03

POV HADLEY

Como é que, apesar de ter 26 anos de idade, de repente me sinto como uma pré-adolescente?

A meia hora de distância dele não fez nada para diminuir sua ardente boa aparência, ou o impulso proibido que ele exerce sobre a minha libido.

Sua estrutura alta e forte está coberta por um smoking preto perfeitamente sob medida, que grita afluência, e meu conhecimento que, por baixo do casaco, se encontra um torso obviamente tonificado.

No entanto, apesar de seu magnetismo, ainda estou furiosa com ele.

Minha mente desperta novamente com a noção de que ele parece familiar, que se assemelha a alguém que conheço, mas o choque de vê-lo novamente substitui o pensamento sibilante na minha cabeça.

Ele sorri para mim, sua alegria aparente, e tudo o que posso pensar é como senti aqueles lábios nos meus. Como seus dedos, segurando um copo agora, viajaram sobre a minha pele nua.

Coloco um sorriso falso no rosto, meus olhos brilham em Donavan, quando Teddy se dirige a ele. — Tem alguém que gostaria que você conhecesse. Ela é a responsável por trás do que você vê hoje à noite. — Teddy se vira para mim, colocando uma mão nas minhas costas. — Hadley Thomas, por favor, conheça...

— Nós já nos conhecemos. — digo docemente, interrompendo-o, o açúcar escorrendo das minhas palavras quando sorrio para eles. Teddy olha para mim estranhamente. — Obrigada pela apresentação, no entanto. — continuo olhando de Teddy para Donavan, estendendo a mão para apertar a mão dele, como se ele fosse apenas mais um potencial benfeitor.

Arrastando seus olhos de mim e meu comportamento anormal, Teddy se concentra de novo no Sr. Arrogante. — Você está se divertindo? 

— Imensamente. — ele brinca, liberando seu aperto de mão muito longo.

Tenho que me segurar para não bufar diante do seu comentário irônico. Como ele pode não estar se divertindo? Bastardo arrogante. Talvez devesse entrar no palco e fazer uma enquete no pátio de mulheres aqui esta noite, para ver quem ele ainda não tinha seduzido.

— Você foi capaz de experimentar um pouco da comida? Hadley conseguiu um dos chefes mais quentes de Hollywood para doar seus serviços. — explica Teddy, sempre tentando ser o anfitrião perfeito.

Donavan olha para mim, com humor franzindo os cantos dos olhos. — Tive um gostinho de algo enquanto estava perambulando nos bastidores. — sugo o meu fôlego com sua insinuação enquanto ele muda os olhos de volta para Teddy. — Foi um pouco inesperado, mas muito requintado. — ele murmura. — Obrigado. 

Ouço alguém chamar pelo nome de Teddy, e ele me olha novamente com curiosidade antes de se desculpar. — Se vocês me dão licença, estou sendo chamado em outro lugar. — ele se vira para Donavan. — Obrigado por ter vindo. 

Nós dois acenamos em concordância para Teddy. Franzindo o cenho, viro sobre o meu calcanhar para me afastar de Donavan.

Sua mão apressadamente fecha por cima do meu braço nu, me puxando para que minha parte traseira fique contra o comprimento de seu corpo. Minha respiração prende. Olho em volta, feliz por não ter chamado atenção.

Posso sentir o toque do queixo de Donavan no meu ombro enquanto sua boca se aproxima da minha orelha. — Por que você está tão irritada, Srta. Thomas? — há um frio cortante em sua voz, que me avisa que ele não é um homem para ser perturbado. — Será que é porque você não pode abandonar suas maneiras de alto nível e admitir que, apesar do que a sua cabeça diz, o seu corpo quer mais desse lado rebelde, tipo andar do lado errado dos trilhos? — ele ri baixo, na verdade um rosnado no meu ouvido. — Ou você tem tanta prática em ser frígida que sempre se priva do que quer.

Arrepio-me, tentando, sem sucesso, puxar meu braço de seu aperto firme. Um casal passa por nós, nos observando de perto. Tentando descobrir a situação entre nós.

Donavan libera meu braço, e esfrega a mão sobre ele. E apesar da minha fúria, ou talvez por causa dela, seu toque desencadeia uma infinidade de sensações em todos os lugares traçados pelos dedos sobre a minha pele.

Posso sentir sua respiração inclinando sobre meu rosto novamente. — É muito excitante, Hadley, saber que você está tão sensível. Muito inebriante. — ele sussurra enquanto passa um dedo no meu ombro nu. — E sei que quer explorar porque seu corpo reage da mesma forma pra mim. Você acha que não vi você me despindo com os olhos? — suspiro quando ele coloca a mão no meu estômago e me puxa com força contra ele.

Apesar da minha raiva, é uma sensação inebriante saber que posso fazer este homem reagir de tal forma. Mas, novamente, ele provavelmente reage desta forma às inúmeras mulheres que, sem dúvida, se lançam aos seus pés de forma regular.

— Você tem sorte de eu não te arrastar de volta para o armário que a encontrei e pegar o que você ofereceu. — ele belisca suavemente o meu ouvido, e tenho que sufocar um incontrolável gemido que ameaça escapar.

Nunca ninguém tinha falado dessa maneira comigo - jamais teria pensado que permitiria alguém dizer essas palavras - mas as suas palavras, o vigor com que foram ditas inesperadamente, me excitou.

Estou brava com meu corpo por sua reação espontânea a este homem pomposo. Ele, obviamente, conhece o poder que tem sobre o corpo de uma mulher e, infelizmente, esse corpo é o meu no momento.

Viro-me lentamente para encará-lo e estreito os olhos. Minha voz é fria como gelo. — Presunçoso você, não? Sem dúvida, o modo operante típico é fodê-la e descartá-la? — seus olhos se arregalam em resposta à minha vulgaridade inesperada. Ou talvez ele esteja apenas surpreso que eu o tenha descoberto tão rapidamente. Seguro o seu olhar, meu corpo vibrando com raiva. — Quantas mulheres você já tentou seduzir hoje à noite? — levanto as sobrancelhas. — O quê? Você não sabia que me deparei com você e sua primeira conquista da noite na pequena alcova dos bastidores? — os olhos de Donavan alargam com as minhas palavras. — Será que ela o fez jogar seu próprio jogo e o deixou você querendo mais? Então você teve que escolher uma mulher desesperada trancada em um armário para se aproveitar? Quero dizer, realmente, em quantas mulheres você já tentou deixar sua marca hoje? 

— Ciúmes, querida? — ele levanta as sobrancelhas quando seu sorriso pisca arrogância. — Nós podemos sempre terminar o que começamos, e você pode me marcar da maneira que quiser. 

Gentilmente, coloco minha mão contra o peito dele, empurrando-o de volta. Adoraria tirar esse sorriso do seu rosto. Deixar a minha marca dessa forma. — Desculpe, não perco meu tempo. Vá encontrar alguém... 

— Cuidado, Hadley. —ele adverte quando agarra meu pulso, parecendo tão perigoso como a ameaça em sua voz. — Não reajo bem a insultos. 

Tento arrancar meu pulso para longe, mas permaneço sob seu domínio. Para qualquer pessoa na sala que olhasse, era como se eu estivesse colocando minha mão em seu coração. Eles não podem sentir a força de aço de seu aperto.

— Então, já ouvi isso. — atiro. — Você só me quer porque sou a primeira mulher que diz não ao seu lindo rosto e não vai foder com você. Você está tão acostumado a todas as mulheres caindo aos seus pés, sem trocadilhos, que você vê um desafio, alguém imune ao seu charme e não tem certeza de como reagir. 

Apesar de seu encolher de ombros indiferente, posso ver a irritação subjacente quando ele libera meu pulso. — Quando gosto do que vejo, vou atrás.

Balançando a cabeça, reviro os olhos. — Não, você precisa provar para si mesmo que pode, de fato, ter qualquer garota que cruza seu caminho. Seu ego está machucado. Entendo. — eu o trato com condescendência, acariciando seu braço. — Bem, não se preocupe, eu perdi esta corrida.

Ele levanta uma sobrancelha, um fantasma de um sorriso em seus lábios enquanto ele descobre algo engraçado no meu comentário. O músculo pulsa em sua mandíbula tensa quando ele me considera momentaneamente. — Vamos esclarecer uma coisa, — ele se inclina a centímetros da minha boca, o brilho em seus olhos me avisando que tinha ido longe demais. — Se eu quiser você, eu posso e terei, a qualquer hora e em qualquer lugar. 

Eu bufo do modo mais grosseiro, espantada com sua audácia, ainda tentando ignorar a aceleração do meu pulso com o pensamento. — Não apostaria nisso. — zombo quando apressadamente tento contorná-lo, o deixando para trás.

Sua mão aparece e agarra o meu braço de novo, me girando para trás, em direção a ele. Posso ver a sua pulsação na linha abaixo de sua mandíbula. Posso sentir o tecido de sua jaqueta batendo no meu braço, o peito subindo e descendo.

Olho para a mão no meu braço e de volta para ele em aviso, mas seu aperto ainda permanece. Ele inclina o rosto no meu, para que eu possa sentir sua respiração levemente na minha bochecha. Inclino minha cabeça até a dele, não tenho certeza se estou levantando o queixo em desafio ou em antecipação de ser beijada.

— Sorte sua, sou um homem de apostas, Hadley. — sua voz ressonante é apenas um sussurro. — Eu, na verdade, gosto de um bom desafio, agora e depois. — ele provoca com um sorriso malicioso brincando nos cantos de sua boca.

Ele solta meu braço, mas passa o dedo preguiçosamente para baixo do resto. A raspagem suave do dedo em minha pele exposta provoca arrepios nas minhas costas.

— Então vamos fazer uma aposta. — ele para e acena para um conhecido que passa, me trazendo de volta do meu devaneio.

Quando me esqueci de que estávamos em uma sala cheia de pessoas?

— Sua mãe não lhe ensinou quando uma mulher diz não, ela realmente quer dizer não? — levanto minha sobrancelha.

Aquele sorriso bajulador dele está de volta com força total quando ele acena com a cabeça em reconhecimento ao meu comentário. — Ela também me ensinou que, quando quero alguma coisa, preciso perseguir até conseguir. 

Ótimo, então agora adquiri um perseguidor.

Ele estende a mão e brinca com um cacho solto na lateral do meu pescoço. — Então, como eu disse, Had, uma aposta?

Eu me arrepio com sua proposta. Ou talvez seja pelo seu efeito em mim. — Isso é estúpido. 

— Aposto que até o final da noite... — ele me corta, segurando a mão para me parar. — Eu terei um encontro marcado com você. 

Rio em voz alta, me afastando dele. — Nem fodendo. 

Ele toma um gole de sua bebida, sua expressão está cautelosa. — Do que você tem medo, então? Que você não pode resistir a mim? — ele pisca um sorriso malicioso quando reviro os olhos. — Concorda então. O que você tem a perder? 

— Então você tem um encontro comigo e seu ego ferido é restaurado. — dou de ombros com indiferença. — O que eu ganho no caso? 

— Se você ganhar...

— Você quer dizer... se eu puder resistir ao seu charme deslumbrante. — respondo com minha voz cheia de sarcasmo.

— Deixe-me reformular. Se você puder resistir ao meu charme deslumbrante até o final da noite, então vou doar. — ele pisca os dedos através do ar em um gesto de irrelevância. — Digamos, vinte mil dólares para a sua causa. 

Recupero o fôlego e olho para ele com espanto, por isso posso concordar. Sei que não há nenhuma maneira no inferno de que vou sucumbir a Donavan. Estava presa em sua teia tentadora por alguns momentos, mas foi só porque faz muito tempo desde que me senti assim. Desde que fui beijada assim. Tocada assim.

Eu o observo, tentando descobrir a armadilha. Talvez não haja uma. Talvez ele seja tão convencido de que realmente acha que é irresistível. Tudo o que sei é que vou aumentar a nossa contribuição total essa noite em vinte mil.

— Esta aposta vai colocar um ponto final na perseguição de outra companheira para sua cama? — pauso. — Isso não está parecendo muito promissor, considerando que você já conseguiu duas essa noite.

— Acho que vou conseguir. — ele ri alto. — Não se preocupe comigo. — ele graceja. — Além disso, a noite é uma criança, e, pelas minhas contas o resultado é um até agora. — ele arqueia as sobrancelhas para mim. — Não pense mais, Hadley. É uma aposta. Pura e simples. 

Cruzo os braços sobre o peito. A decisão é fácil. — É melhor deixar o seu talão de cheques pronto. Não há nada que eu goste mais do que provar a bastardos arrogantes como você que estão errados.

 Ele toma um gole de sua bebida, seus olhos nunca deixando os meus. — Tenho certeza que está segura de si mesma. 

— Meu autocontrole é algo de que me orgulho. 

Donavan dá dois passos mais perto de mim novamente. — Autocontrole, certo? — ele murmura. — Parece que já testaram essa teoria, Hadley, e ela não parecia ser verdadeira.

— Ok. — digo a ele, mostrando a mão para apertar a sua. — É uma aposta. Mas vou logo te avisando... eu não perco.

Ele estende a mão para pegar a minha, com um sorriso largo iluminando seu rosto, os olhos brilhando de uma vibrante esmeralda. — Nem eu, Hadley. — ele murmura. — Nem eu. 

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