Espanha-Madri
Por Alejandro
Ainda estou me perguntando o que houve com Luna? Por que aquela mudança? Não era possível que ela gostasse de viver assim.
Pego meu telefone e ligo para a única pessoa que talvez me entendesse, meu irmão Diego.
Éramos três irmãos, o mais velho Victor, Diego e eu, quando nossos pais morreram, Victor praticamente terminou de nos criar e hoje ele possui um verdadeiro império destinado à criação de software inteligentes.
Por sempre viver trabalhando para pagar os próprios estudos e os nossos, Victor não se casou, mas sei que tem seus casos por aí.
Victor tem seus segredos, os quais nem nós seus irmãos sabemos.
—Alô irmão como está? —digo.
—Olá irmãozinho estou bem e você o que anda fazendo? —ele diz.
—Metido em uma encrenca—digo.
—O que houve Alejandro? Tem algo haver com a missão que está? —ele questiona.
Meu irmão sabia da minha ligação com a máfia italiana, ele não apoiava, mas também não era contra, já que ele mesmo tinha um passado com a máfia.
—Sim Diego, a verdade é que deu tudo errado—suspiro.
—Alejandro você está aí para protegê-la, não para se apaixonar por ela, conheço Álvaro Ortiz e ele jamais permitirá que algo assim aconteça.
Meu irmão não falava muito sobre isso, ou como saiu dessa loucura, mas durante alguns anos fez parte da máfia italiana e conhecia de perto o perigo, ele até tentou me impedir de entrar nisso tudo, mas eu não o escutei e aqui estou.
—Eu sei Diego, mas não pude evitar, eu preciso dela—digo.
—Alejandro me ouça, isso não é bom, a vida dela passará a ser tudo para você, e se algo acontecer a ela você vai preferir a morte, eu amei uma mulher dessa forma e quando não a pude salvar eu fiquei devastado.
Meu irmão não tocava muito no assunto, mas ele amou muito uma mulher, apesar de hoje ser um tremendo mulherengo.
—Eu entendo Diego, e acredite eu sei que preciso me afastar, mas Luna é como um diamante, precioso demais. Eu simplesmente não consigo imaginar me afastar dela—digo por fim.
—Então meu irmão, está ferrado—ele diz.
—Valeu Diego—digo, então desligo.
Olho mais uma vez pela janela, tudo está calmo, eu posso dormir.
Levanto-me com os primeiros raios de sol, coloco meu terno e vou caminhando até a grande casa.
Meu celular toca e vejo que é Álvaro Ortiz, ele me dá instruções sobre o baile de amanhã a noite e sobre o arremate do conjunto de safiras.
O baile beneficente era um evento importante em Madri, e reunia vários homens e mulheres de grande poder aquisitivo da sociedade matritense, e o interesse de Álvaro Ortiz em certo conjunto de joias era no mínimo estranho.
Entro na cozinha e as lembranças de Luna nua sobre a bancada me invadem.
—Aceita um café S.r. Mendez? —diz Ana me estendendo a xícara.
A velha senhora de olhos tristes sorri.
—Ah sim obrigado, pode me chamar de Alejandro—sorrio.
Estava lendo o jornal quando a vejo entrar na cozinha, o perfume dela me invade, seus olhos brilham, seu corpo é como um convite ao pecado e a luxúria.
Ela me olha.
—Bom dia S.r. Mendez.
—Bom dia, Sra. Ortiz—digo.
—Preciso comprar um vestido, para o baile de amanhã à noite.
—Sim Senhora—digo.
Ela vira-se nos saltos e anda em direção à mesa posta com o café da manhã.
Ela é boa em fingir que nada aconteceu mesmo.
Assim que ela termina o café, olha para mim e diz:
—Podemos ir agora S.r. Mendez? —ela questiona.
—Um minuto Sra. vou verificar se está tudo certo para a nossa saída.
Questiono o pessoal da segurança se está tudo certo para sairmos, assim que recebo um ok, a chamo para irmos.
—Vamos, Sra. Está tudo certo—digo.
Ela caminha até o carro preto, e senta-se no lugar do passageiro, eu me acomodo no lugar do motorista e coloco o carro em movimento.
Assim que saímos da propriedade percebi um dos carros dos seguranças nos seguir, apesar de não ter sido combinado.
—Luna, ficaremos assim? Fingindo que nada aconteceu? —digo a ela.
—Alejandro nada aconteceu, não poderia ter acontecido nada, entende? —ela diz.
—Luna, não poderia ter acontecido eu concordo, mas fingir que não aconteceu não mudará nada.
—Alejandro você não entende, essa é a minha vida, não vai mudar, o que você quer? Ter um caso com a esposa do capo da máfia, ou roubar a mulher dele? —ela diz e olha para a janela.
Eu olho para frente e depois de alguns segundos digo.
—Os dois.
—Você é louco—ela me olha e diz.
—Fiquei assim que te vi Luna—digo entrando em um estacionamento subterrâneo, assim que despistei o carro dos seguranças que nos seguiam.
—Que lugar é esse Alejandro? —ela questiona.
Estaciono em um canto afastado, travo as portas do carro e olho para ela.
—Eu quero você, aqui e agora Luna—digo a puxando para um beijo cheio de desejo.
Ela resiste no princípio mas logo esta em meu colo, tão louca por mais quanto eu.
—Luna quero entrar em você—digo.
Ela apenas afasta a calcinha que usava por baixo da saia preta e senta em mim, me levando a conhecer o significado real da luxúria. Somos um só neste instante, rendidos ao desejo, receosos pelo perigo. E mais uma vez eu tive certeza que por essa mulher eu matava e morria.
Madri-EspanhaPor Luna...Eu estava entrando em um jogo perigoso eu sei um jogo muito perigoso na verdade, eu tinha medo, mas Alejandro fazia tudo parecer tão seguro e tão fácil, que estar nos braços dele não parecia tão errado.Olhei-me no espelho mais uma vez, o vestido verde me deixava sensual, me passava segurança e tinha um contraste lindo na minha pele. O salto me deixava ainda mais confiante.Eu gostava do que eu via ali refletido, e por um breve momento tive a sensação que eu tinha quando desfilava e era fotografada por diversos profissionais.Desço as escadas que levam até o andar inferior da luxuosa casa, então o encontro lindo em um smoking, ele me olha e faz um breve aceno com a cabeça, quase imperceptível para ninguém ver, afinal temos que ser discretos.—Boa noite Sr M
MADRI- ESPANHAPOV ARTHUR GARCIAEu sabia o quanto era perigoso estar aqui, mas eu precisava vê-la outra vez, há tanto tempo não a via, dois anos para ser mais exato desde que ela foi para aquela casa. Eu ia me manter distante até o momento em que uma dança com ela foi oferecida, eu me mantive nas sombras ate aquele momento, apenas observando Alejandro com ela como se ela pertencesse a ele, ele a olhava como se fosse seu dono, ele havia quebrado o protocolo ele havia a tocado, maldito! Luna era minha.Seus olhos me fulminaram quando me aproximei dela e quando iniciamos a dança pude sentir seu ódio ao me ver com ela, a me ver toca-lá.Alejandro era só uma peça no tabuleiro, apenas um peão nesse jogo de poder, ódio e vingança e ele nem ao menos imaginava quantos segredos ainda seriam revelados.Todos nós somos parte disso
Madri- EspanhaPor AlejandroUm misto de sentimentos tomou conta de mim, raiva, preocupação e um maldito sabor amargo de ciúmes que me invadia. Vê-la nos braços de Arthur, dançando me deixou furioso, a situação estava fora do meu controle e isso não era nada bom, o que ele fazia aqui?Eu mantinha os olhos atentos a ela, ao motivo do meu descontrole emocional, o motivo pelo qual quebrei todos os protocolos da máfia, Luna estava encantadora naquele vestido verde, realmente deslumbrante com aquele conjunto de safiras, não posso condenar Arthur por arriscar tanto para vê-la eu mesmo quebraria todos os protocolos novamente, atravessaria o mundo só para tê-la em meus braços, e sim eu sei estava ferrado e fodido em todos os tons possíveis, pois me apaixonei por ela.De repente ouço os tiros as pessoas correm, um do
MADRI- ESPANHAPOV CAPO DA MÁFIA ITALIANAOs motivos pelos quais me mantenho nas sombras ainda serão revelados no momento certo, agora apenas ouso dizer que tudo isso é necessário para atingir o objetivo final.Álvaro Ortiz é um homem extremamente perigoso e inteligente, todos os passos devem ser dados calmamente, previamente calculados.Isso tudo não entrou na minha vida de uma hora para a outra, eu nasci tendo a chefia como herança , passei a vida toda treinando, como atirar, como me esquivar, como matar e até como parecer alguém normal.Ser capo da máfia , me fez abrir mão de muitas coisas sim e mentir para pessoas que eu gosto para protegê-las.Eu de fato estava indo bem, até aparecer essa pessoa que me tira o sono e que me faz muitas vezes querer recuar.Mas eu nasci para isso, &ea
Madri-EspanhaPor LunaDespertei com o toque de Alejandro, ele colocava uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sorria me olhando, não sei por quanto tempo estivemos assim, mas ainda estávamos na casa dele, eu ainda via os retratos dele com a ex-noiva, e sem explicação isso me machucava de certa forma, imaginar ele com ela me incomodava.—Luna, precisamos voltar para a mansão—ele diz.Olho pela janela e ainda está tudo escuro do lado de fora.—Mas ainda está escuro, não quero voltar—digo.—Sim meu anjo de cabelos negros, mas temos que voltar ou Álvaro Ortiz colocará o mundo atrás de nós e não queremos despertar a irá dele—ele diz.—Você tem razão, devemos voltar, mas eu não quero viver mais aquele inferno—digo triste.<
MADRI-ESPANHAPOR VICTOR MENDEZMeu celular toca, aquele maldito aparelho que ainda me liga a máfia italiana, no visor vejo o nome de Diego.—Diga, o que houve—digo.—Temos que resgatá-la Victor, ela corre perigo, o nosso informante disse que Álvaro mantém Alejandro preso no subsolo e um tiro foi disparado , provavelmente nosso irmão está morto—ele diz.Temos que tirá-la de lá, independente da missão ter chegado ao fim ou não.—Merda, como assim morto? Ele quebrou o maldito protocolo, e agora esta morto, eu não deveria ter deixado ele entrar nisso sem que ele ao menos soubesse quem ela era—digo.—Victor precisamos ir—Diego diz.—Reúna o pessoal, dê o alerta a Arthur, eu quero todo mundo aqui, vamos buscá-la, vou retomar meu posto na famíli
Madri-EspanhaPor Alejandro...Durante minha vida de policial passei por várias situações perigosas e em muitas delas estive cara a cara com a morte, mas nenhuma delas me causou tanto medo como agora.Eu temia pela minha vida mas temia muito mais pela vida dela.Eu podia imaginar o que este monstro poderia fazer com ela e isso me causava repulsa, ódio e desejo de vingança.Quando vi os homens dele preparando um cenário , e trazendo um homem vestido igual a mim para enganar Luna vi o quão psicopata Álvaro Ortiz poderia ser.Ele atirou no pobre homem a sangue frio, bem ali diante da câmera, sem titubear.Ouço alguns barulhos de tiros, então ele entra acompanhado de um dos seguranças.—Vamos, levante-se, temos que sair daqui— ele diz.Então aponta uma arma para minha cabeça , at&eacu
MADRI-ESPANHAPor Luna BernardiAlgumas pessoas talvez não entendam minha sede de vingança e tudo que fiz para tirar de Álvaro Ortiz o que eu precisava, e sim valeu a pena, hoje tenho provas suficientes para poder matá-lo.Além dos documentos que comprovam várias irregularidades dentro da máfia, eu poderia expor ao conselho as provas que tenho.Durante os dois anos que estive infiltrada naquela casa, passando por situações terríveis e nojentas, por diversas vezes me questionei se aquilo tudo de fato valia a pena, eu poderia facilmente voltar a Sicília e me proteger atrás dos muros da mansão Bernardi, mas se eu fizesse isso não seria quem eu fui treinada a vida toda para ser, a herdeira de um império.Havíamos tentado outras vezes nos infiltrar na mansão de Álvaro e todas elas sem sucesso.