04

POV HADLEY

Eu participei da droga do leilão.

Estou sentada nos bastidores, na sequência caótica do leilão, mas minha mente ainda está se recuperando dos eventos. A última hora e meia foi um borrão. Um borrão de sucesso, de fato, mas que chegou com um custo muito elevado, principalmente para minha dignidade.

No último minuto, uma das nossas participantes do leilão ficou doente. Eu implorei, subornei, e pedi a todos os membros da minha equipe para entrar e preencher o papel. De todas as garotas disponíveis, as que ficaram eram casadas ou seriamente ligadas a alguém.

Todo mundo, exceto eu.

Eu gemia, persuadia, até mesmo implorei, mas, em uma irônica reviravolta, eu me tornei o número vinte um no leilão. Então tive que engolir e fazer isso pela a equipe.

E, acredite em mim, eu odiei cada maldito minuto!

As luzes estavam me deixando tão cega que eu não podia ver o público, apenas um vago esboço de figuras. O meu tempo no centro das atenções era uma névoa de constrangimento, o som dos meus batimentos cardíacos correndo em meus ouvidos, e o medo de que o suor devido ao calor das luzes do palco estragaria minha maquiagem.

Tenho certeza que, se eu estivesse do outro lado do palco, teria achado os comentários do leiloeiro divertidos, a participação do público agradável, e as palhaçadas bobas.

Em vez disso, estou sentada nos bastidores, respirando fundo.

— Muito bem, Ry! — ouço o humor da minha situação na voz de Dane quando ele faz o seu caminho nos bastidores para mim, através das outras vinte e quatro mulheres que estavam dispostas a participar do leilão.

Ele me dá um grande e aberto sorriso quando me agarra num abraço não recíproco. Estou além de mal-humorada. Estou francamente furiosa.

Quero dizer, que porra de noite! 

Não posso acreditar na palermice das mulheres ao meu redor. Elas estão conversando animadamente sobre seu momento sob os holofotes, e se gabando por quanto elas foram pagas. Sou grata pela participação delas, em êxtase com o resultado, mas simplesmente perplexa com seus entusiasmos.

— Isso foi fodidamente horrível! — lamento, balançando a cabeça em incredulidade quando ele ri pra mim. — Tudo que quero é uma garrafa de vinho, algum tipo de chocolate, e tirar este maldito vestido.

— Se isso é tudo o que preciso para deixá-la nua, lhe trouxe vinho e chocolate há muito tempo.

Olho para ele, não encontrando diversão em seu comentário. — Pena que eu não tenho o equipamento certo para te manter satisfeito. 

— Uau! — ele responde, mordendo o lábio para reprimir o riso. — Oh, querida, deve ter sido horrível para você. — ele se senta na cadeira ao meu lado, colocando o braço em volta dos meus ombros e me puxando para ele. Descanso minha cabeça em seu ombro, desfrutando do reconfortante sentimento de amizade. — Pelo menos você rendeu acima do preço pedido. 

— Seu idiota! — me afasto dele.

Para ser honesta, ainda não tenho ideia de qual era o valor do “meu lance vencedor”, porque eu estava muito ocupada ouvindo as batidas frenéticas de meu coração.

Embora detestasse o processo, que mulher não gostaria de saber que alguém pensa que ela é bonita o suficiente para ser licitada em um encontro?

— Quanto eu levantei? 

— Ouça você mesma! A maioria das mulheres, em primeiro lugar, diz “Quanto eu consegui para o encontro?” — ele zomba em um alto tom, a voz pretensiosa me fazendo rir.

Viro-me para ele e levanto as sobrancelhas. — Bem?

— Bem, minha querida, você foi leiloada... — tremo em falso horror em suas palavras. Ele continua: — O seu pretendente deu o lance de vinte e cinco mil dólares por uma noite com você. 

O quê?

Puta merda!

Estou pasma. Sei que o lance inicial era de quinze mil para todos os participantes, mas alguém realmente pagou dez mil a mais do que isso?

Tento pensar em alguém que iria gastar esse tipo de dinheiro em um encontro comigo, e não consigo. Tinha que ser uma das pessoas que trabalhavam comigo. Esta foi à única explicação plausível.

Só posso deduzi que ele é alguém com quem eu havia trabalhado para fazer esse benefício acontecer. Estou lisonjeada que uma das pessoas em qualquer Conselho ou a comissão de organização tinha pensado o suficiente de mim para oferecer essa quantia de dinheiro.

Suspiro e relaxo um pouco com o conhecimento de que provavelmente terei de ir a um encontro com um senhor idoso viúvo ou possivelmente nenhum. Talvez a pessoa só queira doar para nós e vai me deixar de fora.

— Então você viu quem ganhou o leilão? 

— Não se preocupe. Tenho certeza de que é um dos antigos conselheiros da empresa... — ele para, percebendo que está implícito que esses são os únicos homens dispostos a dar lance por mim. Ele continua com cautela, sabendo muito bem que estou em modo vadia agora. — Você sabe o que eu quis dizer, Ry. Todos a amam! Eles fariam tudo para apoiá-la.

Suspiro alto. — Bem, meu amigo, eu deveria voltar para a festa. — estou alisando meu vestido e fazendo uma careta quando meu pé volta para os meus sapatos.

— Você não quer esperar e ver quanto arrecadamos esta noite? — ele pergunta, se levantando da cadeira.

— Pedi para Rose mandar uma mensagem mais tarde, quando o resultado estiver certo. — abro a porta para entrar novamente na festa. — Não preciso estar aqui para... — vacilo quando caminho através da porta e vejo Donavan inclinando um ombro casualmente contra a parede, observando a multidão.

Ele é um homem que está obviamente à vontade com quem é, independentemente do que aconteça. Ele emana uma aura de poder primitivo misturado com algo mais profundo, algo mais escuro que não consigo alcançar.

Desonesto. Rebelde. Imprudente.

 Dane colide em mim por trás quando paro abruptamente, quando os olhos de Donavan se conectam com o meu. — Hadley... — Dane reclama, até que ele percebe porque parei. — O que está acontecendo aqui, Ry? 

Reviro os olhos com o pensamento na aposta estúpida de Donavan. — Tenho que cuidar de algumas coisas. — viro-me sobre meu ombro. — Já volto. 

Ando em direção a Donavan, mais do que ciente que seus olhos acompanham cada movimento.

Nossa brincadeira foi uma forma divertida de passar a noite, que vão despertar alguns pontos certamente frustrantes para uns, mas a noite acabou e estou pronta para ir para casa. Game over.

Ele empurra o ombro da parede, ajeitando o longo comprimento de seu corpo quando ando em sua direção. Os cantos da boca se transformam um pouco enquanto ele tenta medir o meu humor.

Eu o alcanço e levanto a mão para detê-lo antes mesmo que ele comece a falar. — Olhe, eu estou cansada. É hora de eu encerrar essa merda de noite...

— Justamente quando eu estava indo me oferecer para levá-la a lugares que você nem sabia que existia antes. — ele diz secamente, com apenas um fantasma de um sorriso e o arco de uma sobrancelha. — Você não sabe o que está perdendo. 

Bufo alto. —Você está brincando comigo, certo? Você realmente consegue mulheres com falas como essa? 

— Estou magoado. — ele sorri com seus olhos cheios de humor quando leva a mão ao coração. — Você ficaria surpresa com o que minha boca consegue com essas falas. 

Eu somente o olhei. O homem não tem absolutamente nenhuma humildade. — Não tenho tempo para seus jogos agora. Eu tive que suportar a humilhação além do meu pior pesadelo, e estou mais chateada do que você pode imaginar.

Se ele está chocado com o meu discurso, esconde bem, seu rosto parece impassível, exceto por um músculo pulsando em seu maxilar tenso. — Amo uma mulher que narra como é. — ele murmura baixinho para si mesmo.

Coloco minhas mãos nos quadris e continuo: — Então, estou indo para casa. A noite acabou. Ganhei nossa aposta idiota, então é melhor você começar a pegar o seu cheque e preenchê-lo, porque você vai para casa com os bolsos mais leves essa noite. 

Seus lábios subiram em um sorriso divertido. — Vinte e cinco mil mais leve, na verdade. — ele não demonstrou nenhuma expressão.

— Não, nós concordamos em vinte... — paro quando um sorriso se espalha por seus lábios.

Lentamente, o entendimento surge em mim.

Oh merda!

Ele deu um lance em mim. Não só ele deu um lance, mas ele deu o lance e ganhou. Ele tem oficialmente um encontro comigo.

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