02

POV HADLEY

Suspiro em choque total, os meus lábios separando uma fração quando sua boca absorve o som, dando a ele uma abertura para sua língua acariciar meus lábios e lentamente se lançar entre eles.

Empurro minhas mãos contra o peito dele, tentando resistir ao beijo sem convite deste estranho. Tentando negar o que o meu corpo está me dizendo que realmente queria. Para reprimir a necessidade de tomar como ele está tomando.

O bom senso ganha minha briga interna entre o desejo e prudência, e consigo empurrá-lo um pouco. Sua boca sai da minha, nossas respirações ofegantes sobre o rosto um do outro.

Seus olhos, selvagens e com luxúria, seguram firme os meus. Acho que é difícil ignorar a semente do desejo que está florescendo no fundo do meu ventre.

O protesto que está gritando em minha mente morre silenciosamente em meus lábios, enquanto sucumbo à noção de que quero esse beijo. Quero me permitir esse instante no tempo onde ajo de forma imprudente e tenho “aquele beijo” que os livros descrevem. E fundo, nas profundezas da minha alma, sei que esse beijo será isso para mim.

 — Decida-se, querida. — ele comanda.

Sua advertência, a noção insana de que eu simplesmente posso fazer um homem como ele perder o controle, me desconcerta.

Ele se aproveita do meu silêncio, com um sorriso lascivo curvando os cantos de sua boca antes de apertar o domínio que tem sobre a minha nuca. De um fôlego para o outro, ele esmaga a boca na minha outra vez.

Minha resistência é inútil edura apenas alguns segundos antes de me render a ele. Instintivamente movo minhas mãos sobre a aspereza de seu queixo com barba por fazer, indo para parte de trás do seu pescoço. Empurro meus dedos no cabelo que se enrola por cima do colarinho.

Um gemido baixo vem do fundo de sua garganta, reforçando a minha confiança, me permitindo separar meus lábios e tirar mais dele. Minha língua entrelaça e dança intimamente com a dele. Um lento e sedutor balé, com gemidos e ofegantes lamúrias.

Ele tem gosto de uísque. Sua confiança exala rebelião. Seu corpo evoca um soco direto de luxúria em meu corpo. Uma combinação inebriante insinuando que ele é um bad boy e que esta boa menina deve ficar longe.

Sua urgência e perícia sugere habilidade no que poderia vir. Imagens aparecem na minha mente de costas arqueando, o dedo do pé apontando, lençol aderindo ao sexo que sem dúvida seria tão dominante quanto seu beijo.

Apesar da minha submissão, sei que isso é errado. Posso ouvir minha consciência me dizendo para parar. Que não faço esse tipo de coisa. Que não sou esse tipo de garota.

Mas, Deus, isso é tão incrivelmente bom. Eu enterro toda a racionalidade sob o desejo.

Seus dedos acariciam a parte de trás do meu pescoço enquanto outros viajam até o meu quadril, acendendo faíscas a cada toque. Ele espalma a mão nas minhas costas e me pressiona para ele. Reivindicando-me. Posso sentir sua espessa ereção contra a minha barriga, que envia uma carga elétrica para a minha virilha.

Sua perna ligeiramente move e pressiona entre as minhas, pressionando o ápice das minhas coxas e criando uma dor intensa de prazer. Empurro ainda mais para ele, gemendo baixinho enquanto anseio por mais.

Estou me afogando na sua sensação e ainda assim, não estou disposta a subir pelo ar que eu tão desesperadamente precisando.

Ele morde meu lábio inferior. Minhas unhas raspam a parte de trás do seu pescoço em reação, enquanto pontuo minha reivindicação.

— Cristo, quero você agora! — sua voz rouca ofega entre beijos, intensificando a dor nos músculos enrolando abaixo da minha cintura.

Ele move a mão para a parte de trás do meu pescoço e desliza em minhas costelas, e mais, até que sua mão em concha está em meu seio. Solto um gemido com a sensação de seus dedos esfregando através do material suave do meu vestido.

Meu corpo está pronto para concordar com o seu pedido, porque quero esse homem também.

Nossos corpos entrelaçados colidem contra a pequena alcova no corredor. Ele me pressiona contra a parede, nossos corpos freneticamente se agarrando, tateando e degustando.

— Cacete. — ele murmura contra a minha boca quando passa a mão em um ritmo lento e trabalhoso no exterior da minha coxa.

O quê?

Essas palavras...

Quando elas finalmente se registram, recuo como se tivesse sido chicoteada e pressiono seu peito, tentando empurrá-lo para longe de mim.

Essas são as mesmas palavras que tinha ouvido antes, na alcova escura. Mas que diabos? E que diabos estou fazendo com um cara aleatório, em primeiro lugar? E mais importante, por que fazer isso agora, enquanto estou no meio de um dos meus eventos mais importantes?

— Não. Não posso fazer isso. — cambaleando, levo a mão trêmula até minha boca para cobrir meus lábios inchados.

Seus olhos fixam nos meus, a cor esmeralda escurecida pelo desejo. Raiva pisca através deles.

— É um pouco tarde, querida. Parece que você já fez. 

Fúria pisca em mim com seu comentário sarcástico. Sou inteligente o suficiente para deduzir que acabei de me tornar outra na linha de conquistas de sua noite. Olho para ele, e o olhar de satisfação em seu rosto me faz querer vomitar.

— Quem diabos você pensa que é? — falo para ele, usando a raiva para afastar a dor que sinto. Não tenho certeza se estou mais chateada comigo mesma por minha submissão voluntária a ele, ou o fato de que ele se aproveitou de mim no meu estado frenético.

Ou será que me sinto envergonhada porque sucumbi ao beijo e dedos hábeis sem sequer saber o nome dele?

Ele continua a me observar. — Sério? — ele zomba de mim, inclinando a cabeça para o lado e esfregando uma mão sobre o seu sorriso condescendente. Posso ouvir o raspar de sua barba enquanto sua mão passa sobre ela. — É assim que você vai fazer isso? Você não estava participando até agora? Você não estava desmoronando nos meus braços? — ele ri sarcasticamente. — Não se engane com o seu pequeno decoro por pensar que não gostou disso.

Ele dá um passo mais perto de mim, diversão e algo mais sombrio queimando nas profundezas de seus olhos. Levantando uma mão, ele traça um dedo abaixo da linha do meu maxilar.

Apesar de me encolher, o calor do seu toque reacende o desejo latente no fundo do meu ventre. Silenciosamente, castigo meu corpo por sua traição.

— Vamos deixar uma coisa bem clara. — ele rosna para mim. — Eu. Não. Pego. O. Que. Não. É. Oferecido. E ambos sabemos, querida, você ofereceu. — ele sorri.

Cerro os olhos, desejando que eu fosse uma daquelas pessoas que podem dizer tudo, as coisas certas nos momentos certos. Mas não sou. Em vez disso, penso nelas horas depois e só desejo que as tivesse dito. Sei que vou fazer isso mais tarde, pois não consigo pensar em uma única maneira de repreender este homem excessivamente confiante.

— Foda-se! — empurro meu queixo de seu alcance, caminhando para longe dele.

— Você é uma coisa um pouco mal-humorada. — seu sorriso arrogante é irritante. — Gosto de mal-humoradas. Isso só me faz te querer muito mais. 

Imbecil!

Estou prestes a fazer uma réplica sobre o quão mulherengo ele obviamente é. Que sei sobre a sua “encontro” com alguém no corredor não muito tempo atrás. Eu fico olhando para ele, o pensamento fazendo barulho no fundo da minha cabeça.

Assim, quando estou prestes a abrir a boca, ouço a voz de Dane atrás de mim, chamando meu nome. Alívio me inunda quando me volto para vê-lo de pé no final do corredor, olhando para mim de forma estranha. Provavelmente perplexo com o meu estado desgrenhado.

— Hadley? Realmente preciso dessas listas. Você as conseguiu? 

— Me perdi. — murmuro. Eu olho para trás, o Sr. Arrogante atrás de mim. — Estou indo. Só...  espere por mim. 

Dane acena com a cabeça para mim. Eu me viro para a porta do armário e pego rapidamente as placas espalhadas no chão, tão graciosamente quanto possível, e as empurro na bolsa.

Saio do armário e evito o encontro com os seus olhos quando começo a caminhar em direção a Dane. Exalo em silêncio, feliz por estar indo em direção a um terreno mais familiar quando ouço sua voz atrás de mim. — Essa conversa não acabou, Hadley. 

— O inferno que não — lanço sobre o meu ombro, mantendo os ombros retos e cabeça erguida, na tentativa de manter o meu orgulho intacto. 

Rapidamente chego a Dane, meu confidente e amigo de trabalho. Preocupação grava em seu rosto de menino quando engancho meu braço no dele, puxando-o de volta para a festa.

Uma vez que nós estamos na porta dos bastidores, solto o ar que não sabia que estava segurando e me encosto contra a parede.

— Que diabos aconteceu com você, Hadley? Você parece uma bagunça! — ele me olha para cima e para baixo. — E isso tem alguma coisa a ver com Adônis lá atrás.

Tem tudo a ver com o Adônis.

— Não ria. — digo olhando-o com cautela. — A porta do armário emperrou fechada, e eu estava presa no interior. 

Ele sufoca uma risada e olha para o teto para conter. — Isso só iria acontecer com você! 

Empurro o ombro de uma maneira amigável. — Realmente, não é engraçado. Tenho pânico. Claustrofobia. — preocupação pisca em seus olhos. — Eu me assustei, e esse cara me ouviu gritando e me deixou sair. Isso é tudo.

— Isso é tudo? — ele pergunta, seus olhos se estreitando em desconfiança.

Concordo com a cabeça. — Sim. — odeio mentir para ele, mas, por hora, é o meu melhor caminho.

**

Vestidos de grife são predominantes quando observo todas as celebridades, socialites e filantropos que enchem o teatro antigo. Hoje à noite é o ápice de muito dos meus esforços.

E estou meio fora da minha zona de conforto.

Dane discretamente revira os olhos para mim do outro lado da sala, pois ele sabe que prefiro muito mais estar em meu jeans habitual e rabo de cavalo. Permito que um fantasma de um sorriso enfeite meus lábios, enquanto aceno com a cabeça para ele.

Ainda estou tentando envolver minha cabeça com o que de bom grado permiti acontecer nos bastidores e a ferroada em saber que eu não fui a primeira pessoa que o Sr. Arrogante fez seus movimentos na noite.

 — Aí está você, Hadley. — uma voz interrompe meus pensamentos.

Dirijo-me para encontrar o meu chefe. Um homem em pé, perto de 1,98 metros de altura, com um coração maior do que de qualquer um que já conheci. Apropriadamente, ele se parece com um grande urso de pelúcia. — Teddy! — digo carinhosamente quando me inclino para um braço. — Parece que tudo está caminhando bem, você não acha? 

— Graças a todos os seus esforços. Pelo que ouvi, os cheques estão chegando. — sua boca se enverga num ligeiro sorriso.

— Só porque é uma maneira bem sucedida de arrecadar o dinheiro, não significa que tenho que concordar com isso. — relutantemente admito, tentando não parecer uma puritana.

É um debate que nós tivemos inúmeras vezes ao longo dos últimos dois meses em relação à data do leilão. Mesmo que seja por caridade, eu não entendo por que mulheres estão dispostas a se vender pelo maior lance. Não posso evitar, mas acho que os concorrentes vão querer mais do que apenas um encontro pelos quinze mil dólares de oferta inicial.

— Não é como se nós estivéssemos gerenciando um bordel, Hadley. — Teddy adverte. Ele olha por cima do meu ombro direito quando um convidado chamou sua atenção. — Oh, há alguém que quero que você conheça. Esta é uma causa muito próxima e querida para ele. Ele é um dos filhos de nossos mesários que... — ele interrompe sua explicação, pois quem quer que seja se aproxima. — Donavan! Bom te ver.

Eu me viro, disposta a fazer uma nova amizade, e então encontro os olhos confusos do Sr. Arrogante.

Merda!

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