o espaço. Meus olhos encontraram o closet, onde adentrei, deixando as portas abertas. Ela tinha tudo. Não lhe faltava nada. Abri as gavetas, revirei os armários e, ainda assim, não conseguia encontrar nada.Tudo o que essa piranha faz é tão secreto desse jeito?E então lá estava. Algo físico, palpável, brilhante como água no deserto.Me curvei diante do pequeno aparelho metálico e me estiquei para alcançá-lo no fundo de um armário. Envolvi os dedos no objeto retangular, percebendo que ele se escondia perfeitamente em minha mão.O que você faz com um gravador, Paola?Meu ponto de reflexão estava prestes a ser interrompido quando ouvi passos se aproximando rápido demais. Corri para fora do closet e fechei as portas.Não daria tempo de sair. Era tarde demais!No auge de meu desesper
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Eu precisava pensar rápido, então tive uma ideia. Acelerei os passos até Enzo, seguindo-o pelo jardim. Chris passou os olhos por nós, mas nos ignorou e permaneceu falando com seus subordinados.—Não sei se sabe, mas... Se não cuidar do Chris direito, o seu brinquedinho vai acabar quebrando.Ele parou rapidamente e girou para mim, exibindo uma expressão assustada. Nem disfarçou.Agora que eu tenho o seu interesse...—O quê? Ele me contou sobre vocês dois. —Confessei, relaxando os ombros. —Enzo, ele não parecia tão satisfeito quanto eu pensei que estaria, sabia? Por suas expressões, era fácil perceber que ele estava enlouquecendo silenciosamente.—Ficou doido, do que está falando, Konnor? —Olhou-me enrijecendo com raiva. Era possível ver a veia em sua testa quase estourando enquanto revelava sua ira sobre mim.Posso ter sustentado uma expressão momentaneamente serena, mas estava me divertindo por dentro.—Chris é um cara muito másculo. Ele não vai gostar de vo
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Deixei o quarto em silêncio. Descendo pelas escadas, olhei para minhas mãos, flexionando os dedos. Estava nervoso. Bonviella poderia facilmente me trair e acabar com as minhas provas. Ele poderia levá-las ao Monttene e me destruir de vez. E então, o que Monttene faria comigo?Estava tão compenetrado enquanto movia as pernas que cheguei ao lado de fora da mansão e não percebi, esbarrando no próprio Enzo.Estremeci quando sua mão fria e alienígena tocou minha pele.—Você... Gggr! Por onde esteve? —Sussurrou me olhando com repúdio. —Cadé? Eu tenho que me apressar, tem um jantar no fim do dia, esqueceu? E Lorenzo não aceita desculpas. Todo mundo que ele quer, tem que estar onde ele mandou! —Alertou, ansioso.Olhei para os lados verificando o perigo. Pus a mão para dentro do blazer e puxei as siringas num rolo espesso de papel toalha.—Não se esqueça de me trazer os resultados. Eu quero tudo. Enzo enfiou tudo para dentro da camisa, que vestiria três pessoas iguais
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Já era fim de tarde. Olhando através da janela, vi um Mustang vermelho se aproximando e dele saíram Enzo e Chris. Chris?Atrás de mim, Elizabeth terminava de se aprontar. Eu sabia que estava impecável, mas não me virei para conferir. Desenterrei os pés do chão, pronto para descer e confrontar o Bonviella sobre ter me traído e contado tudo para o Chris, mas quando girei na direção do closet, vi Elizabeth terminando de arrumar os cabelos. Ela... Estava tão linda quanto aquele pôr do sol. Trajada em um modelo sereia que abraçava sua cintura estreita com a costura em espartilho, deixava os seus seios bufantes. Os quadris curvilíneos, aumentando o volume. Ela estava impecável.—Wow! —Arfei, me deparando com uma verdadeira super produção e me aproximei. Estiquei o braço até o tufo de cabelos e juntei a cascata de cachos castanhos sobre o ombro direito, mostrando seu pescoço.—Wic-—Ssssssshh... —Levei o indicador aos seus lábios e rapidamente tirei. Envolvi os dedo
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Monttene acabou com o clima entre Elizabeth e eu, mas aproveitei aquele momento para ir até o jardim e falar com Enzo. Descendo pelo lance de escadas, encontrei Chris. Ele não parecia muito bem, estava ancioso e era como se estivesse se controlando para não fazer besteira. Eu não me importei. Meu destino era outro: Enzo Bonviella.Trocando passos pelo jardim, finalmente encontrei a figura ruiva com as mãos nas costas aproveitando a brisa de um fim de tarde pacífico pelas propriedades Monttene.—Você não perde tempo, não é? —Comentou, percebendo minha presença. Olhou-me por cima dos ombros e sorriu, tombando a cabeça para o lado. —Não me diga que veio sentir o meu cheirinho doce?—Não me enrola e vamos logo ao que interessa-—Sem preliminares? —Zombeteiramente, Enzo virou-se para mim, e sustentou aquele maldito sorriso com desdém. —Sabe qual a diferença entre dever para um mafioso e dever para um Konnor? —Escutei em silêncio aceitando suas ofensas ao meu sobre
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Eu ouvi ele em bom tom. Apesar de estar na companhia do senhor Konnor, um desconhecido para ele, Enzo parecia ter mais intimidade com ele. Mas que diabos! Por que eu estou tão focado nisso?Repuxava a gravata, errando o maldito nó. Mas que droga! Aquela merda não ficava direita de nenhuma maneira, por mais que eu insistisse. Parado de frente ao espelho de dois metros, segurava as pontas do tecido fino como se fossem uma toalha.—Se ao menos eu conseguisse arrumar essa merda... O que há de errado comigo? Por que eu estou fracassando com uma coisa tão idiota como essa? —Olhava para o pedaço de pano em minhas mãos e analisava a cor vinho.Era uma gravata e tanto...Desistindo de arrumar a gravata, arremessei-a sobre a cama e atravessei o quarto até o closet. Adentrei ao meu arsenal pessoal e peguei munições. Agarrei o cabo da minha melhor amiga e a pendurei pela bandoleira, saindo do cômodo na sequência.Em meu carro, voltei à mansão Monttene, aguardando pela saíd