Vários dias e várias noites se passaram. Júlia não conseguia esquecer do que havia visto. Todas as manhãs, ao acordar, sempre no mesmo horário, imediatamente abria a janela do quarto a fim de presenciar a mesma cena que havia visto naquela noite tão mágica e, ao mesmo tempo, tão assustadora. Porém, nada mais aconteceu desde aquela noite. Ao deitar – se, sempre abria um pouco a janela e olhava para o céu buscando alguma espécie de luz diferente, além da lua e das estrelas. Porém, não havia nada lá além das luzes habituais que já faziam parte da paisagem noturna vista de sua janela.
Embora frustrada, buscava focar seus pensamentos em tentar compreender os sonhos que estava tendo, mesmo sem recursos para isso. Enquanto estava na lavoura ajudando seus pais, orava e pedia que Deus a ajudasse a desvendar quem eram aquelas estranhas criaturas que apareciam constantemente enquanto ela dormia. Pedia fervorosamente que aqueles seres fossem realmente amigos, como seu coração estava dizendo, e que ela pudesse pedir ajuda a eles para encontrar seu caminho e compreender o que se passava em seu coração. Sempre aproveitava o momento das orações enquanto trabalhava e pedia que Marcos se apaixonasse por outra moça e a deixasse em paz.
Os seres dos seus sonhos não se pareciam em nada com as criaturas que ela havia visto naquela noite no terreno do seu sítio. Ao contrário dos gigantes, os pequeninos eram sorridentes, tinham um semblante sereno e um olhar extremamente amistoso. Júlia sorria só em lembrar deles. Sentia uma enorme paz. Sempre que sonhava com eles, via em seus olhares que eles tinham uma enorme afeição por ela. Era como se já a conhecessem. Era como se eles soubessem tudo sobre sua vida. Como se conhecessem suas lutas, seus medos e seus sonhos. Como se pudessem ler seus pensamentos e saber o que se passa em seu coração. Era como se já houvesse estado na companhia deles em algum outro momento, além de seus sonhos.
Por um instante, chegou a duvidar se o que vira naquela noite enigmática era mesmo verdade ou se havia sonhado. No entanto, tinha a plena certeza de que estava completamente acordada e com a janela de seu quarto totalmente escancarada quando avistou aquela nave e as gigantes criaturas que desceram dela. Sabia que ainda não havia deitado quando viu tudo, mesmo sabendo que parecia uma grande loucura. Será que havia tido uma alucinação? Quanto mais tentava entender o que havia visto, mais agitada e agoniada ela ficava. Não entendia, mas seu coração ficava apertado quando pensava naquela misteriosa nave e nas criaturas gigantes.
Os sonhos com as estranhas e miúdas criaturas eram constantes e cada vez mais lúcidos desde que começou a sonhar com eles. Era como se realmente ela estivesse com eles pessoalmente, de corpo físico. O local era sempre o mesmo: em uma nave que parecia ser extremamente moderna, dotada de uma tecnologia que os humanos terrenos não conheciam. Uma tecnologia tão avançada que poderia facilmente virar filme de ficção científica. A nave era prateada, emitia uma luz ofuscante pelo lado de fora. Por dentro, parecia extremamente aconchegante e acolhedora.
As amigáveis criaturas não lhe falavam absolutamente nada. Tudo o que faziam era olhar para ela e sorrir. Ela retribuía o olhar e também o sorriso. Em alguns momentos, durante o sonho, Júlia parecia flutuar e receber deles uma espécie de energia de alta frequência. Um deles colocava suas mãos na testa de Júlia e ela sentia como se estivesse sendo reabastecida com boas energias. Isso fazia com que acordasse muito bem disposta todos os dias e em paz consigo mesma. Os pesadelos cessaram e ela sentia – se bem disposta o dia todo. Quando não sonhava com os seres amistosos, também tinha outros sonhos calmos e tranquilos. Sempre em lugares muito bonitos. Alguns eram muito parecidos com as belas paisagens que cercavam o sítio de seus pais. Eram lugares realmente paradisíacos que a faziam sentir – se leve e renovava sua fé em uma vida diferente. Lugares que sentia já ter estado antes.
Jamais estudara qualquer assunto referente a extraterrestres, espiritualidade, aparições misteriosas, sonhos. Tudo aquilo que conhecia sobre Deus estava diretamente ligado à religião de seus pais. Fora batizada na Igrejinha da vila, fez a primeira comunhão e também se crismou no mesmo lugar. Durante as aulas preparatórias, sentia – se completamente perdida. Os professores não tinham didática nenhuma para ensinar aos jovens e explicar – lhes as verdades da Bíblia. Não era culpa deles. Essas mesmas pessoas também haviam aprendido o que estavam ensinando. Elas também desconheciam as verdades universais acerca da espiritualidade, das leis que regem todas as galáxias do Universo e do que realmente diz a própria Bíblia Sagrada.
Sempre buscou entender o que lia na Bíblia, mas, por mais que se esforçasse, nunca conseguia compreender o que estava escrito naquele livro que, para ela, era tão misterioso. Por causa disso, suas orações sempre eram feitas sem a menor atenção de sua parte. Repetia as velhas palavras de sempre, sem fé, sem fazer nenhum pedido pessoal. A Bíblia parecia – lhe mais um livro repleto de metáforas ou escrito por alguém que não sabia o que estava escrevendo. Parecia – lhe impossível entender as palavras ali escritas. Era como se fosse um emaranhado de letras que não faziam o menor sentido. Julia chegou a tentar ler o Livro Sagrado desde o início, mas foi inútil. Tudo que tentou ler na Bíblia era impossível de interligar e estava muito além de sua compreensão.
Conforme a Bíblia se tornava cada vez mais indecifrável, Júlia foi aos poucos perdendo o interesse em tentar entendê – la. Seu coração lhe dizia que a verdade estava ali, na Bíblia, mas que era preciso decifrá – la. Como não conseguia fazer isso, foi se distanciando cada vez mais da sua religião. Intuía que lhe faltava um conhecimento a mais para que pudesse compreender aquele livro. Precisava buscar esse conhecimento para poder entender as verdades que ali constavam.
A televisão era o único canal de comunicação que havia na vila, além do rádio. Assistia alguns poucos programas que passavam na televisão vez ou outra sobre influência dos espíritos em nossas vidas, sobre extraterrestres e sobre contatos de humanos com estes seres. Seus pais achavam tudo aquilo uma grande bobagem. Mas, apesar da transmissão de baixa qualidade da televisão, assistia a todos os documentários atentamente e ficava extremamente fascinada só com o a possibilidade de existência de vida fora de seu planeta. Essas informações a instigavam a sonhar sempre mais alto com uma vida que fizesse mais sentido para ela. Sentia uma saudade enorme em seu peito, só não sabia explicar do que, ou de quem. Talvez por isso sua conexão com a natureza sempre fora muito forte.
Sempre que fazia suas saídas aventureiras nos arredores de Bueno Verde, contemplava a natureza de uma forma que conseguia ver Deus agindo através dela. Pensava que talvez Deus fosse a própria natureza. Talvez representasse tudo o que existe. Sempre que contemplava alguma paisagem natural, sentia que ali tinha vida.
Certa manhã, em um sábado ensolarado e quente, decidiu pedir a Bíblia da mãe emprestada e ir até uma das cachoeiras que sempre frequentava. Ao chegar lá, sentou – se em uma pedra, bem em frente à belíssima cachoeira, abriu a Bíblia aleatoriamente e leu o que havia na página em que seu dedo apontou:
“Buscai o reino dos céus, e tudo vos será dado.”
Pensativa, fechou a Bíblia e olhou fixamente para a imponente cachoeira bem à sua frente. Contemplando – a, pensou:
- Será que buscar o reino dos céus é rezar o terço todos os dias? É ler a Bíblia todos os dias? Somente assim iremos para o céu? Será que aquelas orações que fazia todas as noites eram realmente o caminho para o reino dos céus?
A cachoeira jorrava água constantemente, mostrando toda sua força e seu poder. Julia fechou a Bíblia, colocou – a sobre uma pedra e foi banhar – se, como sempre fazia. O bem estar que os banhos de cachoeira lhe proporcionavam a faziam desejar estar ali quase todos os dias.
Ao voltar para a pedra em que havia deixado a Bíblia, percebeu que a mesma estava aberta. Apanhou – a da pedra, apontou o dedo aleatoriamente em uma das páginas já abertas e leu o que estava escrito:
- Vós sois deuses...
Até então, os estudos da Bíblia baseavam – se nos ensinamentos das aulas de catequese, que preparavam as crianças para a primeira comunhão e a crisma. Não se recordava de ter lido ou estudado com seus colegas de aula estes dois pequenos trechos que acabara de ler. Sua mãe mais carregava a Bíblia para a missa aos domingos do que a lia. Quando lia, eram sempre os mesmos versículos, repetindo – os automaticamente dia após dia.
Ao ler o último trecho, ficou ainda mais pensativa:
- Será que Jesus se referia aos apóstolos? A que pessoas ele se referia quando as chamava de deuses?
De qualquer forma, sentiu que aquele passeio foi especial. Que na Bíblia havia muito mais explicações sobre as verdades do mundo do que a maioria dos seres humanos poderia imaginar. Seu coração lhe dizia que as explicações para os sonhos que estava tendo poderiam estar contidas naquele livro repleto de metáforas que certamente queriam dizer algo muito importante. Quem sabe fosse um recado a todos os seres humanos do planeta. Ainda não sabia explicar o que se passava em seu coração. Apenas sentia que era algo muito forte, que ia além de sua compreensão. Algo que ela realmente queria compreender.
Retornou para sua casa, devolveu a Bíblia para a mãe, que sorriu satisfeita, e foi tomar um banho para almoçar junto com os pais. Durante o banho, seus pensamentos não desviavam dos dois trechos que havia lido na Bíblia. Era como se aquelas duas frases quisessem dizer algo a mais, ou algo diferente. Não conseguia compreender por que aquela breve leitura feita aparentemente ao acaso chamara-lhe tanto a sua atenção.
Terminou o almoço com seus pais sem muito conversarem. Em seguida, Júlia dirigiu – se à lavoura a fim de que pudesse terminar logo o trabalho que lhe competia e pudesse dormir o mais cedo possível. Desejava sonhar com os seres pequeninos que a faziam tanto bem. Que a faziam sentir – se amparada.
No fim da tarde, retornou para casa, jantou mais cedo do que de costume, tomou um banho e foi para seu quarto. Disse aos pais que estava muito cansada e precisava dormir um pouco mais cedo. Eles não estranharam e nem perceberam nada diferente. Já haviam se acostumado com a quietude da filha dentro de casa.
Já trancada em seu quarto, abriu a janela, contemplou as estrelas e a lua cheia e brilhante que iluminavam seu sitio, fez seus pedidos pessoais com ainda mais de fé, agradeceu pela manhã agradável que passou na cachoeira, fechou a janela e deitou em sua cama. Em um silêncio ainda mais silencioso, agradeceu por Marcos não ter aparecido nos dois últimos finais de semana. Sentia um enorme alívio quando ele não aparecia em sua casa para vê – la.
Adormeceu pensativa acerca das duas frases que havia lido no Livro Sagrado:
“Buscai o reino dos céus e tudo vos será dado.”
“Vós sois deuses.”
Mais uma vez, seus amigos, aparentemente de outro planeta, apareceram para ela em sonho. Sorriram amigavelmente e a levaram para a nave de sempre. Julia não conseguiu fazer – lhes nenhuma pergunta. Tentava falar, mas não conseguia. Engasgava – se cada vez que tentava pronunciar alguma palavra.
Mesmo assim, não se assustou. Seus pequenos amigos apontaram – lhe para uma grande tela branca, ao fundo da grande nave, aonde estavam escritas aquelas duas frases que havia lido naquele dia na Bíblia de sua mãe.
Júlia ficou estarrecida e eufórica ao mesmo tempo. Mal conseguia assimilar que estava lendo novamente aquelas frases, agora, em um de seus sonhos que estava tendo com aqueles seres que pareciam ser do bem e querer ajudar. Também tentou perguntar o que eles teriam a ver com a nave misteriosa com os gigantes que pousou em seu sítio.
As criaturas mais uma vez não pronunciaram uma única palavra. Apenas apontavam, sorridentes, para as frases escritas na grande tela branca da nave. Aquelas duas frases da Bíblia que ela havia lido na cachoeira. Duas pequenas e simples frases. Apesar de ainda não fazer aparentemente nenhum sentido, sentiu uma enorme paz emanar de seu peito.
Em seguida, assim que as frases na enorme tela desapareceram, foi conduzida para uma cama extremamente confortável e sentiu muito sono, adormecendo profundamente. A cama era retangular, prateada e bem grande. O colchão e o travesseiro eram muito aconchegantes. Acoplada à cama, havia uma espécie de cápsula, que se fechou assim que Júlia deitou. Deitada na cama e com a cápsula envolvendo seu corpo, escutava uma linda e tranquilizante música que parecia vir de muito longe. Era tudo novo e estranho. Era como se ela tivesse adormecido dentro do sonho. Um sono dentro de seu sono. Ainda não compreendia que se encontrava com os amigos extraterrenos em projeção astral e que a cama tinha uma tecnologia avançada que sugava toda a energia densa de todos os corpos de quem deitasse ali. Essa era a real razão que fez Júlia pensar ter adormecido ao deitar – se nela.
Enquanto estava ali, deitada na cama com a cápsula a envolvendo, seu coração emanava felicidade e muita esperança. Embora tivesse a sensação de ter dormido, percebeu que havia muito mais a desvendar sobre os mistérios que envolviam o Universo em que vivia. Fatos que a grande maioria das pessoas desconhecia. E que ela estava prestes a desbravar. O véu estava caindo e as verdades da vida estavam sendo reveladas. As verdades eram para todos, sem exceção. E Julia fazia parte desta missão. Aos poucos, iria descobrir qual era e o que realmente deveria fazer.
Acordou sentindo – se feliz e pensativa. Não levantou de pronto, como fazia todas as manhãs. Não abriu as janelas. Ficou deitada, pensativa. Pensou nos seres pequeninos dos seus sonhos. Pensou em seus pais. Pensou em Marcos e em como desejava terminar aquele namoro que a fazia sofrer tanto. Pensou na vida simples e de muita luta que ela e seus pais levavam. No quanto poderia ajudá – los se conseguisse mudar de vida. Pensou novamente nos seres com quem sonhava sempre. Queria pedir ajuda, mas não conseguia pronunciar uma letra sequer enquanto estava com eles. Pensou em como gostaria de poder estudar sobre sonhos e aprender a interpretá – los. Pensou no quanto estava impossibilitada disso por morar em uma vila isolada de tudo. Pensou tanto que ficou com fome. Levantou – se, abriu a janela, contemplou brevemente a paisagem corriqueira e desceu para tomar café, ainda muito pensativa.
Ao sentar – se à mesa, Dna. Doria percebeu que a filha estava mais alegre e comentou:
- Júlia, minha filha, você me parece tão mais radiante nos últimos dias. Por acaso tem a ver com Marcos? Não me diga que ele lhe pediu em casamento! Ou por acaso vocês terminaram e você conheceu algum outro rapaz da região?! – questionou a mãe, um tanto apreensiva, pois sabia que ela não amava Marcos, que ele a deixava triste e que, se por acaso ela houvesse conhecido outro homem, também teria problemas com o ciúme e a possessividade de Marcos. Temia por sua filha.
Assim que escutou o nome de Marcos, Júlia imediatamente ficou séria. Estremeceu só de pensar nele. Mesmo assim, deu à mãe uma resposta qualquer:
- Não, mãe. Não tem nada a ver com Marcos e muito menos com nem com nenhum outro rapaz. Estou apenas dormindo melhor. Só isso.
Ao responder para a mãe, percebeu que seu pai já havia saído para a lavoura ainda mais cedo, como sempre fazia. Ficou aliviada por não ter que se explicar na frente de seu pai, que fazia questão que ela se casasse com Marcos. Senhor Norberto não tinha ideia do que o noivo fazia com a filha e ele julgava que aquele casamento iria garantir o sustento e uma vida confortável para ela. Não imaginava que vivia um relacionamento abusivo e possessivo.
Júlia pediu licença para a mãe e foi tratar de seus afazeres diários. No entanto, mal conseguia realizar as tarefas que tinha que cumprir. Só conseguia pensar no anoitecer. Nos últimos tempos, ansiava que a noite chegasse para que pudesse deitar em sua cama, dormir e sonhar com seus novos amigos. Quando estava com eles, mesmo em sonho, sentia – se segura e esperançosa.
Também pensava em dar um jeito de buscar mais conhecimento acerca desses assuntos que passaram a fazer parte da sua rotina. Estava maravilhada com os acontecimentos que sucederam – se de forma tão rápida e, ao mesmo tempo, misteriosa. Necessitava compreende – los.
Nas noites que se seguiram, antes de adormecer, Júlia fazia orações e pedia esclarecimentos concretos sobre os sonhos que estava tendo. Como não tinha muito acesso à informação devido ao lugar aonde morava, não conseguia pesquisar nada a respeito de sonhos, intuição, sentimentos, sensações, extraterrestres, visões e espiritualidade. Tudo o que sabia era aquilo que lhe haviam ensinado dentro da Igreja, dentro da religião de seus pais. Ansiava demais por conhecimento e por entender tudo o que estava lhe acontecendo, desde a aparição da estranha nave até os sonhos com as pequenas criaturas.Pedia fervorosamente em oração que Deus a ajudasse com suas angústias, seus medos e seus sonhos. Ao adormecer, foi teletransportada para a nave de sempre. A nave das estranhas criaturas. Elas eram bem menores do que as que avistara de sua janela. Seus ros
Assim que o pequeno ser acabou de falar, Júlia acordou sobressaltada e com sensação de falta de ar. Estava atônita. Não conseguia raciocinar direito. Havia entendido bem? Ela era uma extraterrestre? Tinha mesmo uma missão a cumprir na Terra? Não conseguia acreditar. Que sonho louco era esse que havia tido?! Começou a rir, mas sua intuição dizia que aquilo tudo poderia ser mesmo verdade. Naquele momento, não sabia nem sequer o que era intuição. Pelo menos, não conscientemente. Ao levantar - se, abriu a janela. O sol brilhava de um jeito diferente, parecia que estava iluminando mais. Sentiu o frescor do vento bater suavemente em seu rosto. Respirou fundo. Tentou organizar seus pensamentos. Sentia – se ofegante. Ao mesmo tempo, pela primeira vez na vida, sentia que tinha alguma importância vital para o Universo como um TODO
A viagem foi relativamente tranquila, mas extremamente cansativa. No trajeto, o ônibus – como já era de se esperar – deu alguns probleminhas, como pneu furado, uma quase perda de freios, o que assustou todos os passageiros. Felizmente, nada além do esperado, com exceção da quase perda dos freios!Depois de quase dois dias de viagem, devido aos probleminhas, Júlia finalmente chega em Fortaleza. Não conhecia absolutamente ninguém. Era a primeira vez que pisava em uma cidade que não fosse sua pequenina vila. Ficou maravilhada com o tamanho dos prédios, com o burburinho das ruas, o barulho dos carros, o movimento das pessoas nas calcadas, caminhando apressadamente, como se o mundo fosse acabar. Bem talvez fosse, algum dia. Seguiu caminhando até chegar na região central da cidade. Quando estava na praça, uma mulher alta, loir
Enquanto isso, na Terra, a violência e as doenças tomavam conta de todos os povos, de todos os países. Os ricos eram egoístas o suficiente para não se importarem. Enquanto isso, os pobres, que representava a maioria da população, passavam fome e eram constantemente excluídos da sociedade. Não tinham direito a nada e não podiam reivindicá – los. Tudo ia de mal a pior.Os seres involutivos que estavam no poder tinham um plano diabólico para escravizar de vez a humanidade. Queriam destruir de vez a raça humana. Estavam cobrando um acordo que fizeram centenas de anos atras em troca de suas tecnologias. Os líderes humanos, maravilhados com o que parecia ser tecnologia de ponta, aceitaram o acordo e então foram aprisionados em Gaia. Aonde antes existiam povos avançados, evoluídos e extremamente desenvolvidos em suas habilidades voltadas para o bem, hoje existe
Júlia seguiu prontamente os passos de Alana. Em poucos passos, ao descerem do carro, os Pleiadianos e Julia entram em uma sala ovalada, aconchegante e com muitos sofás e poltronas confortáveis para sentar. Mal conseguiu compreender e muito menos teve a oportunidade de perguntar como se deslocaram tão rapidamente. Tinha a sensação de que estavam um tanto longe do centro de Fortaleza.Sentados, havia quatro pequenos seres, de olhos grandes e amendoados e completamente carecas. Não conteve as lágrimas. Alana então aproximou – se sorridente e disse que estava tudo bem, que ela não precisava ter medo. Estava entre amigos e, principalmente, entre irmãos. Um dos pequenos levanta – se de sua poltrona reclinável e chega perto de Júlia:- Olá querida! Que bom tê – la aqui conosco. Fico feliz que esteja,
Os seres involutivos que dominam a Terra há milhares de anos estavam passando dos limites e precisavam de uma força maior que os rebatesse e os expulsasse do planeta para que voltassem de onde nunca deveriam ter saído. A Confederação, juntamente com a Aliança, os humanos encarnados designados para essa missão e os seres benevolentes vindos de outra Galáxia justamente para ajudar nesta batalha precisavam agir rápido. E com rigor.Júlia estava ainda se acostumando a Fortaleza, cidade muito maior do que aquela a que estava acostumada. Trânsito intenso, assim como o grande fluxo de pessoas nas ruas a assustaram um pouco. Mas, ela estava ali para algo maior. Precisava focar no que tinha que aprender e na missão que tinha que cumprir. Mal conseguia acreditar que agora fazia parte de um proposito maior. Maior do que tudo. Maior do que a vida que levava naquela pacata vila aonde sempre morou. Nã
Já era dia na bela cidade de Fortaleza. Júlia acordou cedo como de costume. O dia anterior havia sido intenso e ela sentia – se ainda um pouco esgotada com tanta informação que recebera dentro do que apelidou de “esfera mágica”. Não conseguia pensar em outra coisa, nem mesmo em ligar para seus pais. A única coisa que conseguia fazer era anotar absolutamente tudo que aprendera em seu caderno. Esse fora o combinado. Transmitiria informação através da escrita nos principais canais de comunicação. Chamaria a atenção de jornais, revistas e também pelas redes sociais na internet, que seria sua principal fonte de comunicação. Começou sua escrita se apresentando, contou de onde viera, da aparição da nave – agora ela sabia que era uma nave -, dos sonhos com os amigos extrater
Marcos aterrissa em Fortaleza, pega um táxi e vai direto a uma loja alugar um carro. Não queria perder tempo em começar sua busca por Júlia. Ela nunca mais ligara para os pais e ele iria usar este pretexto para se aproximar dela. Alugou uma Mercedes. Queria mostrar – se na cidade grande. Mostrar seu “valor”, seu rico dinheirinho. Sempre gostou de mostrar a todos seus bens e suas posses. Como quase nunca tinha a oportunidade de se exibir em grandes cidades, tratou de aproveitar logo a oportunidade. Saiu apressadamente da loja e circulou pela cidade por horas. Os pais juraram que Julia não deixará pistas de onde estaria em Fortaleza e nem número de telefone. Nem mesmo o nome ou algum contato da tal empresa em que supostamente fora trabalhar na capital. - Se Júlia estiver com outro, juro que mato os doi