Caros leitores: as explicações jurídicas presentes nesta obra, são de autoria fictícia, bem como todo o conteúdo desde livro, e não correspondem fielmente aos procedimentos de uma situação real.
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Eu odiava o Chris e sua determinação. Eu odiava tudo naquela situação de merda, longe do Wictor.—Você precisa de um banho e de comida. Depois disso, senhorita Liza, me encontre no telhado. Terei que lhe dizer umas coisas. —Ele passou por mim, atravessando pelo vão da porta, e suviu pelas escadas sem falar com titia.Tia Claire olhou para mim, com reprovação.—Olha... Por favor, não briga comigo. Tá bom? —Ergui a palma das mãos como defesa, exibindo uma careta desesperadora. —Só estamos aguentando esse imbecil por causa do Wic. Ele confia totalmente nesse esquisito. —Joguei os cabelos para trás, encarando uma expressão insatisfeita no rosto de titia.—Ele é rude. É cruel. É frio. Não gosto dele, Liza. —Confessou, rumando em direção à cozinha.Eu a segui como uma sombra enquanto mexia nos tufos escuros para prendê-los com sacrifício.—Vou falar com ele, tia. Eu só... Quero comer alguma coisa quente e temperada. O tempo todo eu estava apreensiva.Com medo de que
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Romano me olhou com aquela expressão de determinação. Eu me via através do brilho ambicioso de seus olhos, e só conseguia enxergar um adolescente acuado e nervoso.—É hora de lutar por você, rapaz. Estamos juntos até o fim e eu vou pra cima deles com tudo, Wictor. Tenha certeza disso. Nunca perdi uma causa e a sua não será a primeira. —Ele apertou minha mão e a subiu num simbolismo de vitória enquanto nos encarávamos. —Pra cima deles!Engoli.Suspirei.Minha boca estava seca, grudando a língua como se estivesse com cola.Mas que porra. Por que eu estava tão inseguro? O plano com o Chris havia dado certo, não? Ou ele fracassou pela primeira vez? Talvez eu não fosse tão bom quanto vovô ou papai. Eles sabiam como controlar as pessoas e fazer o mundo girar a seu favor. Como eu pude não ser bom nisso também?Deixamos a sala e caminhamos por um corredor vazio. Eu estava de cabeça baixa, com os cabelos loiros cobrindo parte da face. Romano andava ao meu lado, com a m
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩O vídeo encerrou e algumas pessoas ainda estavam limpando o canto dos olhos. Presumi que estivessem, já que ainda ouvia os suspiros atrás de mim.—Agora, eu gostaria de chamar uma testemunha, meretíssimo. —Disse Romano, olhando para o juíz. Com o consentimento deste, Romano olhou novamente para as portas de entrada e pronunciou o nome: —Por favor, gostaria de chamar a testemunha Elizabeth Konnor.Eu congelei.Ergui a cabeça e engrandeci os olhos, virando-me abruptamente para trás, e avistei Elizabeth se levantando das cadeiras no júri.O que ela tá fazendo aqui? Por que ela veio? Eu vou matar o Romano... Mas, que filho da puta! Por que Elizabeth não ficou com titia? Cadê o Chris, caralho??Elizabeth passou por mim, mas manteve a cabeça baixa. Seus cabelos longos e castanhos caindo como cascatas de ondas ao lado de seu rosto.E sentou-se de frente para todos nós.Romano ficou diante dela enquanto ela fazia o juramento de dizer apenas a verdade e blá blá blá.—S
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩O promotor encarou Elizabeth com determinação e estufou o peito, prosseguindo.—Você sempre estava com o seu irmão?—Não. —Respondeu abruptamente. —Como eu disse, papai sempre sumia com ele.—Isso é tudo, por enquanto, meritíssimo. —Disse o promotor, retornando ao seu lugar.Elizabeth pôde voltar e se sentar nas cadeiras para assistir ao julgamento. Romano olhou para mim, e manteve o tom de voz em um cochicho.—Wictor, você vai precisar falar. É bom que explique as coisas de acordo com a sua visão dos fatos. Você sabe o que dizer para não se complicar. A gente já falou sobre isso, lembra?Eu estava com tanto medo que sentia as algemas tremendo pelas mãos.—O réu gostaria de testemunhar? —Perguntou o juíz Pietro, mantendo um olhar claramente amedrontado.Será que a missão de Chris, para com ele, havia dado certo?Foram meus pensamentos enquanto me levantava indo em direção à cadeira onde Elizabeth havia se sentado. Passei os olhos pelo juíz, mantendo a postura
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Vincenzo Romano se levantou e eu também depois que o juíz ordenou para ouvir o resumo do que houve até aquele momento.—Todos estamos reunidos aqui para uma decisão importante. O destino de um cidadão, seja ele nato, ou não, está sendo decidido no dia de hoje. Quero que os membros deste júri se lembrem sobre o que é certo e o que é errado. Sabemos que quando cometemos erros graves, precisamos ser punidos e que não há nada que possa impedir uma pessoa de ser corrigida. Mas, também sabemos que, quando somos uma pessoa correta, basta apenas um dia ruim para estarmos no lugar do réu. Em outras palavras, o seu destino pode mudar de uma hora para outra. Então, analisem as provas que foram apresentadas nesse tribunal. Vejam e revejam com cautela absolutamente tudo o que foi apresentado aqui, antes de tomarem a decisão.Eu sentia o medo quebrando os meus ossos.Não, não era o medo. Eram minhas pernas tremendo disfarçadamente.—Agora, o júri seguirá para a sala de deli
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Meu olhar passou rapidamente pelos bancos, esperando que a decisão fosse levada numa porcaria de um envelope até o juiz Pietro Menezes. —Precisa se conter, Wictor. —Romano pôs a mão sobre minhas algemas e sorriu minimamente. Ele parecia confiante, mas eu sabia que ele temia perder a primeira causa de sua vida. O primeiro fracasso em sua carreira. E seria justamente em uma repercusão mundial.—Você acha que tem como eu ficar tranquilo? Estou prestes a ser dado como inocente ou culpado e tudo isso decidido por gente que nunca esteve comigo. Tem noção de como estou preocupado? —Chiei com a voz claramente ansiosa. Aquela espera era como uma tortura. Cheguei a pensar que o meu coração sairia pela boca.Romano e eu nos levantamos sob ordens do juiz. —Por que a gente vai sair, Romano? —Perguntei, estreitando as sobrancelhas enquanto olhava em volta.—Porque, se você quiser, pode ir para a sala onde estávamos e aguardar o retorno dessa secção sem tanta ansiedade. E
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Levei o garoto para uma casinha abandonada e o amarrei ao aquecedor.—Por mais que consiga se soltar, eu vou matar você. Então.. É bom que, ainda que se solte, permaneça sentado e quieto. —Encarei seu rosto assombrado e me sentei numa cadeira de madeira, de frente para ele. —As vezes, Menezes Júnior, eu costumo ser estúpido. E... As pessoas não gostam muito disso.—O-Olha, o meu pai tem muito dinheiro e poder! Ele... Ele pode fazer o que você quiser-—E ele vai! —Arqueei as sobrancelhas, mantendo a mão no gatilho da submetralhadora. —Ele já está fazendo. Vamos torcer pra que o sei papai seja um homem bonzinho e que goste de você o suficiente pra ser obediente.—O que acontece se ele não obedecer você? —Gaguejou, tendo a voz trêmula.—Entrego você em pedaços pra ele, dentro do próprio tribunal. Minhas palavras lhe afetaram. Eu sabia que ele havia ficado perturbado, mas ignorei seus sentimentos. Aquele não era o meu trabalho. Eu não era seu psicólogo.Os olhos
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Falei com o Chris ao telefone. Ele parecia calmo, mas quando falei sobre o irmão do juiz, seu tom de voz mudou. No entanto, não me preocupei. Ele me disse que saberia o que fazer e eu optei por acreditar em suas palavras.Cerca de quarenta minutos se passou. Esperar era uma tortura.Encarei um quadro bizarro de um barco navegando sobre livros. Aquela pintura imbecil estava me deixando enjoada.Talvez não fosse a pintura.As portas de madeira se abriram novamente e o oficial avisou que já poderíamos entrar. Gemma olhou para mim, e me acompanhou. Titia Claire também chegou. Ela parecia apreensiva, mas se conteve e sentou-se ao meu lado.Wictor e o senhor Romano voltaram. Ele estava algemado nas mãos e nos tornozelos. Encarou-me com o queixo erguido, mas logo, abaixou a cabeça e seus cabelos loiros caíram em frente á sua face, cobrindo metade dela.O juiz ainda não havia voltado e todos nos perguntávamos o que havia acontecido.Alguém esperava no lado de fora, c